Revista Condomínio. Edição 59

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Todo síndico lê!

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Manter o condomínio limpo é fundamental A versatilidade das cortinas de vidro

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Dois extremos: visita do papa e manifestações nas ruas A vinda do papa ao Brasil trouxe para nosso povo um ensinamento de simplicidade e acolhimento humano, que todos estávamos precisando. Posso dizer por mim que fiquei “com a alma lavada” e tive, até a hora em que ele subiu no avião carregando sua velha pasta, uma sensação de profunda alegria e esperança. Ele é, sem dúvida nenhuma, o grande líder mundial. Conquistou todos, abordando os mais diversos temas polêmicos de uma forma natural. “Se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?” Sempre sorrindo, atencioso, carinhoso, deu exemplo de simplicidade, aliás, como sempre tem vivido, mas teve, nitidamente, um olhar claro e dirigido para os menos favorecidos e excluídos. Não deixou de lado nenhum credo ou religião. Ficou cativado com o grande carinho de nosso povo. Três milhões e quinhentas mil pessoas na Praia de Copacabana, em que, na hora em que foi pedido silêncio, não se ouvia um só ruído... Foi um espetáculo que pela sua fé e grandiosidade impressionou o mundo todo. Agora passemos às manifestações de rua, que, desde junho, acontecem sem parar. Tirando o vandalismo, que é de uma minoria inexpressiva, como todos sabem, mas que as autoridades não conseguem controlar, o movimento tem conseguido acuar os políticos, que estavam acostumados a não ter que dar satisfações e sempre cometeram os maiores desmandos sem que o povo os incomodasse. As viagens particulares com jatinhos e helicópteros públicos e diversas outras mordomias já integradas a eles e suas famílias ficaram bem mais difíceis. O povo faz vigília em suas residências e invade as câmaras municipais, exigindo comissões de inquérito para apurar contratos que são sempre re-

novados, como é o caso das empresas de ônibus, que entre si dividem as concessões, sem que se saiba os critérios do custo. A revolta do povo se expressa pela vertiginosa queda na avaliação dos políticos envolvidos, a começar pela presidenta, que tem ido contra os fundamentos básicos da ordem econômica, camuflando, com a “contabilidade criativa”, a realidade das contas públicas para criar o tão desejado superávit primário, absolutamente necessário para qualquer governo. Sem austeridade fiscal não se mantém a inflação sob controle e muito menos se criam condições para a vinda de capitais de fora, para investimentos no país, tão fundamentais para nosso desenvolvimento. Esperamos que as licitações dos aeroportos do Galeão e de Confins, marcadas para outubro, sejam realizadas para melhorar a imagem desse governo. Ele insiste no trem-bala, agora chamado trem-bala [perdida], que foi adiado mais uma vez e que já consumiu R$ 1 bilhão só no projeto. Esse governo não consegue executar as obras programadas por falta de competência, nem gasta as verbas já liberadas. Todas as obras estão atrasadas, o que as encarece ainda mais e não traz os benefícios a que se destinam. Temos um ano e meio para o fim do mandato. Será que o governo mudará a política econômica, procurando as medidas realistas que são claramente indicadas pela maioria absoluta dos analistas? Acho difícil, pois já estamos quase no final de 2013 e o ano que vem será ano de eleições, em que só se pensa em continuidade. O povo grita pela reforma política, e se ela, por milagre, sair é uma esperança a mais. Vamos aguardar, o Brasil merece melhores governos. NEWTON MENDONÇA

Presidente da CIPA

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[capa] Tá limpo?! Manter o condomínio limpo é fundamental O asseio nas áreas comuns do condomínio pode ser prejudicado quando é preciso lidar com a falta de funcionários, prestadores de serviço amadores e até com o desconhecimento dos melhores produtos e rotinas. Para fugir desses problemas e assegurar a boa execução dos serviços de limpeza, a terceirização pode ser uma alternativa..

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[MERCADO] Autovistoria obrigatória para condomínios pode virar lei nacional

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A autovistoria nos condomínios cariocas poderá se tornar uma obrigatoriedade nacional. Foi o que afirmou o presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann.

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Há quem capriche muito no visual e esqueça a segurança ou, no mínimo, a negligencie, principalmente no quesito iluminação. Você faz parte desse time? Leia com atenção essa matéria para passar um fim de ano tranquilo em seu condomínio.

[CONDOMÍNIO] Parquinho em dia, síndico tranquilo Com a proximidade das férias escolares, condomínios ficam ainda mais atentos às condições de uso dos brinquedos. E cada vez mais vêm seguindo as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

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[DECORAÇÃO] De olho no verão e nas festas de fim de ano, condomínios buscam decoração criativa e sustentável para áreas externas

[SEGUROS] Nova modalidade de seguro obrigatório dá mais tranquilidade a síndicos e condôminos

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Básica Ampla é a opção para prédios residenciais e comerciais que buscam uma cobertura all risks.

DIRETORIA Presidente NEWTON MENDONÇA

Revisão ANDREA BIVAR

Vice-presidente MÁRIO MENDONÇA

Fotografia Ariel Subirá

Diretora da Unidade de Negócio e Condomínio DEBORAH O’DENA MENDONÇA

Marketing e Publicidade SAMY GRUBMAN marketing@cipa.com.br

Diretora de Locação, Seguros e Novos Negócios MARIA TERESA MENDONÇA DIAS

Colaboraram neste número ClÁudia Silveira Lia Rangel paulo ferreira renata Fernandes STELLA MARIS C. MENDONÇA Viviane Marques

Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO (MTb: 18731)

redacao@cipa.com.br

[CONSERVAÇÃO] Você sabe o que é reabilitação de encanamentos? Fim do quebra-quebra: nova técnica para consertos hidráulicos está revolucionando o mercado. Leia a matéria e saiba tudo sobre essa novidade.

A ordem é usar móveis confortáveis, seguros e charmosos nos ambientes frequentados pelos moradores.

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[SEGURANÇA] Como caprichar na iluminação natalina, aliando beleza e segurança

[CONDOMÍNIO] A versatilidade das cortinas de vidro Leia esse texto para saber como usufruir das vantagens das cortinas de vidro sem burlar a lei.

Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

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A Revista Condomínio etc. esclarece que: - Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. - Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes. Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.

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informe

ECODICAS CIPA @A CIPA é uma empresa que respeita o meio ambiente e tem em suas ações cotidianas a preocupação em poupar o planeta. E para incentivar seus clientes a entrarem nessa onda sustentável, investiu num site totalmente voltado para esse tipo de dicas. @Se você ainda não conhece o site ECODICAS, vale a pena dar uma navegada: www.cipa.com.br/ecodicas. É um espaço que a CIPA utiliza para colocar à disposição dicas simples e objetivas que podem ser adotadas no dia a dia dos condomínios, com o objetivo de preservar o meio ambiente. @A CIPA acredita que ações individuais tendem a se tornar coletivas quando multiplicadas. E os síndicos, como líderes e representantes dos condomínios, exercem papel fundamental na disseminação da cultura ecológica. @Faça você também sua parte! NotiCIPA @Para manter você por dentro do que acontece de mais importante no cenário do mercado imobiliário, a CIPA não poupa esforços: faz uma rigorosa seleção dos assuntos mais noticiados na mídia e os envia para clientes, fornecedores, investidores e funcionários. Não tem como não ficar em dia com o que acontece. @O informativo é quinzenal e aborda temas como imóveis, indicadores, legislação, oportunidades, cursos e palestras. @Confira as últimas notícias em http://www.cipa.com.br/noticipa. “Não há evidências de bolha imobiliária no mercado brasileiro”, diz estudo @Um estudo realizado pela Bain & Company, intitulado “Risco de bolha ou motor de crescimento?”, chegou à conclusão de que não há evidências de bolha imobiliária no Brasil. O levantamento comparou o Brasil com sete países nos quais houve crise imobiliária (Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Irlanda, Portugal e Reino Unido) e constatou que há pontos de atenção, mas não existe formação de bolha. @“Os principais pontos de atenção são o nível atual de comprometimento de renda, que vem se aproximando de uma zona mais crítica, e a valorização dos imóveis, cujos preços cresceram com o dobro da velocidade do aumento da renda familiar. Ainda assim, a dimensão de bolha que poderia se formar seria pequena, dado o peso relativamente baixo do preço dos imóveis quando comparado com a renda anual familiar e a baixa penetração de crédito imobiliário como percentual do PIB”, analisa o sócio da Bain & Company e autor da pesquisa, Rodolfo Spielmann.

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Fonte: Info Money Selo verde agora para residências @Até o fim do ano, o Green Building Council Brasil (GBC), que fomenta a indústria de construções sustentáveis em todo o mundo e que hoje emite o selo americano LEED (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental) para obras comerciais, ganhará um certificado especial para residências. Com custo que varia de R$ 3 mil a R$ 9 mil, dependendo da metragem, a organização estima uma valorização de 10% a 20% do imóvel “verde” e a redução no custo de manutenção mensal entre 8% e 9%. Lançado complexo residencial na Zona Portuária @O prefeito Eduardo Paes participou, em setembro, do lançamento do Porto Vida, primeiro complexo residencial construído após o início da revitalização da Região Portuária. O prefeito anunciou ainda que encaminhará à Câmara Municipal projeto de lei que prevê isenções e anistia de impostos para empresas que investirem na construção de unidades habitacionais na área do Porto Maravilha. @“Vamos consolidar o uso residencial nessa área do Sagas (que abrange os bairros Saúde, Gamboa e Santo Cristo) e garantir que a gente possa ter 2 milhões de metros quadrados de imóveis residenciais. São 26 mil residências que a gente quer construir na Região Portuária, o que significa que vamos trazer mais 100 mil moradores, criando um centro diferenciado para a cidade”, explicou Paes. Os incentivos fiscais para a área do Sagas serão para imóveis residenciais e comerciais convertidos em residenciais nessa região. @Eles terão remissão de dívidas municipais, isenção de IPTU e de taxa de coleta de lixo e de Outorga Onerosa por acréscimo da área. Para imóveis residenciais na área com aumento de potencial de construção (Cepacs), incluindo a parte residencial de imóveis de uso misto, haverá isenção de IPTU, ITBI e de taxa de lixo para os compradores de novos imóveis. @Além da criação de incentivos na área do Sagas e das Cepacs, serão produzidas na região 2.200 unidades de Habitação de Interesse Social, com o programa Minha Casa, Minha Vida. Para isso, serão desapropriados imóveis em situação fundiária irregular, degradados ou abandonados, e imóveis públicos. Bairro Maravilha beneficia 836 mil pessoas na Zona Norte @Um pacote de obras vai mudar o visual de 22 bairros da Zona Norte do Rio. As melhorias na área de infraestrutura serão no valor de R$ 657,4 milhões e beneficiarão aproximadamente 836 mil moradores, através do Programa Bairro Maravilha. A reurbanização inclui obras em 975 ruas – o que totaliza 326 quilômetros de vias restauradas – e mudanças em toda a rede de drenagem. As calçadas serão adaptadas para pessoas com necessidades especiais e haverá plantação de mudas de árvores em vários pontos. @As obras, que prometem repaginar as áreas, serão iniciadas em Anchieta e Ricardo de Albuquerque. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, as licitações para contratar a empresa responsável pelos serviços serão feitas na semana que vem. Estão na lista também Madureira, Bento Ribeiro, Marechal Hermes, Guadalupe (1 e 2), Rocha Miranda, Honório Gurgel, Colégio, Coelho Neto, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Engenho de Dentro, Méier, Engenho Novo/Sampaio, Cachambi, Maria da Graça e Del Castilho. Localidades do Centro, como Cidade Nova, Benfica e Rio Comprido, também serão revitalizadas.

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capa

Manter o condomínio limpo é fundamental Lixeiras dos andares entulhadas, reservatórios com água contaminada e piscina cheia de musgo são experiências que nenhum síndico deseja vivenciar. No entanto, o asseio nas áreas comuns do condomínio pode ser prejudicado quando é preciso lidar com falta de funcionários, prestadores de serviço amadores e até com o desconhecimento dos melhores produtos e rotinas. Para fugir desses problemas e assegurar a boa execução dos serviços de limpeza, a terceirização vem se tornando uma alternativa cada vez mais comum. por Viviane Marques

Em primeiro lugar, vale lembrar que o custo de terceirizar a gestão de empregados não deve ser o motivador para a troca. Nem sempre delegar contratação e gestão de serviços condominiais a uma empresa sai mais barato. A vantagem está na praticidade e na garantia do serviço prestado. “Estava sentindo dificuldade na contratação de mão de obra e terceirizei para me dedicar a outras áreas que não exigem tanto no dia a dia”, comenta a síndica Romana Dellomo Attademo, do Solar Princesa Christiana, em Ipanema, que há três anos tem a equipe de faxina a cargo de uma empresa externa que também for-

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nece os produtos de limpeza. “Costumava contratar por indicação, mas os funcionários ficavam dois ou três meses e pediam para ser mandados embora. Havia muita rotatividade”, relata. Romana encontrou resistência dos moradores ao sugerir a terceirização dos serviços, embora a diferença nos custos com funcionários e produtos de limpeza fosse de apenas 15%, aproximadamente. “Sairia só um pouco mais barato manter como estava, mas convenci as pessoas que se negavam a aceitar (a troca), alegando que não poderia ficar de repente com a lixeira cheia, pois na falta de um empre-

gado não havia substitutos. Para mim, era um pesadelo. São mais 15% no orçamento, com a vantagem de o prédio não sofrer um colapso”, argumenta. Atualmente, o Solar Princesa Christiana – que conta com 80 apartamentos divididos em dois blocos – paga R$ 8 mil mensais à empresa de terceirização, que fornece, além de equipe e produtos de limpeza, funcionários de portaria. Apesar da praticidade, a opção ainda não é uma unanimidade entre os condôminos. “Estimo que 80% apoiem, mas acho que é apenas má vontade de quem considera a medida discutível”, comenta a síndica.


Marco Antonio Silva, condomínio Plus Residencial (Jacarepaguá).

No Solar Princesa Christiana, a síndica Romana Dellomo organiza a rotina de limpeza

Com apenas três anos de existência, o Plus Residencial, condomínio no bairro de Jacarepaguá, também apostou na terceirização como medida para facilitar a administração do edifício, que tem 84 unidades e ampla área de lazer. A mudança foi uma das primeiras iniciativas tomadas pelo síndico Marco Antonio Pires Souza da Silva ao assumir o mandato, em abril deste ano. “Assinar carteira dava trabalho, era complicado. Agora, nem material de limpeza compramos, é tudo fornecido pela empresa”, comenta ele, que conseguiu manter o funcionário mais experiente do edifício contratado pela firma como supervisor da equipe. Para escolher a fornecedora de mão de obra, o síndico do Plus Residencial

buscou a prestadora que já atuava em outro condomínio onde Silva possui imóvel. Exigiu certificados, obteve referências de clientes e apresentou a proposta à assembleia, que aprovou a mudança. E o síndico está bastante satisfeito. “É muito prático, basta pedir a troca de funcionário caso o selecionado não se adapte a nosso perfil”, comenta ele, que afirma dar atenção à opinião dos demais moradores e estar sempre atento ao comportamento dos funcionários. Para a piscina, foi efetuado um contrato de limpeza e manutenção com firma legalizada no Corpo de Bombeiros e atendimento feito por profissional capacitado na corporação. A limpeza dos reservatórios de água, por sua vez, fica por conta de uma empresa de manuOUT_NOV_DEZ 2013

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tenção predial, que presta serviços diversos ao condomínio mediante pagamento de valor fixo mensal, o qual contempla consertos e ajustes nas partes elétrica e hidráulica. Nesse caso, Marco Antonio suou para aprovar o contrato em assembleia. Só que os fatos conspiraram a favor do síndico. “Pediram mais dois orçamentos, mas eu não encontrava nada parecido para com-

parar. Até que um dia houve uma emergência, resolvida prontamente pela equipe da empresa e cujo valor foi equivalente a quase um mês do contrato que eu tentava aprovar para apenas um serviço executado. Aí, a assembleia cedeu”, conta o síndico, que hoje tem as urgências incluídas no contrato com a firma, no valor de R$ 1.050, fora eventual compra de peças.

“Desburocratiza a vida do síndico” Com 17 anos de mercado, a Madalenense Locação e Serviços terceiriza para condomínios e, segundo Guilherme Kuhnert, sócio da empresa, é comum os condôminos resistirem, inicialmente, a delegar a contratação de mão de obra. “As pessoas se preocupam com a rotatividade dos funcionários e em relação ao pagamento de direitos trabalhistas. O contratante é solidário caso a firma encarregada cometa irregularidades, e isso espanta um pouco a terceirização”, comenta ele, que

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se orgulha de nunca ter sofrido processos trabalhistas e ter funcionários fiéis. Como garantia ao cliente, a Madalenense envia mensalmente, junto da nota fiscal, os comprovantes de pagamento de INSS, FGTS e demais obrigações. Como opção, o serviço de terceirização pode incluir o fornecimento de material de limpeza. Além da contratação e do pagamento de salários e direitos, a terceirizada ainda é responsável por fornecer vale-transporte e substituir o empregado faltoso.

“Desburocratiza a vida do síndico”, resume o sócio da Madalenense, que, no entanto, ressalta: “Não é mais barato terceirizar. A vantagem está na praticidade, segurança e qualidade do serviço, que compensam esse custo. O síndico normalmente não fica no prédio o dia todo, a terceirização facilita. É uma boa relação custo-benefício.”


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Piscinas e reservatórios devem ser limpos regularmente É lei: cisternas e caixas-d’água devem ser limpas em intervalos de no máximo seis meses. A execução do serviço deve ser feita por empresas registradas no site do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Para piscinas, o ideal é contratar profissionais autônomos ou firmas registradas no Corpo de Bombeiros, que fornecem um guardião responsável pela limpeza e manutenção. No Solar Princesa Christiana, a limpeza da piscina é feita uma vez por semana, no inverno, e duas vezes, no verão, quando o local é mais utilizado. No Plus Residencial, apesar de a área de lazer estar interditada temporariamente pela Geo-Rio, a piscina é limpa duas vezes por semana. “Sai mais barato manter o contrato de manutenção do que esvaziá-la, com risco de danificar a estrutura. Apenas solicitei à firma um desconto enquanto a situação permanecer como está”, comenta o síndico Marco Antonio Silva.

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Mário Jorge Veloso, da Mavel Administração e Manutenção, atende condomínios e clubes em todo o estado do Rio. Ele alerta que, independentemente do tamanho do condomínio e da quantidade de piscinas, ter uma empresa ou profissional autônomo especializado em limpeza e manutenção da piscina, com formação específica no GMar, é uma garantia para o síndico. “Se o morador contrair qualquer tipo de doença pelo uso da piscina coletiva, síndico e condomínio respondem por isso”, diz ele, que explica que o preço do contrato varia de acordo com o volume de água a ser tratado e a quantidade de produtos e de mão de obra necessária. No caso dos reservatórios de água (cisternas e caixas-d’água), é preciso estar atento às datas e usar os serviços de empresa credenciada no INEA. “Se o condomínio for fiscalizado e não estiver com a limpeza em dia, recebe multa”, avisa Maria de Fátima Barbosa, gerente administrativa da

Mantenge Manutenção e Reformas, especializada em serviços hidráulicos. “A água chega com impurezas aos reservatórios, nos quais ainda entra poeira e, por causa do ambiente escuro e úmido, podem surgir bactérias, caracterizadas por uma crosta amarronzada nas paredes”, alerta. A limpeza é feita com hidrojato e hipoclorito de sódio aplicado no reservatório vazio, que em seguida é lavado para tirar o excesso do produto e reabastecido. Todo o serviço dura até cinco horas e o abastecimento é rapidamente restabelecido. Na sequência, um laboratório cadastrado no INEA coleta a água “nova” para análise e em 15 dias envia o resultado, o qual deve ser afixado em local visível aos moradores. A síndica Romana Dellomo resume a sensação de estar num condomínio limpo. “É uma necessidade imperiosa morar num lugar em que se sinta seguro e saudável. Condomínio limpo representa bem-estar, aparência e saúde”, conclui.


Fachadas merecem atenção Prédios comerciais com fachada de vidro são os que mais solicitam os serviços da Acessus, que usa material como hidrojato de baixa pressão, esponja, pano e produtos desengordurantes para executar o trabalho. É possível, ainda, recompor o material de revestimento das juntas em cerâmica e pastilha. “O projeto fica mais bem executado e é uma manutenção preventiva, que evita problemas de infiltração e queda de material”, informa o diretor da empresa. A segurança é um item em constante observação na rotina da Acessus. Cardoso conta que cordas, cintos de segurança, ascensores e descensores passam por testes frequentemente, além de serem avaliados e certificados tecnicamente. Ele afirma que qualquer tipo de fachada pode ser limpa, seja de vidro, cerâmica, pastilha ou tinta. “Se o hidrojato não remove a sujeira, usamos espuma, pano. Mas quando é emboço ou pintura, uma forte pressão de água pode estragá-la, e o que fazemos é preparar a estrutura para receber um novo acabamento”, detalha.

Divulgação / Acessus

Pichação, poeira, fim de obras e acúmulo de detritos em vidros e rejuntes são algumas das indicações para a limpeza de fachadas. Fim de ano é outra motivação para deixar o prédio mais bonito. O serviço pode ser feito sem o uso de andaimes. A equipe da Acessus Alpinismo Industrial e Civil trabalha pendurada nas alturas. Para isso, cada membro é certificado por uma entidade internacional de alpinismo, a Industrial Rope Access Trade Association International (Irata). Os funcionários têm, ainda, formação em resgate e podem ser pintores, soldadores ou estucadores. “É um diferencial em relação à concorrência, com preço semelhante. Isso ocorre porque as equipes de trabalho são menores, o equipamento é de mais fácil manuseio, preciso e moderno, o que quase sempre gera também prazos de execução mais curtos”, explica Daniel Cardoso, sócio diretor da Acessus. Ele completa: “O preço varia, entre outros fatores, de acordo com o projeto, a exigência do cliente, o nível de dificuldade para realizar a ancoragem e o acesso.”

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Dicas para uma contratação segura • Verificar a situação fiscal e trabalhista da contratada por meio de certidões, na época da contratação e periodicamente. Se a empresa terceirizada não cumprir suas obrigações, o condomínio é solidário e pode, sim, sofrer processo trabalhista. • Pegar referências no mercado e, se possível, conferir pessoalmente a qualidade do serviço executado e a satisfação dos funcionários. • Para saber se uma empresa de limpeza de reservatórios de água é licenciada pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), basta consultar o Portal de Licenciamento, na seção Licenças Concedidas, pelo CNPJ ou razão social da empresa. O endereço é www.inea.rj.gov.br • Ainda sobre limpeza de cisternas e caixas-d’água: a equipe responsável pelo serviço deve usar equipamento de proteção individual (EPI) – no caso, botas, luvas e máscara.

