Ailton Weller
Desfolhando
Sabei, porém, que o Senhor distingue para si o piedoso / Prefeitura de Cachoeiro-ES invadida pela primeira vez na história do município / Com o petista Carlos Casteglione no descomando do Executivo / Manifestantes agora visam a Câmara de Vereadores / Tribunal de Contas do Espírito Santo quer explicações da presidente da Câmara de Anchieta-ES sobre gastos / Mais de R$ 2 milhões em dois anos / Os cofres estão cheios assim? / Agora é o MP que entra na investigação de possíveis irregularidades / Mimoso, Mimoso!! / TCES auditando contrato do Governo do ES com a Rodosol / Em busca de irregularidades / Cuspe na cara de idosa pode custar caro / Ministro Joaquim Barbosa, do STF, “cutucado” sobre compra de apartamento nos States / Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. 06 > FOLHA,
ailtonweller@gmail.com
Saudades, mas sem inveja
D
ia desses, o boa praça João Moraes, produtor cultural e cineasta, além de apreciador contumaz de “água que passarinho não bebe”, publicou seu artigo num jornal de Vitória-ES exaltando as maravilhas das empadinhas e pastéis do Altimes, o seu Times. Senti saudades, inveja jamais. É que o escriba cachoeirense, hoje radicado na capital do Estado, nem de longe sabe da relação de minha família com Seu Times e Dona Alta, os responsáveis pela padaria mais concorrida de Cachoeiro de Itapemirim, ali nas décadas de 70 e 80, bem na rua Moreira, território de craques da música capixaba e nacional. Hoje, sem saudosismo, mas com saudade, dá água na boca apenas em lembrar os quitutes que vão além, muito além, das empadas, esfirras e quibes. O que falar da broa de milho que poucos tinham acesso? Da tapioca quentinha regada a leite de coco e café coado na hora em coador de pano? Ah, João, esses manjares foram para poucos! Essa você perdeu caro amigo. Acredito que o casal era meu padrinho de crisma ou coisa que o valha. Sei que minha mãe, Dona
11 de Agosto a 18 de Agosto de 2013
São tempos idos. A rua Moreira já não guarda tantos resquícios do passado Anna e a Dona Alta trocavam confidências, informações e sabe-se lá o que mais. Coisas de mulher. De volta para casa, mesmo de barriga cheia, já ia contando os minutos para devorar o conteúdo do pequeno cesto carregado de “tesouros” à base de carboidrato. São tempos idos. A rua Moreira já não guarda tantos resquícios do passado, o bar do “doutor Antônio”, birosca de “responsa” deu lugar a um supermercado e a escola sonhada pelo pastor Jader virou comércio do saber. O local foi estrangulado e os gargalos se tornaram impossível o ir e vir de forma tranquila. Falando nisso ou nisso falando, nem mesmo os “cines poeira” São Luiz e Plaza sequer foram preservados em suas estruturas originais. O vai e vem dos alunos do Cristo Rei, o Departamento de Polícia Judiciária caindo aos pedaços, o antigo parque de exposições, que virou área do Judiciário, e o tráfico à luz do dia são a nossa dura realidade. Viu só? Quem me mandou virar o século?