Revista Curinga Ed. 25

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que aderem ao Sisu reservam um número de vagas para os participantes do Enem. Só em 2018, o Sisu abriu 239 mil vagas na graduação, em 130 instituições federais e estaduais, um aumento de cerca de 60% em relação ao primeiro ano.

Transformação silenciosa Outro aspecto crucial do Programa está na reserva de vagas para Ações Afirmativas, que são as conhecidas cotas para alunos de escolas públicas, pessoas de baixa renda, estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas e pessoas com deficiência, que virou lei sancionada no ano de 2012, pela ex-presidenta Dilma Rousseff. Essa política resultou numa transformação dos ingressos, de acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que analisou o perfil de 22 mil alunos de cursos presenciais de 57 instituições federais de ensino: 43,7% dos estudantes são das classes C, D e E, e 44,8% dos estudantes cursaram todo o Ensino Médio em escola pública, um aumento em relação a última análise, em 2003, quando eram 37,5%. De Rosimere para Rayza, são nítidas as diferenças tanto de expectativas, quanto das dificuldades que cada uma enfrentou para ingressar no Ensino Superior, tendo ambas o mesmo perfil socioeconômico. Pesquisas realizadas pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, atestam essa melhoria: estudantes pertencentes às classes socioeconômicas mais favorecidas deixaram de ser maioria nas Universidades, sejam elas públicas ou privadas. Em 2004, a parte dos 20% dos alunos mais ricos representava 55% dos estudantes da rede pública e 68,9% da rede privada. Em 2013, esses valores caem para 38,8% e 43%, respectivamente. Com isso, os estudantes vindos da parcela com maior poder aquisitivo na sociedade deixaram de ser maioria nas duas redes do Ensino Superior. Isso resultou no aumento do acesso à educação de pessoas dos demais estratos de rendimento, contribuindo para que o ingresso dos mais pobres no Ensino Superior crescesse. Ainda de acordo com o IBGE, a proporção de pessoas com faixa etária entre 25 e 34 anos com Ensino Superior completo quase dobrou, passando de 8,1% para 15,2%, entre os anos de 2004 e 2013.

Um projeto de nação As reformas no acesso ao Ensino Superior são resultado do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado no ano de 2007 pelo MEC. O Plano prevê várias modificações na educação no prazo de quinze anos. Para alcançar os objetivos previstos no projeto, se criou o Programa de Apoio


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