Revista Condomínio. Edição 78

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Todo síndico lê!

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Foco no elevador Manutenção, conservação e modernização são fundamentais para alcançar um bom desempenho do equipamento

Limpeza nas alturas: Conheça as opções para limpar fachadas de vidro




Desalento, situação na qual não podemos permanecer

NEWTON MENDONÇA Presidente da CIPA

Desalento significa abatimento, desânimo, esmorecimento, tristeza. E esses sentimentos não nos levam a lugar nenhum. Duas pesquisas nos mostram esse fato: 53% das pessoas entrevistadas disseram não ter interesse na Copa do Mundo, evento que sempre mobilizou o país. E na política não é diferente: 34% afirmaram que não votarão em nenhum candidato ou votarão em branco. Na verdade, estamos num momento complicadíssimo da vida nacional, o que não significa que não sairemos dele, pois já saímos de várias situações que pareciam insolúveis. Convivemos com uma ditadura de 20 anos e tivemos presidentes que nos trouxeram esperança e que, depois, nos decepcionaram, como aconteceu com Jânio Quadros, Sarney, Collor, Lula, Dilma e agora o próprio Temer. Porém, nesse tempo, tivemos Itamar Franco, de quem pouco esperávamos e que, no entanto, criou o Plano Cruzado, que deu nova esperança ao país. O que quero passar para todos é que não podemos nunca entrar em estado de

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desalento. A história nos mostra que esses momentos, que eu classificaria como falidos, sempre foram oportunidades para novos ciclos. Nosso modelo atual de política não é exclusivo do Brasil, mas nos leva a uma reinvenção coletiva e individual. E isso acontecerá. O cientista político Eduardo Giannetti, com o qual me identifico, pois é extremamente otimista, mas dentro de um conceito realista, diz: “O Brasil oscila entre euforia incontida e pessimismo terminal. A realidade objetiva não muda tanto assim.”. Ele também, em seu livro O elogio do vira-lata, analisa essa gangorra emocional. Brincando, ele diz preferir ser vira-lata do que poodle de madame ou doberman do policial. Somos mestiços, ou seja, um povo constituído de várias raças. E, portanto, vira-lata com muita honra! Temos muita criatividade, simpatia, somos acolhedores, em suma, um povo maravilhoso. Tão honesto como qualquer outro, mas que vive num país sem punibilidade, o que faz com que quase sempre não respeitemos as leis. Estamos num momento que indica profundas mudanças e vivemos um período nunca antes pensado. Conseguimos colocar na cadeia pessoas que antes seria impossível – Lula, um ex-presidente eleito por dois mandatos; Palocci, o todo-poderoso ex-ministro da Fazenda; Gedel Vieira Lima, homem forte em vários governos; além de dezenas de outros colarinhos-brancos. Aécio Neves e o próprio Temer certamente terão de prestar contas à Justiça, pois estão envolvidos em investigações, e Aécio já virou réu. Não podemos deixar de reconhecer que, apesar de um governo cheio de erros e indefinições, temos uma excelente

equipe econômica, e a inflação nunca esteve tão baixa: menos de 3%, e os juros, há anos sempre altos, nunca chegaram a 6,5% ao ano. Há pontos positivos, como uma reforma trabalhista bem mais aberta e a redução do foro privilegiado, cuja tendência é acabar totalmente. Porém, o momento nos leva a acreditar que, independentemente do novo governo, por exigência da sociedade, as reformas serão feitas. A Previdência é tão injusta e seletiva que governo nenhum poderá deixar de mudá-la, certamente respeitando o que já está definido, mas modificando-a daqui para a frente. Não há como não fazer a reforma política – a atual está falida, e, embora não deva ocorrer uma grande renovação de eleitos, ela não se sustentará mais. O povo brasileiro nunca esteve tão politizado. As vísceras da nação foram abertas, com o Mensalão e o Petrolão e tantos mais escândalos de corrupção que geraram delações premiadas e, com isso, prisões em todas as áreas, que são mostradas, todos os dias, aos brasileiros, o que modificou o Brasil e, por isso, não podemos estar desalentados! Em 15 de agosto começa a propaganda eleitoral, agora mais curta e sem financiamento de empresas, um avanço. Vamos avaliar bem os candidatos e votar com consciência e esperança. Não podemos deixar de dar valor às coisas boas que têm acontecido – precisamos identificá-las e admirá-las, pois ser otimista e realista nos faz viver melhor. O que puder ser feito por nós como indivíduos, que façamos, e vamos melhorar o que está a nosso alcance. É claro que o poder público tem essa obrigação, mas nós também a temos


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[capa] Foco no elevador Manutenção, conservação e modernização são fundamentais para alcançar um bom desempenho do equipamento. Esses fatores acabam por gerar a economia que todo síndico deseja. Leia a matéria e saiba como agir.

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[Paisagismo] As flores de plástico não morrem... Optar por plantas artificiais é uma boa ideia, mas não dispensa manutenção periódica, o que vai garantir que o projeto paisagístico se mantenha impecável. Leia o artigo e invista nessa opção!

[economia] Modo economia de energia ligado Economizar num condomínio é muito mais amplo do que se imagina. Não basta usar LED, sensores de presença, rodízio de elevadores etc. É preciso economizar energia com as bombas hidráulicas também. Saiba o que fazer lendo esta matéria.

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[Condomínio] Planejar uma obra é fácil Mas quando o síndico tem que planejar mais de uma obra ao mesmo tempo, é preciso ter muito jogo de cintura para que o patrimônio seja respeitado e não se desvalorize. Leia a reportagem e mãos à obra!

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[Manutenção] Transparência é tudo Cuidar dos reservatórios como manda a lei é obrigação do síndico. Saiba como cumprir essa exigência lendo esta matéria.

Uma publicação:

Rua México, 41 – 2o andar – Centro CEP 20031-905 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449 DIRETORIA Presidente Newton Mendonça Vice-presidente MARIA TERESA MENDONÇA DIAS

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[Manutenção] Limpeza nas alturas Leia esta matéria para saber quais as melhores formas de limpar a fachada de vidro do condomínio.

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[Manutenção] Portões automáticos ainda mais modernos Automatizar e fazer a manutenção preventiva dos portões é garantir eficiência e economia. Fique por dentro das novidades lendo este artigo.

Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO Tao da Comunicação Ltda. AGO SET taodacomunicacao@gmail.com 2 010

PARA ANUNCIAR LIGUE

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Revisão Andrea Bivar andreabivar@gmail.com Fotografia Ariel Subirá MARIZA LIMA ISTOCKPHOTO.com FREEIMAGES.COM Vivien Bezerra de Mello Colaboraram neste número Lia Rangel STELLA MARIS C. MENDONÇA Bianca Goulart

Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

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A Revista Condomínio etc. esclarece que: • Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. • Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes.

Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.

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Redução das taxas de juros do crédito imobiliário pode aquecer o mercado De acordo com a Caixa Econômica Federal, as taxas mínimas caíram de 10,25% ao ano para 9% para os imóveis do Sistema Financeiro de Habitação (SFH); já os imóveis do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) tiveram redução de 11,25% ao ano para 10,25%. O economista Alberto Ajzental, da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que a Selic, taxa básica de juros da economia, baixou para 6,5%, o que impacta no cenário econômico de forma bastante favorável. Ele ainda diz que, no ano de 2017, a Caixa diminuiu para 50% o valor do financiamento de imóveis usados. Segundo o economista, o banco alcançou, no mês passado, melhores resultados, obtendo uma lucratividade de R$ 12,5 bilhões em 2017; comparado com o crescimento de 2016, atingiu 202,6%. Já para o professor do Ibmec-DF, a Caixa Econômica Federal, com essa atitude, ajuda a aquecer o mercado imobiliário e aumenta os ânimos para a construção civil. O que se vê no momento é que a redução dos juros tem colaborado muito com o mercado imobiliário em 2018. Na análise de Ajzental, o país está com o segmento estabilizado, mas não se sabe se a qualquer momento a situação pode voltar a piorar como em tempos passados. Por esse motivo, ele alerta aos compradores para que não façam dívidas que passem de seu valor orçamentário, pois, de acordo com sua visão, é melhor que, ao as-

sumirem as parcelas, elas sejam acessíveis às condições cabíveis ao bolso para, então, não entrarem para a inadimplência. E, se for possível, negociar à vista, pois será melhor. Muitas pessoas estão se planejando antes de dar início a seus projetos, fazendo orçamentos e pesquisando, pois existem bons preços e promoções, dessa forma, é possível realizar o sonho da tão esperada casa própria ou daquela reforma necessária ou até mesmo da construção de uma casa do zero.

Valorização imobiliária chegou a 13% na Região dos Lagos no último ano Em cidades como Araruama, Arraial do Cabo e Saquarema, que têm caído no gosto de quem deseja comprar ou alugar, os preços refletem essa demanda: valorização que chega a 11% para apartamentos e 13% para casas. No Rio, a variação nos preços de venda no mesmo período foi negativa: -7%. Formada por sete municípios que compreendem mais de 100 quilômetros de litoral, a Região dos Lagos pode ser considerada um sucesso imobiliário, seja na ocupação sazonal, seja na permanente. Com belezas naturais que encantam turis-

tas de todo o país e do mundo, a região tem atraído também moradores fixos que desejam fugir da violência dos grandes centros urbanos. Além da tranquilidade e das praias, o preço compensa: o valor médio do metro quadrado de apartamentos e casas chega a ser 60% menor do que os praticados na capital fluminense. O Cenário do Mercado Imobiliário de Cabo Frio, publicação do Secovi Rio, que faz um acompanhamento dos preços de venda de apartamentos e casas não apenas na cidade mais famosa da região, mas também em municípios vizinhos, revela resultados animadores para quem planeja comprar ou alugar: o valor médio dos apartamentos caiu 1%, enquanto, em 2017, apurou-se valorização de 2% de maio de 2017 a maio de 2018. No bairro mais caro, Praia do Forte, o valor do metro quadrado é de R$ 10.051, próximo ao que se pratica em Laranjeiras, na zona sul do Rio.

Despesa com condomínio Para casos de inadimplência de taxas condominiais, a ação de cobrança pode ser proposta contra o proprietário ou contra o arrendatário do ponto comercial, sendo legítima a inclusão de ambos no polo passivo da demanda. Com esse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento ao recurso (REsp 1704498) de um condomínio para possibilitar o prosseguimento da ação de cobrança também contra o arrendatário do ponto comercial.

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capa por Lia Rangel

Foco no elevador

Manutenção, conservação e modernização são fundamentais para alcançar um bom desempenho do equipamento Não é preciso ir muito longe para achar um monte de gente apressada ou atrasada para algum compromisso. O excesso de atividades diárias impacta nesse imediatismo exagerado, que quer que tudo funcione de acordo com as necessidades de cada indivíduo. Nos condomínios, sejam eles residenciais ou comerciais, é muito comum ver pessoas reclamando da fila para os elevadores ou porque o elevador está fazendo muitas paradas antes de chegar ao andar de destino. Se os reclamões da vez forem os proprietários dos imóveis, quem acaba ouvindo os protestos é o síndico.

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O condômino impaciente só tem razão quando o condomínio fica na desvantagem e deixa de contar com um, dois ou até mais elevadores por causa da falta de manutenção. Para não correr esse risco, o síndico deve ter o auxílio de uma empresa especializada que faça a manutenção necessária e que ajude não só a programar as datas de vistoria, mas também esteja atenta às necessidades específicas de cada equipamento, que envolvem desde segurança até modernização. Para Marco Antônio Nogueira Nascif, diretor comercial da TBRio Elevadores, em-

presa que oferece serviços de manutenção, conservação e modernização tecnológica de elevadores, com atendimento em todo o município do Rio de Janeiro, a manutenção preventiva é de vital importância nos elevadores e deve ser realizada a cada 30 dias. “Com uma boa manutenção podemos identificar as partes móveis e fixas dos equipamentos que precisam de lubrificação e regulagem para maior conforto da viagem e até mesmo diagnosticar peças com desgaste acentuado que necessitam de substituição, o que proporcionará economia ao condomínio e segurança a seus usuários”, diz.


O síndico José Ferreira Gomes é responsável, há quatro anos, pelo Condomínio Imperatriz, localizado na zona norte do Rio de Janeiro. O edifício de um bloco é composto por 49 unidades divididas em oito andares. Por lá, os problemas com os elevadores eram constantes, mas a verba do condomínio não permitia a substituição deles. “Nosso prédio tem 34 anos e os elevadores eram obsoletos, por isso estavam sempre dando problema, apesar da conservação que fazíamos frequentemente. Era muito comum que os condôminos ficassem presos e tínhamos que chamar os técnicos quase sempre por esse motivo. Nós precisávamos fazer a substituição do equipamento, e fui atrás de recursos para isso. Procurei uma empresa de telefonia, já que temos o prédio mais alto do bairro, e conseguimos alugar nosso terraço para a colocação de uma antena. Com o dinheiro desse aluguel, realizamos a troca do elevador social. Trocamos absolutamente tudo e agora temos um elevador novo, moderno e que não dá nenhum tipo de problema. A cabine é de aço inoxidável com botoeira novinha, tem ventilador, luz de LED, interfone e câmera, que transmite as imagens para nossa portaria. É como se tivéssemos comprado um carro zero”, brinca.

Mas as melhorias não param por aí. Gomes conta que assinou contrato para a substituição do elevador de serviço. “É um trabalho muito minucioso e, por isso, demorado. São estimados cerca de 226 dias para a entrega, e a previsão é que a instalação desse novo elevador aconteça em janeiro de 2019. Fora a instalação, a empresa vem para fazer a manutenção uma vez por mês e, em caso de necessidade, eles enviam uma equipe técnica para realizar o conserto. Os moradores estão muito satisfeitos porque não temos mais problemas com o elevador novo, que, além de mais bonito, é mais seguro, também. Eu como síndico também fico mais tranquilo porque escolhemos uma empresa de renome, que presta um ótimo e rápido atendimento”, diz. Segundo Fernando Peiter, diretor de vendas e marketing da Elevadores Otis para a América Latina, a manutenção de elevadores deve ser realizada mensalmente por uma empresa especializada e credenciada pelos órgãos de fiscalização, com a supervisão de um engenheiro responsável, seguindo um plano de manutenção previamente estruturado. “Na manutenção preventiva, as partes técnicas do elevador normalmente não acessíveis ao usuário (como poço, passadiço, topo de cabina e casa de

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SÍNDICO JOSÉ FERREIRA GOMES: “OS MORADORES ESTÃO MUITO SATISFEITOS PORQUE NÃO TEMOS MAIS PROBLEMAS COM O ELEVADOR NOVO, QUE, ALÉM DE MAIS BONITO, É MAIS SEGURO TAMBÉM”

máquinas) são vistoriadas, limpas e têm seus componentes lubrificados. Além disso, é possível prever a necessidade de substituição de peças que apresentam desgaste, bem como propor atualização tecnológica que melhora a segurança e a performance do equipamento. A qualidade e frequência da manutenção são diretamente proporcionais à performance e ao funcionamento dos elevadores, por isso a manutenção mensal é imprescindível e obrigatória por lei. O elevador é um equipamento seguro, mas é fundamental que os usuários contribuam com uma conduta adequada de utilização para minimizar possíveis danos e garantir o funcionamento contínuo. Quando observado comportamento indevido por parte dos usuários, os síndicos devem sensibilizá-los, alertando-os de que o dano ou a má utilização é perigosa e pode colocar em risco a vida dos usuários”, diz. 10

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Edson Parmejano de Carvalho, engenheiro responsável e sócio-diretor da União Elevadores, explica que, para continuar funcionando perfeitamente e de modo regular, com garantia de segurança dos usuários, os elevadores necessitam dos serviços de manutenção e conservação tão logo sejam instalados. “Esses serviços, que devem ser executados somente por empresas especializadas, possibilitam a identificação e a correção de eventuais problemas, assegurando o desempenho do elevador e contribuindo para o aumento da vida útil do equipamento. Devidamente habilitada e credenciada perante os órgãos oficiais competentes, a União Elevadores oferece a seus clientes os serviços de conservação e manutenção preventiva e corretiva de elevadores residenciais e comerciais. A manutenção preventiva – que abrange o conforto, a segurança e a limpeza do elevador – deve ser feita mensalmente e engloba limpeza, lubrificação, análise de ruídos e da temperatura do equipamento, regulagem etc. No entanto, diariamente, o usuário ‘fiscaliza’ a condição do elevador, quando ouve ou sente algo estranho no equipamento, como calor (por causa de alta temperatura), odores diferentes, ruídos e vibrações. Nesses momentos, o porteiro chefe deverá ser informado e, comprovados tais fatos, o condomínio deverá chamar a empresa de manutenção, que fará um ajuste corretivo, se necessário. A empresa dever ter sempre, 24 horas por dia, uma equipe para atender às solicitações dos clientes e repassá-las aos técnicos”, explica.


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Elevadores inteligentes: de olho na economia Em tempos de crise econômica – e alta inadimplência por parte dos condôminos – qualquer economia é bem-vinda nos condomínios. Para Nascif, da TBRio Elevadores, uma boa medida para a economia de energia com os elevadores é a troca do comando eletromecânico obsoleto por um computadorizado, que pode gerar até 40% de economia no consumo de energia elétrica. “Outras ações são importantes, como chamar apenas um elevador de cada vez; recomendar a utilização de escadas para moradores que querem subir um andar ou dois; desligar um dos elevadores em horário de menor movimento; respeitar o número máximo de passageiros indicado na cabina ou apertar o botão de chamada uma vez. Lembramos que existem elevadores computadorizados no sistema inteligente que atendem de forma prioritária o passageiro mais próximo. Esses equipamentos, anteriormente instalados apenas em prédios comerciais, também estão sendo muito utilizados nos residenciais. Tudo isso é de grande valia, pois, além de reduzir o consumo de energia, evita o desgaste dos equipamentos”, explica. O síndico José Ferreira Gomes também está craque em economia e faz de tudo para gastar o mínimo de energia possível com os elevadores, inclusive segue uma das dicas de Nascif. “Como a substituição do elevador de serviço ainda não começou, continuamos com os dois em atividade e fazemos um esquema simples para economizar. Das 6h às 9h, os dois elevadores funcionam porque é quando

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temos o maior fluxo de entrada e saída de pessoas do condomínio. Das 9h às 17h, apenas um elevador funciona. Das 17h às 22h, quando os condôminos estão voltando para casa, disponibilizamos os dois elevadores novamente. E das 22h às 6h, apenas um fica em serviço. Somente essa mudança já impacta no consumo de energia, positivamente”, explica. Carvalho, da União Elevadores, afirma que a principal dica para a economia de energia é a modernização técnica do elevador. “Especialmente com a utilização de comandos eletrônicos microprocessados em vez de sistemas antigos à base de relés. Com o sistema VVVF (variable voltage, va-

riable frequency), por exemplo, o elevador parte com uma corrente muito menor, o que possibilita uma economia de aproximadamente 40% de consumo de energia elétrica. Importante que a empresa encarregada possua um engenheiro responsável pelo projeto que realize uma vistoria prévia, na qual ele colete dados e analise o fluxo de passageiros e, consequentemente, as reais necessidades do condomínio. Outra dica seria instalar energia fotovoltaica no prédio para alimentar os elevadores, no entanto, essa tecnologia ainda não está solidificada na cultura, porém, com um estudo prévio do engenheiro é possível saber a viabilidade técnica para tal”, diz.