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• Piscinas devem ser limpas por pessoas com formação específica, seja autônomo ou empresa especializada, pois há parâmetros a seguir e produtos específicos a serem utilizados. O uso de EPI (máscara e luvas) é obrigatório para proteger o executor do vapor liberado pelo cloro – inalado, o produto pode causar náusea e dor de cabeça, entre outros problemas de saúde. • O tratamento químico das piscinas deve ser feito diariamente. Os produtos são: cloro e algicida – de choque ou de manutenção, conforme a avaliação do profissional encarregado –, além de limpa-borda e escovação. O cuidado diário é necessário para evitar a proliferação de algas e coliformes fecais, que podem ser trazidos pela chuva ou vento. Até fezes de pombos e outros pássaros podem contaminar a água, por isso, sai mais barato limpar diariamente a piscina com produtos químicos do que, futuramente, precisar esvaziá-la.


crônica

por Vivien Bezerra de Mello

Desperdício

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Se tem uma coisa que me estressa, pode acreditar, é o desperdício. Ok, já sei que não sou uma das pessoas mais pacientes da face da Terra, mas estou tentando melhorar... Mil exemplos poderia dar, mas vou falar dos que mais me irritam mesmo. Pra começar, cada vez que abro uma revista feminina e vou ver a parte de novidades em cosméticos me deparo com aqueles produtos esparramados, cortados, inutilizados. Aquilo é a morte! Batons carérrimos cortados para dar um efeito liiindo na foto, bases derramadas para que você, leitora, possa ver aquela cor maravilhosa, sombras jogadas ao vento para dar “aquele efeito”, esmaltes esparramados... Pô, fala sério, e depois vai tudo pro lixo? Francamente! Que arrumem outra forma de fotografar sem estragar. E aqueles músicos idiotas que quebram suas guitarras no meio de um show? Ridículo. Ainda bem que não tenho visto mais essa demonstração de mau gosto. Mas já foi modinha... E em nosso universo condominial? O que são aqueles funcionários de condomínio que ainda varrem a calçada com água, como se não houvesse amanhã?! Cadê os síndicos atentos, minha gente?! Nós vamos pagar essa conta um dia.

E os montes de comida que vão para o lixo nos restaurantes? Ninguém merece... Em nossas casas também... A mamãe enche o prato da criancinha para ela ficar forte e rechonchuda, mas, coitadinha, ela não aguenta comer tudo. O que acontece? Vai pro lixo, claro. Muitas donas de casa também cometem excessos nas compras e invariavelmente metade do hortifrúti vai para o lixo. Nada como um cardápio semanal para guiar as compras, mas esta seria uma crônica de dicas de dona de casa. Deixemos esse tema para outra vez.

Nos escritórios, uma quantidade imensa de papel é utilizada sem sentido algum e, depois, invariavelmente, vai para o lixo. O mínimo que se pode fazer é torná-los rascunho, e não amassá-los e jogá-los no lixo, oras! Não interessa que é papel de reflorestamento, é desperdício mesmo. E aqueles adolescentes desmiolados que jogam ovos e farinha uns nos outros para “comemorar” aniversário? Falta muita consciência ali. Que peguem esses ALIMENTOS e doem para instituições que precisam de comida. Em que mundo eles vivem?! Que educação recebem? Outra coisa: eu não gosto que meu dinheiro seja malgasto. Gosto de usá-lo com consciência. Se eu for comprar uma geladeira, por exemplo, prefiro a melhor marca a uma intermediária, que vai me dar dor de cabeça muito antes que eu imagino. Com o primeiro orçamento em mãos, muitos outros são feitos e negociações com os fornecedores vão me dizer qual será o felizardo a fechar negócio comigo. Há quem diga que isso é pão-durismo, mas não me incomodo. Eu, como boa capricorniana, valorizo meu dinheiro e, sim, renego qualquer tipo de desperdício. Sai desse corpo que ele não te pertence!

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mercado

Autovistoria obrigatória para condomínios pode virar lei nacional Regulamentada pelo recém-publicado Decreto Municipal nº 37.426/2013, a autovistoria nos condomínios cariocas, para verificar as condições de conservação, estabilidade e segurança e garantir, quando necessário, a execução das medidas reparadoras, poderá se tornar uma obrigatoriedade nacional. Foi o que afirmou o presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann, em palestra sobre o tema realizada em agosto, na sede do sindicato. No evento, que contou com a participação do chefe da Casa Civil do Rio, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, do deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha, autores de lei estadual sobre o tema, e da secretária Municipal de Urbanismo, Maria Madalena Saint-Martin, o presidente do Secovi Rio afirmou: “Depois da queda dos edifícios no Centro do Rio, em janeiro do ano passado, os Secovis de todo o país passaram a debater o assunto nas reuniões da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), em que defenderam a criação de um projeto de lei nacional, que deverá ser apresentado nesta semana no Congresso.” O secretário Pedro Paulo reforçou que outros estados já tentaram aprovar leis semelhantes, mas sem sucesso. “A ideia de criar leis que obrigam os condomínios a cuidarem de suas estruturas não é inédita no país, mas nunca foi implementada de fato. Nós somos

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pioneiros nessa mudança de cultura e o síndico será um grande multiplicador.” Quando perguntado sobre a falta de um modelo para o laudo a ser enviado à Prefeitura, o deputado Luiz Paulo afirmou: “Não acho que seja necessário um modelo de laudo porque o profissional contratado saberá exatamente o que analisar, uma vez que ele está qualificado para tal função. Não se diz para um médico como devem ser escritos seus laudos”, associou. A secretária Municipal de Urbanismo, Maria Madalena Saint-Martin, aproveitou para anunciar a criação da Coordenadoria de Fiscalização de Manutenção Predial, que fará visitas às edificações por amostragem, levando-se em consideração a idade das construções, as áreas que concentrem edificações de grande porte, os principais eixos de circulação de pedestres e veículos, as APACs e a agressividade ambiental. Ela ressaltou que a periodicidade para a realização das vistorias é de um a cada cinco anos e a primeira deve ser feita até 31 de dezembro de 2013. De acordo com os procedimentos estabelecidos, o responsável pela edificação deverá contratar engenheiro, arquiteto ou empresa legalmente habilitados nos respectivos conselhos profissionais (CREA-RJ ou CAU/RJ), que elaborará o laudo técnico que atestará as condições de conservação, estabilidade e segurança.

Uma vez emitido o laudo que confirma que o imóvel se encontra em condições adequadas de conservação, estabilidade e segurança, o responsável pela edificação deverá enviar as informações à Secretaria Municipal de Urbanismo mediante preenchimento de formulário próprio online, disponível no site www.rio.rj.gov.br/web/ autovistoria. Uma vez recebida a comunicação, a Prefeitura enviará a informação ao responsável pela elaboração do laudo, para que ele confirme os dados.


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Condomínio por Lia Rangel

Compartilhar a administração de vagas. Você curte essa ideia? A administração compartilhada das vagas externas do condomínio pode ser uma boa

síndica Gabriele

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Houve um tempo em que a palavra compartilhar era comumente associada às questões religiosas e estava diretamente ligada à generosidade e capacidade de dividir suas posses com o próximo. Atualmente, a palavra é muito utilizada e tornou-se popular, principalmente, por seu uso e significado nas redes sociais. No mundo virtual é possível compartilhar ideias, pensamentos, opiniões, poesias, fotos, vídeos, conteúdo jornalístico, frases de motivação, piadas, receitas, força de vontade e fé, entre outras milhares de possibilidades. Para Gabriele Santos, síndica profissional, responsável pelo condomínio comercial Park Palace, na Barra da Tijuca, há 18 anos, essa palavra tem mais um significado: parceria. Em vez de ceder as vagas para exploração, sob a forma de terceirização de uma empresa, resolveu propor a uma empresa o sistema de administração compartilhada. São muitas as possibilidades e tudo

deve ser avaliado e adaptado a cada situação, pois existem vários modelos de administração e muitas opiniões diferentes sobre o caso. Nem sempre o que é bom para um condomínio será ideal para outro. O uso dos estacionamentos em condomínios tem sido uma polêmica constante, e muitas situações desagradáveis podem e devem ser evitadas com a avaliação das questões por parte dos moradores e a clareza das regras de uso desse espaço comum que, infelizmente, não costuma receber a atenção necessária. O Park Palace, ao contrário de muitos prédios comerciais, tem à disposição 66 vagas sobressalentes e, por isso, pareceu apropriada a exploração comercial desse recurso. Existem vantagens e desvantagens tanto em administrar diretamente o estacionamento quanto em simplesmente terceirizar o trabalho, e a administração compartilhada pode ser o modo de tirar o que há de melhor em cada uma das opções.


Na administração direta Quando o assunto é estacionamento, a questão recorrente é a dos danos em automóveis. São problemas muito comuns pneus furados, arrombamentos, riscos na lataria, entre outros possíveis de acontecer em qualquer garagem de uso coletivo. De quem seria a responsabilidade e quem deve arcar com os prejuízos? De acordo com a legislação atual, cada condomínio deve ter especificado em seu regulamento se é de sua responsabilidade arcar com algum tipo de prejuízo a um bem de um morador, nesse caso, um veículo. Essa opção fica a cargo da assembleia; caso essa responsabilidade não esteja definida, o prejuízo ficará com o proprietário do veículo. A utilização de câmeras de vigilância pode colaborar bastante para que seja possível provar que um dano tenha acontecido em área comum, nas dependências do condomínio, bem como identificar o responsá-

vel. Somente diante desse tipo de prova ou de testemunhas é que será possível algum tipo de ressarcimento. Esta tem sido a escolha da maioria, e o uso de câmeras pode chegar a reduzir o número desses eventos, principalmente de atos de vandalismo. Nos condomínios que optarem por contratar uma empresa de segurança ou até mesmo um manobrista, a lei prevê que a responsabilidade no caso de sinistro fica a cargo do condomínio, já que, assim, o morador estaria pagando pela segurança de um modo geral; o ideal é que esteja tudo definido em assembleia. De acordo com o Código Civil, a locação ou alienação de uma vaga em garagem a alguém que não seja morador é proibida, a menos que haja autorização expressa na convenção do condomínio. Essa prática é muito mais comum nos casos de administração terceirizada.

No Condomínio Park Palace, na Barra da Tijuca, a administração compartilhada tem se mostrado uma ótima escolha

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Terceirizando a administração do estacionamento Na administração terceirizada, alguns problemas são evitados. Os direitos trabalhistas, por exemplo, são responsabilidade da empresa que passa a administrar o estacionamento, assim como qualquer evento desagradável que venha a acontecer com o veículo. Essas empresas têm o hábito de colocar placas com a inscrição “Não nos responsabilizamos pelos objetos deixados dentro do veículo”, mas legalmente isso não isenta a empresa de responder por alguma coisa que desapareça e ainda fica a cargo dela provar que o objeto não estava lá, caso seja essa sua alegação, já que o ônus da prova não é de responsabilidade da vítima, segundo a lei. Terceirizar pode ser uma boa solução, mas em primeiro lugar deve estar a qualidade do serviço. É preciso escolher uma empresa que seja conhecida no mercado para evitar o velho problema de escolher pelo preço e levar o pior serviço. As vantagens vão desde ter mão de obra qualificada e não se responsabilizar pelo treinamento dos novos funcionários até não se preocupar com faltas, já que nas empresas terceirizadas existe suporte nesse tipo de situação. Esse assunto gera controvérsias. Alguns síndicos alegam que ter funcionários próprios ainda é a maneira de ter sob controle a situação e que a economia, que é um fato, gerada pela terceirização não compensa. Em condomínios grandes é inevitável a contratação de segurança, jardineiro ou outro tipo de mão de obra especializada, e quando uma empresa idônea é escolhida, geralmente não acontecem maiores problemas. Também não é fácil conseguir pessoas qualificadas e que permaneçam no emprego. A troca constante de funcionários é conhecida como turnover, e quando essa responsabilidade fica a cargo do condomínio, é muito comum que as vagas fiquem em aberto por algum tempo. No uso da terceirização, isso não acontece, e fica a cargo da empresa manter e administrar os profissionais de cada setor.

É preciso lembrar que, no caso da administração terceirizada, não cabe ao condomínio fiscalizar ou orientar esses funcionários, pois essa ação poderia caracterizar algum tipo de vínculo empregatício com o condomínio, segundo nossa legislação. Até porque, além de ser mais confortável não ter essa responsabilidade, é a empresa contratada que deve cobrar dos profissionais a correta execução de suas funções. É prudente ainda que o condomínio receba mensalmente da empresa contratada a prestação de contas sobre o cumprimento da legislação trabalhista com relação a esses funcionários: recolhimento do FGTS e do INSS, folhas de pagamento, ou seja, o cumprimento rigoroso dos direitos e benefícios de acordo com a legislação vigente, já que estes são de responsabilidade da tomadora de serviços, mas podem vir a ser requeridos do condomínio em caso de displicência por parte da empresa contratada. O estacionamento é, antes de tudo, uma parte do condomínio e deve refletir sua personalidade. Caso seja terceirizado, é importante que não seja descaracterizado o consenso dos moradores; se as vagas serão oferecidas a não moradores, é fundamental que seja de modo responsável e fiscalizado, para que não ocorram aborrecimentos desnecessários.

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Na administração compartilhada, o síndico pode acompanhar de perto a execução adequada do trabalho

Administração compartilhada Segundo Gabriele Santos, é importante que a empresa contratada tenha experiência na administração de uma terceirizada. “Em nosso caso, a Intelligent Park Estacionamento, empresa contratada por nós, se responsabilizou pelos investimentos na aquisição de equipamentos e custeio da operação; por outro lado, compartilhamos a administração e com isso conseguimos ter maior controle da receita e, consequentemente, do percentual contratado do condomínio.” Terceirizar a administração do estacionamento pode ser um alívio, mas também há o risco de não ter um serviço adequado e não estar ao alcance do condomínio opinar diretamente na execução do serviço. “Na administração autônoma pelas empresas de estacionamento viam-se constantes problemas trabalhistas, falta de manutenção e questões com clientes queixo-

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sos. Com a administração compartilhada, temos gerência direta nesses problemas”, relata Gabriele Santos, que vê na administração compartilhada a melhor alternativa. Gabriele ainda descreve as atribuições do condomínio e as da empresa contratada no modelo da administração compartilhada que tem utilizado no Comercial Park Palace, na Barra da Tijuca: “Ficam a cargo da empresa a contabilidade no geral, o departamento pessoal, o controle financeiro, o envio de balancete mensal etc. e a cargo do condomínio a parte operacional do negócio, o treinamento e a manutenção do efetivo, o recebimento e a conferência das verbas diárias e a conferencia da documentação mensal, entre outros detalhes.” Segundo Ricardo Figueiredo, gerente de operações do GePark, empresa especializada na administração de estacionamentos, a principal vantagem para

o condomínio na administração compartilhada é a participação nas decisões tomadas sobre os assuntos pertinentes ao estacionamento. “A diferença entre a administração compartilhada e a terceirização do serviço é que, como prestadores de serviços, estamos sujeito às condições e à convenção do condomínio, bem com às cláusulas estabelecidas pelo contrato. Na única filial em que atuamos compartilhando a administração com o condomínio, nossa atribuição é operar o estacionamento, atendendo os clientes donos de vagas e fazendo a manutenção da parte elétrica e hidráulica e da demarcação de vagas. Para prestar um serviço eficiente em prédios comerciais, é necessário manter um estreito canal de comunicação com o sindico ou administrador, a fim atender todas as demandas com a maior brevidade possível, além de procurar conhecer as necessidades dos condôminos usuários do estacionamento”, garante. Existem diversas empresas que atuam na administração de estacionamentos, e a escolha deve ser feita com sabedoria. Segundo a síndica do Park Palace, alguns cuidados se fazem necessários para quem deseja implantar esse serviço. “É importante fazer pesquisa minuciosa da empresa que se propõe a fazer o serviço, visitar os locais explorados, promover consulta no judiciário, para o caso de processos, pesquisar sobre o efetivo da empresa (solicitar carta de referência); a empresa deve ter um contador confiável e trabalhar com transparência e parceria.”


É possível, ao condomínio, se isentar de responsabilidade no caso de dano a veículo

Direitos e deveres O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor defende quem tem problemas com estacionamentos e responsabiliza o fornecedor de um serviço por algum dano decorrente dessa prestação. O consumidor nunca poderá ser penalizado por falha de sistema ou imprevistos, e a administração do estacionamento sempre assumirá as responsabilidades, que podem ser divididas ou não. O condomínio vai se isentar de algumas dessas responsabilidades no caso da opção pela terceirização da administração de seu estacionamento, seja pela simples terceirização ou pela administração compartilhada, e não terá as obrigações trabalhistas nem

o desconforto de contratar funcionários ou demiti-los. A administração compartilhada pode ser a forma ideal de ter as vantagens do serviço terceirizado sem perder o controle sobre sua execução, participar do treinamento de seu pessoal, moldando os funcionários às suas necessidades específicas, e ter a liberdade de ação sobre todo o processo. Compartilhar é repartir não só responsabilidades, como vantagens; o uso de um espaço comum pode, com frequência, ser um problema em potencial ou ser visto como agregador e possibilidade de aproximação de pessoas. O desafio é fazer desse espaço um lugar de convivência e respeito.

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Condomínio por Cláudia Silveira

O síndico Altamir Senna Oliveira Jr. trocou brinquedos obsoletos por outros mais modernos e resistentes

Parquinho em dia, síndico tranquilo Com a proximidade das férias escolares, condomínios ficam ainda mais atentos às condições de uso dos brinquedos Investir na segurança dos brinquedos instalados em áreas de lazer não é “jogar dinheiro fora” e, com a proximidade das férias escolares, o assunto volta à tona. Cada vez mais os condomínios vêm dando à segurança nos playgrounds tratamento prioritário, seguindo as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). De acordo com a instituição, os brinquedos de madeira, por exemplo, de-

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vem ser desenhados de forma a drenar a água para evitar seu acúmulo. Brinquedos malconservados podem machucar as crianças, e a responsabilidade pela manutenção e pelos cuidados com o playground será do síndico. Assim, um primeiro passo é afixar no local as normas de utilização, a começar pela faixa etária em cada brinquedo. Pensando nisso, antigos balanços, escorregas, gangorras e casinhas

obsoletos deram espaço a modernos materiais adequados, como plástico, no Condomínio San Francisco Residence, no bairro São Francisco Xavier, Zona Norte do Rio. Por causa do desgaste dos brinquedos de madeira que colocavam em risco as crianças, o síndico Altamir Senna Oliveira Jr. antecipou-se e trocou os brinquedos do playground. Há mais de 50 crianças nas 288 unidades distribuídas pelos três prédios


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Antes

O playground é um dos espaços mais concorridos do Condomínio San Francisco Residence

do condomínio. Os equipamentos apresentavam farpas e lascas, que poderiam provocar acidentes, como cortes. De acordo com o síndico, apesar do risco que o parquinho oferecia, encontrou resistência na reunião que discutiu a troca dos brinquedos: “Tive que dizer que ia comprar os brinquedos e comprei. Houve quem defendesse que jogaríamos dinheiro fora. Essa pessoa não tinha criança em casa”, conta rindo e afirma que os filhos de 4 e 12 anos, entretanto, adoraram a ideia. Para completar as melhorias na área de lazer, os adolescentes ganharam a reforma das quadras de futebol e de vôlei. O playground é sempre um dos espaços mais concorridos nas férias da criançada, e no San Francisco Residence não é diferente. “Nas férias, sempre trazemos para o condomínio um circo, com palhacinhos contratados, e fazemos lanches para as crianças na área do playground, com a colaboração da comissão de festas. Já as crianças maiores preferem usar a quadra de esportes, andar de bicicleta, além de brincar no salão de jogos, com pingue-pongue e totó. Temos funcionários que cuidam desses espaços e tomam conta para que tudo funcione sem problemas”, conta o síndico. Quem ainda não começou a ins-

peção nos brinquedos ou não se preparou para a chegada das férias deve ficar atento à qualidade dos produtos que vai adquirir. A Vale Home, empresa há 25 anos no mercado de brinquedos para playgrounds e distribuidora das melhores marcas do mercado nacional, orienta os síndicos que os brinquedos devem ser, de preferência, de polipropileno (plástico rotomoldado de alta resistência). Mas qual seria um projeto básico de parquinho? “O parquinho precisa ter, no mínimo, uma área de 12 m2 e que sejam determinadas as idades mínima e máxima. Um parquinho básico para a faixa etária de até 8 anos seria um play com uma peça de cada: escorregador, casinha, gira play, gangorra, mesa com cadeirinhas e grama sintética ou tatames de EVA, com custo em torno de R$ 7.500”, ensina o diretor Sérgio Passos. Segundo ele, é importante que o síndico seja orientado sobre as características dos brinquedos, seu funcionamento e manutenção: “Nossa equipe visita o local e orienta como o playground deve ser montado em relação aos tipos de brinquedo, área, segurança e faixa de idade, sem custo para o condomínio. A manutenção é muito simples, basta lavar com água e sabão”, explica.

Norma garante segurança Para garantir a segurança dos usuários, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou recentemente a ABNT NBR 16071:2012. Em evento realizado na ABNT, em São Paulo, o coordenador da Comissão de Estudo Especial de Segurança de Playgrounds (ABNT/CEE-120), Fábio

Namiki, apresentou a nova norma, que cancela e substitui a anterior, a ABNT NBR 14350:199, com duas partes. Na ocasião, explicou que “a diferença é que agora temos uma norma mais completa, que se aprofunda em aspectos como instalação, manutenção e inspeção”.

Depois

MANUTENÇÃO PREDIAL Pintura Reforma Impermeabilização Grades

Janelas / Basculantes em Alumínio

Por tão Automático

HIDRÁULICA/ESGOTO Coluna e Esgoto Barrilete Gordura Tubulação Polipropileno

ELÉTRICA Para-Raio Aterramento Aumento de Carga Reforma PC Automação Circuito Interno de TV

TÉCNICA Projetos Legalizações Laudos Tecnicos Avaliações Periciais

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Os requisitos de segurança são os seguintes: os brinquedos devem ser resistentes ao fogo; componentes de madeira devem ser desenhados de forma a drenar a água livremente para evitar seu acúmulo; as partes de metal devem apresentar resistência à corrosão ou estar protegidas das condições atmosféricas; material sintético deve ser resistente aos raios ultravioletas; e não devem ser utilizadas substâncias que prejudiquem a saúde do usuário. A nova norma aplica-se a balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais, para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, bufês infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares. A norma tem as seguintes partes: ABNT NBR 16071-1:2012, Playgrounds. Parte 1: Terminologia, que define os termos utilizados para playgrounds. ABNT NBR 16071-2:2012, Playgrounds.

