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Economia
Por: Letícia Jaques / Fotos: Divulgação
AGRICULTORES FAMILIARES
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SE REINVENTAM PARA CONTINUAR OFERECENDO PRODUTOS NATURAIS PARA OS PERNAMBUCANOS
Roberto de Lima e sua família vivem da agricultura familiar há 18 anos
Apandemia chegou, afetou diversos setores do país, trouxe prejuízos para empresários, fechou portas de muitos negócios, mas acentuou a vontade do brasileiro manter uma alimentação saudável como parte do cuidado contra o novo coronavírus. Agricultores familiares foram beneficiados por isso, viram a dificuldade surgir, mas se reinventaram e continuam levando alimentos que saem direto da terra e vão para a mesa de muitas famílias sem agrotóxicos e outros químicos sintéticos. Segundo um levantamento da Organis - Associação de Promoção dos Orgânicos, foi constatado um crescimento 30% na procura por produtos naturais em 2020, quando comparado a 2019.
A agricultura familiar tem como base o compartilhamento do trabalho em família e o plantio representa sua principal fonte de renda. Cada agricultor mantém uma relação forte com a terra, que acaba sendo seu local de moradia e também de trabalho. Segundo dados do Instituto Agrônomo de Pernambuco, a agricultura familiar é responsável por 80% dos alimentos que compõem a cesta básica pernambucana.
Comércio reinventado e moderno
A reinvenção na forma de como vender estes produtos foi necessária. Antes levados às fei
pandemia chegou, afetou diversos setores do país, trouxe prejuízos para empresários, fechou portas de muitos negócios, mas acentuou a vontade do brasileiro manter uma alimentação saudável como parte do cuidado contra o novo coronavírus. Agricultores familiares foram beneficiados por isso, viram a dificuldade surgir, mas se reinventaram e continuam levando alimentos que saem direto da terra e vão para a mesa de muitas famílias sem agrotóxicos e outros químicos sintéticos. Segundo um levantamento da Organis - Associação de Promoção dos Orgânicos, foi constatado um crescimento 30% na procura por produtos naturais em 2020, quando comparado a 2019.
A agricultura familiar tem como base o compartilhamento do trabalho em família e o plantio representa sua principal fonte de renda. Cada agricultor mantém uma relação forte com a terra, que acaba sendo seu local de moradia e também de trabalho. Segundo dados do Instituto Agrônomo de Pernambuco, a agricultura familiar é responsável por 80% dos alimentos que compõem a cesta básica pernambucana.
Comércio reinventado e moderno
A reinvenção na forma de como vender estes produtos foi necessária. Antes levados às feiras orgânicas que mantinham semanalmente grande movimento, os agricultores viram as pessoas sentirem medo de frequentar os pontos de comercialização dos orgânicos para evitar aglomerações por conta do Covid-19. O serviço delivery passou a ser saída para diferentes negócios continuarem funcionando, o que também passou a ser a realidade dos produtores.
Há 18 anos Roberto de Lima faz da agricultura familiar sua principal fonte de sustento. Com uma plantação de produtos orgânicos na cidade de Vitória de Santo Antão, o agricultor sempre distribuiu para todo o estado, mas viu sua demanda diminuir com a chegada da pandemia. A família, que vive apenas da renda do cultivo, recebeu o auxílio emergencial, porém optou por fornecer seus produtos Gabriel Marinho, da Organicamente, cuida do cultivo familiar

Roberto de Lima
“Com a pandemia, nossas vendas caíram um pouco, não nos prejudicou tanto, mas sentimos a necessidade de oferecer um novo serviço. Nos unimos à uma empresa que faz entrega delivery de frutas e verduras, o que permitiu que nossos produtos continuem chegando à casa dos clientes”, disse Roberto.
A entrega à domicílio também foi a escolha de Severino Raimundo da Silva, que dedica sua vida ao cultivo há 20 anos na cidade de Goiana, município da Zona da Mata de Pernambuco. “Nossas vendas diminuíram em 40% e, sabendo que as pessoas tiveram que mudar seus hábitos por causa do Covid-19, optamos por realizar a entrega dos nossos produtos”, afirmou.
A pandemia também fez surgir a Organicamente. Uma empresa familiar, comandada por Sandra Costa, Gabriel Marinho e Sthéphany Sanches. Mãe, filho e nora, respectivamente. Os produtos, que são vendidos através do Whats App, são cultivados pelo pai da Sandra, o senhor José Valter, no Paulista, Região Metropolitana do Recife. Os tubérculos, frutas, hortaliças e verduras são colhidas e vendidas em um caixote personalizado para os clientes fidelizados. Para aqueles que compram esporadicamente, tudo vai cuidadosamente enviado dentro de uma sacola de papelão, já que a marca preza não só pela alimentação saudável, mas também pela preservação do meio ambiente, não utilizando plásticos. Além do cultivo próprio, a Organicamente também tem parcerias com agricultores locais.
“A Organicamente começou a funcionar em setembro de 2020. Nós cultivamos para o consumo próprio, mas decidimos começar a empreender na pandemia enviando os nossos produtos e também de outros produtores para a casa dos recifenses. As pessoas fazem o pedido pelo WhatApp e nós levamos diretamente às suas residências, evitando que eles saiam de casa para fazer a feira verde. Estamos no início, mas percebemos que esse é um serviço muito útil e necessário nos tempos de hoje”, concluiu Sandra.
Plantio de orgânicos em Vitória de Santo Antão / PE