Modernize já! Segundo Peiter, da Otis, com o passar dos anos, muitos elevadores, mesmo que submetidos à manutenção preventiva e corretiva frequente, precisam renovar sua estética e tecnologia. Os elevadores mais antigos estão mais suscetíveis a falhas do que os atuais. “Um quadro de comando de um elevador de 30 anos atrás tinha dezenas de relés, com possibilidade de falhas bem maior do que uma placa eletrônica existente nos elevadores novos, além do consumo de energia maior e mais itens mecânicos do que os de hoje, em que a parte eletrônica é a base do controle. Os ‘sintomas’ mais frequentes do desgaste causado pelo tempo de uso são partidas e paradas bruscas; desnivelamento da cabina com relação ao piso do andar; alto consumo de energia e elevados gastos com manutenção por causa da reposição de peças. Estes são os sinais importantes para pensar numa modernização. De 60% a 70% dos elevadores instalados no Brasil necessitam de alguma

modernização. Esse processo nada mais é do que a atualização tecnológica de seus principais componentes. Ela traz diversos benefícios: mais segurança; melhoria de performance; eliminação de ruídos e vibrações, proporcionando viagens mais confortáveis; economia de energia; redução de custos com manutenção e elevadores mais econômicos. A modernização torna o elevador seguro, eficiente e mais atrativo. Como resultado, o edifício ganha uma imagem mais moderna e valorizada, além da otimização do desempenho e confiabilidade do equipamento”, conclui. Mas é muito importante estar atento na hora de escolher a empresa que vai fazer a modernização ou até mesmo a manutenção dos elevadores de seu condomínio. Confira este checklist para não ter problemas: • verifique se a empresa tem CNPJ e inscrição estadual; • cheque o alvará de funcionamento e sua validade; • exija da empresa o certificado de regularidade perante a Rio Luz (GEM) e o CREA;

• faça uma visita à empresa; conheça o escritório e a oficina, se tem espaço mínimo adequado; • pergunte se a empresa possui equipe de plantão 24 horas; • solicite referências de sua carteira de clientes; • peça cópia da apólice do seguro de responsabilidade civil. Serviço

Elevadores Otis www.otis.com TBRio Elevadores www.tbrioelevadores.com.br União Elevadores www.uniaoelevadores.com.br

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economia por Lia Rangel

Modo economia de energia ligado

Saiba como economizar energia com as bombas hidráulicas Quando se fala em economia de energia nos condomínios é comum pensarmos nas soluções mais simples, como a substituição das lâmpadas comuns pelas lâmpadas de LED, que têm baixo custo de investimento e um retorno em economia razoavelmente rápido. Outra ação esperada é que os síndicos invistam na instalação de sensores de presença nas áreas comuns do condomínio para evitar que a luz fique acesa sem que haja pessoas no ambiente. Outros vilões do consumo de energia, os elevadores também entram em esquema de rodízio para contribuir com a economia de energia elétrica no condomínio, conforme vimos na matéria de capa desta edição. Além dessas ações, já é possível economizar com um dos equipamentos que mais gastam energia elétrica nos condomínios: as bombas hidráulicas. As bombas hidráulicas são constituídas de motor e rotor. O motor é responsável pelo bombeamento e condução da água dos reservatórios para as caixas-d’água superiores, geralmente localizadas no terraço dos prédios, para posterior distribuição entre as unidades. Tanto esforço consome muita energia, e é por isso que as bombas entram na lista de vilões desse consumo, mas a substituição desses motores por

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Holberi Menezes foi quem teve a ideia de realizar a troca das bombas antigas por bombas de alto rendimento em seu condomínio

modelos mais eficientes já é realidade. Segundo Leopoldino Zimmermann, sócio da Orteb, empresa que atende a toda a cidade do Rio de Janeiro e oferece serviços de venda e conserto de bombas, saunas, troca de barriletes e colunas de água, colunas de esgoto, impermeabilização de caixa-d’água e terraço, venda de piscina e produtos para piscina, é possível economizar

até 20% de energia elétrica apenas com a substituição dos motores das bombas de elevação. “É um número surpreendente. Além de economizar energia elétrica, esse motor de alta performance reduz a emissão de CO2 e, assim, contribui para a preservação do meio ambiente. Em geral, esse motor eficiente custa cerca de 20% a mais do que um motor comum novo, então, vale a pena investir em um equipamento que vai gerar economia, com certeza. Dependendo das variáveis de uso de cada condomínio, o motor se paga em dois, três ou quatro anos”, diz. Zimmermann ainda conta que é possível analisar essa economia por meio de relatórios e pela diminuição do valor da conta de luz. “Muitos síndicos querem economizar e não sabem como, por isso, oferecemos o serviço de consultoria, em que realizamos uma avaliação no condomínio com um analisador de energia que marca o consumo minuto a minuto, durante 24 horas. A partir daí, apresentamos o gasto de energia diário e elaboramos soluções, por intermédio de um relatório de melhorias. Muitas vezes, as bombas representam um alto percentual de consumo de energia elétrica, razão pela qual recomendamos sua substituição pelas bombas de alto


rendimento, pois sabemos que a economia será grande. Posteriormente, o síndico pode fazer essa análise de novo para comparar os resultados”, afirma. O engenheiro elétrico Holberi Menezes é morador do Condomínio do Edifício Capemi-Hércules, localizado na zona sul do Rio de Janeiro, desde sua fundação, há 31 anos, e apesar de não ser síndico, sempre foi um colaborador ativo de todas as gestões que passaram pela administração, já que está sempre em busca de soluções que possam contribuir para o bem-estar de sua família e dos demais condôminos. Foi dele a ideia de substituir os motores das bombas hidráulicas do condomínio para garantir maior eficiência e economia. “Nós temos quatro bombas de 20 CV cada uma para atender 272 unidades divididas em dois blocos, um com 16 e outro com 18 andares. As bombas que tínhamos até o momento da substituição eram as mesmas que foram instaladas na fundação do prédio. Elas receberam manutenção preventiva e corretiva, mas, com o passar do tempo e as novas tecnologias, ficaram obsoletas. Em uma assembleia, expliquei que o consumo de energia estava muito alto e que os quadros elétricos também eram antigos, de aproximadamente 17 anos atrás, também feitos por mim, e já não havia mais peças de reposição no mercado. Por tudo isso, sugeri renovar o sistema de abastecimento e substituir os motores antigos pelos de alto rendimento, e a ideia foi abraçada por todos: moradores, conselho fiscal e síndico”, explica. Segundo Zimmermann, o motor vai perdendo a capacidade após constantes falhas. “Cada vez que o motor queima, ele

perde 3% de eficiência. Se pensarmos que isso acontece muitas vezes ao longo de sua vida útil, vamos perceber que não vale a pena apenas consertar, depois de determinado tempo. Às vezes, o motor queima por causa da chave elétrica, pela quantidade exagerada de horas que trabalha, porque está trabalhando fora da faixa, porque o quadro elétrico não é compatível com a bomba, porque a chave elétrica está desregulada ou por variação de energia da Light, mas cerca de 40% dos defeitos nos motores acontecem por má condução da manobra, que é executada por terceiros. Para evitar esses problemas, também recomendamos a automatização dos painéis, por meio do quadro de alternância automática, que dispensa a intervenção de qualquer pessoa e faz a substituição da bomba em uso conforme programação. Menezes conta que a substituição dos motores foi realizada de maneira extremamente rápida. “Antes desse trabalho, já tive experiência com a Orteb, quando trocamos a tubovia, que leva água da entrada do condomínio até as caixas-d’água inferiores, por tubo PPR (polipropileno reforçado) e deu tudo muito certo. O Leopoldino é confiável, sério, técnico e a loja ainda fica bem perto do condomínio, o que é outra vantagem. Dessa vez, em dois ou três dias, a Orteb já havia substituído os motores e instalado o sistema. Foi muito rápido e acredito que, ao longo de um ano, já veremos o retorno desse investimento, que só vai beneficiar o condomínio, tanto em relação à economia que vai proporcionar quanto à tecnologia aplicada. Não teremos preocupação pelos próximos 40 anos, com certeza”, diz.

O Condomínio do Edifício Capemi-Hércules tem quatro bombas de elevação em funcionamento

Manutenção A manutenção das bombas de alto rendimento, segundo Zimmermann, acontece da mesma maneira que das bombas menos modernas. “É muito importante manter o painel elétrico de comando das bombas em bom estado, com os fios bem apertados sempre, pois o quadro costuma esquentar e, se o fio não estiver bem apertado, pode dar mau contato, ocasionando, inclusive, a queima do motor. A Orteb, quando faz a manutenção desses quadros, lança um produto que repele a umidade, pois, em locais muito úmidos ou com muita maresia, esse cuidado a mais é necessário”, finaliza. Serviço

Orteb Tel.: (21) 2543-9000 www.orteb.com.br

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condomínio

Planejar uma obra é fácil Mas e o que dizer de duas, três, quatro ao mesmo tempo?! É preciso cuidar para não desvalorizar. Isso é fato. Quando você vê seu patrimônio se deteriorando e tem consciência de que não precisava ser assim é hora de agir. Não dá para ficar vendo de camarote, digo, da varanda, tudo ir por água abaixo. Foi mais ou menos o que aconteceu com José Carlos Ebert, atual síndico do Condomínio Solar Dona Mariana, zona sul da cidade. O prédio tem 15 andares, 60 apartamentos, sete funcionários, salão de festas, duas piscinas, sauna e um playground enorme. Ebert é engenheiro aposentado e atuou na área de gestão financeira, o que dá certa vantagem para estar à frente da administração de um condomínio. Ele já foi síndico pelo menos três vezes, uma delas em São Paulo, onde morou um período da vida. No prédio atual ele reside há pelo menos 10 anos, e a falta de conservação era evidente ali. Ebert resolveu ser síndico porque percebia que as coisas não estavam indo bem: “Notei que o patrimônio estava perdendo valor e as coisas mínimas não eram feitas. Manutenção básica necessária não era realizada. Por exemplo: o vidro de uma parte do guarda-corpo do play estava quebrado há muito tempo e não era trocado. Isso trazia uma aparência de abandono que não se justifica pelo valor envolvido na questão. Além do risco que oferece, que pode ser até fatal. Não é nem necessário uma assembleia para trocar isso. A conser16

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José Carlos Ebert, síndico do Condomínio Solar Dona Mariana, é incansável. Inconformado de ver seu patrimônio se deteriorando, assumiu a sindicatura e está colocando tudo em ordem

vação é a obrigação mínima exigida de qualquer sindico”, justifica. Segundo ele, a mesma pessoa estava na administração anterior nos últimos 10 anos: “Num primeiro momento, resolvi ser subsíndico para tentar ajudar, mas o terreno não foi fértil, a dinâmica não funcionou. Então resolvi me candidatar, pois não encontrei apoio para fazer as coisas necessárias à coletividade. Amadureci a ideia de me tornar síndico mesmo não sendo minha intenção, mas é difícil ver seu patrimônio se deteriorando e não conseguir fazer nada. O estado de abandono das partes comuns estava gritante”, lembra.


Muitas obras pela frente Na assembleia, Ebert foi eleito, aliás, ninguém queria assumir a situação, e isso foi em março de 2017: “Sabia que tinha muitas obras para fazer. Mas comecei pelo começo. Como domino completamente o programa de planilhas Excel, comecei fazendo um relatório da situação financeira, o que tinha em caixa e o que tinha de passivo e as obras urgentes e necessárias. Elenquei todas e estabeleci prioridades. Entre elas, terminar a obra da piscina, que estava há dois verões sem uma solução. Contratamos uma empresa no ano anterior, mas não deu certo, foi então que acertamos com uma empresa séria, a Primer, e seis meses depois as duas piscinas estavam funcionando perfeitamente”, lembra. Mas as surpresas não paravam de acontecer... Quando o síndico foi tomando conhecimento que o condomínio reunia uma série de pendências e que ele teria apenas um ano (prazo de um mandato) para fazer tudo o que não tinha sido feito em dez anos, ele começou a agir muito rápido: “Reformei toldos e duas fachadas do prédio (frontal e fundos), providenciei o Projeto de Combate a Incêndio e Pânico (não havia) e fiz vários reparos que não são vistos pelos condôminos”, explica. Ele trocou canos, tubulação, válvulas.... “Já troquei seis válvulas de redução de pressão, fiz limpeza de caixa de gordura (absurdo do jeito que estava!), troquei tubulação de ferro por PVC, realizei desentupimento de canos, limpeza das caixas de águas pluviais, troquei tampas de caixas de água que estavam em situação precária (é a saúde das pessoas!)”, relaciona ele, que não esconde a indignação com a situação das coisas que encontrou. Como ele mesmo diz, muitas melhorias os moradores nem veem, mas ele faz questão de mostrar: “Fotografei tudo do modo que encontrei e mostro nas assembleias como era e como está ficando. Mostro a evolução, por meio de fotos e relatórios, os serviços realizados. Como as assembleias são tradicionalmente pouco visitadas, coloco também nos elevadores”, explica ele, que já fixou 42 circulares nos elevadores desde seu primeiro mandato, até porque foi reeleito este ano.

O detalhe mais interessante é que, até agora, tudo foi feito sem nenhuma cota extra, nem mesmo para o 13º, que sempre vinha discriminado e separado da cota. “Gestão financeira e renegociação de contrato com fornecedores me permitiram fazer as obras sem onerar ninguém. Evito até a inadimplência assim. Ela estava relativamente alta, cerca de R$ 38 mil, e hoje é de R$ 12 mil. Negociei com os devedores, fiz um acompanhamento mais rigoroso dos débitos e enviei notificações de advertência para evitar que atrasos fiquem mais expressivos”, explica. Outra ação do síndico para minimizar os gastos foi cadastrar o condomínio em diversos fornecedores para a compra de material elétrico, hidráulico etc. “Posso comprar pela internet ou na loja. Só eu posso fazer as compras em nome do condomínio e já comprei material até em são Paulo, pois ficava mais barato mesmo com frete. Alguns exemplos são a bomba para a piscina e alguns filtros de bomba e material hidráulico”, explica. A reforma das fachadas frontal e dos fundos foi feita pela Ferrari Leite, empresa competente e que facilitou o pagamento, favorecendo que a obra não demandasse cotas extras. Um dos próximos passos agora é levar à assembleia geral extraordinária (AGE) a necessidade de reformar as fachadas laterais: “No fim de 2017, o faxineiro estava varrendo o play e um pedaço grande de reboco caiu perto dele. Interditei o play por não ter certeza de qual era a real situação dessa fachada. Na assembleia, discutiremos se manteremos a interdição ou se partimos para a reforma. Tudo que faço ouço o subsíndico e o conselho. Sei meu limite, o que posso ou não fazer. Obedeço às normas da convenção e do regulamento interno. Questões mais polêmicas são sempre discutidas em assembleia, são sempre decisões colegiadas”, ressalta. Ebert, mesmo estando aposentado, trabalha em home office, portanto, acompanha o dia a dia do condomínio bem de perto: “Uso o WhatsApp para falar com conselheiros e e-mail com a administradora. Mantenho contato direto com o porteiro por meio de

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Estabelecer prioridades quando se tem mais de uma obra emergencial para fazer pode parecer complicado, mas com uma assessoria especializada tudo se resolve

walkie-talkie, ele está o tempo todo conectado comigo. Uso todos os recursos eletrônicos possíveis! Acompanho a situação financeira do condomínio pelo site da administradora e tenho tudo sempre documentado. Nós temos pendências para todos os lados, mas estamos tentando colocar tudo em ordem da melhor forma”, conclui.

Palavra do especialista Wesley Vieira, diretor comercial da Planet Engenharia, empresa com 10 anos de mercado e especializada em obras de fachada, garagem, telhado, paisagismo, projetos de arquitetura e realização de autovistoria, diz que estabelecer prioridades de obra é uma questão que deve ser vista pelo especialista: “Nem sempre o que o condomínio quer naquele momento é realmente o necessário. Muitas vezes, obras urgentes são negligenciadas, e isso pode colocar as pessoas em risco”, ressalta. Para evitar que seus clientes passem por situações desagradáveis, a Planet Engenharia costuma facilitar bastante o pagamento. Segundo Vieira, dependendo do serviço, a empresa não cobra nem entrada, nem sinal e a primeira parcela só depois de 60 dias. “Se for uma dinâmica maior, pedimos um sinal ou a primeira parcela, mas só depois de 60 dias que é cobrado o segundo pagamento. De obras menores não cobro nem sinal”, ressalta. Voltando à questão das prioridades, Vieira diz que o laudo feito pela empresa contratada pelo condomínio deve apontar a urgência das obras necessárias. “Nós seguimos essas orientações, mas sempre achamos outras

coisas, pois nem sempre a autovistoria exigida pela lei é bem-feita. Certa vez, num condomínio, mostrei ao síndico que a jardineira de uma varanda estava comprometida por infiltração, mas o laudo não apontava isso. Fizemos o reparo e o teste de percussão em todas as outras. Se isso aumentasse, acabaria afetando as outras unidades e o prejuízo poderia ser muito maior”, detalha. Quando a Planet Engenharia faz a autovistoria nenhum detalhe passa despercebido, mas, muitas vezes, a empresa de Vieira é chamada para realizar as obras identificadas por outros profissionais, por isso ele não facilita: observa tudo, mesmo que não esteja no laudo. “Na hora de escolher uma prestadora de serviços, o síndico deve verificar se ela tem CREA e procurar referências com outros condomínios que já fizeram obras com ela”, recomenda. As obras da Planet Engenharia têm alguns diferenciais: “Além de eu visitá-las duas vezes por semana, mantenho um técnico de segurança do trabalho em todas as obras para garantir o uso do equipamento de proteção individual (EPIs), para isolar as áreas que estão sendo trabalhadas... Isso garante segurança para todos e tranquilidade para o síndico”, finaliza.

Serviço

Planet Engenharia Tels.: (21) 2264-3144 e 97162-8903 www.planetconstrucoes.com.br Primer Engenharia Tel.: (21) 2266-3325 Ferrari Leite Tel.: (21) 2261-1050 e 2589-4166

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NOTAS

Estudo aponta alta nas vendas de imóveis no país As vendas e os lançamentos de imóveis cresceram em abril no país. O aumento abrange especialmente aqueles projetos dentro do setor de médio e alto padrão, que vinham mostrando uma recuperação vagarosa, de acordo com estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), feito em parceria com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). As vendas líquidas (já descontados os distratos) de imóveis novos no mês de abril totalizaram 6.345 unidades, uma alta de 41,4% em relação ao ano passado. Nos primeiros quatro meses do ano, as vendas líquidas foram de 25.514 unidades, expansão de 37,1%. O crescimento no mês foi puxado tanto pelo segmento de imóveis de médio e alto padrão (avanço de 43,7% para 1.902 unidades) quanto pelo segmento popular, enquadrado no Minha Casa Minha Vida (alta de 31,2% para 4.526 unidades). Em relação aos lançamentos, foram totalizadas 3.814 novas unidades, uma alta de 22,8% na comparação anual. Nos primeiros quatro meses do ano, foram lançados 18.493 imóveis, um aumento de 19,4%. O crescimento de abril foi puxado pela recuperação dos projetos de médio e alto padrão (alta de 140% para 1.896 unidades). Os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida tiveram encolhimento (queda de 17,2% para 1.918 unidades). A pesquisa mostrou também que os distratos em abril tiveram queda de 13,8% na comparação anual. No primeiro quadrimestre, a baixa foi de 17,5%. No fim de abril, o mercado imobiliário contava com 104.587 unidades novas disponíveis para venda, montante 11,9% menor do que o registrado um ano antes. No ritmo atual de vendas, seriam necessários 14,2 meses para liquidar esse estoque. Os dados da pesquisa abrangem imóveis novos (na planta, em obras e recém-construídos) dos segmentos residencial, comercial e loteamentos desenvolvidos pelas 20 empresas associadas à Abrainc. Fonte: O Estado de S. Paulo.

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Biblioteca Nacional novinha em folha Após cinco anos escondido por tapumes, o prédio da Biblioteca Nacional, no Centro do Rio, já pode ser apreciado pelos cariocas. A restauração da fachada, que custou R$ 1,7 milhão, chegou ao fim em junho, tornando-se a reforma mais profunda nos 110 anos da instituição. Todas as 285 janelas foram restauradas, e um estudo cromático revelou a cor original do edifício histórico. Nesse tempo de obra, que, em alguns períodos, se arrastou, 120 funcionários trabalharam no local e, apesar disso, a biblioteca seguiu funcionando.

Como comprar seu imóvel sem gastar muito Com taxas menores e mais condições de crédito, o brasileiro ainda se preocupa com a compra da casa própria, pois o que os especialistas aconselham é que se façam somente parcelas que não fujam do orçamento. Por isso, muitas pessoas estão se planejando antes de dar início a seus projetos, fazendo orçamentos e pesquisando, pois existem bons preços e promoções, dessa forma, é possível realizar o sonho da tão esperada casa própria ou daquela reforma necessária ou até mesmo da construção de uma casa do zero.