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Parte 2: Requisitos de segurança, que especificam os requisitos de segurança para os equipamentos de playground destinados a reduzir os riscos que os usuários não sejam capazes de prever ou que possam ser razoavelmente antecipados. ABNT NBR 16071-3:2012, Playgrounds. Parte 3: Requisitos de segurança para pisos absorventes de impacto, que especificam os requisitos de segurança para pisos a serem utilizados em playgrounds e em áreas onde é necessária a atenuação do impacto. Esta parte da norma também especifica os fatores que devem ser considerados ao ser selecionado o piso do playground, bem como o método do ensaio pelo qual a atenuação do impacto pode ser determinada. ABNT NBR 16071-4:2012, Playgrounds. Parte 4: Métodos de ensaio, que estabelece os métodos de ensaio para playgrounds. ABNT NBR 16071-5:2012, Playgrounds. Parte 5: Projeto da área de lazer, que especifica requisitos para implantação dos

equipamentos de playground destinados ao uso infantil individual e coletivo. ABNT NBR 16071-6:2012, Playgrounds. Parte 6: Instalação, que contém os requisitos para instalação dos equipamentos de playground. ABNT NBR 16071-7:2012, Playgrounds. Parte 7: Inspeção, manutenção e utilização, sobre os requisitos para inspeção, manutenção e utilização dos equipamentos de playground. (Com informações da assessoria de imprensa da ABNT)

Serviço Vale Home www.valehome.com.br | (21) 2493-2063 ABNT www.abnt.org.br/catalogo Venda da norma pelos telefones (11) 3017-3610/3017-3644/3017-3652 ou pelo e-mail atendimento.sp@abnt.org.br


mercado

Secovi Rio lança blog Condomínios Verdes O setor de Condomínios e Locações do Secovi Rio criou o blog Condomínios Verdes (www.secovirio.com.br/blogcondominiosverdes), um canal exclusivo para falar, discutir e esclarecer questões de sustentabilidade em condomínios. A página foi lançada em evento comemorativo do Dia da Habitação, em 21 de agosto, no auditório da Fecomércio-RJ, no Flamengo. O blog já é um importante canal de informações que pretende funcionar como braço direito de síndicos, subsíndicos, administradores e moradores de edifícios. A ideia é alcançar toda a população. Para o coordenador de Condomínios e Locações da entidade, Alexandre Tavares, responsável pelo projeto, sustentabilidade e habitação podem e devem andar juntas. “Os edifícios mais sustentáveis utilizam recursos naturais de forma mais eficiente, diminuindo os gastos e causando menor impacto ao meio ambiente. O bolso e a natureza agradecem”, afirma, citando uma pesquisa realizada pela Betzwood Associates PC, escritório de arquitetura e engenharia dos Estados Unidos, segundo o qual os condomínios verdes conseguem reduções médias de 35% nas emissões de dióxido de carbono, 40% no uso de água, 50% no de energia e 70% na geração de resíduos sólidos. Pesquisa realizada pela National Geographic Society em 17 países, no final de 2012, aponta que o consumidor brasileiro é o terceiro mais consciente, perdendo apenas para os indianos e chineses. Segundo o levantamento, os países mais conscientes são, também, os

que se sentem mais culpados a respeito do impacto que causam ao meio ambiente. No Brasil, por exemplo, 40% dos entrevistados se sentem mal ao pensar em sua pegada ecológica – área de terra necessária para sustentar o consumo e o desperdício do ser humano. Conheça as seções do blog Condomínios Verdes, do Secovi Rio: ÁGUA - Tudo que você precisa saber sobre consumo consciente e economia de água. ARQUITETURA - Novidades sobre arquitetura, construção, paisagismo e jardinagem. ENERGIA – Sua fonte de informação sobre a economia que beneficia seu bolso e o planeta. VOCÊ NO BLOG! - Um espaço feito pelos internautas para compartilhar dúvidas, ideias e soluções adotadas em seus condomínios. LÁ FORA – Aqui você confere tendências e novidades em primeira mão sobre o que está sendo feito em termos de sustentabilidade internacional. LIXO – Saiba o que é preciso para implantar coleta seletiva e gestão de resíduos em seu condomínio. LIMPEZA – Dicas de limpeza e conservação de áreas comuns em condomínios. TECNOLOGIA – Confira inovações tecnológicas do mundo sustentável. VIDA VERDE – Ações, tendências e tudo que envolve sustentabilidade em seu dia a dia. OUT_NOV_DEZ 2013

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informe

Estatísticas de Imóveis Ofertados Por Tipo Imóvel Aluguel 7% 7% 15%

Por Tipo Imóvel Venda

34%

29%

18%

7%

18% 24%

22%

9%

10%

outros

878

Apartamento (3 quartos)

1.175

Apartamento (2 quartos)

717

Apartamento (2 quartos)

933

sala

562

cobertura

497

Apartamento (3 quartos)

449

casa

494

casa

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Apartamento (4 quartos)

Apartamento (1 quarto)

202

outros

total 3.013

Por Bairro Imóvel Aluguel

Por Bairro Imóvel Venda

total 5.302

Por Finalidade 1%

41% 3% 5%

centro copacabana tijuca outros

46%

7% 6%

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1.144

recreio dos bandeirantes

1%

20%

38%

barra da tijuca

388 1.815

220 185 141 76 1.244

total 3.010

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35%

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63%

1.055

barra da tijuca recreio dos bandeirantes

772

venda

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copacabana

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aluguel

3.013

botafogo

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lançamento

centro

215

temporada

outros

2.436

75 75 total 8.468

total 5.300

fonte: abadi

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história

por Milton Teixeira

Catedral de São Sebastião Neste ano em que tivemos na cidade do Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude e a visita do papa Francisco, vale algumas palavras sobre a Catedral de São Sebastião, situada à Avenida Chile, cujo bispado celebra sua data de criação em 16 de novembro. Desde o século XVIII, a Sé do Rio de Janeiro esteve em sedes provisórias, haja vista a ruína da igreja primitiva do Morro do Castelo. O cabido perambulou sucessivamente pelas igrejas da Santa Cruz dos Militares (1703/04 e 1734/37), de São José

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(1704/34), do Rosário (1737/1808) e do Carmo da Antiga Sé (1808/1976). Ainda no século XVIII, o governador Gomes Freire de Andrade, o conde de Bobadela, iniciou uma nova catedral no Largo de São Francisco. A obra, interrompida em 1790, foi dilapidada para fornecer pedras para o Real Teatro São João, em 1810, e, no ano seguinte, aproveitaram o que sobrou para instalar a Escola Militar, hoje Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Por todo o Reino, Império e parte da República, a Igreja do Carmo, na Praça XV,

serviu de catedral, que, já no século XIX, era considerada insuficiente para o grande público que ali afluía em datas santas solenes. Em 1953, intentou-se levantar a nova catedral no Aterro do Flamengo, mas, em seu lugar, construiu-se, com o apoio da Prefeitura, o Museu de Arte Moderna. Já em 1960, foi doado à Mitra um extenso lote na Esplanada de Santo Antônio, ato confirmado pelo governador Carlos Lacerda, em 1963, quando ele ampliou a doação com mais dois lotes. Nesse mesmo ano, as plantas da catedral foram feitas pelo ar-


quiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, sendo a pedra fundamental lançada em 20 de janeiro de 1964, feriado de São Sebastião, pelo cardeal D. Jaime de Barros Câmara e o governador Lacerda. A construção propriamente dita da catedral começou no ano seguinte pela firma Severo e Villares. Seu formato cônico exigiu fundações custosas e estruturas de concreto e aço muito complexas, que fez com que demorasse 12 anos para ficar pronta. Com 100 metros de base, 90 de altura e capacidade para mais de 10 mil fiéis, o conjunto só tomou a forma atual em 1971. Nesse ano, o arquiteto padre Paulo O.S.B. projetou todo o interior, a sacristia e a pia batismal, alterando o projeto do arquiteto Edgar Fonseca. A planta interna obedeceu à nova orientação pedida no Segundo Concílio Vaticano, de 1960, que sugeriu que as novas igrejas não deveriam privilegiar lugares internos, surgindo daí as famosas igrejas circulares. A decoração interna é simples e ainda incompleta e ressalta os quatro belos vitrais que versam sobre as virtudes

da Igreja Católica e os belos painéis que ladeiam o altar, talhados em esteatita por Humberto Cozzo, em 1971, que também executou o grupo escultórico da enorme cruz suspensa sobre o altar e os painéis de bronze da porta central. No subsolo funcionam um ossuário com 20 mil gavetas e capela, um ossuário episcopal, um museu de arte sacra, o arquivo da Arquidiocese, um banco da providência, sedes de pastorais, estacionamentos e escritórios, bem como outras repartições da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Todo o conjunto, que se inspira nitidamente na Catedral de Brasília, foi inaugurado ainda incompleto em 16 de novembro de 1976, data comemorativa do tricentenário da criação do Bispado do Rio de Janeiro. Quando da visita do papa João Paulo II ao Brasil, em junho de 1980, promoveu-se outra inauguração, quando o papa doou peças sacras de prata para o templo. Em 2013, o papa Francisco a honrou com sua presença e bênção. Em 1985, inaugurou-se a torre sineira, com seu carrilhão de sinos doados por diversas dioceses.

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BEM DITA! – a coluna de boas notícias por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

Nossos leitores continuam compartilhando notícias esperançosas. Hoje predominam música e meio ambiente - boa composição.

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Já o disco blues-roqueiro da cearense Mona Gadelha, produzido por Alexandre Fontanetti, passeia por um velho estilo. Algumas canções do disco já foram moldes seguros para Rita Lee (Mamãe Carinhosa e Angela B), Lula Cortes (Cidade Blues) ou mesmo Erasmo (Incorrigível). Pode soar crítico, mas trata-se mesmo de um desafio gravar rock. Mesmo Lobão tendo avisado de sua morte. Mona, jornalista e escritora, arrisca-se ainda mais que Patrícia, movendo-se num terreno tão perigosamente conhecido e revisto. Ainda assim há viço e uma latente autenticidade. O que não é pouco. Balada de Jack é um bom exemplo. Letra simples e balada certeira (...tenho tanta história pra te contar, vou te fazer rir até chorar, então me diga onde te encontrar...).

Patrícia Bastos lança seu quinto CD (‘Zulusa’)

que, somada ao índio, constitui a origem ancestral da cantora e também a essência do povo do Amapá. A ótima U Amassu e u Dubradu, meio em dialeto e beirando a sina dos três amores de Teresinha, é uma das melhores faixas. Outro achado é ‘Miss Tempestade’, de Ramil e Ricardo Corona (dor assim eu carrego com calma, sem medalhas, gases, anestesias, álibi algum alivia minha alma, dor assim eu carrego com charme, doendo mais que a lâmina dos dias...). Patrícia Bastos mostra sensível evolução, mormente na seleção aguda do repertório. Aí, deve-se suspeitar da companhia de Dante, avesso a repetições baratas e pesquisador nato. Um disco surpreendente e que merece atenção.

Gentil Barreira

Márcio Paschoal, escritor e autor da biografia de João do Vale, enviou a seguinte nota musical: “Duas cantoras, dois discos, diferentes caminhos e algumas coincidências: a amapaense Patrícia Bastos lança seu quinto CD (‘Zulusa’) e a cearense Mona Gadelha vem com seu sexto trabalho (‘Cidade Blues Rock nas Ruas’). Do primeiro nota-se claramente a intenção experimental na junção de ritmos regionais com ingredientes mais urbanos e sotaques modernos. Patrícia reúne craques da terra, como Val Milhomem, Floriano, Felipe Cordeiro e Joãosinho Gomes, a nomes como Vitor Ramil, Dante Ozetti, Guinga, Luiz Tatit e Celso Viáfora, entre outros. Certo experimentalismo, algumas novidades na ponte São Paulo-Macapá, em produção de Dante Ozetti e Du Moreira. São instrumentos de percussão (caixa de marabaixo, curimbó com baqueta, caracrachá e conga de madeira) afinados eletronicamente a servir como base harmônica para Dante. Corre-se o risco de esbarrar num certo hermetismo pela estranheza de algumas misturas. No entanto, soam por vezes familiares e sonoras, como a dizer do belo amálgama nos batuques e na poesia, como na canção que nomeia o disco, de Viáfora e Gomes (...cafuza sim confusa não, nasci do plim duma fusão, fuzarca em mim, não confusão, eu sou tupi lá do Sudão...). Aliás, o encarte informa que Zulusa vem da união de zulu com lusa (lusitana)

Mona Gadelha vem com seu sexto trabalho (‘Cidade Blues Rock nas Ruas’)


Algumas derrapadas, como na autoral Désolée Rock, com anglicismos forçados e colocando na salada Serge Gainsbourg, Camus e Debussy, só se salvando no apelo final (... hoje eu estou trés jolie, chega de deprê...). Missão espinhosa cantar rockn’roll hoje e parecer original. Não se exigem novidades, pedem-se classe e surpresas coerentes. E nisso Mona esbanja classe e acerta na maior parte do trabalho. Amapá e Ceará tão bem representados por duas artistas talentosas e perseverantes. Mona Gadelha sabe os segredos e as manhas de sua estrada e abraça seu estilo com tenacidade. Não é fácil, repito. Tarefa ingrata também para Patrícia Bastos, que se arrisca em sons nem tão costumeiros. Patrícia em canção de Ozetti e Tatit (Causou) diz que pegaram e trouxeram a pantera do Amapá pra cá, pra ela namorar, agora não está fácil separar. Mona, na ótima Acreditar (dela e Francisco Casaverde), acredita e sonha acordada, não vendo maior mistério nas armadilhas da razão. Panteras ou apaixonadas cegas, duas cantoras prontas, sensíveis e em ótimo momento de superação e arte.”

Campanha nacional por um Brasil livre de transgênicos Para que modificar, geneticamente, os alimentos que a natureza nos oferece? Na Europa, o consumo é pequeno. Aqui, muita gente não tá nem aí. Quem tem dúvidas, deve pesquisar e ficar atenta à marca T nos produtos que, quase sempre, aparece bem pequenininha. Se não encontrar o produto sem a marca T, procure outro, substitua-o, elimine-o, enfim. Para obter informações sobre os que não dizem nada a respeito, consulte o SAC da empresa. Veja alguns endereços que podem ajudar: http://www.portalnutrirse.com/transgenicos-voce-sabe-o-que-come/ http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2012/01/16/basf-deixara-de-produzirtransgenicos-para-europa-e-foca-no-brasil.jhtm http://www.idec.org.br/ckfinder/userfiles/files/OficioNK603.pdf http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimasnoticias/redacao/2012/09/19/transgenicosmatam-mais-cedo-e-causam-ate-tres-vezes-mais-cancer-em-ratos-diz-estudo.htm http://www.cartacapital.com.br/internacional/graos-trangenicos-voltam-a-assustar-aeuropa/ http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/novo-estudo-aponta-intoxica-o/ http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2012/01/05/empresa-dealimentos-e-multada-por-omitir-transgenico.jhtm

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Coleta seletiva agora é lei

Desde o dia 11 de junho, vigora a lei, de autoria do deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), em que todos os prédios do estado com mais de três pavimentos estão obrigados a fazer a coleta seletiva (discutida há pelo menos de dez anos), que consiste em separar papel, plástico, vidro e metal em compartimentos diferentes. Com o tamanho dos imóveis, as pessoas nem têm muito espaço, sendo difícil separar o lixo em quatro recipientes. E mais: sem definir multas ou punições para os condomínios que não cumprirem a legislação, nem determinar nenhum tipo de mudança na maneira como a coleta é feita em cada município, a nova lei corre o sério risco de não pegar. Mais que nunca, a consciência deve imperar. Muitos condomínios

já separam seu lixo, que é doado para instituições e cooperativas ou até vendido – recursos que podem ser revertidos para os funcionários. Até junho, a Comlurb atendia, parcialmente, apenas 44 bairros. Agora são 76, que totalizam 9.522 ruas. A extensão faz parte do Programa de Ampliação da Coleta Seletiva, lançado em dezembro de 2010 com o BNDES, que destinou R$ 50 milhões para ampliar a frota, contratar mais mão de obra e criar seis centrais de triagem e separação do lixo. Mesmo assim recolhe apenas 1,9% do lixo considerado reciclável e ainda junta novamente o material separado nos prédios. A empresa diz ter capacitado os garis que trabalham na coleta seletiva e que tem 85% do efetivo de mulheres, para orientar os moradores

Dias e horários da coleta da Comlurb podem ser vistos no site www.rio.rj.gov. br/comlurb, que está sendo atualizado, ou apurados pelo telefone 1746.

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sobre a maneira correta de separar o lixo. Em alguns bairros de cidades como Estocolmo, na Suécia, e Freiburg, na Alemanha, o sistema de coleta é a vácuo – há recipientes para cada tipo de material e horário certo para que o lixo armazenado seja sugado e enviado para seu destino. Aqui poderíamos ter contêineres pelos bairros, para onde as pessoas levariam suas garrafas, latas, pets. Quando morava em Laranjeiras, perto de uma cooperativa de catadores, fazia isso e sentia-me bem, pois tinha certeza de que os itens entrariam numa cadeia de reaproveitamento. Separar o lixo reciclável sabendo que poderá ser misturado aos demais em outra etapa é frustrante.

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mercado

Campanha de valorização profissional Creci-RJ mostra a importância do corretor de imóveis Uma das premissas da atual administração do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RJ) é a valorização dos corretores de imóveis ante a sociedade. Para isso, o conselho desenvolveu uma grande campanha na mídia que mostra a importância do profissional da intermediação imobiliária na negociação de imóveis. O conceito da campanha, “O melhor imóvel está nas mãos do corretor”, tem o objetivo de mostrar que o corretor é o único profissional habilitado por lei e possui conhecimento técnico para exercer a intermediação imobiliária. O presidente do Creci-RJ, Manoel da Silveira Maia, comentou sobre a importância desse trabalho para a sociedade: “Queremos trazer a sociedade para uma consciência de que só é possível realizar uma transação imobiliária com um profissional devidamente registrado no conselho. Começamos uma campanha na mídia que vai impactar todo o estado nesse sentido.” Outra intenção é alertar a população sobre os riscos de uma negociação imobiliária sem a presença de um corretor de imóveis devidamente credenciado no conselho A campanha está sendo veiculada em outdoor, busdoor e taxidoor, na capital e em diversos municípios do estado, e em canais de comunicação de grande audiência, como a rádio CBN, os jornais O Globo e O DIA, a TV Globo e o portal de imóveis ZAP.

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informa

Entender para atender melhor por Samy Grubman gerente de marketing da CIPA

Recentemente, passei por uma experiência de atendimento sem entendimento. Procurei minha operadora de telefonia celular para saber o quanto já tinha utilizado do plano de dados (internet) no mês. A atendente pediu que aguardasse enquanto verificava. Retornou informando que meu plano vencia todo dia 10 de cada mês. Foi isso que perguntei? Ela entendeu minha necessidade? Isso nos mostra como entendimento é fundamental para um bom atendimento. Por isso, antes de pensar em atendimento, é preciso focar em entendimento. Quando falamos em atendimento, o primeiro grande passo é entender realmente o que os clientes precisam. Um bom entendimento supre e, muitas vezes, até antecipa as necessidades que podem surgir. O entendimento das necessidades do cliente traz facilidades e comodidade para eles, que passam a ter suas expectativas atendidas. E ao ter suas expectativas atendidas, a satisfação é consequência certa. Além disso, escutar o cliente pode, ainda, trazer novas maneiras de realizar o atendimento. Mudanças que o deixarão mais feliz e, provavelmente, fiel à administradora. Outro fator importante é entender totalmente do negócio. Entender como atender, conciliando conhecimento técnico com princípios básicos de relacionamento com o cliente. Quem entende bem o que faz não só tem segurança na hora de prestar atendimento, como identifica melhor o que é preciso fazer para prestar um bom serviço.

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O interessante é que, mesmo sendo necessário seguir algumas regras, não se deve ficar preso a elas. É fundamental ser o mais flexível possível. Tratar o cliente como um parceiro, como alguém para o qual você tem que estar à disposição em todos os momentos. E não se esquecer de que a empresa pode ter produtos e serviços excelentes, mas será difícil um cliente permanecer ligado a ela se o atendimento recebido não for bom. Para alcançar todos esses objetivos, é essencial, antes de tudo, entender qual é o real papel de quem fica à frente do atendimento. “Entender para atender”, sabendo conciliar conhecimento técnico (dominar o negócio) com sensibilidade na hora de se relacionar com o cliente. Saber que, mesmo que existam regras a serem respeitadas e seguidas, satisfazer o consumidor é sempre o produto final mais importante. Com base nesse princípio, atender bem se torna o caminho mais certo a ser conquistado.

Na CIPA, incentivamos o entendimento Clientes ligam a todo momento para pedir informações, tirar dúvidas ou fazer solicitações. E até mesmo as operações financeiras do condomínio são tratadas através de atendimento. Por essa razão, é necessário ter pessoas 100% preparadas para oferecer um atendimento que preze sempre por qualidade e eficiência. Entender o que os clientes desejam ajuda a evitar dor de cabeça e a resolver problemas com mais rapidez e eficácia. Por isso, a CIPA vem sempre inovando, por meio de serviços completos pela internet, 24 horas, cartão de crédito do condomínio, assessores dedicados que realizam acompanhamento até que o problema seja resolvido, monitoramento das solicitações, malote diário no condomínio, assessoria jurídica, assistência em assembleias e muito mais. Na CIPA, mais de 50% dos profissionais atuam diretamente no atendimento. Por esse motivo, os colaboradores são motivados para o desafio constante de

resolver os problemas e transformá-los em satisfação e fidelização. Não é à toa que 78% dos clientes estão com a CIPA há mais de nove anos, alguns chegando a 38 anos. Isso é resultado de um atendimento excelente e personalizado, que acaba por antecipar as necessidades dos clientes, trocando futuros problemas por soluções rápidas. Nada melhor do que não perder tempo com questões inconvenientes. A partir desse princípio, como exemplo, a CIPA oferece previsão antecipada de saldo e mantém constante acompanhamento da legislação. Inclusive, já orienta os clientes sobre o Decreto nº 37.426, que regulamenta a autovistoria, oferecendo apoio total em todo o processo. Iniciativas como essas, além de se tornarem diferenciais, proporcionam clientes satisfeitos, confirmando, assim, o compromisso da CIPA, que é trazer bem-estar através de seu maior reflexo, o atendimento.

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decoração

De olho no verão e nas festas de fim de ano, condomínios buscam decoração criativa e sustentável para áreas externas A ordem é usar móveis confortáveis, seguros e charmosos nos ambientes frequentados pelos moradores

Cláudia Oliveira, subsíndica do Condomínio Aperana, localizado no Leblon e administrado pela CIPA.

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Está dada a largada para as reformas nos condomínios, visando à estação mais esperada pelos cariocas. Quem pensou no verão, acertou. É a época que combina mais com o estilo da população do Rio de Janeiro e marca as férias escolares e as festas de Natal e ano-novo. Época de calor, praia e piscina, descer para o play, esporte ao ar livre, andar de bicicleta e uma boa conversa no jardim. Alguns síndicos já entraram no clima e começaram a dar um up nas áreas externas. Existem prédios que estão sendo reformados completamente; outros ficam mais restritos a uma boa pintura. Porém, todos os síndicos têm em comum modernizar e personalizar os espaços, reaproveitando ou comprando novos móveis. Para uma boa decoração, independentemente do orçamento, é necessário fazer um planejamento e, com isso, buscar o móvel ideal. Para ambientes de lazer, a dica do diretor comercial da loja Milênio, Franklin de Barros Vianna, é usar uma decoração baseada em móveis resistentes e de fácil manutenção e limpeza. “No planejamento da decoração da área externa do condomínio, procure um mobiliário que atenda a esses requisitos e acrescente

conforto e beleza ao ambiente”, explicou o executivo da Milênio. Para fazer um bom planejamento, o síndico deve levar em conta o fornecedor e o preço, entre outros pontos. De acordo com Franklin de Barros Vianna, a dica seria pesquisar, obter referências e procurar um fornecedor que ofereça garantias, preços justos e produtos de qualidade, requisitos essenciais para aquisição e sucesso total na decoração final dos ambientes. “A área de lazer normalmente é usada por várias pessoas, desde bebês até idosos, e os móveis ficam expostos ao sol e à chuva. Com isso, é imprescindível a escolha de peças com resistência extra à umidade e à exposição prolongada a raios UV”, ressaltou Franklin de Barros Vianna. A sugestão é a compra de mobiliário com estrutura em alumínio e tela sling. A vantagem está na leveza, duração, fácil manutenção. Segundo o diretor comercial, nesse caso, para a limpeza, basta um pano úmido com água e sabão neutro (sem abrasivos). O diretor da Milênio informa que cada vez mais os condomínios estão apostando nos móveis de madeira de reflorestamento para churrasqueiras, jardins e piscinas. Apesar de exigirem maior manutenção com a


aplicação de verniz periodicamente, têm um custo menor. Os mais usados são bancos, poltronas, mesas centrais para apoiar os pés, mesas laterais, mesas e cadeiras dobráveis, ideais para descansar e descontrair. “As madeiras de reflorestamento não são um tipo de madeira, mas indicam a procedência do material. Em vez de serem retiradas de florestas nativas, são obtidas de árvores que foram plantadas exclusivamente para isso, evitando, assim, o desmatamento e também contribuindo para a redução do nível de CO2 na atmosfera”, esclareceu o executivo. Vale lembrar que os síndicos são responsáveis pelo bem-estar do morador e precisam garantir que os móveis privilegiem o conforto e a segurança do condômino.

