VIP | Entrevista
Doris Hexsel Natural de Passo Fundo, a médica dermatologista Doris Hexsel conquistou grande destaque na
dermatologia, acumulando mais de 160 estudos publicados na literatura médica internacional. Em 2017, ela foi a quinta médica no mundo a receber o prêmio “Annual Lawrence M. Field, MD, Honorary Lecture”, a maior premiação internacional de cirurgia dermatológica, entregue em Chicago, nos Estados Unidos. Doris consagrou-se como a maior expert em celulite do mundo e desenvolveu o tratamento mais eficaz para a celulite em grau avançado, o chamado Subcision®. Em entrevista à Contato VIP, ela fala sobre a sua cidade natal, sobre suas pesquisas e sobre todas as alegrias que a sua profissão tem proporcionado.
Por que a dermatologia lhe encantou, em meio aos campos de atuação da medicina? Eu me apaixonei pela dermatologia na primeira aula. Apesar de ser a especialidade médica do maior órgão em extensão do corpo humano e ter o maior número de doenças descritas, me fascinou o fato de poder enxergar diretamente a lesão, abordá-la diretamente, fosse por tratamento clínico ou cirúrgico. Mas, definitivamente, foram decisivos o exemplo de dedicação, a especialidade e a atuação da excelente professora que eu tive, a Dra. Marilene Ughini. Ao longo da minha vida profissional, só cresceu o meu amor pela dermatologia, além de ter encontrado outros grandes dermatologistas, de quem muito me orgulho, pois foram exemplos e inspiração para mim, pela sua dedicação à dermatologia, seu conhecimento e seu constante aprimoramento e atualização na especialidade.
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Como aconteceu a sua saída de Passo Fundo? Quando eu me formei, tive a oportunidade de trabalhar na vizinha cidade de Carazinho, tendo sido a primeira dermatologista da cidade. Lá, fui muito bem recebida, fiz muitos amigos e tive milhares de pacientes. Trabalhei por cerca de 15 anos em Carazinho, também trabalhando como professora na UPF. Depois desse tempo, me mudei simultaneamente para Porto Alegre e Rio de Janeiro, iniciando uma nova etapa. Muitos pacientes choraram no meu consultório de Carazinho quando fui embora, um carinho e uma emoção que guardo na lembrança até hoje. Que boas lembranças você guarda da cidade onde se formou? São muitas, pois Passo Fundo é também a minha terra natal. Foi lá que estudei a partir dos 10 anos de idade, inicialmente no Colégio Notre Dame, onde colecionei amizades que persistem até hoje. Posteriormente, estudei na Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo, onde também fui professora. Considero meus amigos passo-fundenses verdadeiras amizades “de infância”, que amo e considero muito e com muitos dos quais convivo até hoje.
Quais foram os principais desafios que você enfrentou durante a sua carreira? Iniciar uma carreira profissional não é fácil para nenhum profissional. Sorte não é fator decisivo em nenhuma carreira profissional. Todos enfrentamos dificuldades e, no nosso país, as dificuldades são ainda maiores, porque não temos recursos adequados para um atendimento de qualidade a todos os cidadãos brasileiros, nem em prevenção e muito menos temos verbas disponíveis para pesquisas. A solução passa pelo cidadão ser obrigado a fazer investimentos dobrados: pagar ao estado (que não provê) e ter que pagar novamente. E ter extrema coragem para investir o que se ganha em favor da profissão e da carreira, sobrando muito menos para investimentos pessoais, na família e em lazer. Quero dizer, com isso, que nada cai do céu. E, acredito, que frente a dificuldades, você pode aprender, crescer e ser criativo, ou sucumbir. O diferencial pode ser a garra e a coragem para enfrentar e superar as