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Atualidade

Tô descendo! Ter um bar/restaurante na área comum do condomínio é uma excelente opção não só de lazer, mas de tranquilidade

Elizabeth considera que o restaurante/bar no condomínio agrega as pessoas: “Podemos nos reunir em segurança, as crianças brincam enquanto os pais comem, novas amizades surgem, networking são criados... Temos lazer, boa comida e preços justos. Praticamente um bistrô dentro do condomínio”

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Estar entre amigos é sempre bom, almoçar juntos, petiscar, tomar uns drinques... Mas tudo isso é ainda melhor se não tivermos que sair de casa. Pelo menos não muito. Que tal descer até o play e desfrutar de um encontro revigorante desses e, porque não, num restaurante qualificado e com preços acessíveis? Muitos condomínios já perceberam que ter um serviço de bar despreparado, que serve o básico do básico e que oferece atendimento nem sempre tão receptivo já não serve mais. O único benefício seria o preço muito barato. Mas vamos combinar que todo mundo gosta de qualidade, não é mesmo? Então, se é possível ter algo

bom por preço justo, por que não optar por isso? Já tem gente indo nesse caminho: Elizabeth Teixeira, síndica do Condomínio Golden Garden, zona sul da cidade, mora ali há 15 anos e assumiu a sindicatura em março deste ano. O condomínio tem dois blocos, 88 unidades e cerca de 18 anos de vida. Após o condomínio atingir a maioridade, a síndica também amadureceu a ideia de colocar no prédio um serviço de restaurante com qualidade superior, mas que atendesse às demandas básicas dos moradores – que servisse opções a que eles já estivessem acostumados, mas também outras coisas mais elaboradas.


Dando a partida Elizabeth conta que o serviço de bar existe ali há tempos, foi inaugurado uns três anos após a instalação do condomínio, ou seja, os moradores estão mais do que acostumados a ter esse conforto. Segundo ela, há uns três ou quatro anos aproximadamente, o ex-síndico fez uma super-reforma nas instações do bar ou cantina, como alguns chamam, e aumentou a infraestrutura: colocou mais pias (de mármore) e mais equipamentos, como geladeira, fogão industrial, três freezers, crepeira, fritadeira, forno elétrico, iluminação reforçada específica para o bar, coifa, detector de fumaça, remanejamento de sprinklers, extintores e até um relógio de gás exclusivo. “Com uma cozinha maior, com mais infraestrutura, com mais segurança, podíamos aumentar a quantidade e a qualidade dos itens oferecidos. Poderíamos planejar refeições mais elaboradas também”, ressalta ela, que valoriza uma boa cozinha. Como a empresa que atuava ali estava saindo do condomínio, Elizabeth logo colocou a mão na massa e fez uma licitação com cinco empresas. “Em regime de comodato, que é o que deve ser feito, porque é a única forma de cobrir todos os riscos, já que protege o síndico e dá autonomia limitada à empresa para atuar dentro das regras do condomínio, sem que o condomínio seja responsabilizado em momento algum por questões trabalhistas. E o condomínio não pode ter lucro”, ressalta ela. A síndica esclarece que o restaurante contratado em regime de comodato

deve mostrar ao síndico comprovantes de pagamento de INSS, salário, FGTS etc. “O condomínio tem que saber que os funcionários ali estão tendo seus direitos respeitados”, considera. Todas as cinco empresas apresentaram suas propostas, menus, referências e preços. “Verifiquei todas e escolhi a que tinha mais a ver com o perfil de nosso condomínio. Em uma reunião aparamos algumas coisas no cardápio para agradar aos moradores”, explica. Elizabeth também acredita que deve dar certa autonomia ao empresário para que ele possa criar eventos, pratos, admitir e demitir pessoal, por exemplo. Os funcionários do restaurante no Golden Garden usam o uniforme deles, que obedece às conformidades da Anvisa, e isso tudo junto traz conforto para o condomínio receber os serviços da forma que foram acordados. Essa síndica é uma pessoa cuidadosa e exigente, por isso faz questão de obedecer a todas as normas utilizadas em restaurantes; não que seja obrigatório por lei, mas ela as utiliza no dia a dia: “Dedetizo e desratizo de 15 em 15 dias não só o restaurante, mas lixeiras, garagens e áreas comuns, por exemplo”, diz. Até o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é feito. “Mesmo que eu não tenha funcionários do condomínio ali eu faço, pois acredito que somos corresponsáveis por riscos que, porventura, possam ser oferecidos às pessoas que trabalham no bar. O referido programa detecta problemas e nos ajuda a manter o local seguro. Zelo pelo bem-estar de todos, inclusive dos terceirizados”, ressalta.

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Acertando as contas

O outro lado da moeda

O velho sistema de assinar nota ainda está valendo. Não que o morador ou seus convidados não possam pagar na hora, em dinheiro ou débito, mas o sistema de pagar no fim de cada semana ainda é o mais utilizado. “Aqui o morador deve autorizar, ao restaurante, quem pode assinar notas em nome de seu apartamento; bebidas alcóolicas só para maiores de 18 anos também. O bar funciona de quinta a domingo (e feriados), e no domingo o morador deve acertar o pagamento direto no restaurante. O condomínio não se responsabiliza por débito de nenhum morador. O comodatário e seus clientes têm sua relação própria, tudo consta do contrato”, explica Elizabeth. A síndica está satisfeita com a opção feita e, além de tudo, considera que o restaurante/bar no condomínio agrega as pessoas: “Podemos nos reunir em segurança, as crianças brincam enquanto os pais comem, novas amizades surgem, networking são criados... Temos lazer, boa comida e preços justos. Praticamente um bistrô dentro do condomínio”, comemora Elizabeth, que está pós-graduada no assunto.

O empresário que ganhou a licitação, Mozart Queiroz, atua no ramo de alimentação desde 1995. Especializado em cantinas e refeitórios escolares, ele está acostumado a lidar com famílias: “Numa escola lidamos com crianças, pais, administração... Todos são envolvidos. Num condomínio não é muito diferente, é apenas uma variação. Tenho os mesmos clientes. Ter intimidade com o universo de uma família é muito interessante”, avalia. Mozart tem uma visão peculiar de seu negócio: “Como estou dentro do condomínio (ou da escola), não tenho que buscar novos clientes. Tenho que os atrair e cativá-los. Preciso conhecê-los, saber seus gostos, para oferecer o que eles desejam. E, com o tempo, nossos atendentes já não precisam perguntar como o adolescente gosta de seu sanduíche, como o adulto gosta de sua caipirinha... Com seus gostos reconhecidos, o cliente se sente valorizado”, ressalta ele, que acredita que sua forma de atendimento às famílias cria laços importantes: “Isso leva um tempinho, mas

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os laços são feitos e isso é muito valorizado. Meus funcionários são orientados a cativar os clientes da melhor forma, a estabelecer uma boa relação”, explica. Para não encarecer os custos, a mesma pessoa que atende no bar serve às mesas. “Os preços e serviços praticados foram ajustados a quatro mãos mesmo. Além disso, eu já pratico um preço justo, compatível com a oferta de um condomínio”, explica Mozart. O sistema de pagamento desse empresário é eletrônico: “Forneço um cartão para cada apartamento. Basta que o usuário o aproxime da leitora para registrar a compra, que é impressa para que o morador pague sua despesa em débito ou dinheiro, na hora ou no fim de cada domingo”, diz. A estrutura do condomínio é fundamental para um serviço ser oferecido da melhor forma, e no Golden Garden a equipe do bar é formada por três pessoas: “Um cozinheiro, um ajudante de bar/atendente e um ajudante extra. Na primeira semana uma nutricionista esteve presente para ajustar as porções e o serviço de forma geral”, finaliza.


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jurisprudências

Des(a). Ferdinaldo do Nascimento – julgamento: 20/2/2018 – Décima Nona Câmara Cível. Apelação cível. Ação de conhecimento. Rito ordinário. Empreendimento imobiliário. Edificações com supostos defeitos e vícios construtivos. Sentença a quo que julgou procedente o pleito autoral em mínima parte, especialmente quanto aos pedidos formulados nos itens “c” e “d” da inicial, para fins de realização de reforço nos pilares e correção do piso da garagem dos blocos A e B em razão do afundamento por carga decorrente do trânsito de veículos. Apelo do autor pugnando pelo acolhimento de todos os pedidos, com a condenação do réu ao ônus sucumbencial. Recurso adesivo do réu pela improcedência total do pedido e majoração dos honorários. Manutenção do decisum. Grande transcurso de tempo e conservação inadequada das áreas comuns do condomínio autor. Demanda ajuizada em 2010, 10 anos após a concessão do habite-se do primeiro bloco. Laudo pericial atestando apenas pequenas falhas nos pilares e necessidade de correção do piso da garagem, ante as deformações encontradas. Falta de prova quanto aos alegados “defeitos graves”, “sérios vícios construtivos”, “má execução do projeto” e “má qualidade dos materiais empregados”. Sentença bem lançada. Apelos conhecidos e desprovidos. Des(a). Plínio Pinto Coelho Filho – julgamento: 9/5/2018 – Décima Quarta Câmara Cível. Apelação cível. Ação de indenização por danos materiais e morais cumulada com obrigação de fazer. Infiltrações. Danos ao imóvel. Prova pericial conclusiva no sentido da atribuição de culpa ao réu. Omissão na conservação de áreas comuns. Responsabilidade do condomínio pelos prejuízos de ordem material e moral experimentados pelo autor, a justificar a reparação pleiteada. Danos morais configurados. Recurso parcialmente provido. 0021443-28.2014.8.19.0061 – Apelação Des(a). Luciano Saboia Rinaldi de Carvalho – julgamento: 2/5/2018 – Sétima Câmara Cível. Apelação cível. Ação demolitória. Condomínio residencial. Construção em área comum. Ausência de autorização 26

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dos demais condôminos para a realização da obra. Aplicação do art. 1.342 do Código Civil, que condiciona a realização de obras, em partes comuns, à aprovação de dois terços dos votos dos condôminos. Desprovimento do recurso. 0056804-66.2013.8.19.0021 – Apelação 1ª Ementa, Des(a). Luiz Henrique Oliveira Marques – julgamento: 27/1/2016 – Décima Primeira Câmara Cível. Ação de cobrança pelo procedimento sumário. Locação. Devolução do imóvel. Desocupação. Reparação de danos materiais. Parte autora que não comprovou os fatos constitutivos de seu direito nos moldes do art. 333, I, do CPC. Cláusula contratual – XX – que prevê a obrigação do locatário a proceder aos reparos pelos danos que forem constados pelo locador quando da vistoria realizada no momento da devolução do imóvel, em consonância com o art. 23, III, da Lei nº 8.245/91. Pelas regras do contrato, não cabe ao locador a realização dos reparos, mas, sim, ao locatário, somente sendo facultado àquele a realização dos reparos no caso de não comparecimento do locatário no prazo fixado. A parte autora não trouxe aos autos prova robusta de que a locatária deixou de comparecer, no prazo fixado, para que pudesse tomar conhecimento dos reparos a serem realizados quando da realização da vistoria, bem como oportunizá-la a proceder aos reparos porventura existentes. Falta de amparo legal e contratual à locadora para indicar o material e o profissional específico à realização da obra (pintura). Nega-se seguimento ao recurso, mantendo-se a sentença na forma em que se encontra lançada. 0194911-14.2017.8.19.0001 – Apelação Des(a). Peterson Barroso Simão – julgamento: 6/6/2018 – Terceira Câmara Cível. Apelação cível. Ação declaratória c/c indenizatória. A autora ajuizou demanda em face do condomínio em que reside, sob a alegação de que lhe foi aplicada multa por conduta antissocial de seu neto, sem que fosse oportunizada defesa prévia. Em pedido contraposto, o condomínio requer que a autora arque com os honorários contratuais do advogado do condomínio. No caso de Continua na p. 29


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jurisprudências

descumprimento de dever social perante o condomínio (art. 1.336, IV, Código Civil), é possível a aplicação de multa ao condômino (art.1.336, §2º, Código Civil). Independentemente de previsão na regulamentação interna do condomínio, a aplicação de multa por conduta antissocial pressupõe notificação prévia do condômino para exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. A medida se impõe por ordem da Carta Constitucional (art. 5º, inciso LV), havendo, nesse caso, eficácia horizontal dos direitos fundamentais nas relações privadas. Correta a sentença ao declarar cancelada a multa aplicada e ao condenar o condomínio a restituir, na forma simples, o valor desembolsado pela autora. Dano moral não configurado. Não há como acolher o pedido contraposto, pois não houve abuso do direito de litigar pela autora, tanto que sua principal pretensão, que é o cancelamento da multa, foi acolhida. Sentença mantida. Desprovimento dos recursos. 17003-96.2015.8.19.0208 – Apelação Des(a). Sandra Santarém Cardinali – julgamento: 3/5/2018 – Vigésima Sexta Câmara Cível. Apelação cível. Direito civil. Condomínio. Ação proposta pelo condomínio e pelo síndico. Uso exclusivo por condômino de vaga de garagem de uso comum do condomínio. Tolerância pelo condomínio do uso indevido. Ausência de comprovação das alegações acerca de solicitações anteriores à notificação extrajudicial para desocupação da vaga de garagem. Descabimento de incidência de multa. Parte autora que possui o ônus de comprovar a existência dos fatos constitutivos de seu direito. Inteligência do artigo 373, I, do CPC. Aluguel devido após a não observância dos termos da notificação até o ajuizamento da demanda. Danos morais pleiteados pelo síndico à época do ajuizamento. Improcedência. Ausência de imputação ao réu de fato concreto dirigido contra o segundo autor, com delimitação espaço-temporal. Imputações genéricas de conduta antissocial que impossibilitam ao réu o exercício da ampla defesa e do contraditório. Ônus sucumbencial corretamente distri-

buído. Sentença que se mantém. Recurso a que se nega provimento. 181973-89.2014.8.19.0001 – Apelação Des(a). Helda Lima Meireles – julgamento: 16/3/2016 – Terceira Câmara Cível. Apelações cíveis. Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização. Parte autora que sustenta ter sido obrigada a rescindir contrato de locação de seu inquilino por atitudes antissociais praticadas pelo primeiro réu. Alegação de ausência, por parte do condomínio réu, de adoção de medidas inibitórias às várias transgressões praticadas pelo condômino do apto. 304 ora demandado. Sentença de parcial procedência, com a condenação, tão somente, do primeiro réu, no sentido de cessar suas condutas abusivas, sob pena de multa a ser aplicada em caso de descumprimento do julgado, além do pagamento de dano moral no valor de R$ 7 mil (sete mil reais). Improcedência do pedido em relação ao condomínio apelado. Recursos do autor e do primeiro réu. Responsabilidade subjetiva, restando imprescindível a comprovação da existência do dano, do nexo de causalidade e conduta culposa dos réus para impor o dever de indenizar. Art. 927 do Código Civil. Prova oral composta de três testemunhas que não presenciaram ou não confirmaram os fatos narrados na inicial, à exceção do próprio inquilino da autora, que afirma ter se mudado diante da suspeita, eis que litiga com o primeiro réu em outra ação. Documentos trazidos pela parte autora que comprovam diversas situações de conflito no condomínio envolvendo diversos condôminos, algumas bem anteriores aos fatos narrados na inicial. Cumulação de situações tensas ao longo do tempo que impedem, com os singelos testemunhos apresentados, que se saiba quem deu início ao desentendimento. Prova carreada aos autos que se mostra frágil a ensejar um decreto condenatório. Negado provimento ao recurso autoral e dado provimento ao recurso do primeiro réu, reformando-se a sentença e julgando improcedente o pedido inicial. Condenação da parte autora em custas e honorários advocatícios, estes ora fixados em 10% sobre o valor atribuído à causa.

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maNUTENção

Transparência é tudo

A importância da limpeza dos reservatórios de água Os síndicos não podem negligenciar a limpeza dos reservatórios de água do condomínio. Não só porque desejam ofertar água limpa para os moradores, mas, sim, porque a lei exige. Oferecer água de boa qualidade ao condomínio é obrigação do síndico, e dessa forma deve ser encarada a tarefa. Quem nos dá os detalhes é Marcus Pires, diretor da Imuni Service, empresa com mais de 50 anos de vida que tem a certificação de qualidade ISO 9001 e é especializada em limpeza de reservatórios de água e na prevenção e no combate a pragas e vetores. “No estado do Rio de Janeiro existe uma lei que estabelece a obrigatoriedade da limpeza e higienização dos reservatórios de água para fins de manutenção dos padrões de potabilidade. É a Lei nº 1.893, de 20/11/1991”, explica. Segundo o especialista, além da limpeza de caixa-d’água, devem ser realizadas também a desinfecção e a coleta de amostras para confirmação da potabilidade da água: “Segundo a lei, todos os estabelecimentos que possuem reservatórios com água designada ao consumo huma-

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Sem noção

no podem ser inspecionados por fiscais dos órgãos responsáveis, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A limpeza de caixa-d´água é um procedimento de higienização que deve ser realizado de seis em seis meses, no mínimo, para total segurança. Outra regulamentação é da Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade”, explica.

Com tantos anos no mercado, Marcus Pires já viu de tudo, mas nada se compara a reservatórios destampados. “A falta de cuidado de alguns síndicos pode colocar em risco a saúde de quem bebe daquela água. Já tiramos insetos, cadáveres de pombos, ratos e até mesmo o esqueleto de um gato de uma caixa-d’água. Esse último foi numa empresa, uma funcionária quando soube quase desmaiou. Isso explicava por que muitos ali passavam mal”, lembra ele, dizendo que a entrada de insetos e animais é algo comum se as caixas-d’água não estiverem bem fechadas. “Geralmente elas ficam no topo das edificações, local de difícil acesso e controle. Com isso, a água pode ficar contaminada por micro-organismos que transmitem uma série de doenças que atacam o sistema gastrointestinal. A limpeza da caixa-d’água é também uma forma de inspecionar essa invasão indevida.” Mesmo com a tampa bem vedada o condomínio não fica livre de fazer a limpeza semestralmente. Como diz Pires, por mais que a Cedae diga que a água é lim-


pa, a estrutura da cidade é muito antiga: “A água vem fluoretada, mas também pode vir contaminada, com sujeira. No estado do Rio de Janeiro usa-se muito cloro, portanto, seria difícil a água vir com bactéria, mas pode acontecer até mesmo por conta do nível de interferência que que se dá até a água chegar ao prédio. Rompimentos na canalização e rachaduras certamente vão contaminar a água”, avisa. Outro detalhe importante é quando falta água: “A sujeira que vem na água também pode se acumular nos reservatórios. Todo cuidado é importante quando há interrupção na rede de abastecimento, pois o fluxo desse recurso natural pode voltar com detritos como areia e terra, por exemplo, que estavam aglomerados nas tubulações”, explica. O especialista ainda avisa que, mesmo o reservatório estando fechado, os minerais da água podem descer e formar lodo se ela ficar parada por muito tempo. Ou seja: a limpeza semestral não deve ser esquecida em nenhuma situação.

A síndica Elisabeth de Santiago, do Condomínio da Prainha, não descuida da limpeza de seus reservatórios. São cinco caixas-d’água e cinco cisternas. É muita responsabilidade

Questão de responsabilidade A síndica Elisabeth de Santiago, do Condomínio da Prainha, Região dos Lagos, não descuida da limpeza de seus reservatórios. O condomínio foi inaugurado em 1982, tem cinco blocos, três andares, cada qual com 60 unidades. São cinco caixas-d’água e cinco cisternas. É muita responsabilidade. O condomínio conta com a ajuda da CIPA desde sua fundação, e a síndica conta com a ajuda da revista Condomínio etc. para contratar fornecedores e se inteirar dos mais diversos assuntos relativos à vida

condominial: “A revista é um excelente instrumento para o síndico. Todas as empresas que contratei por meio dela me satisfizeram muito!”, diz. Na hora de fazer a limpeza dos reservatórios, a síndica contrata a mesma empresa de sempre: “Eu confio no trabalho deles. São muito criteriosos, fazem o teste de potabilidade após a limpeza; eu diria que não é um serviço barato, é significativo, mas muito bem-feito”, elogia. Elizabeth atribui à represa de Juturnaíba a excelente qualidade da água que o condomínio recebe, mas sabe que, mesmo assim, a limpeza dos reservatórios é indispensável: “Em todos os exames nunca tive-

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mos problemas de contaminação da água”, ressalta ela, que também não abre mão da limpeza das caixas de gordura e das fossas. Um fator que, por vezes, atrapalha o cronograma das ações de manutenção do condomínio é a inadimplência. “Estamos com mais de 10 pessoas em débito”, lamenta. Quando a limpeza está para acontecer, o porteiro avisa aos condôminos pelo menos uns três dias antes: “Como é um condomíno de veraneio, faço a limpeza sempre em baixa temporada, pois, nesse período, não há quase ninguém no condomínio. Nunca tenho problema com isso”, ressalta. Falando em veraneio, na alta temporada, a conta de água sobe mais de 50% no Condomínio da Prainha: “Procuro dar dicas de como economizar. Entre elas: banho de cinco minutos, no máximo, lavar a louça com a torneira fechada (só ligar para enxaguar) e tirar o excesso de sujeira da louça com papel para não entupir o ralo”, exemplifica Elizabeth. No térreo, a síndica mantém um lava-pés e um chuveiro com tempo controlado de água, o que, além de economizar, ajuda a manter as áreas comuns limpas, sem areia da praia.