Espaço sustentável “A área externa do condomínio precisava de uma repaginada, já que há anos não passava por reforma. Decidimos não só modernizar o espaço como também usar no local material que não agredisse o meio ambiente. Foi uma boa escolha, por exemplo, comprar um banco de madeira de reflorestamento, que será usado pelos moradores tão logo seja concluído o projeto de paisagismo da área externa do prédio, e utilizar um tronco de árvore como item de decoração”, explicou Cláudia Oliveira, subsíndica do Condomínio Aperana, localizado no Leblon e administrado pela CIPA. O condomínio é um dos que começa-

“Faça a escolha certa. Os móveis precisam ser confortáveis, resistentes e de fácil manutenção”, dica do diretor Franklin de Barros Vianna, da Milênio

ram as reformas de olho no fim do ano. O imóvel tem cerca de 50 anos e há sete sua administração resolveu revitalizar o prédio. A reforma foi feita gradualmente para não onerar os condôminos. Foram realizadas obras na fachada e na portaria até chegar ao projeto de paisagismo em um espaço comum aos moradores. Conforme Cláudia Oliveira, na área externa, o projeto buscou preservar as árvores existentes e interferir o mínimo possível na paisagem original do prédio. “Hoje, nossa ideia é criar uma pequena horta orgânica, instalar um ombrelone de madeira certificada e comprar brinquedos para as crianças feitos de material sustentável.”

Serviço Milênio Móveis - www.mileniomoveis. com.br/telefone: (11) 3815-8177

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TECNOLOGIA por Paulo Ferreira

Marco Aurélio Ginsberg, administrador do condomínio Ilha Bela: com os hidrômetros individuais, houve economia de 30% no consumo de água

Individualização de hidrômetro Medição individual de água passa a ser adotada por cada vez mais condomínios Na hora de pagar a conta de água, vem sempre a velha questão para quem mora em prédios: quanto cada morador paga, de fato, pela água que utiliza? Prédios antigos ainda utilizam o velho método do rateio em partes iguais de água pelas unidades de um condomínio, o que gera muitas discussões. Afinal, por que uma unidade em que mora apenas uma pessoa paga o mesmo valor de um apartamento em que mora uma família com quatro pessoas? E quando se viaja, ou seja, não há consumo de água no período, por que o morador que ficou fora deve pagar pelo uso de água de seus vizinhos? Foi tentando responder a essas questões e implantar uma forma mais justa de pagamento pelo uso de água que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sancionou, em março de 2011, a Lei Complementar 112/201, que torna 46

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obrigatório o uso de medidores individuais de consumo de água em prédios residenciais, comerciais e mistos a serem construídos no Rio. A demanda pela mudança no sistema de cobrança, no entanto, é nacional, e projetos de lei em tramitação no Senado visam tornar obrigatória a conversão do sistema em todo o território brasileiro. Segundo José Lima, gerente comercial da Fortekk Serviços, especializada em tecnologia para controle de água, uma das maiores vantagens da conversão para hidrômetros individuais é a economia no uso de água, o que está em sintonia não só com o bolso dos moradores, mas com as últimas tendências em sustentabilidade. Afinal, segundo a ONU, 80 países com cerca de 40% da população mundial já sofrem os efeitos da escassez de água. No Brasil, particularmente, o consumo – e o


desperdício – ainda é alto: em média, cada brasileiro consome diariamente 140 litros de água, acima do indicado pela ONU, que recomenda 100 litros. “Famílias que residem nos prédios das grandes cidades não sabem o quanto consomem de água, já que a conta vem embutida no valor do condomínio. Do que adianta uma só pessoa economizar água, contribuindo para a sustentabilidade do planeta, se os demais não fazem sua parte?”, pergunta Lima. “Poucos sabem ou acreditam que uma torneira pingando, um cano furado ou uma válvula de descarga desregulada pode desperdiçar milhares de litros de água em um único dia. Como exemplo, um buraco de dois milímetros (da largura de um palito de dente) em um cano desperdiça até 3,2 mil litros de água por dia, o suficiente para suprir as necessidades de água para beber de uma família de quatro pessoas por cerca de 13 meses no Nordeste. Lima explica que a instalação de hidrômetros com medição de água individual deve ser aprovada em assembleia, com as diretrizes do novo sistema, como o bloqueio do abastecimento das unidades por inadimplência ou outros motivos. A ata deverá ser registrada em cartório. A cobrança é feita mensalmente. Os condomínios continuam recebendo uma conta única da Cedae. A leitura de cada hidrômetro é feita pelas empresas que instalaram os equipamentos e os dados de consumo são enviados para suas centrais de processamento (por meio de radiofrequência, sem necessidade de entrar no imóvel), que vão elaborar um rela-

A síndica June Figueiredo diz que os medidores individuais de água são uma forma mais justa e sustentável: os consumidores podem controlar melhor o quanto gastam

tório para cada unidade e repassá-lo para a administração do condomínio. O gerente comercial da Fortekk Serviços alerta que a conversão para o novo sistema em prédios muito antigos, com mais de 30 anos, exige elaborado projeto hidráulico, com a construção de novas instalações de água. O investimento pode variar, mas Lima destaca que o processo de individualização do hidrômetro só traz vantagens. “Em prédios

novos e já adequados individualmente às instalações hidráulicas, o valor para cada hidrômetro pode chegar a R$ 350. No caso dos prédios mais antigos, no entanto, independentemente da necessidade de instalação do hidrômetro, a construção de novos ramais hidráulicos será sempre necessária, por possuírem tubulações comprometidas pela corrosão. Então, por que não se aproveitar a oportunidade para a implantação do novo sistema?”

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Vantagens do sistema Para o condomínio • Valorização do edifício • Determinação do valor correto do rateio do consumo comum de água • Facilidade de futuras manutenções • Redução do custo da instalação hidráulica • Custo diminuído se comparado à obra convencional • Prazo de execução da obra reduzido

Para os moradores • Consumo justo: cada um paga o que consome • Redução do desperdício na ordem de 30% em relação à medição coletiva de água • Leitura sem interferência de erro humano • Melhor administração do condomínio • Facilidade ao detectar vazamentos e outras anomalias • Maior segurança ao patrimônio, pois evita a entrada de pessoas para medir a água Fonte: José Lima, Fortekk Serviços.

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Para Lima, uma das maiores vantagens no sistema de hidrômetro individual é a economia. Após a instalação do hidrômetro e a apresentação do valor da conta de água pelo consumo real, fica mais transparente – literalmente – o quanto cada unidade consome de água, iniciando-se, assim, naturalmente, a conscientização de cada morador em disciplinar-se na economia, como determinar a lavagem de roupa somente uma vez por semana, por exemplo, o que corta o gasto com água pela metade. “Depois de cinco a seis meses, o condomínio passará a ter o retorno do investimento. Assim, o dinheiro que antes era destinado ao pagamento de água pode ser aplicado em outras melhorias no prédio.” A síndica do edifício Place Royal, June Figueiredo, concorda. Desde 2010, o condomínio adotou – com aprovação unânime em assembleia (para a mudança de sistema é necessária aprovação de 100% dos moradores) – o sistema individualizado de medição de água. “Essa é a tecnologia do momento e deveria ser adotada por todos os condomínios. Isso é um ganho para todos os moradores, além de ser ecologicamente correto, pois, com a conta individual, as pessoas farão o possível para economizar, gastando menos água” elogia June. “É uma medição mais justa, pois dá a possibilidade de os moradores controlarem melhor seu orçamento. A cada mês, todos eles recebem o valor correspondente com os metros cúbicos utilizados em sua unidade. Isso tem um efeito psicológico forte. Todo mundo quer pagar o que realmente consome. No atual sistema, existe certa injustiça na cobrança. Afinal, quem mora sozinho deve pagar o mesmo que uma família grande?”


Outro que só vê benefícios no sistema de hidrômetro individualizado é o engenheiro civil e administrador do condomínio Ilha Bela Marco Aurélio Ginsberg. Ele conta que o prédio não utilizava esse sistema, mas uma oportunidade surgiu há três anos, quando o condomínio teve suas colunas hidráulicas reformadas e decidiu-se instalar hidrômetros em cada unidade. “A mudança de mentalidade dos moradores foi o mais importante. Antes, quando havia vazamento nas unidades, mas a conta era rateada igualmente por todos, não existia uma preocupação na solução do problema. Quando a bomba vazava, tínhamos que fazer vistoria em cada apartamento. Hoje, com o hidrômetro individual, o morador do apartamento onde ocorre um vazamento corre para consertá-lo”, diz. “Os moradores também passaram a controlar o consumo da própria família. Com o novo sistema, houve uma economia de cerca de 30% de uso de água e o condomínio a ser pago não sofre reajustes desde então.” Várias empresas são especializadas na instalação e leitura de hidrômetros individuais. Além da Fortekk Serviços,

outra empresa é a AJ Martani. Segundo ela, a individualização na cobrança de água em edifícios residenciais e comerciais evita o desperdício, reduzindo a inadimplência e até mesmo o consumo de energia elétrica pela redução do volume bombeado para o reservatório superior de água. Também colabora para a identificação de vazamentos de difícil percepção. Ginsberg fala que os ganhos vão muito além do investimento, que foram a instalação do relógio medidor e a contratação da firma que faz a apuração mensal da conta, pois a Cedae faz a medição do relógio principal. O condomínio paga, assim, a diferença de água gasta no prédio, como na lavagem de áreas comuns: “O pagamento desse imposto ficou muito mais democrático e justo.” Serviço Fortekk Serviços www.fortekk.com.br / 0800 773 6026 AJ Martani www.ajmartani.com.br / 2431-3185

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condomínio por claudia silveira

O síndico Carlos Henrique do Herm Stoltz: “Falta aqui é quase zero”

Boa gestão também é saber valorizar o

funcionário

Condomínio Herm Stoltz é exemplo de valorização e respeito aos funcionários Foi-se o tempo em que os trabalhadores dedicavam-se a uma empresa “apenas” pelo valor especificado no contracheque recebido no fim de cada mês. A mudança do próprio sistema capitalista foi introduzindo novos conceitos à relação trabalhista, na qual o custo-benefício e a agregação de valores são palavras-chaves. E não precisa ser um gênio em administração, recursos humanos ou economia para entender as

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mudanças nessa engrenagem. Como diria Max Weber, “o trabalho dignifica o homem”. A história recente mostra o surgimento de uma nova mentalidade que traz em seu bojo a valorização profissional a partir da responsabilidade social. Hoje condomínios – os patrões – investem cada vez mais não só na formação do quadro de pessoal, mas, sobretudo, no bem-estar da equipe, no prazer que trabalhar pode propiciar a

quem depende de seu esforço para dali tirar o próprio sustento e o da família. É o caso do condomínio Herm Stoltz, localizado no coração financeiro do Centro do Rio de Janeiro. O processo começou há cerca de cinco anos, quando Carlos Henrique Lopes Raposo assumiu a gestão do prédio único, de 23 andares – cada um com nada menos de 960 m2 –, e fez valer sua experiência de 30 anos na


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área de administração. Gradativamente, graças à atuação em grandes empresas, pequenas porém significativas mudanças começaram a ser operadas com o objetivo de estimular os 40 empregados, efetivos ou terceirizados, a sentirem-se parceiros, parte integrante responsável pelo bom funcionamento da casa. Ações aparentemente simples começaram a dar o tom das melhorias, segundo o síndico. “Os funcionários não tinham sequer local adequado para fazer as refeições, era em uma mesinha de um metro, tinham que fazer rodízio; não havia banheiro apropriado, nem onde guardar suas roupas. Hoje temos vestiário com armários individuais, água quente com ducha, em um padrão de empresa grande. Também temos agora um espaço climatizado no terraço, feito com o consentimento deles e dos proprietários, com refeitório, micro-ondas, geladeira, TV, bebedouro; é um espaço completo e decente”, afirma Carlos Henrique. Entretanto, não são apenas as benfeitorias que fazem hoje com que o Herm Stoltz tenha praticamente zero de evasão. “Nesses cinco anos, se três pessoas saíram (pediram demissão) foi muito.” O olhar para a saúde do trabalhador é mesmo o diferencial: “Oferecemos um excelente plano de saúde médico e dentário, tíquete-alimentação em torno de R$ 450, dentro de nossa política de valorização. Isso faz com que o funcionário esteja mesmo comprometido, interessado em obter melhorias junto com o condomínio. Falta aqui é quase zero, ninguém quer sair. Tudo isso foi concedido pelos empresários porque foi sinalizado: ‘Olha, se investir no funcionário

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Sala de depósito tem baias para as empresas e extintores de incêndio

vai ter retorno certo disso.’ É um trabalho de formiguinha.” “Às vezes, as pessoas veem esse comprometimento de forma equivocada, achando que é despesa. Pode ser em um primeiro momento, mas, depois, é investimento. Quanto custa demitir e contratar um profissional? Quanto custa o profissional que deixa você na mão porque falta?”, questiona. Porém, promover melhorias nas condições de trabalho e na qualidade de vida do funcionário, além de fazer caixa para pequenas reformas, sem mexer no bolso dos condôminos, não é tarefa das mais

fáceis. No condomínio Herm Stoltz, Carlos Henrique apostou na locação de espaços ociosos para ter essa renda adicional. Resultado: cerca de R$ 13 mil mensais em receita para auxiliar no custeio dos benefícios concedidos. “Fui buscar parceiros. Temos a Nextel, por exemplo, com uma antena no condomínio, que paga em torno de R$ 10 mil pelo aluguel e conta de luz, e outras duas empresas de menor porte, que colocaram antenas de internet, no subsolo, fornecendo mais uns R$ 3 mil. Então, são entre R$ 13 e R$ 14 mil por mês de receita para o condomínio somente eplo espaço”, explica.


Melhorias incluem refeitório equipado, uma reivindicação dos empregados

Melhorias nas instalações Com a receita extra, o Herm Stoltz ganhou uma sala de depósito com baias para as empresas instaladas no local e extintores de incêndio. “Se quiserem fazer uma mudança ou guardar material, usam as baias. É seguro, o espaço é monitorado.” É nesse espaço ainda onde uma medida ecologicamente correta foi implantada pelo condomínio: o sistema de captação e tratamento da água da chuva, com 10 caixas, que enche a cisterna e gera economia na ponta final, na conta de consumo. Por conta da segurança, Carlos Henrique implantou um sistema de incêndio que conta com brigadistas e alarmes em todos os andares. Em uma sala adaptada

para tal fim, tudo é monitorado através de câmeras – em todo o edifício há 73 equipamentos que fornecem imagens, desde as esquinas próximas ao prédio até o terraço. “Nem é obrigatório por lei, mas é uma segurança a mais”, justifica. No alto do 23º e último andar, uma rota de fuga sinalizada identifica o que fazer em caso de incêndio: “Identificamos todas para que as pessoas não se percam. A rota de fuga vai dar no prédio vizinho. Tudo com câmera de monitoramento. Não há vazamento no telhado; temos para-raios com manutenção periódica. É um trabalho que não aparece muito porque as pessoas, em geral, estão preocupadas com portaria,

hall, que são áreas que dão ‘ibope’”. No subsolo, um centro de reciclagem. Lá funciona um depósito para guardar material como papelão e lâmpadas fluorescentes, recolhidas por uma cooperativa de trabalhadores localizada nas imediações. A visão de empreendedor do síndico Carlos Henrique fez a diferença, como ele afirma: “Houve um poder de convencimento de minha parte; trabalhei em empresas grandes que tinham como característica a valorização do profissional.” A CIPA, segundo ele, teve papel significante nesse processo: “Eu já conhecia a CIPA, porque a empresa havia administrado o condomínio uns seis, sete anos atrás. Quando assumi, disse para novamente buscarmos a CIPA, porque é uma empresa conceituada no mercado, tem nome, é séria, está entre as melhores. Vamos avançar muito; tenho certeza de que a CIPA tem muito a oferecer para o condomínio”, conclui. Pelo exposto, percebemos que a filosofia do síndico Carlos Henrique tem muito em comum com a da CIPA: oferecer bem-estar a seus colaboradores e clientes. E todos os envolvidos só têm a ganhar. Com certeza, essa é uma parceria que já deu certo!

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ARTE

Por mรกrio Mendonรงa

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Auguste

Rodin O escultor romeno Constantin Brâncusi foi, durante alguns anos, aluno de Rodin, até que um dia resolveu interromper as lições e seguir sozinho. Ao explicar suas razões para deixar Rodin, disse: “Nenhuma árvore cresce à sombra de uma grande árvore.” “Uma grande árvore!” Assim pode ser resumida a existência de um dos mais importantes escultores que a humanidade já conheceu. Nascido na França, em 1840, viveu em Paris num período marcado por um importante crescimento cultural da sociedade francesa. Conta-se que suas primeiras criações se deram na cozinha de sua mãe, em que esculpia restos de massa de pão. Aceito na Academia de Belas Artes de Paris depois de três tentativas, tendo trabalhado ainda como decorador de interiores para ajudar no sustento da família, uma de suas primeiras criações, o Homem de nariz quebrado, foi recusada pelo Salão de Belas Artes de Paris, em 1865, por ser considerada inacabada. Na verdade, o rigoroso inverno daquele ano havia congelado a matriz de argila, causando um efeito que agradou tanto ao escultor que decidiu mostrá-la daquele jeito. No entanto, o júri do salão considerou o trabalho fragmentado, um esboço. Segue então para um período de estudos na Itália, onde se apaixona pelos mestres do Renascimento, em especial Michelangelo. Ao retornar, visita as catedrais góticas da França, quando esculpe São João Batista pregando, obra que se

tornaria famosa, da qual o governo da França adquiriria uma série. Em 1880, o governo francês encomenda o monumental portão para o Museu de Artes Decorativas, obra que viria a se tornar o Portão do Inferno, inspirado na Divina comédia, de Dante. Nesse trabalho o escultor imprimiu toda sua técnica e criação. É nele que se encontra o célebre O Pensador, obra que se tornaria icônica, sendo mesmo sinônimo de seu nome. Outra famosa escultura também fez parte da porta, O Beijo, mais tarde removida pelo próprio Rodin para se tornar uma única peça. Seu nome está ligado aos grandes monumentos da França, como Os Burgueses de Calais, o monumento A República, o monumento a Victor Hugo e a Balzac. Expõe em 1889 em conjunto com Claude Monet na Galerie Georges, em Paris, cujo sucesso foi estrondoso. Já era então uma grande árvore. Outros nomes que mais tarde seriam famosos vêm juntar-se a ele: Camille Claudel foi sua musa, assistente e amante; Rainer Maria Rilke, seu secretário. Sua fama era inimaginável quando vivo e mais ainda depois de sua morte. Foi um meteoro na arte. A escultura foi sua paixão; viver para a arte, seu único objetivo. Os maiores museus do mundo contam com obras de Rodin, e em Tiradentes (MG), no Instituto Mario Mendonça, com imensa honra, estão exibidos uma versão da obra Os Burgueses de Calais e em destaque O Pensador.

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condomínio

ANTONIO BATALHA

Por renata fernandes

Diversão garantida nas férias de verão Olhando no calendário, as férias do fim do ano ainda parecem distantes. Mas em pouco tempo elas já estarão de volta. O síndico que pretende oferecer atividades recreativas ou esportivas para os moradores no período do verão precisa se organizar desde já. Em uma série de condomínios e prédios da cidade, colônias de férias entretêm os pequenos, há festas organizadas para a chegada do Papai Noel e alguns síndicos já estão planejando atividades para os pais realizarem enquanto os filhos se divertem.

