LiteraLivre Vl. 4 - nº 21 – Mai/Jun. de 2020
Thamires Bonifácio Rio de Janeiro/RJ
Ca-rol Fios claros
Lágrimas cessam
As mãos ainda
E nas encruzas
Sossegam nos desvios
As pétalas se conversam.
Encaracolados.
Ah, o amor!
Os lábios transitórios
Era uma rosa,
Deslizam no regogizo
maldita Rosa!
Do sacrifício do falo.
Acenda uma vela Pra quem ama,
Labirinto do Fauno,
Laroyê, pombo-gira
À meio noite e meia
Dê-me sete dias
Atrasam os relógios
E mais as ruas
Têm o prazer
Nas suas chamas.
Do vazio das ruas E a cama escondida
Fios claros,
Na poeira dos carros.
As mãos morrem Sobre os desvios
A criança chora,
Cujos percursos
Diz:
Encaracolados,
“Mamãe, a que horas
Chamam mal agoro:
a senhora volta?”
Uma Rosa e um cravo Onde não se sabe
Não há volta.
Do verso e do todo.
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