Limpeza da caixa-d’água previne criadouros de dengue Um dos insetos que mais se beneficiam com a manutenção precária da caixa-d’água é o mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Isso porque eles escolhem locais com água parada e limpa para depositar seus ovos. Depois da eclosão, surgem as lar-

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A síndica Elizabeth procura dar dicas de como economizar água também: “Banho de cinco minutos, no máximo, lavar a louça com a torneira fechada (só ligar para enxaguar) e tirar o excesso de sujeira da louça com papel para não entupir o ralo”

vas, que ficam nadando na água da caixa-d’água até o mosquito se tornar adulto. A limpeza da caixa-d’água também é uma forma de evitar a proliferação do mosquito.

Impermeabilização também previne contaminações Pires fala sobre um detalhe importante: em prédios mais antigos, há a proximidade das cisternas, das caixas de gordura e das fossas assépticas: “Como a tubulação é muito antiga, ela pode se romper e conta-

minar as cisternas. Por isso, elas devem estar muito bem impermeabilizadas. Quando vamos fazer uma limpeza de cisterna e observo pontos críticos, informo ao síndico, que deve fazer a impermeabilização. Se estiver muito comprometido, o prejuízo vai ser maior ainda”, avisa.

Serviço Imuni Service Tel.: (21) 2502-5252


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ATUALIDADE

Prefeitura renegocia dívidas de IPTU e ISS A Prefeitura do Rio reabriu, em junho, o programa Concilia Rio, que possibilita aos contribuintes renegociarem dívidas de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre Serviços (ISS), entre outros tributos, com descontos nos juros. Pela primeira vez, também permite que empresas em processo de recuperação judicial ou que tiveram falência decretada – cujos créditos são considerados de difícil recuperação – fechem acordos com o município. No caso dos contribuintes tradicionais (excluídas as empresas em dificuldades), são oferecidos descontos sobre os juros, que poderão chegar a 80% do total (para pagamento à vista). Em caso de parcelamento, os juros poderão ser reduzidos em 50% (quitação em 24 vezes) e em 30% (pagamento entre 15 e 48 parcelas). A expectativa é arrecadar R$ 300 milhões. O programa integra uma série de iniciativas do município para tentar aumentar a arrecadação e superar as dificuldades de caixa. O próprio Concilia Rio é um exemplo: o programa já havia sido implantado em 2017. Além disso, outras medidas foram adotadas, como a revisão das regras de cobrança do IPTU – o que levou alguns contribuintes cariocas a arcarem com aumentos de até 70% no valor cobrado este ano – e a elevação da alíquota do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de 2% para 3%.

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O prefeito Marcelo Crivella ainda tenta aprovar na Câmara de Vereadores outros dois projetos. Um deles introduz um desconto de 11% sobre os vencimentos de servidores inativos e pensionistas que ganham acima do teto do INSS (R$ 5.645,80) e o outro volta a permitir a legalização de “puxadinhos” mediante o pagamento de uma taxa de regularização, mecanismo conhecido como mais-valia, inclusive no caso de prédios ainda em construção.

Cerca de 90 dias para adesão Inicialmente, o Concilia Rio vai durar 90 dias. Em paralelo à tentativa de negociar o recebimento dessas dívidas, a Prefeitura do Rio está advertindo os contribuintes em atraso que pretende notificar os órgãos de proteção ao crédito sobre a existência dos débitos. A medida está começando pelos imóveis mais novos, porque não há dúvidas sobre os reais proprietários. “A maior parte dos inadimplentes é dona de imóveis na Barra da Tijuca, no Recreio dos Bandeirantes e em Jacarepaguá. Já enviamos cerca de 300 mil cartas a contribuintes

inadimplentes, convidando-os a participar da renegociação”, disse o procurador-geral do Município, Antônio Carlos de Sá. Ao aderir ao programa, o contribuinte evita a inclusão do débito na Dívida Ativa, com cobrança por meio de protesto.

Lei também garante descontos Além do Concilia Rio, a Lei 6.365/2018 concede descontos no pagamento dos débitos de ISS, IPTU e Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo (TCL) de empresas em falência, recuperação judicial ou risco de insolvência. Os descontos alcançam também os débitos já inscritos na Dívida Ativa e podem ser aplicados sobre o total consolidado, as atualizações monetárias, os acréscimos moratórios e as multas. Os percentuais de abatimento variam de 30% a 100%. O contribuinte deve fazer um requerimento e comprovar a situação da empresa. Aquelas que estão em falência têm redução de 50% na dívida consolidada e remissão total das multas, no caso de quitação total. Para devedores em recuperação judicial, o desconto é de 50% no débito pago à vista. Há também abatimento de 30%, com pagamento em até 84 vezes. Para empresas com risco de insolvência, há reduções de 80% (à vista); 50% (em até 12 vezes) e 30% (em até 84 parcelas). Fonte: Jornal Extra.


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MERCADO

Feira do Síndico e Congresso do Síndico

A CIPA esteve presente na Feira do Síndico, que aconteceu no shopping Vogue Square, na Barra da Tijuca, entre os dias 14 e 16 de junho. Os síndicos do Rio tiveram a oportunidade de conferir novidades no setor de gestão e produtos para condomínios, ocasião em que mais de 60 expositores mostraram inovações, muitas delas com influência direta na redução de gastos de prédios.

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Paralelamente à feira ocorreu também o Congresso de Síndicos, que teve apoio da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi). Várias palestras foram ministradas por especialistas do mercado imobiliário, e segurança e economia foram alguns dos temas mais abordados. Entre os palestrantes convidados estavam o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Fernandez Nunes;

o chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa; e o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Luís Cláudio Laviano. Comportamento, uso ilícito de drogas e relacionamento interpessoal também foram assuntos de palestras, e quem as ministrou foi o psiquiatra Jorge Jaber. Aspectos Jurídicos e Administrativos de um Condomínio foi o tema do diretor jurídico da Abadi, Marcelo Borges da Silva.


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paisagismo

As flores de plástico não morrem... Optar por plantas artificiais é uma boa ideia, mas não dispensa manutenção periódica

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para manter a qualidade do projeto entregue.”. São inúmeras as opções disponíveis: árvores diversas, arranjos em vasos, jardins de inverno, jardins verticais... Para saber exatamente o que o cliente quer, a empresa visita o condomínio, ouve os anseios do cliente, mostra imagens de alguns projetos já realizados, oferece opções, enfim, faz um pré-projeto sem custo algum. “O síndico pode fazer alterações, adaptar... Cada projeto é único, exclusivo”, arremata Martins.

vivien bezerra de mello

Como diz a letra da música dos Titãs, as flores de plástico não morrem. Estão sempre lindas, faça frio ou calor, sol ou chuva, haja vento ou não. Ops, mais ou menos. Não é porque o condomínio optou por plantas artificiais que ele deve achar que nunca mais terá que chamar um especialista para cuidar delas. Quem nos dá essa luz é Marcelo Martins, diretor administrativo da Tierra Flores, empresa especializada em venda, aluguel e manutenção de plantas artificiais: “A conservação periódica vai garantir que a planta, ou mesmo o projeto paisagístico, se mantenha impecável”, explica. Essa empresa atua no ramo há mais de 10 anos e, para quem não sabia, sim, também é necessário o trabalho de um paisagista. Esse profissional é quem vai montar um projeto que fique natural, com plantas em harmonia entre si, como se estivessem na natureza. Senão ninguém vai olhar e pensar que são de verdade... E a ideia é essa! Quem nunca segurou uma planta de plástico para ver se era natural?! Por isso também é importante que elas estejam sempre limpas. Martins explica que os funcionários do condomínio podem usar frequentemente o espanador para tirar a poeira, mas isso não elimina o cuidado extra feito pela empresa.

Alugar é bom negócio Ambientes fechados podem ser agraciados por jardins artificiais. Ninguém diz que não são naturais

Nessa empresa, a diretora comercial é a paisagista Amanda Badaró. Ela é a responsável por todos os projetos entregues e mantidos. “Poeira, vento e mesmo vandalismo comprometem as plantas. É preciso investir em manutenção especializada de três em três meses, aproximadamente”, detalha. Martins conta que a Tierra faz questão de oferecer um pós-venda de excelência: “Fazemos um acompanhamento constante

Uma opção interessante é o aluguel dessas plantas. Segundo Martins, alugar é interessante, pois é extremamente barato. A manutenção está incluída e, no fim de um ano, se o síndico quiser trocar as plantas porque simplesmente enjoou, está tudo certo, isso está previsto no contrato, sem custo extra. A única hipótese que não permite reposição sem custo é danificação por conta de vandalismo. Os projetos com plantas artificiais vêm ganhando cada vez mais espaço, muitos arquitetos têm pedido projetos à Tierra Flores: “Em função disso estamos em plena expansão, abrindo inclusive microfranquias pelo Brasil.”.


Uma síndica que virou fã de carteirinha das flores artificiais é Ângela Bittencourt, do Condomínio Up, zona sul da cidade. Ela é administradora – aposentada – de formação e síndica desde 2006: “Tenho todo o tempo do mundo para cuidar do condomínio. Gosto do que faço”, diz ela, que está à frente do prédio que tem 10 andares e 80 unidades. Ela fez curso de síndicos para aperfeiçoar-se ainda mais na arte de administrar: “O curso foi importante para meu currículo e trajetória, mas, principalmente, para conhecer os meandros técnicos e estruturais de minha função. Todo bom síndico deveria fazer esse curso e ler bastante sobre leis, administração etc. É o que faço. Temos que estar antenados e cientes de tudo”, avalia. O Up é tão bem administrado que as unidades à venda ou para alugar são negociadas rapidamente. E não é por conta da piscina, do spa, do home theater, do salão de festas ou mesmo da academia. Os corretores locais que o digam, pois já consideram Ângela a melhor síndica do bairro. Fácil negociar um imóvel num local tão

A síndica Ângela Bittencourt virou fã de carteirinha das flores artificiais. Colocou em seu condomínio e em sua casa também

bem cuidado! Todo mundo quer morar ali. Quanto às plantas, a situação era dramática, quase uma novela mexicana: “Nossa recepção é grande e fechada e temos ar-condicionado ali também. Tinha vasos de flores que eram fornecidos pela floricultura do bairro, mas toda semana era preciso trocar. E isso foi ficando muito caro. Às vezes, trocava até duas vezes numa semana”, lembra. Foi quando vi um anúncio da Tierra Flores. Chamei-os aqui. Eles estudaram

minhas necessidades, falei que queria algo tropical e a paisagista fez exatamente o que queria. Ficou lindo!”, elogia a síndica. Depois do encantamento com a primeira aquisição veio a vontade de enfeitar o spa também. Pronto, mais um espaço ornamentado de forma belíssima. No quesito manutenção, ela sabe que é importante: “Quando eles vêm aqui, limpam e rearrumam, pois, com o dia a dia, o arranjo vai se desconfigurando. Eles en-

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Vantagens das plantas artificiais: • sustentabilidade – não gasta água; • saúde – elimina focos de mosquitos porque não têm água parada; • beleza o ano todo – flores que não morrem jamais!

O administrador Márcio Dias Ferreira, do Condomínio Office Tower, optou pela locação de plantas artificiais com manutenção: “Além de o custo ser muito menor, você só troca as plantas quando enjoa. A conservação é feita por eles, todos os detalhes, pedras, caminhos, pedriscos...”, explica

sinaram minha funcionária a limpar com espanador, mas a manutenção periódica é muito importante. E não tem cara de planta artificial, isso é que é mais impressionante”, observa Ângela. A síndica gostou tanto do resultado que encomendou uma linda samambaia para sua casa. Ninguém diz que não é de verdade. “Não dá mais lagarta, nem bicho nenhum. Só tenho um problema agora: lidar com a inveja dos vizinhos”, diverte-se.

Locação por tempo indeterminado Condomínios comerciais também têm que ter o glamour dos arranjos e jardins sempre lindos. No Condomínio Office Tower, zona oeste, o administrador Márcio Dias Ferreira, que está à frente do empreendimento desde 2015, optou pela locação das plantas: “Nossa recepção é muito

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grande. Tínhamos plantas naturais, mas dava muito trabalho para manter, sem falar no elevado custo. Tínhamos que adquirir produtos específicos; tínhamos um jardineiro de 15 em 15 dias e o pessoal da manutenção, que molhava as plantas com orientação do profissional. Mas um funcionário que deveria estar fazendo manutenção ficava regando plantas! Isso sem falar que demanda muito mais atenção, cuidado e substituição”, lembra. Foi aí que tudo mudou. Quando o administrador conheceu a paisagista Amanda Badaró, da Tierra Flores, foi conquistado rapidamente pela relação custo-benefício: “Isso foi aproximadamente em maio de 2016. Optamos pela locação com manutenção. Além de o custo ser muito menor, você só troca as plantas artificiais quando enjoa. A conservação é feita por eles, todos os detalhes, pedras, caminhos, pedriscos...”, explica.

Ferreira conta que como se trata de um prédio comercial, há muita circulação de pessoas o tempo todo. “As crianças mexem, as pessoas tiram fotos perto do jardim vertical, encostam, isso pode até comprometer a fixação do painel na parede. Até cigarros apagam... Sem falar que jogam lixo nos cachepôs, por isso, a conservação é tão importante”, avalia. No Office Tower, a manutenção é feita uma vez por mês. Mas se a paisagista achar importante, ela volta no mesmo mês e, se necessário, com efetivo até maior para fazer o que achar indicado. “Podem acontecer também ventania, chuva forte, o que entorta até árvores, mas eles estão sempre com a mão na massa e resolvem”, conta Ferreira. Quer saber mais? Após um ano, a empresa contratada pelo Office Tower pode trocar todas as plantas se o administrador quiser. Enjoou, trocou. E está previsto em contrato, sem custo extra. Pelo visto nem tudo o que não é verdadeiro é ruim. #Fica a dica. Serviço Tierra Flores Tels.: (21) 2434-5871 e 96410-5131


sustentabilidade

Crivella sanciona lei que obriga restaurantes e bares da cidade a usarem canudos de papel O prefeito Marcelo Crivella sancionou a lei de autoria do vereador Jairinho (MDB), que obriga os estabelecimentos comerciais a usarem canudos de material biodegradável, reciclável ou reutilizável. O texto, publicado no Diário Oficial do município, prevê multa de R$ 3 mil para quem descumprir a lei. No caso de reincidência, o valor da penalidade sobe para R$ 6 mil. A lei, no entanto, ainda não está em vigor, uma vez que o prefeito vetou o artigo que previa que ele passaria a valer a partir de sua publicação. De acordo com a Prefeitura, o prazo previsto pelo projeto não dava tempo suficiente para a adaptação dos estabelecimentos comerciais à norma, “impossibilitando a divulgação e o disciplinamento da execução pelo Poder Executivo”. Ainda segundo a Prefeitura, agora cabe à Câmara Municipal votar se mantém ou derruba o veto. Somente após esse trâmite é que a lei segue para regulamentação. A partir do momento em que começar a valer essa obrigação, o Rio se tornará a primeira capital brasileira a abolir o uso dos canudos de plástico. Segundo um levantamento da ONG Meu Rio, ao todo, dez países do mundo já suspenderam o uso do artefato. O projeto do vereador foi aprovado em segunda discussão, no início de junho. An-

tes mesmo da lei, alguns bares e restaurantes já estavam procurando se adaptar a essa regulamentação, utilizando canudos feitos de papel, metal, vidro e até macarrão.

Sacolas plásticas também banidas No fim de junho, uma lei sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão eliminou as sacolas plásticas descartáveis dos supermercados de todo o estado. De autoria do deputado Carlos Minc (PSB), a Lei 8.006/2018 altera as regras para a substituição de bolsas plásticas tradicionais em estabelecimentos comerciais, banindo seu uso por completo, bem como sua distribuição e venda. Dessa forma, elas terão que ser substituídas por bolsas reutilizáveis, que virão nas cores verde e cinza. Elas poderão ser usadas até 60 vezes e serão biodegradáveis, além de poderem ser usadas para depositar lixo orgânico doméstico. Com a medida, os novos compartimentos que serão implementados deverão ser compostos por, pelo menos, 51% de material proveniente de fontes renováveis e ter resistência de, no mínimo, dez quilos e poderão ser distribuídos gratuitamente ou mediante cobrança de, no máximo, R$ 0,6 a unidade. A substituição nas microempresas e pequenas empresas deverá ser feita em até 18 meses; já os demais estabelecimentos terão 12 meses para se adaptarem.

Edificações verdes são a melhor opção de negócio imobiliário A sustentabilidade vem ganhando espaço no mercado da construção civil. As edificações verdes alcançaram um patamar histórico nos últimos dez anos e deixaram de ser um privilégio das construções de alto padrão. Atualmente, escolas, creches, lojas de varejo, comércio, residências e hospitais, entre outras edificações públicas ou privadas, já são considerados sustentáveis. Hoje, a construção verde faz parte de um novo olhar sobre o planejamento urbano e vem compor um panorama de inovação, com tecnologia e funcionalidade. Parte desse crescimento está nos benefícios que as edificações verdes trazem às pessoas e ao meio ambiente, além disso, as construções sustentáveis são consideradas, hoje, o melhor modelo de negócio no segmento imobiliário, agregando valor ao imóvel.

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Atualidade

Escaninho bem bolado

Escaninhos bem pensados e com material ideal favorecem a todos Já foi o tempo em que alguém recebia “cartas”; o normal hoje em dia são as contas a pagar mesmo. O fim do mês vai chegando e a caixinha do correio começa a ser mais visitada. Só que não, já que muitas contas já estão programadas para serem pagas no débito automático e nem isso mais se vê. Melhor mesmo é não ter muito papel para dar conta de organizar. O fato é que as correspondências que chegam precisam ser organizadas de forma que cada morador as receba e possa cumprir seus compromissos. E um escaninho prático e bem-feito ajuda bastante. O arquiteto e diretor da Santos Projetos, Fernando Santos, explica que o escaninho destinado às cartas do condomínio tem o objetivo de distribuir as correspondências para os moradores, facilitando, assim, a organização interna. Se o síndico for fazer uma reforma, Santos recomenda que ele opte por escaninhos metálicos: “São mais práticos que os de madeira porque são mais fáceis de limpar e resistem melhor aos produtos de limpeza. Além disso, não absorvem a gordura das mãos das pessoas que, com o tempo, faz a madeira ficar escurecida, manchada”, ressalta. Quanto à conservação, Fernando Santos é categórico: “O escaninho não é um elemento decorativo da portaria, mas, estando lá, precisa estar em bom estado de conservação. Se o aspecto dele estiver degradado,

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Onde instalar o escaninho novo? Se a ideia é instalar um novo escaninho em local diferente, é importante atentar para não o fazer em áreas que atrapalhem a passagem ou sejam de uso dos moradores ou funcionários. No segundo caso, especialmente em prédios mais antigos, que têm portarias do tipo corredor, se o escaninho ficar na passagem, toda vez que um funcionário do condomínio for distribuir as cartas ou o morador for buscar sua correspondência haverá um engarrafamento.

Segurança O ARQUITETO FERNANDO SANTOS RECOMENDA ESCANINHOS METÁLICOS: “SÃO MAIS FÁCEIS DE LIMPAR, SÃO MAIS RESISTENTES E NÃO ABSORVEM A GORDURA DAS MÃOS, QUE, COM O TEMPO, FAZ A MADEIRA FICAR MANCHADA”

é interessante sua substituição para não desvalorizar o prédio. Além disso, alguns escaninhos de aço, se sofrerem vandalismo ou tentativa de arrombamento, acabam ficando permanentemente danificados. Móveis de aço dificilmente têm reparo simples, portanto, deve-se pensar em substituição. Escaninhos de madeira têm mais possibilidade de conserto, porém, é difícil conseguir igualar a cor das peças novas com a das antigas, ficando evidente que ali houve substituição”, salienta o especialista.