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Para João Augusto Monteiro, presidente da Associação de Moradores Quintas do Rio, que serve ao condomínio de mesmo nome, na Barra da Tijuca, viver em comunidade significa realizar atividades com os vizinhos nos momentos de lazer. Por lá, há colônias de férias para as crianças até 10 anos duas vezes ao ano, nos períodos de recesso escolar. “A gente tem programação regular de colônia de férias para julho e de verão. Tem duração de uma semana e é voltada totalmente para as crianças. A

adesão é total. Os pais adoram”, conta. O objetivo é integrar os moradores. O clube do condomínio é o local utilizado para as atividades, que ocupam a piscina e as quadras. Uma empresa terceirizada é contratada e fica responsável por cuidar de todas as etapas, desde a criação até a aplicação das atividades e o cuidado com os pequenos. Cerca de 60 crianças participam, e não é cobrada taxa extra nenhuma dos moradores. “Nesse momento, a gente está absorvendo mesmo. O número de crianças


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é limitado. Se no futuro aumentarem os custos, vamos pensar em como fazer”, conta Monteiro. Dessa mesma maneira funcionam as festas realizadas dentro do condomínio. Todo mês de junho, por exemplo, é época de festa junina por lá. “A festa junina já está dentro do orçamento do condomínio também. Temos barraquinhas, quadrilha, dupla caipira. As comidas e bebidas são pagas pelos participantes. Esse ano foi um sucesso”, revela o presidente da associação. No Quintas do Rio, a associação é composta por quatro diretores que se reúnem para decidir o que será feito. No momento, eles estão planejando mais atividades para os moradores, como aulas de vôlei e futebol de salão. E o grupo está pensando em como aproveitar a área da cantina para promover mais encontros. “Por enquanto, está no campo das ideias. Estamos refazendo o conceito de cantina e pensando em botar um trio de músicos para integrar os moradores, promover um dia de comidas típicas, como italiana, por exemplo. Organizar degustações ou algo assim. Mas ainda não temos ideia de custo e estamos só planejando”, diz. Monteiro não tem dúvidas dos benefícios desse tipo de atividades dentro do condomínio. “Acho que, quando você vive em uma comunidade, tem que promover, entrar em contato com os vizinhos, conquistar amizades onde mora”, defende. Norma Pedroso, síndica do Residencial Valqueire, em Vila Valqueire, é da mesma opinião. Por lá, as colônias

Norma Pedroso, síndica do Residencial Valqueire, promove festas para os moradores

de férias não acontecem mais porque a maioria das crianças acaba viajando com os pais no período. Mas as festas comunitárias são sagradas. “Fazemos sempre festas juninas e a chegada do Papai Noel”, conta. Para isso, é formada uma comissão de festas, que decide toda a organização. Os moradores que querem participar contribuem com uma taxa. “Mas a maioria participa e gosta de tirar foto com o Papai Noel”, afirma Norma. A síndica acredita que, antes de promover uma atividade dentro do condomínio, o síndico deve levantar o perfil dos moradores e o que o espaço pode oferecer. “Se houver muitos idosos, por exemplo, eles não costumam gostar de se reunir no prédio. Com crianças e adolescentes já é bem mais fácil. Um edifício com piscina e parquinho também já OUT_NOV_DEZ 2013

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tem um local mais propício”, opina. O esquema varia dentro dos condomínios. Os que promovem atividades esportivas costumam contratar professores para trabalhar nas quadras e piscinas. Em alguns casos, o espaço é cedido ao profissional. O que o condomínio ganha nessa opção é a felicidade dos moradores. Se o assunto é colônia de férias, há empresas que já chegam com o pacote completo. É o caso das colônias promovidas pelo SESI. É preciso entrar em contato com a unidade mais próxima do condomínio. Para definir o preço, uma equipe levanta o que o edifício tem a oferecer, em relação a espaço e material disponível. O edifício pode investir em infláveis e bolas, que ficam de herança para o prédio e ainda geram um abatimento no preço final da atividade. Se a estrutura está correta, a equipe só cobra a mão de obra. “Procuramos trabalhar tanto a questão lúdica quanto as esportivas, que exercitam desde socialização, integração e atividades cooperativas até a questão de competição mesmo, com jogos, futebol, vôlei. Se for um grupo de crianças pequenas, fica mais lúdico”, explica Diogo Gonçalves, coordenador de esportes e lazer do SESI Tijuca e Maracanã. A colônia funciona com professores de educação física e estagiários e pode ser por meio período ou horário integral. Os participantes são liberados para almoçar em casa e, no caso de meio período, trazem o lanche para comer entre a recreação. Se o edifício não tiver estrutura nenhuma (piscina, quadras, playground ou sala de jogos), ainda é possível montar um grupo fechado e fazer a atividade em uma 62

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unidade do SESI com clube. Eles oferecem descontos para grupos. “O síndico precisa saber que, se a turma englobar crianças menores de 6 anos, que exigem atenção maior, sai mais caro, porque precisa de mais professores e um limite menor por turmas. Outra informação importante é que as crianças costumam gostar de colônia de férias até uns 10, 11 anos, depois perdem o interesse”, diz Gonçalves. O coordenador ainda estuda atividades para oferecer aos condomínios que também querem ocupar os pais. Uma das possibilidades é incluir aulas de hidroginástica para as mães uma hora antes da saída dos filhos. Enquanto esperam, elas exercitam o corpo e relaxam na água. “Uma atividade que já fiz e deu muito certo foi futebol dos pais no dia do encerramento da colônia. Criou-se um ambiente de torcida pelos pais. Normalmente, você vê crianças jogando bola e os pais vendo, e o que aconteceu foi exatamente o oposto. O resultado foi muito bacana”, comemora. A forma de pagamento também é escolha do condomínio, que pode optar por dividir o valor total entre todos os condôminos e criar uma espécie de taxa extra para o período de férias, o que pode baratear em muito os custos, ou ratear apenas entre os interessados em participar. No caso de uma taxa para todos, é preciso convocar uma assembleia para que se acate a vontade da maioria. Se o síndico pretende focar nas crianças, é preciso avaliar também a faixa etária predominante dentro do condomínio. As colônias de férias não costumam englobar os muito pequenos. Se o condomínio está repleto de bebês até 2 anos, há atividades planeja-


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das para eles. A empresa Panos pra Manga, por exemplo, oferece aulas semanais que estimulam e distraem os pequenos em um espaço mínimo. Um playground já é o suficiente. “Promovemos encontros entre bebês com musicalização, com a presença de um músico com violão, e atividades sensório-motoras. Além de festas também, sempre com a presença da música e do violão, sem microfone, com atividades lúdicas e brincadeiras tradicionais”, explica Mariana Wanderley Pereira, psicomotricista e psicopedagoga, fundadora da empresa. Para a atividade acontecer é preciso um número mínimo de seis bebês, na faixa etária de 6 meses a dois anos e meio. Normalmente, o encontro é pago pelas próprias mães e o valor custa R$ 240 por mês. É apenas uma hora semanal, mas as mães adoram, além de estimular as crianças e trabalhar com brincadeiras tradicionais, como de roda e contação de histórias, sem contar que ainda é uma oportunidade de fazer amigos dentro do local onde moram. Existem várias alternativas e o síndico só precisa de um pouco de planejamen-

A Pano pra Manga monta atividades lúdicas para os muito pequenos

to. O primeiro passo é levantar o perfil do condomínio para saber em que atividade apostar. Se há muitas crianças, é bom conferir a faixa etária, já que os interesses variam. Se são idosos, talvez o melhor seja promover encontros em áreas comuns, como bingos e aulas de artesanato. Se os adultos estão em maior número, uma boa opção é oferecer aulas esportivas ou shows e menus especiais, caso o condomínio possua um restaurante ou clube. Se as

atividades escolhidas forem organização de festas e eventos, vale montar uma comissão especial para criar a programação de verão. A forma de pagamento também pode variar. Alguns condomínios têm um caixa especial que pode ser usado no período. Outros preferem repassar os gastos para os interessados, que pagariam mensalidades de acordo com o que escolhem cursar. O resultado são moradores mais unidos e satisfeitos.

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seguros

Nova modalidade de seguro obrigatório dá mais tranquilidade a síndicos e condôminos Básica Ampla é a opção para prédios residenciais e comerciais que buscam uma cobertura all risks No dia 25 de janeiro de 2012 o Brasil parou diante das imagens do desabamento de dois prédios de 10 e 20 andares e de um sobrado no Centro do Rio de Janeiro, localizados atrás do Theatro Municipal. Era o início de uma série de indagações sobre segurança condominial e da mudança de conduta no trato das questões que envolvem sinistros em prédios residenciais e comerciais. Em julho de 2011, entrou em vigor a Resolução Susep 218/2010, aprovada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que obriga as seguradoras a oferecer duas modalidades de cobertura, a Básica Simples e a Básica Ampla, para os condomínios. A Básica Simples assegura o ressarcimento a incêndios, queda de raio dentro do terreno e explosão de qualquer natureza (poderão ser contratadas coberturas adicionais, de acordo com os riscos a que estiver sujeito o condomínio segurado). Já a Básica Ampla garante cobertura para quaisquer eventos que possam causar danos materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos. Entre os danos que fazem parte desse tipo de

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cobertura estão desmoronamento, alagamento, danos elétricos, impacto de veículos, queda de aviões, vidros quebrados, restauração de documentos etc. O gerente de seguros da CIPA, Marlon Rosalvos, ressaltou que com as novas medidas os condomínios ficam mais protegidos, tendo em vista que a modalidade Básica Ampla é uma cobertura all risks, que cobre todos os danos materiais, exceto os riscos expressamente excluídos. De acordo com o Artigo 4º, entre os riscos excluídos, podemos destacar: manutenção deficiente e/ou inadequada, corrosão, ferrugem, oxidação de determinado bem. Poderão, eventualmente, ser oferecidas coberturas adicionais para riscos excluídos, desde que não representem infração à legislação vigente. Ainda segundo Marlon Rosalvos, de modo geral, o síndico deve sempre exigir que sejam oferecidas todas as opções de seguro, benefícios e valores para a própria avaliação e dos condôminos. “Para que o condomínio tenha uma apólice de seguros desenhada conforme suas necessidades, é

muito importante a participação ativa do síndico com o apoio do assessor e essencialmente a intermediação de nossa corretora de seguros, que tem a expertise nesse segmento”, sugeriu Marlon Rosalvos. “Esse processo de intermediação da corretora com o apoio do assessor é fundamental para evitar surpresas desagradáveis e possíveis conflitos com a seguradora. A orientação de profissionais especializados e a integral compreensão pelo síndico das cláusulas previstas na apólice e de seus limites de coberturas evitarão que o condomínio seja exposto a um risco sem sua correspondente proteção securitária. Daí a importância de contar com o assessor e o corretor de seguros, especialistas no assunto”, esclareceu o gerente da CIPA.

Lembrança decisiva As imagens daquela tragédia não saíram da cabeça de Juserval Mourão, síndico do Condomínio Marechal Jofre II, localizado no Grajaú e administrado pela


“A cobertura ampla dá toda a tranquilidade para a gente”, comemora o síndico Mourão, do Grajaú

CIPA. Mourão foi um dos que começaram a buscar informações sobre seguros para prédios residenciais. Uma moradora do condomínio, de 54 apartamentos com play, piscina e churrasqueira, entre outros itens, e que já tinha passado por prejuízo quando um carro bateu no portão da garagem, ajudou o síndico no esclarecimento de alguns pontos. Na época da renovação anual do seguro, não titubeou e pediu propostas para a CIPA, que mostrou as vantagens de todas as modalidades, incluindo a Básica Ampla. Tal proposta foi levada aos condôminos em assembleia, que não é exigida para que o síndico contrate um seguro obrigatório. Os moradores do Marechal Jofre II também foram lembrados da tragédia no Centro do Rio pelo síndico. Com os argumentos, a aquisição da apólice foi aprovada por unanimidade e os que não puderam estar na reunião apoiaram a decisão de contratar a Básica Ampla, uma modalidade mais cara, porém, que dá mais proteção aos moradores. Atualmente, Mourão comemora o fechamento do contrato e a parceria com a CIPA. “A palavra ampla já diz tudo; a cobertura é ampla e dá toda a tranquilidade para a gente”, afirmou o síndico.

Decisão conjunta Vale lembrar também que, para a tranquilidade e segurança de todos, é imprescindível estar com o pagamento do seguro condominial, que é obrigatório, em dia. A lei determina que a contratação do seguro é uma responsabilidade do síndico, que poderá vir a responder com seu patrimônio, dependendo da abrangência do sinistro, caso não tenha fechado contrato adequado para tal. “Nenhum síndico deve contratar seguro para seu condomínio sem também apresentar uma cotação na modalidade Básica Ampla. Dessa forma, estará compartilhando a decisão com todos os interessados”, afirmou Marlon Rosalvos.

O gerente da CIPA Marlon Rosalvos dá dicas de como escolher o melhor seguro para seu condomínio

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cipa seguros

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atualidade

Asfalto autolimpante Para alguns profissionais de engenharia e arquitetura, ser sustentável não é mais suficiente. Além de utilizar material certificado, evitar desperdícios e emitir zero de carbono, eles estão empenhados em erguer obras que ajudem a limpar o ar nas cidades. Pouco importa se elas são verdes como as metrópoles holandesas ou poluídas como os aglomerados urbanos da China. Vem da Holanda o exemplo mais recente desse tipo de abordagem construtiva. Pesquisadores da Universidade de Tecnologia Eindhoven cobriram 150 metros de uma rua com um pavimento purificador do ar. Para isso, misturaram ao concreto um composto chamado dióxido de titânio. Por meio de uma reação química, em contato com os raios UV, o material absorve poluentes. A experiência diminuiu a concentração de dióxido de nitrogênio e de óxido nítrico em até 45%. A substância ocupa o interior das casas há décadas, pois é usada em produtos de higiene, cosméticos e corantes de alimentos. Em 2011, no Brasil, um projeto de lei foi proposto na Câmara para proibir seu uso nesses produtos. A alegação era que o material causa danos à saúde e ao meio ambiente. Como nada foi cientificamente comprovado, em maio deste ano, o projeto de lei foi rejeitado. A química mostra que o dióxido de titânio pode ser um ótimo aliado do meio ambiente. É um produto naturalmente autolimpante, o que faz dele um “filtro” natural. Sua utilização em obras não é exclusividade dos holandeses. Construções em vários lugares do mundo já experimentam o poder do dióxido de titânio, inclusive no Brasil. O novo Es-

tádio Nacional de Brasília Mané Garrincha terá a cobertura revestida com uma membrana do produto. Do outro lado do globo, a cidade chinesa de Qingdao deve ganhar uma das maiores obras autolimpantes do mundo. O edifício Indigo Tower será todo revestido de dióxido de titânio e promete converter gases tóxicos em oxigênio e água. Uma necessidade num país em que a população respira um ar 40 vezes mais poluído que o limite estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Não é só o concreto que pode receber o material. Em Roma, a Igreja dos 2.000, construída em comemoração aos dois milênios do Cristianismo, recebeu uma camada da tinta abençoada com dióxido de titânio. Um painel de cerâmica de 2.500 m² na fachada do Hospital Manuel Gea Gonzales, na Cidade do México, carrega a missão de garantir a saúde da população também do lado de fora do prédio. O produto consegue neutralizar a poluição produzida por 900 carros. Assim como os chineses, os mexicanos também enfrentam problemas sérios de poluição. A OMS registra que 15 mil pessoas morrem anualmente no país vítimas de doenças causadas pelo ar sujo. Até instalações de arte estão entrando na onda despoluidora. Em 2012, uma escultura na frente do Museu de Arte Moderna (MoMa) de Nova York tirou da atmosfera a poluição gerada por 260 carros. Para tanto, havia recebido jatos de um spray com nanopartículas da substância. Hoje não dá para saber qual será o “pulmão do mundo” nos séculos que virão. O certo é que esse pulmão será revestido com dióxido de titânio. IstoÉ, 25/set OUT_NOV_DEZ 2013

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manutenção

Zelar pela manutenção deve estar entre as principais preocupações de síndicos e moradores Manter em ordem as instalações elétricas do condomínio não significa apenas zelar pela manutenção. A vistoria periódica valoriza o patrimônio e, mais importante que isso, garante a segurança de todos os moradores. Para os prédios que já completaram 20 anos de vida, o engenheiro eletricista e primeiro vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-RJ), Luiz Antônio Cosenza, sugere uma avaliação imediata e outras a cada cinco anos. Outros especialistas indicam uma periodicidade menor, de dois anos.

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Cosenza alerta que o serviço deve ser feito por engenheiro eletricista credenciado pelo CREA-RJ com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) recolhida. “O profissional fará um levantamento de carga das áreas comuns e de cada apartamento, verificará se existe algum circuito sobrecarregado, se os disjuntores estão em ordem, se os quadros de distribuição, incluindo todos os seus componentes, estão ok, se condutores, tomadas e interruptores não estão danificados, entre outras avaliações”, explica o engenheiro, lembrando que o prestador de serviço vai constatar as

anomalias, se houver, e fornecer orientação, observando as normas técnicas. Para edificações com grande porte nas instalações elétricas, como edifícios comerciais, é importante a manutenção através de medições com aparelhos de termografia, a fim de verificar o aquecimento de cabos elétricos e ajustar rotinas de manutenção preventiva. Cosenza reforça que um dos problemas mais comuns nos edifícios residenciais é o uso de disjuntores com capacidade maior que as correntes elétricas suportadas pelos cabos ou fios que estão ligados neles. “É comum, quan-


do um determinado disjuntor ‘cai’ com frequência, o usuário trocá-lo por outro com amperagem maior.” O diretor da Stillus, empresa especializada em manutenção predial, há mais de dez anos no mercado, Osvaldo Santana, lembra que esse aumento da capacidade faz com que o disjuntor não desarme e, por isso, não corte a corrente elétrica do circuito. É aí que mora o perigo. “Isso pode provocar o sobreaquecimento de cabos e fios, gerando fatores de alto risco de incêndio”, diz o empresário, acrescentando que um dos serviços mais solicitados à empresa é a reforma do PC de luz. “Existem muitos casos de PC antigo, com a fiação toda engatilhada, obsoleta, armários ruins, o que é bem perigoso”, comenta Santana. Além disso, pode ser que haja a necessidade de trocar os cabos que passam por partes comuns como garagens, corredores de apartamentos e escadas. O custo da reforma do PC varia de acordo com o porte do condomínio. Para 100 relógios, a Stillus faz o serviço ao custo de cerca de R$ 160 mil. Para 30 a 50 relógios, o preço fica entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

Missão quase impossível Quando se trata de instalação elétrica, não basta o síndico monitorar apenas as partes comuns, ele precisa estar atento ao que acontece nos apartamentos. Mas a tarefa é complexa, em virtude da impossibilidade de acessar a intimidade dos moradores. “O síndico não sabe o que acontece dentro de cada residência. E as pessoas consomem cada vez mais equipamentos elétricos, sem se dar conta de que podem estar sobrecarregando o sistema”, afirma o engenheiro do CREA-RJ, lembrando que os aparelhos que possuem resistência, como chuveiro elétrico, secador, chapinha, ferro de passar roupa e secadora, são os que mais consomem energia. “Em um prédio mais antigo, uma tomada de banheiro, por exemplo, foi dimensionada para suportar pequenas cargas, e não os secadores e as chapinhas com a potência que vemos hoje. É um risco”, complementa Cosenza. Ele

Engenheiro eletricista e 1º vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ), Luiz Antônio Cosenza

lembrou o caso do incêndio em um apartamento no Leblon, em março, que causou a morte de um casal que se atirou da janela do quarto andar. Peritos teriam dito que o incêndio pode ter começado em uma tomada na sala, onde estariam conectados vários aparelhos eletrônicos. O engenheiro reforça que um dos grandes perigos pode ser o ar-condicionado. “O aparelho consome muita energia e, normalmente, fica ligado durante um longo período de tempo. Para completar, muitas pessoas costumam escondê-lo com cortinas, que podem contribuir para a propagação do fogo em caso de um curto-circuito”. A área de serviço, entretanto, é onde os moradores devem prestar mais atenção, por concentrar grande parte dos equipamentos que mais consomem energia. Os gestores dos condomínios devem enviar circulares ou afixar cartazes explicando que o uso de benjamins em tomadas com diversos aparelhos elétricos ou eletroeletrônicos ligados podem causar sobrecarga, danificando esses equipamentos. Ou, pior ainda, gerando faiscamentos, que vão corroendo progressivamente os metais das tomadas e plugs, chegando a um limite em que a temperatura do condutor danifica a isolação e o curto-circuito pode ocorrer. O final da história todo mundo conhece. É importante que todas as instalações elétricas estejam aterradas, com destaque para as tomadas de uso especial, como para ar-condicionado,

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Assim que assumiu o cargo, a síndica Ecila Antunes tratou de providenciar a reforma do PC de luz: “O prédio tem mais de 20 anos e a obra era mais que necessária”

micro-ondas, máquina de lavar roupa, chuveiro elétrico etc. Ressalta-se que pontos de iluminação em áreas molhadas, como banheiros, também devem ter suas instalações aterradas. Os fios verdes existentes em diversos aparelhos elétricos têm que ser ligados aos fios terra existentes nos imóveis.

Síndica ligada A síndica do Condomínio Maison Du Lac, na Lagoa, Ecila Passos Antunes, que assumiu a função no começo de 2013, não marcou bobeira. Pouco depois de ocupar o cargo no edifício com seis andares e seis apartamentos administrado pela CIPA, ela definiu como prioridade a avaliação das instalações elétricas e hidráulicas. “O prédio já tem mais de 20 anos e

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esses pontos acabaram sendo deixados de lado. Mas não dava mais para empurrar com a barriga, é preciso cuidar da prevenção antes que algo grave aconteça”, comenta a gestora, que reformou o PC ao custo de R$ 3 mil. “As instalações eram muito antigas, com fusíveis que nem se usam mais. Assumi a função para cuidar do condomínio como uma mulher cuida da casa: atenta aos mínimos detalhes. Comigo é que nem Angelina Jolie, na prevenção”, brinca Ecila, que aproveitou a ocasião para instalar lâmpadas mais econômicas. A obra no PC gerou apenas três cotas extras. “Ninguém reclamou, até porque levei o assunto para a reunião da assembleia, com fotos que comprovavam o mau estado dos equipamentos. Aqui tudo é documentado”, orgulha-se a gestora.

Atenção aos sinais Fiações e equipamentos em mau estado de conservação são relativamente fáceis de identificar. Mas o síndico precisa estar atento a outros sinais: queda de tensão (que pode ser causada por vários fatores, sendo o mau dimensionamento das instalações um deles), queima de fusíveis e de lâmpadas fluorescentes, desarme do disjuntor e aumento no valor da conta sem que o consumo tenha sido alterado. Quando o disjuntor do quadro de distribuição desarma com frequência, é preciso verificar se existe algum mau contato elétrico (conexões frouxas). Nesse caso, um simples reaperto resolverá o problema. Outra possibilidade é que o circuito esteja sobrecarregado com instalação de novas cargas, cujas características de


potência são superiores às previstas no projeto. Importante averiguar se existe algum aparelho conectado ao circuito em questão com problema de isolamento ou mau contato, o que pode causar fuga de corrente. Se houver superaquecimento do quadro de distribuição, deve-se analisar se existem conexões frouxas e reapertá-las. Verificar também se há algum disjuntor com aquecimento acima do normal, que pode ser provocado por mau contato interno. Nesse caso, desligar imediatamente ou substituir a peça. Os locais onde se encontram os quadros elétricos, sejam os internos às unidades de consumo, sejam os que ficam no centro de medição ou ainda a casa de bombas e a casa de máquinas dos elevadores, devem ser mantidos limpos e livres de objetos como jornais, latas de tintas, papéis, solventes, móveis etc. Suas portas e tampas não podem ficar obstruídas. Não permitir a presença de material inflamável, explosivo ou poeira em locais onde existam equipamentos elétricos em geral (quadros, cabos, bombas, motores).

Respeitando as normas A verificação completa das condições de preservação e de operação das instalações elétricas deve ser feita conforme descrito na norma NBR-5.410 (baixa tensão), item Verificação e Manutenção, em que se pode avaliar a influência da qualidade dos componentes utilizados e da mão de obra que realizou a instalação, trazendo como resultado a possível garantia da segurança dos usuários e a eficiência energética do sistema.

No condomínio, é preciso verificar se existe algum circuito sobrecarregado, se os disjuntores estão em ordem, se os quadros de distribuição, incluindo todos os seus componentes, estão ok

Além desta, as normas NBR-14.039 (média tensão) e NBR 13.570 (de instalações elétricas em locais de afluência de público), bem como as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho (NR 10 e NR 33), devem ser consideradas. Prestar atenção a essas regulamentações é de extrema importância, uma vez que o síndico, como representante do condomínio (contratante), tem responsabilidade solidária ao prestador de serviço, respondendo nas esferas cível e criminal por qualquer acidente que ocorra com seu contratado. Para as novas edificações, recomendam-se três cuidados. O primeiro é verificar a presença hoje obrigatória de tomadas “do tipo 2P+T, ou seja, com três furos

e com o fio terra instalado”. A NBR 14.136, de 2002, promoveu a unificação do padrão de plugues e tomadas utilizados no país, obrigando a uma adequação dos próprios equipamentos eletrônicos, especialmente os de maior consumo de energia, como geladeiras, lavadoras e secadoras, para as quais passou a ser exigido padrão de três furos. O segundo é conferir se no quadro de energia há a identificação dos circuitos e, o terceiro, a existência de pelo menos um DR (diferencial residual) em áreas molhadas como cozinha e banheiro. O DR, parecido fisicamente com um disjuntor, tem a função de desligar o circuito em caso de choque elétrico e deve ser instalado nos quadros de distribuição.