Infelizmente, casos desagradáveis podem acontecer, como tentativa de arrombamento, por isso, Santos recomenda que “seja evitado instalar o escaninho em locais ermos. É importante que o lugar do escaninho tenha boa visibilidade, especialmente do posto de trabalho de algum funcionário, por questão de segurança. Se não houver posto de trabalho perto, o local precisa ser monitorado por câmera”.

Escaninho sob medida Cada fabricante tem suas medidas, mas é importante que caiba no compartimento, no mínimo, um envelope de papel ofício (216mm x 356mm), mesmo que encanoado em qualquer um dos sentidos do papel (virado em forma da canoa, sem dobra,


brar que projetos sob medida normalmente são mais caros e acabam tendo manutenção mais salgada e demorada por conta de peças fora de padrão e que não são de prateleira. Arquitetos precisam estar envolvidos no estudo da melhor posição para o escaninho, levando em consideração questões como segurança e fluxo na portaria, assim como na decisão sobre se deve ser de aço ou madeira e qual acabamento, atentando para a integração com o restante da decoração da portaria.”. O porteiro Márcio Xavier Moreira é craque na distribuição das cartas. Com um escaninho que facilita a vida, ele separa as cartas em cinco minutos

sem vinco, para não danificar o documento dentro). “Por exemplo, se encanoar o papel mantendo a maior medida, a profundidade do compartimento deve ser em torno de 38cm, com largura em torno de 12cm. Se encanoar mantendo a menor medida, a profundidade deve ser em torno de 23cm e a largura, em torno de 19cm. A altura deve sempre girar entre 10cm e 12cm para permitir o acesso da mão do morador. A altura de instalação também precisa ser bem observada para evitar situações em que o morador que tem sua caixa no ponto mais alto precise de auxílio para retirar a correspondência. Essa decisão precisa ser tomada com base no espaço disponível para a instalação do escaninho. Os prédios hoje em dia são construídos com cada vez mais apartamentos, por isso, quanto mais compacto o escaninho, melhor. Importante ressaltar que o condomínio deve ter procedimentos específicos para casos de correspondência com volumes que ultrapassem as medidas do escaninho, uma vez que o fluxo de compras dos mais variados produtos pela internet é cada vez mais intenso”, diz Santos.

Escaninho vendido pronto Existem escaninhos de aço que são vendidos prontos para instalação, mas alguns fabricantes fazem projetos sob medida. O arquiteto arremata: “Porém, normalmente, os fabricantes dispõem de opções de medida que atendem a qualquer demanda normal. Vale lem-

Conversando com quem coloca a mão na massa O arquiteto entende do riscado, mas quem coloca as cartas em cada caixinha é o porteiro. Com ele, a palavra! Márcio Xavier Moreira é porteiro do Condomínio São João Del Rey, na zona sul da cidade, há aproximadamente três anos. Num total de 144 apartamentos, podemos concluir que a organização tem que ser a base do negócio, digo, da distribuição das cartas, que chegam em dias alternados: “Somos 12 porteiros e trabalhamos em turnos de dois. Quando as cartas chegam, um separa as correspondências por bloco e o outro as insere nas caixinhas. Costumo fazer o serviço em cinco minutos aproximadamente, já estou acostumado”, diz. Márcio diz que um grande facilitador para essa rapidez, além de sua habilidade, naturalmente, é o fato de o escaninho ter uma porta grande e, dentro, haver as subdivisões de cada unidade. Sendo assim, quando a porta está aberta, a visualização de cada espaço é mais imediata e inserir a carta ali também. Cada caixinha tem sua chave, o que ajuda a garantir a integridade das cartas, mas isso não significa necessariamente que o morador esteja sempre com a sua para pegar a correspondência: “Muitas pessoas esquecem a chave, especialmente os idosos, mas não tem problema, nós ajudamos abrindo a porta principal”, ressalta. O escaninho desse condomínio é de madeira, bem antigo, mas muito bem cuidado; segundo Márcio, anualmente, uma empresa faz a manutenção do móvel, lixa e lustra a peça. Uma boa conservação é essencial para valorizar o patrimônio comum.

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atualidade

Largo do Boticário passará por obras emergenciais Após um longo período de abandono, o conjunto arquitetônico do Largo do Boticário, no Cosme Velho, será, enfim, restaurado. A rede AccorHotels comprou cinco das seis casas do local para a criação de um hostel. Com sede na França, a nova proprietária do espaço firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) perante o Ministério Público do Rio e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), por meio do qual dá garantias de que o local será recuperado. Pelo acordo, ao longo dos próximos quatro meses, serão realizadas obras emergenciais nos imóveis. Mas o TAC também prevê restauração completa do Largo do Boticário, tombado pelo estado em 1987. Esse trabalho, segundo o Inepac, respeitará as características originais de cada casa.

Inepac destaca que não haverá modificação arquitetônica O presidente do Inepac, Marcus Monteiro, disse que a transformação do Largo do Boticário em um hostel deve ser vista com bons olhos. Ele argumentou que, no contexto atual, em que diversos centros culturais e museus estão com dificuldades para se manterem, restringir o uso do

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conjunto arquitetônico seria um equívoco. “Temos que começar a flexibilizar o uso de imóveis como os do Largo do Boticário, caso contrário, vamos perdê-los. O ideal seria que o local fosse transformado em um centro cultural ou museu, mas esta não é a realidade possível. Temos que pensar na sustentabilidade”, afirmou Montei-

ro, lembrando que o casario necessita urgentemente passar por uma restauração. “Não é uma obra barata. A transformação em um hostel será bacana. E o importante é que o novo proprietário terá que manter toda a parte externa e praticamente 90% da interna sem modificações. O projeto vai se adaptar ao bem tombado”, ressalta.


Riscos de desabamento O abandono do Largo do Boticário foi constatado em várias vistorias feitas por equipes do Ministério Público e do Inepac. Por conta de riscos de desabamento, a 3ª Promotoria de Tutela Coletiva do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da capital conseguiu, em janeiro, uma liminar para a realização de reparos urgentes, mas a antiga proprietária alegou não ter condições financeiras para fazê-los. Após a venda do casario, a rede de hotéis passou a ser a ré da ação e, por isso, firmou o TAC. A AccorHotels poderá receber multas diárias de R$ 10 mil se não finalizar a reforma dentro do tempo previsto. O TAC estabelece ainda que a rede de hotéis publique um livro sobre a história do Largo do Boticário. E, de acordo com o promotor Felipe Cuesta, o Ministério Público negocia a construção de um centro cultural numa área ao lado. Estima-se que a AccorHotels, que não quis se manifestar sobre o assunto, invista mais de R$ 50 milhões na restauração do casario do Cosme Velho.

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conservação

No peito e na raça Fazer reformas de melhoria no condomínio exige paciência e disposição, mas vale a pena

Conservar um condomínio dentro de padrões aceitáveis não é tarefa fácil. É preciso ser um síndico organizado, prático, ter iniciativa, jogo de cintura, saber negociar com fornecedores e... ter dinheiro em caixa. Parece simples, mas, em tempos bicudos, o dinheiro pode faltar para fazer as melhorias e reformas necessárias. Algumas obras que deveriam acontecer acabam ficando para depois, e somente obras de emergência são consideradas. Isso é um problema, pois o que poderia sair barato acaba ficando cada vez mais caro e as despesas começam a acontecer de forma inesperada, impossibilitando um cronograma adequado e planejado. No Condomínio Cheverny, zona oeste, o síndico Renato Castellani já estava há algum tempo querendo colocar a mão na massa e fazer as melhorias necessárias no prédio, mas há anos tinha ali um problema de inadimplência que não se resolvia. Como o prédio é pequeno, três andares, 20 apartamentos e duas coberturas, um único inadimplente conseguiu atrasar em muito tempo as melhorias: “Foram 17 anos numa causa para recebermos o dinheiro do devedor”, lembra. Tudo começou com atrasos no pagamento das cotas que não se resolviam, até que o condomínio colocou o caso na Justiça. Cerca de 10 anos se passaram e o

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imóvel foi leiloado para o pagamento do débito. Mas, por motivos legais, o dinheiro ficou retido por sete anos. E a vontade de reformar só aumentava. Recentemente, o dinheiro do condomínio foi liberado, e Castellani foi com sede ao pote: providenciou tudo o que o condomínio precisava: “Antes rateei os valores devidos entre os moradores, depois, aprovamos em assembleia o valor para a reforma e então coloquei a mão na massa”, comemora. Castellani reformou tudo o que precisava, internamente e externamente: “Fizemos a fachada do prédio, a reforma da garagem, pintura, fiz mudanças no hall de entrada, comprei móveis novos para a portaria, plantas artificiais, blindex novo... Onde precisava melhorar eu melhorei”, ressalta. Mas Castellani não atribui todo o sucesso da virada do condomínio a si. Ele recebeu a ajuda valiosa de sua esposa, Valéria Castellani: “Ela tem muito bom gosto. Sabe combinar as coisas e fez um excelente trabalho”, se orgulha. O síndico, que não fez nenhum gasto absurdo, gosta de ressaltar que tudo foi feito dentro de uma lógica estratégica e consciente. Ele sabe também que não dá para agradar a gregos e troianos, mas diz que a maioria dos moradores gostou das intervenções, até porque agora todos têm

O síndico Renato Castellani, do Condomínio Cheverny, estava só esperando uma boa oportunidade para reformar várias áreas do condomínio. Ela chegou e ele não a deixou passar

um prédio praticamente novo. “É o patrimônio comum sendo valorizado, quem não gosta?”, pergunta. Este síndico tinha muita disposição para realizar melhorias, mas estava só esperando uma boa oportunidade para tal. Inércia é algo que ele não conhece. Nenhuma reforma feita foi para atender às exigências da autovistoria, obrigação quinquenal de todo


condomínio. “O condomínio já estava atendendo a todas as normas exigidas por lei, as reformas foram realmente para valorizar o patrimônio comum”, ressalta.

É preciso valorizar Nem sempre as pessoas dão a devida atenção para as áreas comuns de um condomínio. Só que esses espaços significam um valor agregado ao imóvel importantíssimo. Na verdade, se as áreas comuns estiverem deterioradas, o preço de venda ou de locação do imóvel pode cair absurdamente. Áreas comuns podem ser entendidas como hall de entrada, jardins, corredores, elevadores, escadas, playground, churrasqueira, salões de festas... Todo condomínio tem suas áreas comuns e isso independe do porte dele. Pode ser pequeno e simples, mas tem que estar nos trinques! Isso vai fazer toda a diferença na hora de uma negociação. Quanto mais tempo o síndico demorar para investir em melhorias, mais degradado o patrimônio vai se tornando e mais cara a manutenção fica, com certeza. É bem verdade que num condomínio

Reformar as áreas comuns valoriza o patrimônio de todos. Periodicamente, é preciso investir nisso

grande as tarefas são muito mais abrangentes e talvez o síndico até precise de ajuda para gerenciar uma estrutura de maior porte. É para esses condomínios que a CIPA oferece um gerente operacional, que dá conta das tarefas inerentes ao dia a dia. Assim, o síndico consegue estar mais livre para ações estratégicas. Nada como uma mãozinha especializada!

E para preservar o patrimônio é preciso saber conservar bem também. Uma boa campanha de conscientização sobre o uso correto das áreas é um bom começo. Placas com normas e regras de utilização são de grande valia. Circulares no elevador também ajudam. O síndico precisa agir, com certeza, mas os moradores podem e devem fazer sua parte.

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Informa

Revista CIPA rumo à 80ª edição O que os olhos não veem... Ainda falando sobre nossos bastidores, temos que lembrar que todas as funções são importantíssimas para o bom desempenho da revista. Sem nenhuma das peças, a engrenagem não funciona. Às vésperas de completarmos nossa 80ª edição, podemos dizer que nossa equipe está coesa, unida e muito harmônica, base fundamental para que qualquer projeto se mantenha, se fortaleça e mostre a que veio. Hoje, a revista Condomínio etc., do Grupo CIPA, é reconhecida como uma das melhores publicações do setor, sendo utilizada como instrumento de pesquisa por muitos síndicos. Isso nos mostra que estamos no caminho certo. Em nossa equipe de repórteres temos uma colaboradora free-lancer que está há quase seis anos agregando sua expertise à revista e que já falou com muitos de nossos queridos síndicos: Lia 50

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Rangel. Persistente, eficiente e sempre a postos para falar com seus entrevistados, ela conhece bem os meandros da profissão e de nosso negócio, algo fundamental para o jornalismo corporativo. Lia atua também como assessora de imprensa e trabalha com mídias digitais. Outra colaboradora free-lancer da revista é Stella Maris Mendonça. É professora de línguas e literaturas, com maior atuação na área da expressão hispânica. Trabalhou por quase 20 anos na Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, tendo desenvolvido projetos de apoio à leitura e à preservação do patrimônio imaterial no Instituto Estadual de Patrimônio Cultural. Monta e defende a manutenção de bibliotecas rurais na região de Petrópolis, trabalho este elogiado pela Biblioteca de Estudos Lusófonos da Sorbonne. Stella escreve para a Condomínio etc. desde o primei-


ro ano da revista. Nela, aborda temas como sustentabilidade e comportamento e, com uma pegada positiva, lançou a coluna de boas notícias da revista: a “Bem Dita!”. Uma figura de quem quase ninguém ouviu falar é o revisor profissional. Ele é aquela pessoa que lê tudo o que os jornalistas escrevem com olhos de lince. O que ninguém vê, ele vê. Conserta erros de digitação, dá uma arrumada no texto, verifica problemas de toda ordem ligados à nossa língua portuguesa, tão complexa. Andrea Bivar é nossa revisora há quase 20 anos e tem um know-how invejável. Começou sua carreira trabalhando em editoras, revisando livros, depois foi atuar na área de publicidade, em agências de propaganda; faz copidesque e até transcrições. Teses de doutorado e mestrado também costumam passar por suas mãos ou, melhor, por seus olhos. Implantou a última reforma ortográfica na agência Giovanni (hoje FCB) e também na revista da CIPA. Aliás, para a revista da CIPA ela desenvolveu um Manual de Redação ao qual todos os repórteres devem obedecer. Por exemplo: números até 10 escrevemos por extenso; após o 10, usamos em numerais. Pequenas regras que fazem uma grande diferença. O melhor e o pior dessa profissão: quando tudo está certinho ninguém percebe que o revisor existe. Quando um errinho passa, ele é “carinhosamente” lembrado por todos! Brincadeiras à parte, o revisor nunca pode estar desatento – ele é o olhar mais crítico que temos na revista. Falando em olhar, quem vê o mundo por uma perspectiva artística não poderia

Ariel Subirá, fotógrafo da revista Condomínio etc., em plena atividade na Lagoa de Marapendi

faltar em nossa equipe: o fotógrafo. Ariel Subirá é fotojornalista especializado em narrativas documentais e presta serviço para nossa revista desde 2010. Ele é argentino de nascença, mas carioca de coração. Seu sotaque não nega suas origens, mas sua arte transparece a cada clique, e isso é o que realmente importa. Não há barreiras para quem faz o que gosta e faz bem-feito. Formado em fotografia pelo Instituto Superior de Educación Técnica de Rosário (Argentina), Ariel realizou cursos de extensão em Buenos Aires e no Rio de Janeiro, com o objetivo de aprofundar seu conhecimento na área de ensaio documental de compromisso social. Atualmente, ele cola-

bora com diferentes publicações: El Ciudadano, de Rosário; “Pagina/12” (suplemento Rosário/12), de Buenos Aires; a revista VI CE Brasil; o jornal Bild, da Alemanha; a revista La Chispa, da Holanda; a revista Época Rio e El Pais Brasil, além de atuar no setor corporativo, como o Sebrae. Foi free-lancer também das agências Futura Press, Achivo Latino e AFP. Como todo argentino, Ariel é apaixonado pelo Rio de Janeiro. Casou-se com uma carioca e tem duas filhas lindas. Não perca!!! Na próxima edição da Condomínio etc., falaremos um pouco mais do que se passa por aqui, do outro lado da revista...

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Sustentabilidade POR Bianca Goulart

Uma solução limpa e eficiente

A utilização das energias renováveis nos condomínios pode gerar redução significativa na conta de luz e menor impacto no meio ambiente Os custos com a energia elétrica costumam ser altos nos condomínios. Iluminação, elevadores, manutenção da piscina e bombas de elevação (responsáveis por levar a água da cisterna até a caixa-d’água), entre outros sistemas, demandam muita energia e impactam no custo mensal das unidades. De olho na possibilidade de redução da conta de luz e também no menor impacto no meio ambiente, os condomínios e as construtoras estão investindo cada vez mais nas energias renováveis como alternativa, já que são inesgotáveis e abundantes. Implantar um sistema de energia renovável em um condomínio não é barato, porém, é visto como um investimento que compensa. As placas solares e as hélices, utilizadas para a captação das energias solar e eólica, respectivamente, têm longa durabilidade e podem gerar grande economia. O Condomínio Wonderful, que fica na zona oeste e conta com o suporte da CIPA em sua administração, possui um sistema desse tipo que ainda não está em funcionamento, mas trará muitos benefícios para os moradores das unidades. O equipamen-

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to passa por ajustes técnicos e ainda não existe prazo para o início de sua operação, mas a expectativa é grande: “Acreditamos que a utilização de energia renovável poderá trazer até 10% de economia para a conta de luz do condomínio, que atualmente gira em torno de R$ 65 mil. No futuro, esse sistema poderá ser ampliado, para que essa redução seja ainda mais significativa”, explica Márcio Loureiro, síndico do condomínio, que possui 512 unidades.

Como funciona A energia eólica é gerada pela conversão de correntes de vento, por meio de turbinas eólicas que convertem a força do vento em força de rotação, que gera eletricidade. No Brasil, essa fonte de energia renovável está crescendo cada vez mais e já existem fazendas especializadas nesse tipo de captação. Já a energia solar é obtida quando a energia do sol é convertida em eletricidade ou usada para aquecer o ar, a água ou outros líquidos. Muito popular em nosso país, já que estamos em uma zona tropical, sua performance pode ser afetada no caso de chuvas.

A energia gerada será utilizada na iluminação de corredores e escadas dos blocos DO CONDOMÍNIO WONDERFUL

Inteligência a serviço dos condomínios Cada um dos oito blocos do Wonderful conta com uma estrutura de painéis e hélices para captação, cuja energia gerada será utilizada para iluminar corredores e escadas de acesso. “O sistema vai funcionar de forma inteligente e sempre gerar energia, independentemente das condições mete-


Márcio Loureiro, síndico do Wonderfull, estima que o sistema pode trazer até 10% de redução na conta de luz do condomínio

orológicas. Se chover, ele vai aproveitar o vento que normalmente vem junto com as chuvas. Se o dia estiver bonito, vai captar o sol”, complementa Elton Dutra, gerente operacional da CIPA alocado no Wonderful que dá suporte administrativo ao síndico nas demandas do dia a dia. O condomínio também conta com outros recursos para a redução do consumo de energia, como o uso de sensores de presença e lâmpadas de LED. Para aderir às energias renováveis é preciso primeiro fazer um estudo com uma empresa especializada, para determinar os melhores locais para a implantação do sistema. Muitos condomínios têm cobertura com terraço, o que inviabiliza o uso

das placas solares e hélices no topo dos prédios, normalmente os melhores locais para esse tipo de captação. Considerando que a durabilidade de um sistema desses é de cerca de 25 anos e o investimento é alto, a escolha da empresa que vai realizar o serviço é de extrema importância e pode evitar dor de cabeça no futuro. É fundamental buscar fornecedores de renome no mercado, com cadastro no CREA, que tenham ótimas referências e um bom número de projetos implantados. Com um fornecedor com credibilidade e qualidade garantidas, conseguir o investimento para a implantação não deve ser problema, já que o incentivo das financeiras para esse tipo de projeto cresceu. Atualmente, as linhas de crédito voltadas para esse foco têm sido aprovadas com maior facilidade e com taxas de juros atrativas, que podem chegar a menos de 1%.

so. Ela entra como uma garantia, não como principal fonte”, comenta. A empresa, que atua há sete anos na área de engenharia elétrica, aposta nas energias renováveis como as melhores opções para os condomínios e para o meio ambiente. “Atuamos com energia solar, uma energia limpa, que reduz a geração de CO2, pois não emite gases poluentes e não tem impacto no meio ambiente. É bom para o planeta e também para os condôminos”, comemora Freitas. “Uma excelente pergunta para um potencial fornecedor é se as metas previstas na instalação de projetos anteriores foram atingidas. O custo de investimento é alto, então, além de contratar um fornecedor de qualidade, é preciso ficar atento a valores excessivamente baixos, que podem indicar problemas”, analisa.

Redução no consumo pode ser ainda maior

Freitas alerta que o cuidado na escolha dos fornecedores também passa pelos parceiros que essa empresa elege para trabalhar. “As placas normalmente não são fabricadas pela mesma empresa que faz o projeto e implanta o sistema. Por isso, vale a pena conhecer a reputação de quem trabalha com a empresa que você vai contratar. Eu já tive problemas no passado com fornecedores, que me demandaram mais tempo de manutenção e custos extras. Hoje só trabalho com empresas de renome, que garantem a qualidade dos produtos e o suporte no caso de necessidade. Vale a pena”, conta. “Por ser um relacionamento de longo prazo, é importante ter em mente que o mais barato nem sempre é o melhor. O ideal é fazer uma pesquisa com calma, para escolher a opção mais adequada”, finaliza.

Para Fernando Freitas, supervisor da Ecobrasil Energias, o benefício que a utilização das energias renováveis pode gerar é inegável, mas seu alcance depende do número de placas e hélices utilizadas. “Quanto maiores o número de placas e o espaço utilizado para a captação, maior será a economia que o sistema trará para o condomínio. Em alguns casos essa redução pode chegar a 80% do valor gasto com energia elétrica”, conta ele, que reforça que, ainda sim, a energia elétrica continua sendo importante para o condomínio. “Eventuais questões com a manutenção do sistema podem demandar seu desligamento, por isso, é fundamental ter a energia elétrica como recur-

Cuidado com as parcerias

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Atualidade

Entidades se reúnem para pôr fim às divergências entre leis de vistoria do gás no Rio A Lei Estadual nº 6.890/14, regulamentada pelas Instruções Normativas Codir nº 047, de 16 de março de 2015, e nº 048, de 20 de maio de 2015, da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa), que estabeleceu procedimentos a serem adotados pelas concessionárias para o cumprimento da lei de inspeção quinquenal de segurança nas instalações de gás canalizado e aprovou o regulamento e o Manual de Rede de Distribuição Interna de Gás, respectivamente, afeta o condomínio exclusivamente com relação às áreas comuns que disponham de instalação de gás, como é o caso da moradia funcional e do salão de festas, que têm tubulação que vai do logradouro até a entrada do medidor individual ou coletivo, por exem-

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plo, posto que não cabe a ele, condomínio, realizar a inspeção nas unidades privativas, segundo entendimento do Secovi Rio. Em razão do grande número de reclamações de consumidores, foi celebrado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Agenersa, o Ministério Público e a Defensoria para solucionar as divergências entre os padrões contidos no regulamento de instalações prediais de gás canalizado (RIP), as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e as resoluções da agência, que permite que o consumidor escolha qual norma vai adotar. De acordo com as condições firmadas no documento, a Agenersa se comprometeu a editar nova instrução normativa. Em maio, foi realizada reunião na sede da en-

tidade, com a participação do Secovi Rio, para debater os termos e as condições da regulamentação. Além disso, conforme informado em comunicado no mês de abril, o sindicato participou de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), em que se discutiu o projeto de lei com vista a modificar a norma legal relativa à vistoria do gás, estabelecida pela Lei nº 6.890/2014, que dispõe sobre a obrigatoriedade da inspeção quinquenal de segurança nas instalações de gás das unidades residenciais e comerciais supridas por gases combustíveis no estado do Rio de Janeiro. Até que o referido projeto seja sancionado/promulgado, a Lei nº 6.890/14 continua em vigor.


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comportamento POr Lia Rangel

Play dogs estão em alta nos condomínios do Rio Em uma onda consideravelmente recente, os condomínios passaram a oferecer cada vez mais espaços e serviços de lazer para seus moradores e convidados, a fim de tornar a experiência nesses lugares cada vez mais completa. Os chamados condomínios-clube têm, atualmente, além dos tradicionais salões de festas e play, espaço gourmet, salas de cinema, bares, restaurantes, salões de beleza, lojas com serviços dos mais variados, spas e mais uma série de conveniências que permitem que o morador encontre tudo o que precisa sem sair do perímetro condominial. E já que a diversão é garantida para toda a família, os peludos não poderiam ser deixados de fora. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil está no ranking dos três maiores mercados pet do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e o Reino Unido. Somente em terras canarinhas, o setor movimentou R$ 18,9 bilhões, em 2016, e a tendência é que ainda haja muito desenvolvimento pela frente. Esse crescimento acontece porque o mundo está mudando. Os animais de estimação fazem parte da família

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O melhor amigo do homem está ganhando cada vez mais espaço

os cachorros merecem uma piscina só para eles

agora e, como membros, são cercados de cuidados e paparicos. Já ouviu aquele ditado “Quem meu filho beija minha boca adoça”? Foi pensando nos filhos de quatro patas dos moradores que muitos condomínios resolveram agradar aos condôminos e investiram em espaços exclusivos para os peludos. O que cada condomínio oferece pode variar muito, mas já é frequente em novas

incorporações um espaço exclusivo para o lazer dos pets. Condomínios antigos também podem se adaptar a essa realidade sem gastar muito. Em geral, esses espaços são bem amplos e cercados, para que os animais possam correr à vontade, condição impossível dentro das unidades. De acordo com Maria da Luz, diretora comercial da Multimeios, empresa especializada em venda de playgrounds


arquivo pessoal

O Parcão do Rio 2 foi inaugurado em dezembro de 2014

para crianças, playgrounds para pets, armários e brinquedotecas para condomínios, o projeto para play dogs é personalizado, de acordo com as necessidades do cliente e com variáveis como espaço físico, fôlego financeiro e porte dos animais, entre outras. “Com a expansão do número de prédios residenciais e a redução de casas individuais no país, o aumento de animais de estimação nos lares brasileiros acontece de forma rápida. Hoje, o Brasil ocupa o segundo lugar do mundo em número de famílias que têm cães e gatos, com aproximadamente 48 milhões de animais, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet). Esse índice tem influenciado bastante o perfil do mercado imobiliário do país e, para satisfazer à demanda, os novos empreendimentos vêm incluindo em suas plantas cada vez mais espaços para cães e gatos. Os condomínios já construídos também podem montar um play dog, espaço que oferece conforto, segurança e diversão para os bichinhos. O play dog é um local de convivência ideal para a socialização de animais domésticos que vivem em condomínios. Essas áreas de lazer são um incentivo para o contato do dono com os bichos e os vizinhos, além de promover a socialização entre animais de diferentes raças, o que ajuda a trabalhar a tolerância. Nós oferecemos dois tipos de brinquedo

para os bichinhos: o Multimeios Play Dog, que tem um túnel de três metros e rampa para escalada e salto, e o Multimeios Play Dog Jr., que tem um túnel de quatro metros, casinha e pequena rampa”, explica.

Parcão O Condomínio Rio 2, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, também tem um espaço destinado ao lazer dos bichinhos. Por lá, existem 24 residenciais compostos de dois ou três blocos cada um, o que perfaz um total de 4.447 unidades, onde vivem cerca de 19 mil moradores. Márcia Torres, assessora de Marketing da Associação de Moradores do Rio 2 (AMO Rio 2), conta que, por lá, a área de lazer dos caninos é conhecida como Parcão e foi inaugurada em dezembro de 2014. “O espaço tem 130 metros quadrados, conta com chuveirão, piscina e recebe apenas cachorros. Acreditamos que cerca de 700 animais se beneficiem com o local semanalmente. O espaço é fechado, cercado por grades de ferro galvanizado. Com relação à manutenção, às segundas-feiras é realizada faxina completa, com tratamento da água da piscina e poda no paisagismo (grama e galhos), e, diariamente, os encarregados dos serviços gerais varrem o espaço”, explica. Márcia conta ainda que, recentemente, foi instalada uma placa com as regras de utilização do espaço. “A

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atualização da placa com as regras de utilização e a exposição da lei – que dispõe sobre importação, comercialização, criação e porte de cães da raça pitbull – foram realizadas com o objetivo de informar aos familiares dos cães a importância do cumprimento das normas para que todos possam aproveitar, da melhor forma possível, o espaço, com conforto, lazer e segurança. Por esse motivo, exibimos a lei que sinaliza para quais raças é obrigatório o uso de focinheiras, por exemplo”, diz. A assessora de Marketing da AMO Rio 2 também explica que o espaço deve receber vários eventos, em breve. “Temos um projeto para os familiares dos cães, com patrocínio, para a realização de um encontro com a presença de ONGs que incentivam o cuidado com os pets, adoção, parceria com veterinários, marcas de ração, adereços, circuitos de atividades e desfiles de fantasias, entre outras atividades. Este será um piloto para que eu consiga definir o calendário de eventos pet e partir rumo ao sucesso”, conta.

Creche em Nova Iorque na qual os tutores podem deixar seus cães enquanto trabalham. No sábado a estadia é cortesia

Uma das moradoras que leva seus filhos peludos para aproveitarem bastante o Parcão é Lúcia Cavalheiro Vieira, que possui uma trupe canina e está sempre por lá com eles. “Adoro o condomínio e meus cinco cães também, pois é um lugar espaçoso e bem cuidado, com paisagismo agradável para nós e para eles. Quanto ao Parcão, é um projeto excelente, feito para cães, e

acredito na privatização eterna do espaço, a fim de que só os moradores que pagam pela manutenção e melhoria do Parcão possam usufruir e aproveitar melhor o local”, diz. O espaço onde o Parcão encontra-se instalado foi cedido pela Prefeitura e, apesar de ser mantido pelos moradores do Condomínio Rio 2, qualquer pessoa tem acesso, já que está em um espaço público.


Os melhores amigos do homem estão cada vez mais cercados de cuidados em várias partes do mundo. Em Nova Iorque, por exemplo, existem parques públicos voltados exclusivamente para o entretenimento dos animais. Outro exemplo comum por lá, atualmente, são as creches para pets, que funcionam como creches para crianças. Os “pais” deixam os animais no período em que trabalham e voltam para buscá-los no fim do expediente. Hoje em dia há uma conscientização maior sobre a importância dos bichanos para seus donos. Na verdade, eles já fazem parte das famílias, e o conceito pet friendly está sendo disseminado por todos os cantos do mundo, inclusive em hotéis e pousadas que não apenas recebem os animais, como preparam uma série de mimos e conforto para eles. Ainda nos Estados Unidos, é possível ver animais passeando com seus donos em shoppings, mercados, restaurantes, aeroportos e outros lugares públicos.

vivien bezerra de mello

No mundo

Em Nova Iorque existem imensos parques públicos voltados exclusivamente para o entretenimento dos animais

Na contramão Já no Rio de Janeiro, no fim do mês de junho, uma história triste ganhou os jornais e as redes sociais: um gato foi proibido de circular pelos corredores de uma galeria localizada em Copacabana. Rubinho, como foi batizado assim que adotado por um lojista, mora no centro comercial há oito anos. O lojista recebeu uma advertência, que proibia o gato de andar pelas áreas comuns sem o acompanhamento do dono. Funcionários, lojistas, clientes e milhares de pessoas pelas redes sociais se manifestaram contra a decisão

covarde e arbitrária da administração da galeria, mas, até o fechamento desta edição, nada havia mudado. Apesar desse episódio, os estabelecimentos comerciais do Rio de Janeiro estão se adaptando cada vez mais à tendência de pet friendly. Restaurantes e shoppings já aceitam animais, e engana-se quem pensa que esta é uma onda recente. O shopping Rio Design Barra foi o primeiro a adotar a medida, ainda em 2007. De lá pra cá, outros shoppings aderiram ao conceito.

O mundo mudou, a preocupação com a causa pet é uma realidade e oferecer uma opção de lazer para os animais dos condôminos pode ser uma ótima chance de levar uma novidade realmente útil para seu condomínio. Que tal começar a pensar nisso?

Serviço

Multimeios Tel.: (21) 2441-1500 www.multimeios.com.br

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ecodicas POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

Aproveitamento da água da chuva – há solução para a crise hídrica! Água bendita, força do Criador Graças te dou, graças te dou Por lavar e levar de mim o que do bem escapou. Rumi No ótimo bistrô Sopa de Pedrinhas/Alimentação Ética, em São Lourenço, Minas Gerais, me encantei com esses versos do poeta persa Rumi. Hoje, vamos conversar com quem entende de aproveitamento da água da chuva, força do Criador, que pode nos salvar de uma realidade árida.

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Leonardo Heitor Richa Nogueira é engenheiro civil com mestrado em engenharia ambiental pela UFRJ, pós-graduação em engenharia sanitária e ambiental pela UERJ (onde lecionou de 2014 a 2016) e pós em engenharia de segurança do trabalho pela UFF. Foi professor do MBA Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança e de Tecnologia, Gestão Ambiental do Senac, de 2013 a 2016; instrutor dos cursos de laudo de vistoria predial no Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro, no CREA-RJ e no Sindicato dos Arquite-

tos do Rio de Janeiro; consultor ambiental do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em 2015, tendo, no mesmo ano, apresentado trabalho sobre aproveitamento pluvial no XI Congresso Brasileiro de Meio Ambiente do Clube de Engenharia. É conselheiro do CREA-RJ, tem 30 anos de experiência em projetos de engenharia, inclusive no assunto aqui abordado, e 20 anos em estudos ambientais, sendo também instrutor de aproveitamento da água pluvial do CREA-RJ, do Sindicato dos Arquitetos do Rio de Janei-


Condomínio etc. – Qual o objetivo de suas palestras gratuitas sobre o aproveitamento da água da chuva? Leonardo Richa Nogueira – O aproveitamento da chuva é a solução mais adequada para as crises hídricas urbanas. Por exemplo, a Cidade do Cabo está passando por uma situação grave. O governo estabeleceu o consumo mensal por habitante em 50 litros. Comparando, o consumo mensal médio brasileiro é de mais de 160 litros por habitante. Isso motivou reportagens sobre 11 grandes cidades do mundo que estão sujeitas ao mesmo problema e, entre elas, foi elencada São Paulo. Certamente o número de cidades com esse problema é muito maior. Portanto, procuro atingir o maior número possível de participantes nas palestras, que são muito bem recebidas e, até o momento, tiveram mais de 700 ouvintes, prováveis multiplicadores do assunto. Tenho feito (e repetido) palestras em entidades de classe, como o CREA-RJ, o Senge-RJ, a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (Seaerj) e o Clube de Engenharia, bem como em instituições de ensino, como UFRJ, UFF, UERJ, UENF, UniFOA, UVA e IFRJ. Além disso, posto diariamente sobre o aproveitamento

Fátima Luiza Negrelly Nogueira

ro (SARJ), do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e do Núcleo de Treinamento Tecnológico (NTT) e palestrante sobre aproveitamento da água pluvial em universidades e instituições. Ele conversa com a Condomínio etc. sobre algumas questões de ordem em nossas vidas.

da chuva na página que criei no Facebook (https://www.facebook.com/AproveitamentodaAguadaChuvanasEdificacoes/) e também no meu perfil no LinkedIn (https:// www.linkedin.com/in/leonardo-nogueira-0306393a/). Cetc. – Quais os temas de maior interesse para os condomínios? LRN – O aproveitamento da chuva e os temas dos cursos sobre laudo técnico de vistoria predial (LTVP), como instalações prediais hidrossanitárias, elétricas e mecânicas; segurança e proteção contra incêndio; legislação e estruturas. Uma pesquisa do Secovi, em 52 edifícios de oito construtoras, indica que, nos condomínios, as instalações hidrossanitárias são a causa

de 38% das reclamações. Outras queixas apontadas, como trincas (16,5% das queixas) e impermeabilização (7,5%) também podem estar atreladas às instalações hidrossanitárias. Além disso, um levantamento feito em edificações com até cinco anos, em Goiás, constatou que 54% das patologias são decorrentes de vazamentos nas tubulações de água fria, quente, esgoto e ralos. Cetc. – Na palestra no Clube de Engenharia você disse que é fundamental a educação da sociedade quanto ao tratamento dos resíduos e o uso racional da água. Como o cidadão comum e os condomínios podem contribuir para a consciência dessas duas questões?

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Cetc. – Condomínios interessados podem solicitar as palestras? LRN – Não tenho realizado palestras em condomínios que certamente poderiam solicitá-las. Noto que os setores (associações e sindicatos) ligados ao mercado imobiliário não têm atentado para o aproveitamento da chuva. Algumas vezes lhes enviei convites e solicitação de divulgação, tanto das palestras como dos cursos, e não constatei retorno. Dentro do critério de atingir o maior número possível de ouvintes em cada palestra, é interessante congregar mais de um condomínio em cada palestra. Aspectos muito relevantes para os condomínios serão debatidos, como a possibilidade ou não de uso de poço, a elevação dos custos da tarifa de água/esgoto acima da inflação, o uso não potável da água etc.

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Fátima Luiza Negrelly Nogueira

LRN – Todos podemos contribuir para os processos educacionais, por meio da troca de informações em diversos fóruns dos quais participamos – nos grupos de amigos, no trabalho, no clube, na igreja etc. O condomínio, grupo social de condôminos, é um desses fóruns. Meu foco atual de trabalho é o aproveitamento da chuva. Quanto ao tratamento de resíduos, defendo sua separação na origem e seu tratamento para minimizar a destinação. Ou seja, separando os resíduos na origem eles podem (técnica e economicamente) ser mais facilmente reciclados. Assim, fica reduzida sua quantidade, denominada rejeito, que tem que ser destinada para aterro sanitário, incineração ou outro processo. Diminuindo a destinação final dos rejeitos estamos reduzindo o impacto e os passivos ambientais com eles relacionados. Cetc. – Qual o custo-benefício para um condomínio? LRN – O maior benefício é diminuir a dependência da rede pública, cuja água pode faltar com as recorrentes crises hídricas. Quanto custa um caminhão-pipa de água? Vou dar um exemplo de custo de prédio residencial com 24 apartamentos. A conta mensal de água/esgoto sendo em torno de R$ 6 mil, o investimento em torno de R$ 60 mil para atender às áreas comuns do edifício (lavar pisos, calçadas, lixeiras e carros, regar plantas, irrigar gramados, uso em descargas de vasos sanitários e mictórios, reserva de água para combate a incêndio etc.) reduziria de 20% a 25% o valor da conta. O retorno do investimento poderá se dar em torno de cinco anos e será para sempre. Se for viável, no con-

domínio, usar a água da chuva nas descargas dos vasos sanitários também dos apartamentos, a redução da conta passa para 50%, com maior custo de obras e menor prazo de retorno do investimento. O melhor cenário está nos bairros que recebem mais chuva, nos prédios que têm maior área de telhado e no maior uso não potável da água. Dei um exemplo simplificado para o tempo de retorno do investimento. Mas o custo deve ser calculado caso a caso. Além do preço da tarifa de água/esgoto, que chega a superar os gastos com pessoal no Rio de Janeiro (como também em outros estados e municípios), temos leis que determinam o aproveitamento da chuva. Adicionalmente, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) diz como fazê-lo. Cetc. – Multa pelo desperdício – isso acontece no Brasil? LRN – Multas propriamente não. O que ocorre é o regime de tarifas diferenciadas (cada vez mais caras) para desestimular o aumento do consumo. Por exemplo: para o uso mensal de 0 a 10 mil litros, a tarifa é X reais; para o uso mensal de 10 a 20 mil litros, é 1,5 X reais e assim por diante. Durante as crises de desabastecimento, como a ocorrida em São Paulo entre 2014 e 2016, ainda são impostas penalizações adicionais para o aumento do consumo. O processo de conscientização é mais demorado. Entretanto, é necessário, pois seu efeito é permanente. Com a educação, forma-se um cidadão consciente para o uso racional da água, enquanto multas funcionam durante a crise. Passada a crise, se não houver educação e conscientização, o episódio e suas consequências são esquecidos.