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ecodicas

Leandro Souza, síndico do condomínio Reis Magos

Coleta seletiva de lixo agora é lei Quem não aderiu por vontade própria, agora precisa atender à lei da coleta seletiva Não é de hoje que o conceito de coleta seletiva de lixo é aplicado no cotidiano dos moradores do Rio de Janeiro. Quem não conheceu ou nunca ouviu falar dos famosos garrafeiros, que percorriam as ruas da cidade em busca de garrafas de vidro para vendê-las a comerciantes ou reaproveitá-las em seu próprio negócio. A profissão, que era bem atuante, a partir de 1946, época do pós-guerra, foi praticamente extinta no Rio. Depois dos garrafeiros vieram os catadores de papel, de garrafa pet, de latinha, as cooperativas de reciclagem e por aí vai. Se por um lado algumas profissões caíram no esquecimento, por outro a moda da coleta seletiva de lixo começou a tomar impulso no início da década de 1980. Algumas cidades se apressaram em difundir e aplicar o conceito. 76

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Curitiba, no Paraná, foi a primeira a se engajar na reciclagem e lançou campanha. Niterói, no estado do Rio de Janeiro, também. Mas quem ainda não se engajou por vontade própria agora vai se engajar por força da nova lei. Os prédios residenciais com mais de três andares têm que colocar à disposição dos moradores lixeiras para a coleta seletiva de papel, plástico, metal e vidro, conforme determina a Lei 6.408/13. A lei foi publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro no dia 13 de março de 2013 e entrou em vigor 90 dias depois. Em 6 de setembro de 2001, a Lei Municipal nº 3273, que estabelece as responsabilidades e os deveres do município e dos cidadãos cariocas quanto aos serviços de limpeza da cidade, já tratava do tema.


Sinalizador para os moradores virou um case de sucesso

A Comlurb, que possui um sistema de recolhimento de resíduos recicláveis, anunciou, no início de junho, a ampliação da coleta seletiva de lixo no município do Rio. Atualmente, a companhia atende parcialmente a 44 bairros da cidade. Do total de lixo recolhido por dia (1.991 toneladas) que potencialmente pode ser reaproveitado, 1,4% é de material reciclável. A Comlurb planeja aumentar esse percentual para 5% e, com isso, atender a todas as 9.522 ruas dos 44 bairros e ainda começar a coleta seletiva em outros locais. A proposta da companhia é estender o trabalho para 104 bairros até o final do ano. A coleta seletiva porta a porta é feita uma vez por semana, em dias diferentes

do recolhimento domiciliar (verificar a relação no site http://www.rio.rj.gov.br/web/ comlurb). O trabalho é realizado por 35 garis e sete caminhões e o material recolhido é encaminhado a 28 cooperativas cadastradas. Nas cooperativas, há a separação dos recicláveis e comercialização com as empresas interessadas. No início de junho também, a Comlurb anunciou a ampliação da frota e a contratação de mais garis, passando a contar com 144 em dois turnos, que terão apoio de 24 caminhões somente para a coleta seletiva. Conforme a Comlurb, o primeiro caminhão híbrido de coleta seletiva começou a ser utilizado no trabalho. O veículo híbrido contribui para a redução de emis-

são de gases poluentes na atmosfera, é econômico em termos de combustível e colabora para dar ainda mais rapidez às atividades dos profissionais da companhia. Vale ressaltar que a queda no consumo de combustível pode alcançar até 15% com a redução da emissão de gás carbônico (CO2). Para mais informações sobre a coleta seletiva de lixo da Comlurb, acesse o site http://www.rio.rj.gov.br/web/comlurb. Lá há uma série de informações, como armazenar o lixo reciclável, no caso, em sacos transparentes ou em contêineres de plástico e como a separação deve ser feita por tipo de material, como plástico, metal, papel e vidro, entre outros pontos.

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ARTE

Lixeiras coloridas: uma boa opção para separar o lixo reciclável

Pensamento sustentável Cada vez mais a sociedade vem se conscientizando da importância do reaproveitamento de material reciclável e também de preservar o meio ambiente. E os condomínios não ficam atrás. Tem até síndico inovando para que todos os moradores do prédio participem da coleta seletiva. É o caso de Leandro Souza, síndico do Condomínio Reis Magos, localizado na Tijuca e administrado pela CIPA. Há cerca de dois anos o problema do prédio era a proliferação de ratos que passavam pela tubulação das lixeiras. O síndico e os moradores decidiram implantar a coleta seletiva de lixo, fechar a tubulação e acabar com as lixeiras dos andares. A dificuldade, porém, era o recolhimento do lixo dos 30 apartamentos. Foi aí que Leandro Souza teve a ideia de implantar um sinalizador de papel e distribuí-lo para cada condômino. A criação virou um case de sucesso e, ao longo desse período, não precisou haver nem adaptação. “Temos apenas uma lixeira na garagem do condomínio para o lixo orgânico e lixeiras coloridas para o reciclável”,

informou o síndico. De acordo com Leandro Souza, um funcionário percorre os apartamentos duas vezes ao dia para recolher o material que pode ser reciclado, às 12h e às 20h. “Quem não quer ser incomodado ou não tem lixo naqueles horários, é só colocar o sinalizador na porta que o funcionário passa adiante”, revelou o síndico. No sinalizador há o nome do condomínio Reis Magos e as palavras “coleta seletiva”. Do outro lado da cidade, o síndico do Condomínio Morristown, que fica em Laranjeiras, também implantou a coleta seletiva e, em três meses, já obteve bons resultados. Segundo o síndico José Mauro Agrellos Pereira, com a Lei 6.408/13, que determina a obrigatoriedade da coleta seletiva de papel, plástico, metal e vidro, ficou ainda mais fácil conscientizar os moradores. As lixeiras coloridas foram instaladas na parte de baixo do prédio, e duas vezes por dia o funcionário recolhe o lixo já separado. O mesmo acontece nos espaços de lazer do condomínio, principalmente, quando há eventos festivos.

Plástico, madeira ou aço? A escolha é sua. O importante é reciclar A empresa Soluwan, que comercializa vários tipos de lixeira para material reciclável, indica a instalação de contentores de 240 litros, de polietileno injetado, com tampa e duas rodas, nas cores e programação visual da coleta seletiva. A diretora comercial da Soluwan, Ana Paula Pinheiro, explica que os recipientes podem ser feitos de qualquer matéria-prima, desde que estejam em conformidade com as Normas do Conama (ref. Coleta Seletiva). “Os de plásticos são os 78

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mais usados em função do custo e da variedade de cores”, informou a executiva. Conforme Ana Paula Pinheiro, existem também lixeiras de madeira, mas que só poderiam ser utilizadas se fossem de reflorestamento, e as de aço, que têm um custo muito alto. Outra dica da diretora comercial da Soluwan é em relação ao tamanho dos recipientes. Para condomínios com espaços pequenos, a recomendação é uma lixeira para material reciclável (jornal,


papelão, pet, latinhas etc.). No térreo, a sugestão é instalar contentores maiores, de cores diferenciadas, para a segregação por tipo de produto, como azul para papel, amarelo para metal, vermelho para plástico e verde para vidro.

”A prova que a coleta seletiva tem crescido cada vez mais é que a venda de produtos para realizar a separação de itens, para condomínios, cresceu aproximadamente 20% em relação ao ano passado”, revelou Ana Paula.

A importância da separação do lixo A Comlurb, por meio de seu site, pede atenção na hora de realizar os procedimentos para a coleta seletiva. “O resíduo orgânico, além de representar risco à saúde dos catadores, contamina todo o material potencialmente reciclável, inviabilizando seu aproveitamento e, consequentemente, sua reutilização”, acrescenta a companhia. Os procedimentos constam dos Artigos 30, 32 e 39 da Lei n° 3.273, de 6 de setembro de 2001, que dispõe sobre a Gestão do Sistema de Limpeza Urbana no Município do Rio de Janeiro, regulamentada pelo Decreto Municipal n° 21.305, de 19 de abril de 2002: Art. 30 – “O Órgão ou entidade municipal ficará autorizado a estabelecer e determinar as normas e procedimentos que se façam necessários à garantia das boas condições operacionais e qualidade dos serviços relativos à remoção dos

resíduos sólidos urbanos”; Art. 32 – “É obrigatório o acondicionamento do lixo domiciliar e dos demais resíduos similares ao lixo domiciliar em sacos plásticos com capacidade máxima de cem litros e mínima de quarenta litros, nas espessuras e dimensões especificadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT”; e Art. 39 – “Os recipientes contendo os resíduos devidamente acondicionados deverão ser colocados pelos geradores no logradouro, junto à porta de serviço das edificações ou em outros locais determinados pelo órgão ou entidade municipal competente.” Além disso, o Art.108 da Lei 21.303 estabelece que “Depositar resíduos diferentes daqueles a que se destinam os recipientes de Coleta Seletiva constitui infração punida com multa inicial de R$ 50,00 (Cinquenta reais).”

Benefícios da coleta seletiva fazem parte dos objetivos da lei A Lei Estadual 6.408/13 deixa claro que os condomínios precisam ter recipientes para a separação do material. Vale a pena conferir o que diz a lei. Art. 1º Todas as edificações residenciais com mais de 3 (três) pavimentos no Estado do Rio de Janeiro terão que, obrigatoriamente, disponibilizar recipientes para coleta seletiva de lixo. Parágrafo Único. A coleta seletiva disposta no caput deverá proceder à separação dos seguintes materiais: I - papel; II- plástico; III - metal IV - vidro. Art. 2º - São objetivos da coleta seletiva de lixo: I - incentivar a coleta seletiva, a reutilização e a reciclagem; II - proteger a saúde pública e a qualidade do meio ambiente; III - preservar e assegurar a utilização sustentável dos recursos naturais e IV - reduzir a geração de resíduos sólidos e incentivar o consumo sustentável.

Serviço Soluwan | www.soluwan.com.br | (21) 3860-7030 / 3890-0695 OUT_NOV_DEZ 2013

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atualidades

O Rio acelera a leitura por Stella Maris Mendonça – smarismendonca@gmail.com colaborou Carmen Pereira fotos: Stella Maris Mendonça

Bicicloteca viva - patrick encanta o público

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Bicicloteca nas roças de Paty do Alferes; brinquedoteca e ponto de leitura na Chatuba, em Mesquita (no ano passado conhecida por chacina de meninos); pontinho de cultura que resgata brinquedos e folguedos populares (baianas, folias de reis, jongos, bois e maculelês), em Miracema; mulheres e meninas brincando e lendo na Mangueira; mulheres em Itaperuna dinamizando a brinquedoteca; leitura e muitas oficinas atrás da Igreja de São Jorge, em Quintino; leitura e brincadeiras na luta pela educação no Largo da Batalha, em Niterói; arte e muita criação nas roças altas de Bom Jardim; palhaços que brincam e contam histórias em Duas Barras; leitura comunitária na Ilha das Cobras, em Paraty, com a Casa Azul, e no Complexo da Maré, com a Biblioteca Comunitária Luciana Savaget, ou no Catete, com o Ponto Conto a Conto, que promove poesia, meditação e empréstimo, além de oficinas diversas; lei-

tura e música e pintura e cinema na Casa de Cultura de Conservatória; leitura, pintura e brincadeira na ONG Museu de Favela (MUF), do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho; um Grão de Mostarda em Bangu; a Cesta Beabásica circulando nas estradas de terra de Maricá; Livro de Rua libertando livros por aí. Esses são alguns dos 55 projetos contemplados, em 19 municípios do Rio de Janeiro, pelos editais Pontos de Leitura, Pontinhos de Leitura (Brinquedotecas) e Bibliotecas Comunitárias de 2011, sob a coordenação do Sistema Estadual de Bibliotecas/Superintendência da Leitura e do Conhecimento, da Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com o Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura. Com as premiações, que totalizaram R$ 1.350.000,00, foi possível pagar oficineiros e comprar livros (também em braile), gibis, jogos pedagógicos, materiais diversos para


Stella Maris Mendonça

Stella Maris Mendonça Stella Maris Mendonça

Bicicloteca em ação, Paty do Alferes

biblioteca viva de duas barras

Biblioteca Viva de Duas Barras leitora em construção

Stella Maris Mendonça

as muitas oficinas, DVDs, televisões, sons, rádios, home theaters, microfones, telões, ventiladores, ares-condicionados, armários, estantes, bebedouros, data shows, computadores, máquinas fotográficas, cadeiras, pufes, mesas, projetores, tablets, desumidificadores, extintores de incêndio, instrumentos musicais e até um triciclo novo para adaptação da Bicicloteca. Puderam também pintar paredes e derrubá-las para ampliar espaços, reformar telhados, refazer pisos, trocar janelas, manter computadores e impressoras, reformar sistemas elétricos e hidráulicos, dedetizar e fazer bancadas para aulas de culinária. Nas visitas às dezenas de projetos contemplados fiquei atenta também aos trabalhos de leitura e meio ambiente que acontecem espontaneamente em roças e cidades, como o da Sociedade Cavaleiros do Alto Santana (Soecal), que atua em charrete conduzida por um cavalinho chamado Brinquedo, como também na sede e subsede do projeto nas zonas rurais de Miguel Pereira e Arcozelo/Paty do Alferes. As pessoas à frente dos projetos revolucionam realidades, promovendo oficinas de poesia, música, formação de mediadores de leitura, fotografia pin hole, dança e teatro, contação de histórias, empréstimo e lançamento de livros, saraus, rodas de leitura, exibição de filmes, resgate de folguedos e brinquedos populares, exposições, registro de histórias de vida, entrega de livros em domicílio – um luxo tudo. A seguir, alguns depoimentos:

Meiri Ultrini, pedagoga da Brinquedoteca Sementes Culturais, que tem sede no CIEP 267, na Vila José de Carvalho, parte alta de Miracema, onde há 15 Folias de Reis muito antigas, 10 Bois e Jongo: “Participo dos conselhos de classe para sensibilizar a comunidade escolar quanto à importância do trabalho em conjunto. As crianças e os jovens estão se envolvendo mais no processo educativo e melhorando o desempenho da leitura. Duas estagiárias de pedagogia acompanham o projeto e estão escrevendo monografia sobre cultura na escola.”

Totonho, coordenador do Ponto de Cultura em Miracema: “Somos beija-flores no incêndio da floresta.”

Délcio Teobaldo de Souza, do Ponto de Leitura Cesta Beabásic, na zona rural de Maricá: “Formamos seis Aprendizes do Saber – jovens e crianças que se conscientizam da importância das histórias familiares e locais e as registram, material que resultará em um livro.” OUT_NOV_DEZ 2013

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Baianas, projeto Sementes Culturais, em Miracema

Leitoras vizinhas do projeto Plantando o Futuro, comunidade do Rio das Pedras

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Marjorie Botelho e seu marido, Cláudio Paolino, do Sobrado Cultural Rural e Biblioteca Comunitária Rural Conceição Knupp Amaral, em Santo Antônio, zona rural de Barra Alegre, distrito de Bom Jardim: “O Sobrado Cultural nasceu em Vila Isabel, no Rio. Hoje, o Pontinho de Cultura, a biblioteca comunitária rural, a biblioteca de artes visuais, o Galpão, as plantações, a estufa com mudas para reflorestamento, o capril, o estábulo, a horta comunitária, o alojamento para hospedar grupos parceiros, como os do Programa de Residência Artística, formam um complexo, um ecomuseu rural.” Maria Helena Lima, Leninha, do Ponto de Leitura Bicicloteca, que circula no bairro pobre da Poaia, em Paty do Alferes, fala sobre a escola-sede do Ponto de Leitura: “Criamos a Bicicloteca para circular pelo bairro e a escola Municipal Osório Duque Estrada, que abriga o Ponto, é uma segunda casa da comunidade – ali acontecem festas de casamento e de aniversário. Todos cuidam da escola como se fosse suas moradia.”

Priscila Nascimento, da Biblioteca Comunitária Luciana Savaget/Instituto Vida Real, no Complexo da Maré: “A ONG Instituto Vida Real foi criada há 9 anos por Sebastião Antônio de Araújo, que abandonou o tráfico de drogas da Maré há 15 anos. Sebastião é presidente da instituição, dono do imóvel onde funciona a biblioteca e participa do centro de recuperação do projeto Resgatando Vida, que também ajuda o instituto.” Ana Luíza, da Brinquedoteca Grão de Mostarda e Biblioteca Comunitária Multiplicando o Saber, em Bangu: “Temos livros para adultos, mas o foco da atenção do trabalho é a criança. O nome Grão de Mostarda refere-se à semelhança entre essa semente e a pequenez e grandiosidade do projeto.” Haydée Motta, do Ponto de Leitura Biblioteca Viva, em Conservatória: “Desde 2001, trabalho como voluntária. Sou professora de matemática e sempre trabalhei a disciplina através da literatura. Como pedagoga, escrevi minha monografia sobre a violência na escola e pesquisei a afetividade na sala de aula.”


Duas perguntas para Vera Saboya, Superintendente da Leitura e do Conhecimento da Secretaria de Estado de Cultura: Cetc. - Vera, qual o sentido dos editais? Vera Saboya - Esses projetos contemplam manifestações tradicionais e de cultura popular. Procuramos atender os agentes culturais de todas as regiões do estado. Cetc. - E os editais de 2013? Brinquedoteca Cartolinha na Mangueira

O condomínio que tiver interesse em desenvolver um projeto de leitura deve entrar em contato com esta coluna: smarismendonca@gmail.com

VS - Com os novos editais, esperamos beneficiar mais projetos criativos e relevantes para a cultura do estado do Rio de Janeiro. Entre 5 de agosto e 04 de outubro, foram abertas inscrições de novos projetos que serão selecionados este mês: 79 Pontos de Leitura, 38 pontinhos de cultura (Brinquedotecas) e três Bibliotecas Comunitárias. Cada projeto contemplado terá um ano para realizar sua proposta e receberá entre R$ 15 mil e R$ 50 mil.

Boi no CIEP 267, projeto Sementes Culturais, em Miracema

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condomínio Por Vicente Magno

Saúde e bem-estar do lado de casa, ou melhor, abaixo de casa Sentir-se bem, tanto faz se em busca da saúde ou da vaidade, é sinal de qualidade de vida. E ter essa facilidade a poucos passos de casa é um ganho que alguns podem ter por conta de academias dentro dos próprios condomínios. Mas instalar equipamentos de musculação e esteira requer, além de cuidar da manutenção, alguma atenção, mas vale a pena.

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Para a síndica profissional Sílvia Martins Marques da Silva, com 15 anos de experiência, ter uma academia no condomínio não é só melhora na vida dos moradores, mas representa também valorização do patrimônio. Ela atua há sete anos no Botafogo Green Park, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, que conta com 64 apartamentos. Lá o espaço foi inaugurado

junto com o condomínio, há 12 anos. Somada à infraestrutura do Botafogo Green Park, a academia representa um ganho na qualidade de vida dos condôminos. “A infraestrutura de nosso prédio é muito boa, temos uma área verde lindíssima. Contamos, além da academia, com sauna, salão de festa, piscina, churrasqueira e parquinho. Fizemos inclusive uma horta. É lindo.


Mas acho que ter um espaço para atividade física é importante por essa questão da cultura do corpo e mesmo para a saúde”, disse Sílvia. No condomínio Golf Village, de 48 apartamentos, em São Conrado, também na Zona Sul da cidade, o administrador Humberto Pinheiro vê com bons olhos a presença de uma academia. “Nossa instalação é de qualidade, com equipamento também de qualidade, e os moradores sabem disso”, afirmou Humberto. A área destinada aos exercícios físicos dos moradores do Green Park é apontada como espaçosa pela síndica. “Compramos, há cerca de um ano, duas esteiras novas. Ao todo, temos cinco aparelhos: três esteiras e um aparelho de musculação”, explicou. Mas síndicos e condôminos não precisam suar sozinhos em busca de soluções. Se surgir a ideia de criar um espaço como esse ou mesmo cuidar da manutenção de um já existente, há empresas especializadas que realizam essa tarefa. Norton Freitas, sócio da Fittech, explica como a empresa age. “Fazemos uma visita para conhecer o espaço, saber as expectativas do cliente, o perfil dos usuários e finalmente indicamos o equipamento”, explicou. Norton faz um alerta sobre a necessidade do acompanhamento de profissional da área para adquirir o aparelho a ser utilizado. “Oferecemos equipamento profissional de ótima qualidade para que seja usado de fato; historicamente, as máquinas compradas para esse segmento em geral são de baixa qualidade e muito simples”, afirmou. Como os condomínios têm características particulares, é preciso estudar cada situação, observando o espaço disponível para a instalação do maquinário. “O custo é relativo, pois, em algumas academias de condomínio, só é possível instalar uma esteira e uma bicicleta estacionária, enquanto em outros é viável montar uma academia para atender centenas de moradores”, afirmou Norton. Segundo a síndica, os frequentadores são principalmente pessoas entre 50 e 60 anos, embora também veja jovens no espaço. Enquanto Humberto observa, no condomínio que administra, uma faixa etária variada, de 15 a 60 anos, afirma que não costuma ver muitos adolescentes. Já de manhã cedo o espaço começa a ser frequentado. Sílvia e Humberto observam o mesmo comportamento, com fluxo de moradores nas primeiras horas da manhã e à noite. Sílvia conta que,

Síndica Silvia – condomínio Green Park// academias

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a partir das 7 horas, há quem se exercite, mas, após o anoitecer, mais pessoas procuram o local. Mesmo assim, ainda é durante as manhãs de sábado que a área recebe a maior quantidade de frequentadores. Manter os espaços interessantes para os condomínios requer manutenção constante. Além de limpeza periódica, até mesmo diária, as academias contam com cuidados especiais. No Golf Village, por exemplo, uma empresa contratada vai mensalmente fazer uma vistoria no local ou quando é solicitada para algum reparo específico. O mesmo acontece no Botafogo Green Park. “Se há algum problema, o morador informa ou, às vezes, recebo e-mail que avisa que algum aparelho quebrou”, disse Sílvia. Humberto revela um procedimento parecido. “Se há algo a ser providenciado, um

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informe ou uma anotação no caderno de comunicados é feito. Imediatamente vamos checar para que seja resolvido.” A Fittech atua na compra de equipamentos de força e cardiovasculares usados, na reforma, manutenção preventiva, manutenção corretiva e venda de equipamentos seminovos. Se for o caso, a empresa também atua na recuperação das máquinas usadas nas academias. E justo sobre manutenção, Norton informa que oferece aos clientes, com base em contrato, manutenção preventiva, com visitas periódicas àqueles que comprarem os aparelhos na Fittech. Ele também aponta uma vantagem: os equipamentos são seminovos. “O benefício é saber que o condomínio vai comprar itens de qualidade como os vistos nas melhores academias

do mundo, a um preço muito baixo.” Para se ter uma ideia, uma bicicleta reclinada tem custo em médio de R$ 4.500, enquanto uma esteira pode sair a R$10.500; três máquinas de musculação custam R$ 18 mil. “Teríamos aí uma academia básica, mas com equipamento de ótima qualidade, remanufaturado e por um preço até 50% menor. E acrescento, esses equipamentos não são para virar cabide ou o síndico torcer para que o condômino não use com medo de quebrar. São de uso profissional e, portanto, de alta qualidade!”, considerou. Serviço

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Cidade

Prefeito do Rio vai comprar terreno para abrigar famílias do Horto Agora é pra valer. Eduardo Paes vai reassentar parte das famílias que ocupa áreas dentro do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Foi publicado no Diário Oficial decreto que torna de utilidade pública para fins de desapropriação o Toalheiro Brasil, na Rua Marquês de Sabará, na esquina da Rua Pacheco Leão. A empresa tem intenção de se mudar do bairro. A Prefeitura vai comprar o terreno do toalheiro, de cerca de 3,6 mil metros quadrados, para que ali sejam construídas casas destinadas aos moradores da comunidade do Horto. O valor a ser desembolsado ainda está sendo calculado. Para acomodar mais famílias, Paes admite fazer ajustes no gabarito da rua, que é de três andares. A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) confirma que realizou estudo de viabilidade técnica para a área do Toalheiro Brasil, com o intuito de implantar unidades habitacionais. Alega, porém, que foi infor-

mada pela Secretaria Municipal de Urbanismo que “a legislação municipal de uso do solo impunha restrições ao uso habitacional multifamiliar” no local. “Há duas semanas, fui procurado por uma comissão de moradores das comunidades do Horto. Pediram que eu me metesse. Sei que é uma questão do Governo Federal. Mas é uma comunidade dentro da minha cidade, e resolvi me meter”, diz o prefeito. O prefeito vai criar um grupo de trabalho para avaliar a situação de cada uma

das 520 construções que estão dentro da área delimitada do Jardim Botânico e devem sair: “Vi casas em beira de rio e dentro da mata. Há outras que me parecem consolidadas. Mas não tenho opinião formada.” A Associação dos Moradores e Amigos do Jardim Botânico só vai se manifestar sobre a desapropriação após reunião de diretoria. Outro líder comunitário, o presidente do movimento SOS Jardim Botânico, Alfredo Piragibe, não vê problemas se houver aumento de gabarito. Lembra que existe um conjunto habitacional na rua, de cinco blocos, bem mais alto, construído antes do limitador. A presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj, deputada Aspásia Camargo (PV), também vê com bons olhos a desapropriação: “Além do mais, a atividade do Toalheiro Brasil é muito poluente. Ele polui a Lagoa e o Rio dos Macacos.”