Cetc. – Como funcionam as bandeiras vermelha e amarela na tarifa de energia? LRN – Quando os níveis nos reservatórios diminuem, as hidrelétricas reduzem ou até param sua geração de energia. Nessa ocasião, o Operador Nacional do Sistema

Fátima Luiza Negrelly Nogueira

Cetc. – Pode citar exemplos de experiências positivas? LRN – No Brasil, há muitos estados e municípios com legislação para o aproveitamento da água da chuva nas edificações. Mais de 50 municípios têm leis sobre IPTU Verde, que concedem desconto no IPTU para imóveis com “itens sustentáveis”, como o aproveitamento da chuva, a utilização de peças (torneiras, descargas e outras) econômicas, áreas verdes para infiltração, telhados verdes etc. Há casos de até 100% de desconto, como em municípios de São Paulo, 50% de desconto em Colatina (ES) e 27% de desconto em Goiânia. O município do Rio de Janeiro tem legislação de 2017 a respeito, porém, continua em análise, sem ser implementada! Em alguns países, temos, adicionalmente, restituição de imposto para a implantação de sistemas de aproveitamento da chuva. Na Índia, há desconto de $ 1 mil. No Canadá, de $ 2 mil a $ 2,5 mil. Na Austrália, entre $ 500 e $ 7,5 mil. Nos Estados Unidos, de $ 6 mil a $16 mil. Na França, fantásticos $ 3,5 mil a $ 7 mil. Outros países têm essa prática, pois o aproveitamento da chuva beneficia o município e a sociedade como um todo. Esses exemplos deveriam ser copiados no Brasil. Também acontecem doações, tanto governamentais como de empresas, de equipamentos para que a população instale em seu imóvel.

(ONS) determina que sejam ligadas outras fontes de geração de energia, como as termelétricas. O custo de geração dessas fontes é maior e, por isso, o Governo instituiu as bandeiras amarela e vermelha, período em que pagamos mais pela energia elétrica. Assim como nós, as companhias de saneamento, responsáveis pelos serviços de água e esgoto, passam a pagar mais pela energia elétrica também, que é seu custo mais relevante. Por isso, essas companhias solicitam às agências reguladoras os reajustes extraordinários das tarifas de água/ esgoto que nós acabamos pagando. Cetc. – Por favor, comente o que disse na palestra: “Trabalhar para o melhor/ preparar para o pior.”. LRN – Trabalhar para o melhor é buscar soluções de longo prazo para as crises hídricas urbanas, que se repetem por todo o Brasil. Ou seja, educar para o uso racional da água (evitar desperdício, reduzir o consumo). Buscar recuperar as bacias hidrográficas degradadas, revegetá-las, recuperar sua capacidade de “produzir” água em quantidade e com qualidade. Também cobrar dos responsáveis a diminuição da contaminação dos mananciais

(rios, lagoas, lençol d'água subterrâneo), principalmente exigindo o tratamento do esgoto. Existem inciativas governamentais e até privadas para a proteção dos mananciais. São louváveis, deveriam ser em maior número e demoram a surtir efeito, mas os efeitos são duradouros. Os governos deveriam estar mais atentos (tudo é questão de prioridade), e devemos cobrar. Como essas ações têm resultados de longo prazo e a crise hídrica já está a nossa porta, temos que nos preparar para o pior – a falta de água. Entre as soluções para isso, considero o aproveitamento da chuva a mais adequada. Cetc. – Por que no Brasil há risco alto de desabastecimento de água nas cidades litorâneas? Parece contraditório... E o que nos diz sobre a dessalinização da água do mar, que acontece na Índia, por exemplo? LRN – No litoral se concentram 3% dos recursos hídricos e 45% da população brasileira. A conta do abastecimento não fecha e a tendência à concentração urbana continua. Em 2010, 84% da população brasileira era urbana. Em 2030, a concentração urbana aumentará para 91% da população. Quanto à dessalinização, o World Wide Fund for Nature (WWF) declara: “Globally desalination is between two to four times as expensive other sources.” (muito cara). Outras fontes dizem: “Desalination is extremely unfriendly to the environment in addition to being ridiculously expensive.” (cara e nada ecológica). Nós acabaríamos pagando a conta da dessalinização, enquanto temos soluções mais adequadas, como o aproveitamento da água da chuva.

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Manutenção POr Lia Rangel

Limpeza nas alturas

vivien bezerra de melLo

Quais as melhores formas de limpar as fachadas de vidro do condomínio?

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Manter as fachadas de vidro dos condomínios sempre limpas e brilhantes não é tarefa das mais fáceis. Primeiro porque esses vidros ficam em exposição constante e o acúmulo de poeira é inevitável e segundo porque o acesso a essa parte do prédio é difícil e exige muita técnica na hora da execução da limpeza. Os métodos desenvolvidos para a limpeza em altura tiveram inspiração esportiva, especificamente no rapel, um tipo de escalada para subir montanhas com o auxílio de cordas, a fim de alcançar lugares onde é impossível chegar caminhando. Mas o que o síndico deve saber na hora de contratar uma empresa para a realização de serviços externos em altura? Segundo Thales Fanurio Mataranga, engenheiro civil da Matarangas Engenharia, empresa que oferece diversos serviços relacionados com manutenção predial e

tem como especialidade os trabalhos em altura, atualmente, há algumas técnicas e equipamentos para alcançar as fachadas dos edifícios. “Temos o acesso por cabo de aço, por meio de cadeiras ou plataformas suspensas, e por corda, em que se usam cadeiras suspensas ou descensores (técnica de rapel). Todos os métodos são seguros, desde que sejam tomadas as precauções necessárias, conforme a NR-18 e a NR-35, um curso teórico e prático que treina e habilita o profissional para exercer o trabalho em altura, atendendo à legislação vigente. O processo de limpeza é simples, porém, deve ser feito por profissionais especializados e com as devidas NRs que regularizam esse tipo de trabalho. O método utilizado é o hidrojateamento, que consiste na aplicação de água em jatos de alta pressão, e também são usados produtos como desengordurantes,


Para o gerente do Condomínio Universe empresarial, Ardanny Júnior, é imprescindível a contratação de uma empresa especializada para realizar a limpeza das fachadas de vidro

que ajudam e dão melhor resultado nesse processo de limpeza”, explica. Natasha Lopes Mataranga, que também é engenheira civil da Matarangas Engenharia, explica que a periodicidade da limpeza varia muito, de acordo com o local do empreendimento. “A presença de árvores, por exemplo, pode sujar mais a fachada. Outros fatores que agravam a limpeza das fachadas são a poluição e a chuva, que causam uma aparência feia tanto das janelas quanto das fachadas. Em geral, para prédios com revestimento, aconselhamos a limpeza bianual, para conservar a aparência do rejuntamento e do acabamento final”, diz. A engenheira ainda explica que não existe nenhuma lei que regulamente a limpeza das fachadas e janelas. “Mas temos a Lei da Autovistoria (Decreto nº 37.426/13, Lei Complementar nº 126/13 e Lei nº 6.400/13), que determina a verificação das condições de conservação, estabilidade e segurança do edifício. O quesito conservação engloba as fachadas e as janelas das edificações, que devem receber atenção especial não somente em sua parte estética (conservação), mas também em sua estabilidade e segurança, de modo a não causar problemas para os transeuntes. Especificamente em relação à limpeza das janelas existe o Projeto de Lei nº 7.605/2006, que atribui essa atividade a empresas especializadas em serviço

de limpeza, evitando que, de dentro das unidades, moradores e empregados realizem a faxina da face externa das janelas, a fim de minimizar os riscos para essas pessoas”, explica.

Na prática Ardanny Júnior é gerente do Condomínio Universe Empresarial, localizado na zona oeste do Rio, composto por 642 unidades, entre salas e lojas, divididas em sete blocos. “Todos os blocos têm janelas e venezianas, que também precisam de limpeza externa. Nós realizamos essa limpeza uma vez por ano, a não ser que haja algum evento que imponha a necessidade de fazer outra faxina em um espaço menor de tempo. Ano passado, contratamos uma empresa que tinha um equipamento diferente, era um braço com muitos metros de altura com uma mangueira e uma esponja que eram manuseadas do térreo. Essa mangueira jogava água desmineralizada, que não fica acumulada nas janelas e dispensa a necessidade de secagem. O sexto e o sétimo andares foram limpos com a ajuda de rapel, pois esse braço mecânico só chegava até o quinto andar. A próxima limpeza deverá acontecer entre agosto e setembro”, conta. Para Júnior, é imprescindível a contratação de uma empresa especializada

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para a execução desse tipo de limpeza. “Há muitos pontos que nos fazem optar por uma empresa, mas o primeiro é a segurança. Contar com profissionais especializados nesse segmento, que são capacitados para fazer isso, é muito importante. Além disso, o contrato diz que a responsabilidade por eventuais problemas é da empresa, o que exime o condomínio de quaisquer incidentes. Não podemos correr o risco de contratar qualquer pessoa, nem uma empresa que não seja especializada para cuidar de um condomínio de alto padrão. Aqui, nos cercamos de cuidados, pedimos referências, perguntamos quem são os clientes e checamos recomendações. A dica para os síndicos é que não dá para acreditar em tudo o que falam, é preciso comprovar tudo e, inclusive, desconfiar de orçamentos com valores muito abaixo do mercado, pois há muitos profissionais incapacitados por aí, em todas as áreas, e é bom tomar muito cuidado para não cometer erros”, diz. Fábio Luz, que é diretor-presidente da Full Time Alpinismo e Resgate, empresa especializada em limpeza de vidro e fachada; pintura; vedação de janelas; restauração de fachada; troca de chaminés e resgates, entre outros serviços com difícil acesso, explica que o serviço em altura deve ser realizado por uma equipe qualificada e treinada na técnica de acesso por corda, constituída por, pelo menos, dois trabalhadores, sendo um deles o supervisor. “A técnica do acesso por corda é considerada a mais segura de qualquer trabalho em altura. Durante a execução da atividade, o trabalhador deve estar conectado a pelo menos duas cordas, em pontos de ancoragem independentes, e essas cordas devem

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O condomínio que Ardanny Júnior gerencia contrata o serviço de limpeza em altura uma vez por ano

atender aos requisitos das normas técnicas nacionais, bem como os equipamentos auxiliares, e na ausência de normas nacionais, devem atender a normas técnicas internacionais. Outro fato muito importante é que a equipe de trabalho deve ser capacitada para autorresgate e resgate da equipe”, diz. No que diz respeito ao procedimento em si, Luz explica que ele é adequado a cada realidade, mas, em geral, funciona na seguinte ordem: o excesso de sujeira é retirado com um pano e, na sequência, são borrifados água e sabão neutro; o vidro é lavado e o excesso de água é retirado com o auxílio de rodo ou pano, para não deixar marcas. “É recomendável que essa limpeza seja feita a cada seis meses. Pensando na questão financeira, a utilização do acesso por corda traz economia pela quantidade de profissionais requeridos para mão de obra e pelo tempo para a execução do serviço e ainda tem outros benefícios, como alcançar pontos de difícil acesso, mais segurança e menos agressão ao meio ambiente. Outra vantagem que esse método

oferece é a rapidez com que os profissionais podem se locomover, realizando o trabalho com o mínimo impacto sobre outras atividades do condomínio, nas áreas vizinhas e ao meio ambiente”, explica. Segundo Thales Fanurio Mataranga, o maior custo das empresas é a mão de obra dos funcionários. “Como as técnicas de acesso por corda possibilitam maior agilidade na montagem e desmontagem dos equipamentos e maior agilidade na troca das ‘faixas’ que serão limpas (tanto da fachada quanto das janelas), temos uma redução do tempo final de execução, o que faz com que, em geral, as técnicas de acesso por corda sejam mais vantajosas para o cliente”, finaliza. Serviço

Full Time Tel.: (21) 3592-4310 Matarangas Tel.: (21) 2436-6799 www.matarangas.com.br


informe

Estatísticas de Imóveis Ofertados Rio de Janeiro Cobertura

VENDA

10,5%

Casa15,6% Flat 1,3% Quitinetes 1,8% Apartamento

70,9%

Venda Tipo de Imóvel

1 Qt

2 Qts

3 Qts

4 Qts

TOTAL

%

7.097

29.062

25.528

8.880

70.567

70,9

Cobertura

205

1.861

5.198

3.164

10.428

10,5

Casa

322

3.463

5.640

6.096

15.521

15,6

Flat

763

506

12

4

1.285

1,3

1.770

**

**

**

1.770

1,8

10.157

34.892

36.378

18.144

99.571

100

Apartamento

Quitinete TOTAL

Locação

Cobertura 6,7% Casa 9,2% Flat 2,7% Quitinete 4%

Apartamento

77,4%

ALUGUEL Tipo de Imóvel Apartamento Cobertura

1 Qt

2 Qts

3 Qts

4 Qts

TOTAL

%

2.128

5.702

4.352

1.552

13.734

77,4

43

216

508

414

1.181

6,7

Casa

251

461

370

547

1.629

9,2

Flat

279

192

5

1

477

2,7

Quitinete

716

**

**

**

716

4,0

3.417

6.571

5.235

2.514

17.737

100

TOTAL

fonte: SECOVI RJ.

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BEM DITA! – a coluna de boas notícias POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

CSA Organicamente completa três anos! A CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura, termo importado do inglês Community Supported Agriculture) Organicamente acaba de completar três anos. Graças a ela, segundo seu coordenador, Júlio Dain Silveira, diversas famílias cariocas têm tido acesso a alimentos saudáveis, sem agrotóxico, por um preço acessível, de proveniência confiável e próxima, ou seja, com pouca poluição decorrente do transporte das mercadorias. Há três anos, dois agricultores e suas famílias veem seus trabalhos valorizados, encontram maior estabilidade financeira e de escoamento da produção, além de terem maior capacidade de planejamento e gestão do tempo. “Estamos cientes de que Organicamente é um work in process, uma metamorfose ambulante, que está definindo sua forma aos poucos. Estamos abertos a todas as sugestões, propostas e colaboração. Para entender melhor o conceito de CSA, assista ao vídeo: CSA – Ecoideias”, reforça Júlio Dain Silveira A Organicamente possui, atualmente, dois núcleos: um em Laranjeiras e outro no Humaitá, além de realizar entregas em domicílio. Paga-se antecipadamente por um período determinado de produção – no caso da Organicamente, o comprometimento é semestral, com pagamentos mensais. Após o primeiro mês, é necessário pagar a taxa de inscrição e assinar o termo de compromisso, por meio do qual o participante se compromete a pagar as mensalidades até o fim do semestre. Em contrapartida, o produtor entrega semanalmente, para cada participante, uma cesta com uma quantidade

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definida de produtos frescos, provenientes de sua horta. Os legumes, as verduras e as frutas oferecidos variam de semana a semana, de acordo com as estações do ano. Cada núcleo (Laranjeiras e Humaitá) possui local, dia e horário determinados para as entregas semanais das cestas. As entregas também podem ser feitas em domicílio na zona sul e zona oeste, mediante algumas condições, e está em formação um grupo na zona norte. O trabalho integra a chamada economia solidária, ou seja, uma forma de organização da produção, do consumo e da distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano, e não do capital. “Não estamos apenas comprando uma cesta. Pretendemos também dar apoio ao agricultor, garantindo-lhe renda fixa e independência com relação aos grandes centros e métodos de distribuição. Esse apoio se estende também à solidariedade com o agricultor no caso de forças maiores, como longos períodos de estiagem ou de chuvas intensas que danifiquem a plantação. Compreendemos que, nesses momentos, a produção e, consequentemente, as cestas sejam menores. Da mesma forma, em períodos mais prósperos, o agricultor pode fornecer cestas mais fartas do que as habituais. Estimula-se a agricultura de proximidade, reduzindo ao máximo o número de litros de gasolina (e sua consequente poluição) gastos para transportar os produtos. A importância desse aspecto se torna mais evidente quando consideramos as origens de diversos produtos agrícolas que encontramos em supermercados e feiras

do Rio: Pernambuco, Santa Catarina, Argentina, Estados Unidos... Promovem-se relações sociais diferentes das convencionais, seja entre o consumidor e o produtor, seja entre os consumidores, favorecendo a colaboração e a amizade. Aliás, estimulamos todos a visitar as fazendas!” O consumidor, em uma CSA, tem uma postura ativa e se sente incluído no processo produtivo, ao contrário do que acontece, em geral, no comércio convencional. Não é por acaso que essa ideia já existe há mais de 40 anos mundo afora, estando bem implantada em diversos países, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Agora começa a se desenvolver também no Brasil. Parabéns, Organicamente e as demais CSAs!

As primeiras CSAs surgiram no Japão, na década de 1970, por iniciativa de um grupo de mulheres temerosas dos efeitos que os agrotóxicos poderiam causar na saúde de seus filhos e familiares. A CSA designa um procedimento simples que, de uma tacada, tem efeitos nos planos nutricional, ecológico, econômico e social. A ideia é reunir um grupo de consumidores autogerenciados a um ou mais agricultores, sem intermediários, em que se estabeleça uma relação ganha-ganha, baseada no comprometimento mútuo e de longo prazo. Para obter informações sobre os núcleos da Organicamente e sobre as entregas em domicílio, escreva para info@organicamente.org ou acesse o site https://organicamente.org


Galeria Evandro Carneiro Arte inaugurada na Gávea A galeria Evandro Carneiro Arte foi inaugurada no dia 17 de abril com a exposição de um acervo diversificado em que se destacam peças de arte popular que contam com uma carranca “navegada” no Rio São Francisco e um conjunto de esculturas de Mestre Vitalino, entre outros artistas naif, distribuídos pelo primeiro andar da loja. No segundo piso, figuram obras de artistas importantes, como Di Cavalcanti, Djanira, Helios Seelinger, Emeric Marcier, Rubens Gerchman e Siron Franco. A galeria fica no Shopping Gávea Trade Center, à rua Marquês de São Vicente, 124/lojas 108 e 109. Há estacionamento no local e o espaço abre das 10h às 19h, inclusive aos sábados. Telefone: (21) 2227-6894 e site: www.evandrocarneiroarte.com.br.

Projeto de Segurança de Ipanema (PSI) regendo o carnaval Ignez Barreto, coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema (PSI), informa que, no dia 7 de maio, a Riotur fez uma reunião com representantes de bairros da zona sul cuja pauta foi a organização do carnaval de rua. Mesmo sem ter recebido uma ata oficial da reunião, Ignez enviou o seguinte depoimento para nossos leitores, com o objetivo de transmitir o que pensam os moradores de Copacabana, Ipanema e Leblon sobre a passagem dos blocos, o pós-bloco, a degradação do bairro, os ambulantes, a venda irregular de bebidas alcoólicas etc. “O primeiro ponto positivo foi o fato de a reunião ter acontecido. É a primeira vez que a Riotur chama a população para ouvir sua opinião. Todos consideram que blocos com mais de 200 mil foliões são impraticáveis em nossos bairros. A solução, também unânime, seria levá-los para locais mais apropriados, como o Centro da cidade. Até a direção da Riotur, re-

presentada por seu presidente, Marcelo Alves, concordou com esse ponto de vista. Botafogo, Jardim Botânico e Gávea não têm esse problema. Para Ipanema ficou a questão da Banda de Ipanema, que agrega meio milhão de pessoas, pelo menos. Segundo os moradores, apesar de a banda ter nascido no bairro, ela, já há muito tempo, é frequentada por gente de todos os lugares da cidade, do país e do mundo. O morador do bairro não consegue nem sair de casa durante o carnaval, que dirá frequentar a banda! Foi unanimidade também que o maior problema é o pós-bloco. Como os blocos atraem uma multidão imensurável, atraem igualmente outra multidão de ambulantes. O bloco passa e a venda de bebidas alcoólicas e drogas continua pelas ruas, o que faz com que esses consumidores não saiam dos locais, causando imensos transtornos e problemas para a segurança pública. Como a dificuldade de fiscalizar esse comércio é enorme, se os blocos fossem transferidos para o Centro, a pressão dos ambulantes nos bairros diminuiria. Quanto à venda de bebida alcoólica e drogas para e por menores, a lei é clara. É proibida a venda de bebida e outras drogas ilícitas para e por menores. No entanto, isso acontece durante o carnaval. Não adianta imaginar que o ambulante, por ser cadastrado, vai deixar de praticar essa atividade ilícita que lhe dá grande retorno de dinheiro. Outro aspecto do mesmo problema é que o ambulante que sabe que vai trabalhar durante o carnaval vem com toda a família, que participa da atividade e se estabelece nas ruas, praças e areias da orla. Fazem daqueles locais seu dormitório, seu banheiro, sua cozinha e tanque. Há um desordenamento urbano inconcebível, criando o ambiente propício para todo tipo de crime – roubo, assalto, vandalismo, depredação do patrimônio público e privado, saque ao comércio formal, tiroteio e até mesmo homicídio! Tirar o ambulante da rua tem de ser uma prioridade se quisermos uma festa minimamente tranquila e organizada. Se houver uma emergência médica de algum morador é o caos total. É claro que essa situação leva a um descontrole total da segurança pública e à abolição do direito de ir e vir.”

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Manutenção por lia rangel

Portões automáticos ainda mais modernos Conheça os novos tipos de controle de acesso de veículos e pedestres

segundo O síndico Guilherme Guerreiro, No Condomínio Norte Privilege, a entrada de pedestres é controlada por biometria

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Os portões automáticos deixaram de ser item de conforto e passaram a integrar a segurança dos condomínios, já que sua abertura expõe os moradores e funcionários à violência urbana, muito comum no Rio de Janeiro, atualmente. Mas o que o síndico precisa saber na hora de automatizar os portões do condomínio ou contratar uma empresa para realizar a manutenção deles? Existem, basicamente, três tipos de portão para garagens de condomínios que podem ser automatizados: o basculante, o pivotante e o deslizante. O basculante abre para cima, o pivotante tem abertura para fora ou para dentro e o deslizante corre para um lado ou outro. Para Ricar-


O síndico Guilherme Guerreiro mandou substituir completamente o portão automático e os sistemas de controle de acesso

do Coelho Vianna, sócio-diretor da Digiseg, empresa que oferece serviços de controle de acesso para veículos e pedestres por tag, cartão de proximidade, biometria; sistemas CFTV; alarmes; centrais PABX; automação de portas e antenas coletivas, o síndico deve contar com o auxílio de um profissional técnico para orientá-lo com relação à automatização, de acordo com o portão que já está instalado no condomínio. “O síndico não pode focar em preço, é preciso analisar a idoneidade da empresa que vai atender ao condomínio. Em geral, oferecemos contrato de um ano, com visitas de manutenção preventiva mensais e corretivas quando necessárias. Nas visitas mensais, verificamos os cabos de aço, se o motor está rodando normalmente, analisamos as roldanas e lubrificamos as guias, além de outros procedimentos específicos para cada tipo de portão, o que reduz a probabilidade de defeitos. Em geral, quando a preventiva é bem executada, quase não precisamos realizar as corretivas, mas, em caso de defeito em qualquer equipamento, temos reservas para todos eles. Isso é bom para os síndicos, para os moradores e para nós”, diz.

Controle de acesso Os portões automáticos garantem um pouco mais de segurança para os moradores, sim, mas, em muitos condomínios, causam mais dor de cabeça do que sensação de bem-estar. Isso porque vivem quebrados ou com algum tipo de problema. Era o que acontecia no Condomínio Norte Privilege, que há alguns anos teve um sistema de automatização instalado, mas que só funcionou por um curto período de tempo. O síndico profissional Guilherme Guerreiro, que está há quase três anos à frente desse condomínio, conta que precisou instalar um novo sistema do zero para que tudo funcionasse perfeitamente. “Implementamos um novo sistema de tag, no portão que dá acesso à garagem, pois o que existia não servia. Havia um conflito com outras tags instaladas nos carros e tecnicamente não funcionava. Substituímos todo o sistema, antena, central controladora, tudo mesmo, e o equipamento antigo foi jogado no lixo. Tivemos o entendimento de que não valia a pena investir em uma coisa antiga que já não funcionava. Era melhor investir em um sistema completamente

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novo. Trocamos o portão de ferro por um de alumínio e o motor, que antes abria em 20 segundos, abre em 7 segundos agora. Quando fizemos essa proposição em assembleia, os moradores aprovaram de imediato”, conta. Ainda segundo Guerreiro, essa instalação foi realizada há apenas dois meses e a empresa que fez o trabalho ofereceu muitas garantias. “Sou engenheiro e trabalhei muitos anos com shoppings, então conheço muitos fornecedores. Solicitei a um fabricante e ele indicou um representante no Rio que disse, inclusive, que se o sistema não funcionasse nós não precisaríamos pagar. Essa proposta foi como uma garantia e foi decisiva, juntamente com o valor cobrado para a execução do serviço. Antes de fechar o contrato, fizemos uma pesquisa, fomos ao mercado saber quem fazia esses serviços, pois é fundamental trabalhar com uma empresa idônea. Ainda estamos no período da garantia e a empresa vem sempre que solicitamos, mas quando acabar esse tempo, vamos fechar um contrato de manutenção com visitas mensais preventivas e as corretivas, quando houver necessidade”, diz. O sistema de tags é muito simples e seguro. Um software de controle de acesso é instalado e os veículos do condomínio são cadastrados. Na sequência, são distribuídas etiquetas, que devem ser coladas nos para-brisas dos veículos. O sistema reconhece a tag por aproximação e libera a entrada ou saída do veículo. Segundo Bruno Valle de Freitas, diretor comercial e técnico da Valletec, empresa especializada em segurança eletrônica, telecomunicação, automação, serviços elétricos e informática, a avaliação da empre-

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As tags são responsáveis pela liberação de veículos no Condomínio Norte Privilege

sa é de suma importância para o sucesso da automatização. “O técnico precisa verificar a estrutura, o tamanho e o peso do portão instalado para definir o motor mais adequado ou sugerir substituições. É preciso uma criteriosa análise profissional para evitar problemas, pois não se trata apenas da parte eletrônica, a serralheria também influencia muito. Atualmente, de meus atendimentos, cerca de 50% dos problemas têm relação com a serralheria: o portão cai, tomba; um exemplo que acontece em muitos casos de portões deslizantes é que eles ficam suspensos no ar e a gravidade o puxa para o chão, por isso, nesses casos, refazemos a serralheria e instalamos um trilho no chão para estabilizar o portão e aumentar a vida útil do equipamento de automação”, explica. Freitas também conta que tem nos porteiros grandes parceiros da Digiseg. “Eles são nossos aliados, por isso, recomendamos, a cada troca de turno, que o funcionário que estiver assumindo verifique

se o portão está trabalhando bem e se o sensor antiesmagamento está funcionando para, ao menor sinal de problema, eles nos avisarem e, assim, conseguirmos evitar transtornos maiores.” O síndico Guerreiro também conta que instalou um sistema de acesso por biometria no portão de pedestres. “Ainda estamos em fase de testes, o início foi mais confuso, mas já está tudo funcionando. Tivemos dificuldades na hora de registrar as digitais de alguns condôminos, pois existem pessoas que as digitais até são captadas, mas o sistema não as reconhece. Um exemplo de pessoas que têm esse problema é quem usa luva por longos períodos, como médicos, enfermeiros e dentistas, que podem ter as digitais alteradas. Para esses casos, entregamos uma tag chaveiro e garantimos seu acesso ao condomínio. Todos os dados de entrada e saída ficam armazenados no sistema, e podemos ter acesso no momento que for necessário”, diz. Viana explica que, na hora de contratar uma empresa, o síndico deve se cercar de cuidados importantes. “É fundamental solicitar referências e consultá-las para saber o nível de trabalho desenvolvido pela empresa. Outra dica é visitar os condomínios, conversar com os síndicos atendidos, verificar o CNPJ e se a empresa responde a algum processo”, finaliza.

Serviço

Digiseg Tel.: (21) 3624-9505 www.digiseg.com.br Valletec Tel.: (21) 2516-0379 www.valletec.com.br


Atualidade

Prefeito de São Paulo sanciona lei que proíbe manuseio, queima e soltura de fogos com ruídos Proposta visa o bem-estar de idosos, crianças e animais, que sofrem com os estampidos. Multa será de R$ 2 mil e o valor será dobrado em caso de reincidência

pt.freeimages.com/ Luiz Pinheiro

e influenciar outras cidades a fazerem o mesmo”, disse o prefeito Bruno Covas. O texto do projeto é de autoria dos vereadores Mário Covas Neto, Abou Anni e Reginaldo Trípoli. “Essa ação significa um avanço. Queremos informar as pessoas sobre os malefícios que o ruído desses fogos provoca, por exemplo, em crianças autistas, nos idosos adoentados e também nos animais, que têm sistema auditivo muito sensível”, declarou Trípoli.

Fiscalização O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, sancionou, em 23 de maio, o projeto de lei que proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos que produzem ruído. A proposta é evitar o mal-estar que esse tipo de barulho provoca em idosos, crianças e animais domésticos. Os fogos sem estampidos, que exibem apenas efeitos visuais, continuam permitidos. “Queremos gerar empregos, mas que as pessoas tenham renda de forma digna, respeitando não apenas as crianças e os idosos, mas também os animais. São Paulo precisa ser exemplo

A Prefeitura vai definir como a fiscalização será realizada. Quem for flagrado manuseando, queimando ou soltando fogos de artifício que produzem ruídos será multado em R$ 2 mil. Caso ocorra reincidência, o valor será cobrado em dobro. A lei será regulamentada pelo poder Executivo em 90 dias. “Muito mais do que multar, queremos conscientizar a população sobre o impacto que os fogos de artifício tradicionais provocam em idosos, crianças e animais”, afirmou o secretário Municipal das Prefeituras Regionais, Marcos Penido. No Rio de Janeiro ainda não há lei semelhante, mas seria muito bem-vinda!

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Manutenção por lia rangel

Entrando pelo cano Quando os problemas são na tubulação do condomínio Entupimento no encanamento de condomínios pode acontecer por vários motivos e deixar síndicos, administradores e moradores muito estressados, já que as consequências podem ser experimentadas por todos quando a água retorna dos canos, quando há vazamento, cheiro ruim saindo dos ralos ou água escorrendo pelo teto. Todas essas são situações muito desagradáveis, que impedem o bem-estar no condomínio e causam muito estresse para o síndico, mas com manutenção preventiva é possível reduzir e muito a possibilidade de acontecerem problemas como esses no prédio. Para Eduardo Fanurio Mataranga, engenheiro civil da Matarangas Engenharia, empresa que oferece serviços de recuperação e pintura de fachadas; limpeza de vidro; impermeabilização de playgrounds e reservatórios; instalação de novas tubulações de gás; serviços de elétrica; retrofit em ambientes e laudos de autovistoria, entre outras funções de engenharia, explica que, de maneira geral, a tubulação funciona levando algum tipo de fluido de um ponto a outro. “A tubulação de esgoto, por exemplo, leva a água (esgotada) de um ponto de captação para o tubo de queda. A tubulação hidráulica leva água do reservatório superior (caixa-d’água) até o ponto de água. Existem diversas tubulações nos condomínios que podem variar de acordo com sua complexidade. Como engenheiros, devemos tratar do tema ‘manutenção’ utilizando de fato nossa experiência e associá-la às normas técnicas, que são de suma importância para seguir e realizar os reparos com os requisitos mínimos da boa técnica e baseados 76

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em testes. Em relação às tubulações de esgoto é recomendado que de seis em seis meses seja feita uma vistoria nas caixas de gordura para avaliar sua real situação e, se estiverem com entupimento, resolver o problema”, explica. Marcello Valle é engenheiro e sócio da Zaimer Engenharia, empresa que oferece os serviços de impermeabilização de lajes, caixas-d'água, caixas de gordura e telhados; instalações hidráulica, elétricas e a gás; recuperação, pintura e pastilhas em fachadas; recuperação e reforço estrutural e de telhado; reformas e construção em geral. Segundo Valle, primeiro a água chega ao condomínio por uma entrada e é distribuída por ramais e sub-ramais até os pontos de sua utilização, como chuveiros, torneiras, máquinas de lavar roupa etc. “No fim do processo, o encanamento das áreas de serviço e da cozinha, que leva as águas de descarte à caixa de gordura, e as águas dos banheiros caem na caixa de esgoto. A tubulação deve ter um plano de manutenção que contemple a vistoria e a limpeza pelo menos duas vezes por ano”, diz. Natasha Lopes Mataranga, que também é engenheira da Matarangas, explica que o síndico pode ter alguns cuidados a fim de evitar entupimentos. “A caixa de gordura recebe a água que vem da pia da cozinha, tem a finalidade de impedir que gordura ou resíduos sólidos entrem na tubulação, o que pode causar entupimento no sistema de esgoto. Dessa forma, o síndico pode instruir os condôminos, por meio de material informativo a ser disponibilizado no condomínio, sobre o despejo


correto dos dejetos utilizados na pia da cozinha, além da limpeza constante das caixas de gordura, conforme a NBR 8.160, de 1999. Lembramos ainda que a manutenção preventiva é a forma menos onerosa ao condomínio”, diz. Que “manutenção” é a palavra de ordem para a vida dos síndicos todo mundo sabe e está cansado de ler e ouvir, mas será que todo síndico coloca isso em prática? O mais recomendado é que os condomínios contratem uma empresa que fique responsável por essas vistorias e pelo serviço periódico de limpeza e conservação do encanamento. Essa limpeza, geralmente, impede que a tubulação fique entupida e, em caso de emergência, se o condomínio tiver contrato com uma empresa, não haverá gastos extras, já que a maioria das empresas cobre esse tipo de situação. Outra vantagem desse tipo de contrato é que costuma ser mais vantajoso financeiramente para o condomínio do que contratar uma empresa apenas em casos de emergência.

Moradores também têm culpa Muitas pessoas não têm consciência sobre o impacto de suas atitudes e acabam prejudicando outras pessoas, principalmente quando se vive em espaços compartilhados, como os prédios residenciais. É muito comum que se descartem preservativos, papel higiênico, absorventes e até fraldas descartáveis pela descarga. Outro fato constante é o descarte de óleo de cozinha pelos ralos, um perigo porque, apesar de ser líquido,

O síndico Manoel Honorato precisou substituir as conexões de ferro pelas de PVC para se livrar do entupimento

ele se solidifica nas paredes dos canos, formando verdadeiras crostas que impedem a passagem da água e causam problemas de entupimento. Para evitar esses danos, o síndico deve investir em campanhas de conscientização para moradores e funcionários, explicando quais são as medidas que podem ajudar a evitar os entupimentos, por meio de cartazes e memorandos, por exemplo. Instruir os moradores também é função do síndico. Valle explica que o encanamento e a rede de esgoto devem ser periodicamente limpos, principalmente em condomínios e conjuntos residenciais. “A manutenção corretiva ainda pode custar até 10 vezes mais do que a preventiva. Por isso, é recomendável que o síndico distribua e/ou fixe alertas sobre procedimentos corretos para o descarte de

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material. Então, além de atuar na conscientização dos condôminos sobre o descarte adequado, é necessário fazer a manutenção preventiva em toda a rede de encanamento, tanto na horizontal quanto na vertical. Assim, qualquer problema futuro pode ser identificado antes mesmo que haja vazamento ou entupimento do encanamento. Um litro de óleo descartado no ralo da pia pode poluir um milhão de litros de água potável. É a quantia equivalente ao consumo de uma pessoa em 14 anos de vida. Além disso, quando o óleo usado é descartado na pia, ele se acumula no encanamento e retém resíduos, o que causa graves problemas de higiene e até gastos extras com a limpeza da caixa de gordura. Sem contar que a sujeira atrai insetos, baratas e ratos. O correto é guardar o óleo usado em garrafas de refrigerante (PET) e fazer o descarte em locais próprios para a coleta. Já a caixa de gordura tem um papel importante: reter a gordura (como óleo de cozinha, por exemplo), evitando que seja despejada no esgoto. Como a caixa guarda esse material, ela deve ser limpa periodicamente por uma empresa especializada e que tenha licença para descartar esse material em um local correto. Caso a caixa de gordura não tenha sua limpeza executada em tempo hábil, o excesso de dejetos poderá obstruir a tubulação e até mesmo vazar e transbordar”, explica. Segundo Natasha Lopes Mataranga, a maior parte dos entupimentos é causada pelo descarte incorreto de material e/ou resíduos na tubulação. “O acúmulo de resíduos pode comprometer totalmente ou parcialmente a tubulação. Nos casos de entupimento e acúmulo de sedimentos, geralmente ocorre o comprometimen-

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Outros casos

to parcial da tubulação, que é resolvido chamando uma empresa para desobstruí-la. Se houver comprometimento total da tubulação, a única solução é a troca do trecho danificado. Podemos dizer que os restos de comida, o pó de café e o óleo são os grandes vilões da tubulação. O entupimento pode causar o retorno da água para os apartamentos e para o condomínio, gerando grandes transtornos e alagamento nas áreas próximas ao problema. O primeiro passo para que entupimentos não ocorram realmente começa na cozinha, visto que o agente causador é o usuário. Dessa forma, os moradores devem jogar os restos de comida no lixo, limpando os pratos antes de lavar a louça; também é necessário retirar o excesso de gordura dos pratos com um pedaço de papel para que ela não vá para o encanamento, uma prática que, além de ajudar a evitar entupimento da pia, ajuda a economizar água. Outra dica importante é sobre a hora do preparo de alimentos – é bom tampar a entrada do ralo com uma rede/ peneira para que cascas, folhas e restos não caiam na tubulação. Pontas de embalagens e etiquetas também devem ser descartadas no lixo, já que podem causar sérios problemas no encanamento”, explica.

Mas nem sempre os problemas de entupimento na tubulação acontecem por causa do desleixo de condôminos, muitas vezes, as peças já estão desgastadas e é preciso realizar uma obra de substituição para restabelecer o bom funcionamento da tubulação. Foi o que aconteceu com o síndico Manoel Honorato, que está à frente do Edifício Hiva há mais de 10 anos. O condomínio tem dois blocos de 12 andares cada um e cerca de 300 moradores, que logo perceberam a diminuição na pressão da água nas torneiras. “Há seis anos, trocamos toda a tubulação de ferro por uma tubulação de PVC, mas deixamos as conexões de ferro, aí nossos funcionários já tinham verificado a necessidade de substituir algumas conexões que estavam enferrujadas e entupidas. Mudamos essas conexões, trocamos alguns tubos por modelos de bitola maior para a água descer com mais pressão e aproveitamos para fazer uma grande limpeza no telhado, já que as conexões com problemas estavam na parte superior do prédio. A obra foi realizada em apenas um dos blocos, em aproximadamente dois meses, e agora estamos nos preparando para fazer a mesma coisa no outro bloco. Costumo dizer que existem quatro Cs problemáticos nos condomínios: cano, cachorro, criança e carro. Toda hora um desses dá problema, então, precisamos estar sempre atentos”, finaliza. Serviço

Matarangas Tel.: (21) 2436-6799 / www.matarangas.com.br Zaimer Engenharia Tel.: (21) 2236-4913 / www.zaimer.com.br


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nota

Câmara aprova projeto que proíbe que as concessionárias cobrem por estimativas de consumo Com 32 votos favoráveis e apenas um contrário, a Câmara Municipal derrubou, no dia 15 de maio, o veto ao projeto de lei de autoria da vereadora Vera Lins (PP), que proíbe que as empresas concessionárias de luz, água e gás no município do Rio realizem estimativas de consumo para fins de cobrança. De acordo com a parlamentar, a finalidade é resguardar o direito do consumidor que, em muitos casos, sofre com cobranças de consumo fruto de simples suposição, e não do real consumo. Nessa situação, a dúvida sempre persiste, já que as faturas são expedidas sem que os equipamentos tenham sofrido o procedimento de leitura de forma clara, o que gera incerteza aos consumidores. A lei será promulgada pela Câmara Municipal. “A conquista com a derrubada desse veto é dos consumidores da cidade, verdadeiros fiscais das leis. Prova disso são o número de reclamações de consumidores nos órgãos de defesa do consumidor com dúvida no valor de suas contas. Nossa finalidade é acabar com esse processo de estimativa e fazer com que seja cobrado apenas o que foi consumido 80

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pelo estabelecimento ou residência. Dessa forma, a cobrança fica bem mais transparente”, afirmou Vera. A lei determina ainda que as cobranças retroativas – muitas vezes feitas pelas concessionárias com a alegação de que os medidores apresentam algum tipo de avaria e necessitam ser trocados – acabam ocasionando defasagem de consumo, porque essa prática fere os princípios do contraditório, da ampla defesa e da razoabilidade, já que elas só poderão ser realizadas desde que seja comprovado, por um perito, algum tipo de adulteração feita pelo consumidor. Vale lembrar ainda que a troca e o conserto dos aparelhos são de responsabilidade das concessionárias, e não do consumidor. Em caso de descumprimento da lei, o infrator estará sujeito às penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor (CDC), podendo sofrer multa que varia de mil até 100 mil UFIRs, e os valores arrecadados serão revertidos para o Fundo Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (FUMDC). O prefeito Marcelo Crivella ainda tem de sancionar a lei.


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