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condomínio Por Lia Rangel

A versatilidade das cortinas de vidro As varandas dos apartamentos ganharam uma grande aliada. Saiba como usufruir das vantagens das cortinas de vidro sem burlar a lei

Cristiano Gloria está no processo de avaliação para o fechamento das varandas com cortinas de vidro do prédio onde é síndico

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As varandas – ou sacadas – dos apartamentos são espaços muitas vezes esquecidos, mas, quando são utilizados, servem, principalmente, como área de convivência e recepção de convidados. Entretanto, alguns fatores externos podem impedir que isso aconteça, por isso, muitos prédios adotaram a utilização das cortinas de vidro. As cortinas de vidro surgiram, justamente, da necessidade de uma solução prática e eficaz contra a ação do vento, da chuva, da poeira e do barulho excessivo, que impedem que as varandas sejam utilizadas mais frequentemente pelos moradores, mas esse fechamento causa uma mudança na fachada do prédio, por isso é importante tomar alguns cuidados. Antes de autorizar a instalação desse tipo de cortina, é importante que o síndico esteja atento para o que diz no regulamento interno do condomínio. Normalmente o RI ou a convenção especifica essa


possibilidade, mas, em caso contrário, é preciso convocar uma assembleia para saber a opinião dos moradores, conforme fez Ulysses Pourchet, síndico do Condomínio Residencial Maison Du Jardin, no Recreio dos Bandeirantes. “A convenção era omissa a esse respeito, então, realizamos um abaixo-assinado entre os moradores para atingir o quórum qualificado de dois terços. Assim que o atingimos, fizemos uma assembleia extraordinária, específica para homologá-lo e acrescentar à convenção condominial”, conta Pourchet. Cristiano Gloria é síndico do Condomínio Biarritz Leblon, no Leblon, que tem interesse no fechamento das sacadas com cortinas de vidro mas ainda não o realizou. “Estamos fazendo tudo com muita calma e com a participação de todos. Primeiro levamos a solicitação dos interessados para nossa reunião de condomínio, e nessa reunião ficou decidido que o próximo passo seria termos um laudo do engenheiro responsável pelo projeto do prédio que ateste se é possível ou não a instalação das cortinas. Caso esse laudo seja positivo, o próximo passo será os interessados apresentarem os projetos e orçamentos para os demais proprietários”, conta. Cristiano também diz que, segundo a convenção do condomínio, não é permitida nenhuma alteração de fachada no prédio. “Fizemos uma pesquisa em outros órgãos e a informação de consenso é que cortinas de vidro não são consideradas mudança de fachada, mas precisam ser aprovadas pelos proprietários, e tudo relacionado a assuntos de interesse dos moradores é feito em assembleias oficiais do condomínio”, diz. O advogado Leandro Pinheiro, da Saad Advogados, esclarece que a instalação des-

se tipo de cortina não configura alteração de fachada, mas alerta para outra questão. “A jurisprudência tem se posicionado no sentido de não configurar alteração de fachada, porém, não se trata apenas de alteração ou não da fachada. A questão passa pela Prefeitura, na questão do aumento da área útil habitável e pela proibição no estado do Rio de Janeiro pelo decreto 322, de 1976.” A questão é simples. No cálculo do Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU), a varanda não é computada como área útil do imóvel, por isso, tem um valor menor, e quando o proprietário opta pelo fechamento dessa área, esse cálculo pode sofrer alterações de acordo com a região, já que as leis sobre esse assunto são municipais. Por isso existem muitas dúvidas, discussões

e divergências sobre o tema. “Em algumas áreas do Rio, como parte da Barra da Tijuca, o fechamento da varanda é permitido pela Prefeitura, mas isso ocasiona aumento no valor do IPTU, porém, esse entendimento é contrário à jurisprudência dominante. As jurisprudências de nosso tribunal e do STF vão no sentido da possibilidade de fechamento da varanda com vidro retrátil, incolor, sem que configure alteração de fachada ou aumento de área útil perante a prefeitura. Por isso, o condomínio que já tiver feito essa alteração deve entrar com demanda judicial contra o aumento do IPTU”, explica. Caso a mudança não esteja de acordo com o que manda a lei, o condomínio pode ser multado. “A Prefeitura pode, sim, efe-

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tuar multa com base no decreto 322, mas se estiver tudo certo, o condomínio deve ingressar com uma ação judicial baseada nas recentes decisões do STF sobre o tema. Cabe ressaltar que tramita na Alerj projeto de lei que visa permitir e regulamentar o fechamento das varandas com vidros”, afirma Leandro Pinheiro.

Tudo igual Outra questão importante é a manutenção da unidade visual do prédio. Todos os condôminos devem estar de acordo com relação a modelo, tipo e cor do vidro e dos perfis. Segundo Leandro Pinheiro, esses detalhes devem ser definidos em conjunto pelos moradores e constar na convenção do condomínio. “Os síndicos devem convocar uma assembleia para decidir sobre o modelo a ser seguido. A padronização deve estar prevista no regulamento do condomínio

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para que não haja alteração da fachada por meio da adoção de modelos diferentes por cada condômino. Em caso de notificação da Prefeitura, é importante procurar um advogado para a propositura da ação judicial cabível”, garante. Em caso de descumprimento e instalação de um modelo diferente do previsto nas regras do condomínio, o morador deverá receber uma notificação e reestabelecer os padrões adotados por todos, no período determinado. Caso a notificação não seja cumprida, o condômino pode, inclusive, receber uma multa, pois o condomínio é responsável pela fiscalização e aplicação de sanções aos infratores.

Tipos de cortina de vidro Atualmente, existem três principais modelos de cortina disponíveis para instalação no Brasil. A que utiliza o sistema europeu é a mais popular e mais vendida,

principalmente porque permite e abertura total do vão e se adapta a qualquer tipo de varanda. Nela, as folhas de vidro ficam alinhadas em um único trilho, através de um pivô central. Com um giro de 90 graus, elas se recolhem por completo num dos cantos. Quando o fechamento é realizado com o sistema Stanley, são instalados trilhos por onde as lâminas de vidro correm e ficam por trás de um painel fixo, que permite uma abertura quase completa da cortina. Já as que utilizam o sistema versatik funcionam como uma grande janela, com duas laterais fixas e as lâminas centrais móveis, correndo por um único trilho. Há cerca de dois anos foi notado um crescimento bastante significativo na procura pela instalação dessas cortinas. Segundo Raquel Siciliano, sócia-gerente da vidraçaria Vidromar, esse aumento é progressivo. “Atualmente, a procura pelo fechamento das varandas aumentou. Registramos um crescimento de cerca de 40%, e fazemos, em média, 30 instalações de cortinas de vidro por mês, de diversos modelos”, diz. O preço para o fechamento da varanda é calculado de acordo com o tamanho da área a ser isolada, o tipo de vidro e demais materiais que serão utilizados e pode chegar a R$ 20 mil. Raquel Siciliano ainda aponta mais uma variável: “O valor também muda em decorrência do grau de dificuldade na instalação.” E para quem já estava se empolgando com a ideia de fechar a varanda e pensa que é um serviço simples e rápido, lá vai um balde de água fria – o serviço é bastante minucioso, exige muita atenção e mão de obra especializada. “Nós realizamos a instalação entre 90 e 120 dias”, conta.


Os vidros escolhidos para a instalação podem ser temperados ou laminados e cada tipo tem seus prós e contras. O vidro temperado aguenta até 400 km/h de vento, entretanto, ao ser quebrado, ele se estilhaça em inúmeros fragmentos, o que pode ocasionar grandes problemas no caso de ele se soltar. Mas por conta dessa fragilidade, muitos condomínios optam pela instalação do vidro com película, que exige a troca a cada dez anos por conta do ressecamento dela e a consequente perda da eficácia. Já o vidro laminado tem menor resistência à força do vento e aguenta até 200 km/h. Apesar disso, ao quebrar, ele apenas trinca e não solta nenhum tipo de fragmento. O laminado comum tem como desvantagem o preço – é um pouco mais caro que o temperado. A escolha do Condomínio Residencial Maison Du Jardin foi por vidros laminados transparentes, com alumínio anodizado bronze, na cor do prédio. É importante salientar a necessidade da contratação de uma empresa séria e especializada nesse serviço. A sócia-gerente da vidraçaria Vidromar alerta para a quantidade de empresas descomprometidas no mercado. “É pre-

ciso ter cuidado, pois algumas vidraçarias aparecem e somem do mercado da noite para o dia e cobram preços muito abaixo da média, efetuando colocações inadequadas, até mesmo com risco de queda, e isso prejudica as vidraçarias especializadas nesse segmento. Os síndicos também devem manter os condôminos atualizados e informados sobre as possibilidades e normas de instalação, pois normalmente os proprietários nos procuram cheios de dúvidas, mas devemos lembrar que, além da lei, cada prédio tem sua convenção específica, que deve ser seguida”, diz.

Como aproveitar o novo espaço?

Após a instalação da cortina de vidro e passados todos os trâmites burocráticos referentes ao fechamento da varanda, surge uma dúvida. Como aproveitar o “novo” espaço recém-fechado? Com o aumento do espaço protegido das chuvas, da poeira, do vento e do barulho, é possível imaginar muitas

opções para a varanda, mas é preciso lembrar que não podem ser feitas mudanças que configurem alteração da fachada, como pintar as paredes externas de outra cor ou pendurar quadros nelas. Apesar de estar fechada, a possibilidade de abrir a cortina de vidro quando e na proporção necessária é uma das grandes vantagens dessa instalação, por isso, esses ambientes podem ser muito versáteis. É possível montar um confortável lounge, com poltronas, sofás, pufes e almofadas, rodeados com plantas, e criar uma atmosfera bastante aconchegante. Um espaço mix, de gourmet e de estar, com a instalação de pia, churrasqueira elétrica e geladeira, aliado ao lounge cria um ambiente superagradável para receber os amigos. Há ainda outras possibilidades, como escritório, academia, jardim e horta vertical, entre outras. Avalie sua necessidade e capriche na imaginação para aproveitar seu espaço da melhor maneira possível. OUT_NOV_DEZ 2013

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reforma

Por Renata Fernandes

Obra, para que te quero? No final de meses de reforma, ninguém discorda de que valeu a pena investir em obras dentro do condomínio. Prédio com aparência de novo significa imóvel valorizado. Mas durante o processo não há quem não reclame. Grandes obras, como reformas de fachada, por exemplo, são transtorno certo. Mas os especialistas garantem que algumas atitudes podem amenizar o desconforto. Com um pouco de paciência, o esforço vale a pena. O síndico Renato de Cássia, do Condomínio Morada da Vila, em Vila Isabel, ainda se lembra da obra que realizou há dois anos para a recuperação das varandas do edifício. Quando assumiu, a concorrência já havia acontecido e a obra estava prestes a começar. “Tinham trincas que precisavam ser reparadas. Era uma obra que envolvia andaime, causava transtorno”, explica. Mas o que mais incomodou o síndico foi a demora. O prazo se estendeu muito além do planejado. A previsão era que terminasse em seis meses, mas quando o período chegou ao fim, ainda faltava mais da metade da reforma a ser realizada. “Eles tinham uma péssima gestão de pessoal. Os funcionários faltavam e a obra não progredia”, lembra o síndico. Renato decidiu que tinha que tomar uma providência e parou de pagar as parcelas da obra. “Já tinha visto o suficiente para saber que eles não iam terminar. Eles aceitaram ir embora e coloquei pessoas para acabar. Os moradores estavam reclamando muito. Havia

muita sujeira e coisas malfeitas”, recorda. Seis meses depois, a reforma estava pronta, com os novos funcionários. O síndico Paulo Roberto Guimarães, do Condomínio Quartier de La Paix, no Jardim Guanabara, Ilha do Governador, também se decepcionou com os prazos da reforma que realiza na garagem do prédio, que deveria demorar um mês e já se estende por seis. O condomínio contratou um profissional que já tinha uma equipe própria de pintores. A garagem foi sendo interditada por partes e os carros, remanejados aos poucos. Os moradores já reclamam, ansiosos. “Conversei com os síndicos dos prédios vizinhos e muitos sofreram a mesma coisa. Acontece de o profissional que você contratou pegar uma obra maior e acabar deixando a sua sem muita atenção. Por isso, muitas vezes, acaba demorando muito mais do que estava previsto”. A estratégia usada pelo síndico foi ir comunicando tudo aos condôminos, tanto as etapas da reforma quanto cada novo prazo dado pela equipe que trabalhava na obra. Todos continuaram perguntando sobre o término, mas, pelo menos, recebiam uma resposta do síndico. Para o engenheiro Eric Medeiros, da empresa Formar Engenharia, em grandes obras realizadas em condomínios os cuidados precisam ser redobrados. No momento, entre as obras que a empresa está executando, está uma reforma de fachada em um prédio na Ilha do Governador. Será preciso remover a cerâmica existente, regularizar a superfície e, em OUT_NOV_DEZ 2013

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O síndico Renato de Cássia, do Condomínio Morada da Vila, em Vila Isabel, preferiu contratar funcionários terceirizados em lugar de uma grande empresa

seguida, colocar as novas pastilhas. “Por se tratar de uma obra de reforma com demolição na fachada, os transtornos com barulho, poeira e movimentação de funcionários em frente às janelas são quase que inevitáveis”, afirma o engenheiro. A empresa, porém, toma uma série de cuidados para minimizar o aborrecimento: um encarregado da obra fica responsável por fazer o contato entre os funcionários da Formar e os do condomínio; as atividades começam um pouco mais tarde, para respeitar o horário em que os moradores costumam estar dormindo; os funcionários são periodicamente treinados para adotar medidas de segurança e trabalhar visando à limpeza e organização. Em relação ao atraso na entrega das obras, principal reclamação dos síndicos, o engenheiro afirma que investir em uma boa equipe e incluir no cronograma a possibilidade de imprevistos, como problemas climáticos e atrasos com fornecedores, é a saída para não errar nos prazos passados aos clientes. “As empresas que não fazem um trabalho de formação de equipe e corpo técnico tendem a sofrer com atrasos em suas obras, e a dificuldade que algumas têm em recrutar profissionais qualificados também gera uma perda significante de produtividade”, opina. Adriana Costa, sócia administradora da empresa R.Vecchioni Engenharia, acredita que, sabendo da necessidade da obra, funcionários do prédio e moradores acabam mais pacientes em rela94

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ção às mudanças que esta traz à rotina do prédio. “Os serviços são contratados após uma assembleia de moradores, em que todos os condôminos são convocados a deliberarem sob as necessidades, e, aprovada por maioria, todos têm que colaborar e compreender os inconvenientes de uma obra, e essa compreensão acaba contribuindo para a diminuição do tempo do serviço”, opina. Para Adriana, a dica para atenuar os possíveis transtornos de uma obra é a boa comunicação entre empresa e síndico. Em sua opinião, todos os processos devem ser informados previamente e a construtora precisa estar aberta para ouvir as necessidades do condomínio. “É preciso também avisar aos moradores do início da reforma e das precauções a serem tomadas: colocar pano úmido sob janelas e portas para atenuar a poeira decorrente do serviço; retirar pertences das varandas; fechar as janelas do banheiro etc.”, avisa. Para que o síndico se tranquilize, a empresa costuma, logo no início, passar uma relação com nome e informações referentes aos funcionários que estarão envolvidos. A arquiteta Maria Luíza Magdaleno costuma contratar funcionários terceirizados para desenvolver os projetos que faz. Para ela, a relação entre trabalhadores, síndicos e moradores é mesmo delicada e exige paciência. Maria Luíza já viu muito funcionário fazer exatamente o que o síndico Paulo Roberto Guimarães contou: tentar dar conta de mais de uma obra ao mesmo tempo e acabar


atrasando os serviços por conta do excesso de demanda. A relação nesses casos não é fácil. Suspender o pagamento, segundo sua opinião, é a pior das alternativas. “Os funcionários que trabalham em obra recebem semanalmente; se o cliente para de pagar, a pessoa não tem como pagar os funcionários e a tendência é demorar ainda mais”, conta. A solução, para ela, é acompanhar de perto todo o processo, cobrando prazos e resultados. É assim que consegue entregar projetos dentro do tempo estipulado, mesmo assim, admite que, em alguns casos, pequenos atrasos são inevitáveis. “Imprevistos acabam acontecendo vez ou outra. É um fornecedor que não entregou um material que estava planejado. Uma chuva muito forte que faz com que serviços externos precisem esperar. Um funcionário que fica doente”, revela. Nesse caso, não há remédio, é preciso bom senso e paciência. Com a experiência de anos em obras, a arquiteta acredita que, para o cliente, é muito melhor lidar com uma empresa do

que contratar vários funcionários por conta própria. Além de ser mais fácil verificar a reputação do serviço que contratou, é mais tranquilo lidar apenas com o representante da empresa do que administrar os problemas de muitos trabalhadores. Obras exigem preparação. O melhor, portanto, é já ir conversando com os moradores para avisá-los sobre a convivência com trabalhadores, materiais de construção e poeira em excesso por um período. Para isso, é preciso justificar a necessidade da manutenção ou reforma e focar na valorização que alguns meses de obra vão trazer para o imóvel. Em relação a possíveis atrasos, pequenos imprevistos podem acontecer ao longo do processo, estendendo um pouco mais o prazo esperado. Mas quando a demora passa muito do esperado, o melhor é convocar reuniões com o responsável pela obra e passar a acompanhar o processo de perto, exigindo o cumprimento das metas. Depois de tudo terminado, vale a pena organizar uma comemoração comunitária.

Dicas de como evitar transtornos Antes de contratar uma empresa, procure se informar sobre os trabalhos que ela já realizou. Muitas empresas passam para o síndico a relação dos funcionários envolvidos na obra, isso dá segurança em relação aos trabalhadores que vão conviver com o dia a dia do prédio. Se a reforma for de fachada, o melhor é avisar aos moradores sobre a presença de andaimes e funcionários nas janelas, pedir para que coloquem panos molhados nas frestas para evitar a poeira em excesso e que fechem vidros e portas de varandas. O melhor é ir avisando aos moradores o passo a passo da obra, para evitar ansiedade. Quando a reforma começa a atrasar, o síndico deve conversar com o responsável e cobrar o cumprimento das metas.

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Conservação por Lia Rangel

A conselheira Suely Guimarães ficou impressionada com a nova tecnologia para conserto da tubulação do condomínio no Alto da Boa Vista: mais rápido, sem sujeira e sem barulho

Você sabe o que é reabilitação de encanamentos? Fim do quebra-quebra: nova técnica para consertos hidráulicos está revolucionando o mercado Problemas hidráulicos são o terror de qualquer síndico. Consertar encanamento nos condomínios é sinônimo de dor de cabeça: como se não bastassem o gasto e as cotas extras, há sujeira, barulho e a demora no conserto. Para os prédios mais antigos, com instalações de ferro galvanizado ou cobre, os transtornos parecem se multiplicar. Mas esses problemas estão com os dias contados. Uma nova técnica, que está sendo chamada de reabilitação de encanamentos, permite a completa restauração interna das tubulações sem quebra-quebra, 96

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sem barulho e em muito menos tempo que os métodos tradicionais. Embora seja novidade no Rio, a tecnologia chegou ao Brasil há 17 anos. Quem conta é Marcelo Simões, diretor da Brasil Pipe Lining, a única representante desse segmento no país. “Nas décadas de 1960 e 1970, as marinhas da Inglaterra e do Japão desenvolveram o método de reabilitação em epóxi das tubulações de água potável dos submarinos e navios. Esse processo foi introduzido ao sistema civil em 1987 na Europa e na América do Norte simultaneamente”, conta o executivo.


Na América Latina, o sistema existe desde 1996 no estado de São Paulo, tanto para tubulações de água potável quanto para as de esgoto. Dez anos depois, mais de 500 mil residências, condomínios, escolas e comércios já haviam sido reabilitados ao redor do mundo. No Rio de Janeiro, poucos condomínios já fizeram a obra pelo sistema inovador. “Já atuamos em 270 condomínios nos estados de São Paulo, Rio e Minas, e já existem orçamentos para Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, ainda existe certa resistência porque as empresas que prestam o serviço tradicional são muito fortes e porque a maioria dos síndicos desconhece a tecnologia”, diz. Em terras cariocas, seis prédios já optaram pela técnica e oito ainda deverão contratar o serviço da empresa de Marcelo. O condomínio do edifício Marajá, com três andares e nove apartamentos, no Alto da Boa Vista, foi um dos que passou pelo processo de reabilitação. “Nosso prédio já tem mais de 65 anos e as tubulações começaram a ter problema com a oxidação. Em muitos apartamentos a água quase não saía mais”, conta Suely Guimarães, membro

do conselho consultivo há quatro anos e moradora há 40. “Comecei a pesquisar a substituição das colunas de água pelo método tradicional e fiquei horrorizada. O custo da obra seria de cerca de R$ 80 mil, o prazo, de cinco meses e a garantia, de dois anos. Foi aí que, pesquisando na internet, encontrei a nova tecnologia”, conta Suely. O preço dado pela Brasil Pipe Lining foi de R$ 40 mil, incluindo-se o conserto do barrilete, e o prazo, considerando as três colunas, seria de apenas 15 dias úteis, com garantia de 10 anos. “Resolvi confiar e foi a escolha mais acertada que já fizemos no condomínio”, reforça a conselheira, que destaca o profissionalismo dos funcionários e a interferência quase imperceptível durante a obra. “Não teve sujeira, não teve barulho, não teve transtorno. Nós nem percebíamos a presença dos funcionários.” Marcelo Simões afirma que o treinamento da mão de obra é uma de suas maiores preocupações. “Os síndicos ficam encantados em ver como os técnicos se comunicam de forma clara e educada. Esse é um dos principais elogios”, orgulha-se o executivo, que conta com uma equipe de 18 profissionais.

sindica rita de cássia

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Como funciona a técnica No sistema de reabilitação hidráulica de água potável, o primeiro passo é o aquecimento da tubulação com ar quente e tratado. Depois, faz-se a remoção das incrustações através de ar comprimido e material abrasivo. Por fim, aplica-se o revestimento epóxi especial atóxico, que cria uma barreira interna na tubulação, evitando o contato da água com o metal e eliminando definitivamente costuras na tubulação, vazamentos, entupimentos, incrustações e entupimentos. No caso de rede de esgoto, o primeiro procedimento é fazer a análise interna através de sistema de câmeras para verificar desvios e situação da tubulação. Depois, removem-se raízes, calcite e defeito nos encanamentos, deixando-o em seu estado original. Faz-se a limpeza e, depois, aplica-se o forro epóxi através do sistema de inflar, o que possibilita a reabilitação em ângulos de 45º e 90º. Por fim, procede-se à mon-

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Por causa do porte dos equipamentos, o preço da logística é alto, por isso, o contrato é assinado apenas se o orçamento for de, no mínimo, R$ 40 mil

tagem do sistema e à avaliação final através de testes hidrostáticos. Para tubulações de água potável, o custo é de R$ 1,3 mil por cada andar de prumada. “Bem mais barato e 70% mais rápido que o método tradicional”, garante Simões. Para esgoto, o preço é um pouco mais elevado: de R$ 1,5 mil a R$ 1,6 mil por cada andar de prumada. “O custo com o transporte do equipamento é muito grande, eles são muito pesados. Um compressor-gerador, por exemplo, utilizado para gerar energia para as máquinas pneumáticas utilizadas na reabilitação, pesa cinco toneladas. O preço da logística é alto, por isso, fazemos o serviço apenas se o orçamento der no mínimo R$ 40 mil”, completa. Outra empresa que está atuando no mesmo ramo é a Pipe Solution, que, por enquanto, presta serviço apenas para empresas de saneamento, reabilitando tubulações de maior porte. O

diretor, Paulo Roza, afirma que, em breve, começará a atender também condomínios. Ele explica como funciona a tecnologia Cure in Place Pipe (CPP), em tubulações como as da Cedae: “Trabalhamos com a inserção de um mix de tipos de resina fabricado especialmente para esse fim num tubo feito de poliéster ou outro material. Ele é invertido ou puxado para dentro de um tubo danificado. Geralmente é feito a partir de um ponto de acesso (bueiro ou escavação). Pouca ou nenhuma escavação está envolvida. Esse processo trenchless (sem perfuração) é muito mais amigo do meio ambiente dos que os tradicionais métodos de reparo de tubulação.”

Serviço

Brasil Pipe Line – (21) 2238-5223 Pipe Solution – (21) 3117-0551

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mercado Por lia rangel

Secovi Rio apresenta Cenário do mercado imobiliário do Rio de Janeiro Relatório semestral mostra panorama do mercado imobiliário da Cidade Maravilhosa

Maria Teresa Mendonça Dias, vice-presidente financeira e de desenvolvimento do Secovi Rio, apresenta o Cenário do mercado imobiliário – 1º semestre 2013

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O Sindicato da Habitação (Secovi Rio) lançou, no final de julho, o relatório Cenário do mercado imobiliário do Rio de Janeiro, que traz um estudo sobre o comportamento desse mercado no primeiro semestre de 2013. A publicação reúne informações sobre compra, venda, aluguel e condomínio em 12 bairros do Rio de Janeiro e seu objetivo é levar informações mais atualizadas de um mercado extremamente dinâmico aos representados e interlocutores. A vice-presidente financeira e de desenvolvimento do Secovi Rio, Maria Teresa Mendonça Dias, ressalta que a intenção da pesquisa semestral é preencher a lacuna en-

tre as pesquisas anuais, lançadas sempre no mês de março, sob o nome de Panorama do mercado imobiliário. “Começaremos a fazer essa avaliação no meio do ano para verificar se o planejamento está ocorrendo conforme o imaginado ou se aconteceu algo de novo que possa trazer resultados diferentes. O Panorama é mais completo, tem vários indicadores, uma riqueza maior de informações, e o Cenário é um pequeno resumo, em que nós compilamos as informações mais importantes, questionadas a todo tempo pelos consumidores, com relação à venda, à área de condomínio, às questões de inadimplência e de valores de condomínios, entre outros.”


Zonas Norte e Oeste têm maior valorização no 1º semestre de 2013 As Zonas Norte e Oeste, assim como em 2012, continuam em ritmo crescente de forte valorização, mas o bairro de Campo Grande se destacou e tem, atualmente, o metro quadrado médio mais valorizado entre os pesquisados, com 15,3% de variação, índice muito superior aos 0,4% registrados no mesmo período do ano anterior. De janeiro a junho de 2013, o metro quadrado dos imóveis em Campo Grande passou de R$ 2.884 para R$ 3.324. Já Madureira apresentou a segunda maior valorização no primeiro semestre deste ano, com 12,1%, e o metro quadrado passou de R$ 2.654 para R$ 2.975. Esse resultado deve-se aos investimentos em segurança, após a instalação das UPPs e da inauguração do centro de convivência, além do lançamento de condomínios mais completos, à altura dos da Zona Sul. Para Maria Teresa, alguns fatores como investimento em infraestrutura, segurança, lazer e transporte explicam o porquê da valorização nessas áreas. “Tanto Campo Grande quanto Madureira receberam muitos investimentos. A facilidade de locomoção e os investimentos em lazer e infraestrutura têm feito com que essas regiões se destaquem. Foi tanto o destaque que até há pouco analisávamos Campo Grande junto com Bangu, porque eles tinham mais ou menos o mesmo valor de metro quadrado, mas agora Campo Grande deu uma grande disparada. De 2009 a 2012, tivemos mais de 11 mil unidades lançadas somente

Valor do m² dos imóveis residenciais ofertados para venda:

Bairro

jan/13

jun/13

Var (%) 2013

Var (%) 2012

Campo Grande

R$ 2.884

R$ 3.324

15,3%

0,4%

Madureira

R$ 2.654

R$ 2.975

12,1%

15,3%

Centro

R$ 6.944

R$ 7.659

10,3%

3,6%

Jardim Botânico

R$ 13.925

R$ 15.346

10,2%

6,5%

Gávea

R$ 14.363

R$ 15.503

7,9%

6,3%

Leblon

R$ 20.495

R$ 22.099

7,8%

6,1%

Tijuca

R$ 6.020

R$ 6.447

7,1%

7,8%

Copacabana

R$ 10.713

R$ 11.370

6,1%

4,0%

Méier

R$ 4.476

R$ 4.739

5,9%

6,1%

Barra da Tijuca

R$ 8.583

R$ 9.069

5,7%

11,8%

Botafogo

R$ 10.763

R$ 11.228

4,3%

7,0%

Ipanema

R$ 17.907

R$ 18.594

3,8%

9,1%

Rio de Janeiro

R$ 8.060

R$ 8.357

3,7%

8,2%

Posição 2013 2012

Fonte: Secovi Rio

em Campo Grande, que está recebendo o perfil da Zona Sul, que já existe na Zona Norte também. Essa série de vantagens levou o foco das construtoras para essas regiões”, garante. A Zona Sul registrou uma valorização superior à registrada no mesmo período de 2012. O Leblon continua tendo o metro

quadrado mais caro do Rio de Janeiro, R$ 22.099, valor que corresponde à compra de 7 m² em Madureira, bairro com o menor preço entre os analisados. O estudo também mostra que houve um aumento bastante considerável de imóveis ofertados para venda em três dos 12 bairros pesquisados. Essas variações são

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101


Ofertas dos imóveis residenciais para venda:

Bairro

Madureira Barra da Tijuca

jan 2013

jun 2013

Var (%)

92

129

40,2%

4.139

5.240

26,6%

Centro

253

316

24,9%

Tijuca

2.274

2.477

8,9%

Jardim Botânico

155

168

8,4%

Campo Grande

177

189

6,8%

Leblon

1.019

1.056

3,6%

Ipanema

1.243

1.235

-0,6%

509

483

-5,1%

Copacabana

3.082

2.889

-6,3%

Botafogo

1.005

920

-8,5%

119

87

Méier

Gávea

-26,9% Fonte: Secovi Rio

puxadas por Madureira, com aumento de 40,2%, seguido pela Barra, com 26,6%, e pelo Centro, com 24,9%. “O Centro da cidade tem crescido bastante, principalmente, por conta dos investimentos na área portuária. Pode-se dizer que é a menina dos olhos de nosso governo, e a gente ainda está vendo o resultado disso. Os grandes eventos, tanto os que já aconteceram, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, quanto os que acontecerão, trouxeram muito trabalho. Há necessidade de maior infraestrutura, de olhar determinadas regiões que antes não eram tão bem-vistas pelo governo como um todo”, afirma Maria Teresa. Já a Tijuca teve 2.447 imóveis disponíveis para venda em junho, o maior número de ofertas da Zona Norte, com 8,9% de aumento, a quarta maior variação do semestre entre os bairros pesquisados. Na Zona Sul, o Jardim Botânico e o Leblon foram os bairros com as maiores variações no número de ofertas, com 8,4% e 3,6%, respectivamente. No que diz respeito à locação de imóveis, a Gávea, que teve uma valorização bastante expressiva nesse segmento no ano anterior, teve uma queda brusca, com a variação no preço do metro quadrado passando de 32,7%, em 2012, para 5,6%, nesse primeiro trimestre. Ipanema e Leblon, bairros nobres da Zona Sul carioca, se destacaram bastante e apresentaram forte valorização nesse quesito, passando de 0,3% para 14,8% e de 3,8% para 11,1%, respectivamente, perdendo apenas para Campo Grande, na Zona Oeste. “Ipanema e Le102

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blon são sempre o auge da procura. É uma coisa que vai além da lei da oferta e da procura. Encontrar imóveis nesses lugares é uma dificuldade muito grande, por vários motivos que envolvem a qualidade de vida, além de ter uma praia linda, maravilhosa, especial”, brinca. Maria Teresa ainda conta que mesmo com as altas variações em Ipanema e no Leblon, a Zona Sul teve uma queda, uma variação negativa com relação ao ano anterior. ”Na Zona Sul, na Zona Norte e na Barra, o crescimento foi muito menor do que o mesmo período do ano passado, apesar de que isso já está dentro daquela previsão de que o mercado está se acomodando tanto para venda quanto para locação. Os valores vêm quase acompanhando a inflação, e acredito que a gente vá continuar nesse caminho até o final do ano. Os valores devem ter pequenas altas”, afirma. A pesquisa ainda mostra que, no primeiro semestre de 2013, a maior proporção de unidades ofertadas para locação em relação às ofertadas para venda aconteceu em março e abril, com 13,8 apartamentos para alugar em 100 para vender. No mesmo período do ano anterior, essa proporção não ultrapassou os 10%. Isso demonstra uma tendência de crescimento gradativo, a partir do segundo semestre de 2012, que se manteve nos primeiros meses de 2013. Segundo analistas, esse aumento deve-se ao fato de que os proprietários estão preferindo disponibilizar seus imóveis para locação para evitar as longas negociações, que se estendem cada vez mais por conta dos altos preços praticados na cidade. Junho foi o mês com o maior número de ofertas tanto para locação, com 3.788 unidades, quanto para venda, com 29.392 unidades.

Campo Grande é a bola da vez Assim como apontado em outros indicadores, neste primeiro semestre, Campo Grande também saiu na frente e foi o bairro com maior variação no valor médio da taxa condominial por metro quadrado, 11,1%, porém, o valor de R$ 3,61 foi o mais baixo entre os bairros pesquisados. Já a Barra da Tijuca teve variação de apenas 1,4%, mas em compensação tem o valor mais alto nessa taxa, sendo R$ 8,66 por metro quadrado.


Valor do m² dos imóveis residenciais ofertados para locação:

Bairro

jan/13

jun/13

Campo Grande

R$ 13,34

R$ 16,20

21,4%

-1,1%

Ipanema

R$ 63,25

R$ 72,64

14,8%

0,3%

Leblon

R$ 63,72

R$ 70,81

11,1%

3,8%

Botafogo

R$ 42,24

R$ 46,47

10,0%

2,1%

Copacabana

R$ 42,86

R$ 47,11

9,9%

4,0%

Tijuca

R$ 26,51

R$ 28,92

9,1%

10,3%

Barra da Tijuca

R$ 34,94

R$ 37,35

6,9%

5,4%

Gávea

R$ 54,55

R$ 57,60

5,6%

32,7%

Jardim Botânico

R$ 50,67

R$ 49,64

-2,0%

16,6%

Méier

R$ 18,87

R$ 18,43

-2,3%

8,7%

Centro

-

R$ 29,73

-

20,8%

Madureira

-

-

-

-

0,8%

0,9%

Rio de Janeiro

R$ 42,31

R$ 42,64

Var (%) Var (%) Posição 2013 2012 2013 2012

Fonte: Secovi Rio

Esses valores estão diretamente ligados às folhas de pagamento: quanto mais funcionários e serviços especializados, seja em segurança ou opções de lazer, o condomínio disponibilizar, maior será esse valor. “Os valores dos condomínios em Campo Grande tiveram um aumento substancial porque os condomínios passaram a ser condomínios-clube, que têm piscina, área de lazer, quadra de esportes, e isso, obviamente, traz aumento da necessidade de mão de obra, que é uma das coisas que mais pesam no orçamento do condomínio”, diz. Mesmo com esse crescimento, em Campo Grande, o valor do condomínio é a metade do valor registrado no Leblon, que teve variação de 7,9%, o segundo mais alto entre os analisa-

dos neste primeiro semestre. “A bola da vez virou Campo Grande; os números mostram e as construtoras também enxergaram isso. Em Ipanema, Leblon e Copacabana, bairros que não têm tantos condomínios-clube, esses valores são muito impactados pela questão da necessidade de investimentos em segurança e mão de obra especializada”, garante Maria Teresa. A vice-presidente financeira e de desenvolvimento do Secovi Rio prevê ainda aumento nessa taxa. “Essa pesquisa veio até junho e em julho foi fechado o dissídio da categoria. O impacto do aumento do dissídio ainda não está nas folhas de pagamento e, certamente, quando isso entrar, vai causar um abalo na cota condominial”, garante.

Rentabilidade:

Bairros

Jun/13

Jun/12

Tijuca

0,45%

0,44%

Copacabana

0,41%

0,41%

Campo Grande

0,49%

0,49%

Méier

0,39%

0,41%

Botafogo

0,41%

0,40%

Barra da Tijuca

0,41%

0,43%

Ipanema

0,39%

0,33%

Centro

0,39%

0,49%

Gávea

0,37%

0,38%

Jardim Botânico

0,32%

0,36%

Leblon

0,32%

0,34%

-

-

Madureira

Posição 2013

2012

Fonte: Secovi Rio

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Segurança Por PAULO FERREIRA

Luzes de Natal Como caprichar na iluminação natalina, aliando beleza e segurança Chega o fim de ano e com ele os festejos de Natal e de ano-novo. Para comemorar a época, todo mundo capricha, seja na roupa para as festas ou no presente para familiares e amigos. Muitos condomínios também ganham “vestimenta” apropriada para as comemorações, por meio de decoração externa que enfeita não só o prédio, mas a rua, chamando a atenção de quem passa, com iluminação especial e outros

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acessórios. Há mesmo moradores que se mobilizam a participar de concursos de melhor decoração natalina. A Prefeitura do Rio, por exemplo, estimula a iniciativa, promovendo um concurso que escolhe a fachada mais bonita da cidade. No entanto, há quem capriche muito no visual e esqueça a segurança ou, no mínimo, a negligencie, principalmente no quesito iluminação. Utilização inadequada de

lâmpadas não apropriadas para uso externo, ligações com cabos errados ou posicionamento de ligações sobre áreas que conduzem correntes elétricas, como metais, podem não só estragar a festa, mas ser fatais. Por isso mesmo é muito importante que na hora de apostar na decoração mais bonita da rua, a inveja dos moradores do prédio ao lado seja o único motivo de “morte” ocasionada pelo capricho na produção.


A síndica Maria Açucena Matias vai procurar uma empresa especializada para caprichar na iluminação de Natal

“Antes de qualquer coisa, não se deve mexer na parte elétrica do prédio ou da residência, não apenas por conta da decoração natalina, mas por causa do risco”, alerta Marcelo Amaral, superintendente executivo da Light Soluções, empresa do grupo Light que presta serviço de eletricidade para prédios residenciais e comerciais. O prédio costuma fazer a manutenção periódica de seu PC (quatro de energia) para saber se as conexões estão benfeitas? A manutenção periódica pode ser anual e está prevista em lei, a 6.400, de 5 de março deste ano, que aborda todos os tipos de inspeção que devem acontecer dentro de um prédio e isso inclui a parte elétrica. E isso se estende a cada residência: o quadro de distribuição tem que passar por manutenção, deve ser verificado se há parafusos soltos que podem causar contatos, por exemplo, e a maioria das pessoas esquece. Dado o primeiro passo – verificação da rede elétrica –, o próximo é verificar que tipo de iluminação – da lâmpada aos cabos – será usada. Amaral chama a atenção para a utilização inadequada de lâmpadas na parte externa, que devem ter características diferentes das

usadas internamente nas residências. Muitas vezes, as pessoas compram lâmpadas de qualquer marca e especificação. É preciso observar o produto, pois nele vem escrito se o uso é interno ou externo. Há várias marcas no mercado, com garantia de qualidade. É preciso ver qual a lâmpada a ser usada, inclusive para se fazer o cabeamento adequado. Lâmpadas LED, por exemplo, gastam oito vezes menos energia que uma incandescente. Já as que vêm instaladas dentro de mangueiras transparentes são protegidas naturalmente das intempéries, como vento e chuva. Outro detalhe importante apontado por Amaral são os conectores. Deve-se estar atento aos cabos adequados para ficar no meio externo por longo período. Decorações natalinas costumam ficar expostas por cerca de dois meses, em média. Cabos muito finos, por exemplo, podem derreter e causar curto. “Quando há chuva, pode entrar água em conexões não isoladas, causando mau contato e risco de choques e incêndio”, explica. Riscos de choque, por sinal, podem aumentar quando se dispõe a decoração sobre partes do prédio que conduOUT_NOV_DEZ 2013

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O síndico Júlio Bomfim vai promover, pela primeira vez em seu condomínio, um concurso de decoração natalina: a ideia é integrar os moradores

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zem eletricidade, como portões e grades, causando choques em moradores e transeuntes. É importante também evitar colocar a iluminação próximo ou sobre material inflamável, como madeira ou áreas do prédio em que ficam caixas de força ou depósito de material de limpeza. Para prevenir qualquer problema que tire a beleza da decoração natalina, Amaral recomenda que o condomínio contrate uma empresa especializada ou técnica, com registro no CREA, para criar um projeto que alie impacto visual e segurança. Na verdade, o projeto é mais que um plano de decoração. É um projeto de iluminação que vai considerar toda a parte elétrica local. Por isso, é importante que a decoração seja conduzida por um técnico ou empresa que entenda do assunto. Quem vai seguir as recomendações de Amaral é a síndica Maria Açucena Matias,

do Condomínio Marinas Breton, na Barra. Ela está em busca de uma empresa que possa fazer, junto com ela, um belo projeto de decoração de Natal: “Sou muito festeira e resolvi que vamos ter uma decoração de respeito. Pretendemos incluir no projeto a uniformização das varandas do prédio. Até então, nossa decoração era muito simples. Como faremos algo maior, procuramos apoio profissional.” Para Júlio Bomfim, síndico do Condomínio Green House, na Pavuna, a decoração de Natal não só é motivo de festa, mas de integração entre os moradores. Este ano, ele vai lançar um concurso para escolher a casa mais bonita do condomínio. Com o concurso, ele também vai aproveitar para dar dicas aos moradores de como decorar sua residência utilizando as regras básicas de segurança: “Integração, beleza e segurança têm que andar sempre juntas.”


UM NATAL MAIS BELO E SEGURO A seguir, veja algumas dicas da Light para se aproveitar um Natal mais iluminado e seguro: nas ruas, não utilize os postes da Light para afixar ornamentação; procure espaços abertos, longe da rede elétrica, para evitar acidentes; para evitar risco de choque, não utilize material condutor de eletricidade, como fitas, papéis laminados, arames, fios de alumínio e objetos de metal, na hora de prender os enfeites luminosos; não faça ligações clandestinas na rede elétrica da Light para as ornamentações luminosas; evite ligar muitos aparelhos eletrônicos no mesmo benjamim; isso pode ocasionar o aquecimento dos fios e risco de incêndio; emendas, fios desencapados e mal dimensionados devem ser descartados na preparação dos enfeites luminosos; compre e use enfeites que possuam o selo de segurança do Inmetro; não puxe fios da tomada para desligar os aparelhos elétricos; isso pode danificar o aparelho e provocar choque; não jogue água ou passe pano molhado em tomadas e interruptores; controle ou impeça o acesso de crianças a tomadas, fios e aparelhos ligados.

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jurisprudência

Veja o que acontece em nossos tribunais 0008770-88.2007.8.19.0209 (2009.001.51552) - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. BENEDICTO ABICAIR - Julgamento: 11/11/2009 - SEXTA CÂMARA CÍVEL Apelação cível. Ação indenizatória. Condomínio. Obras na tubulação de abastecimento de água. Recusa da locatária do imóvel em permitir a realização da obra em sua unidade. 1. Primeiramente, foi interposto agravo retido em face da decisão que suspendeu a aplicação da multa diária. Possibilidade nos termos do art. 461, §3º, do CPC. Desprovimento do agravo retido. 2. Foi interposto, ainda, agravo retido em face da decisão que decretou a perda da prova. Correta a decisão, tendo em vista que a agravante instada várias vezes a recolher os honorários periciais não o fez nem mesmo apresentou recurso. Desprovimento ao agravo retido. 3. No mérito, tem-se que a apelante é locatória da unidade 101 do condomínio apelado, tendo sido aprovado, através de assembleia da qual a apelante, inclusive, era subsíndica, a realização de obra, consistente na troca emergencial da tubulação de abastecimento de água do prédio. Contudo, a apelante negava-se a franquear a entrada dos fun-

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cionários da empresa contratada em seu imóvel ao argumento de que necessitava de autorização expressa da proprietária. 4. Ocorre que, conforme se verifica dos autos, a autorização para a realização da obra foi concedida pela proprietária. Logo, a recusa da apelante mostrou-se incabível, sendo certo, portanto, que a interrupção do fornecimento de água em seu apartamento se deu por culpa exclusiva sua, que não permitiu a realização da obra em sua unidade, não podendo o apelado ser punido pela arbitrariedade de sua conduta. 5. Desprovimento do recurso. Manutenção da sentença de improcedência. 0002137-98.2006.8.19.0208 (2009.001.07719) - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. DENISE LEVY TREDLER - Julgamento: 7/4/2009 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL CONDOMÍNIO DE EDIFÍCIO OBRA AUTORIZADA EM ASSEMBLEIA GERAL OBSTÁCULO CRIADO POR CONDÔMINO CONVENÇÃO CONDOMINIAL

MULTA PELO DESCUMPRIMENTO REDUÇÃO DO VALOR Ação de obrigação de fazer, cujo pedido é cumulado com o de cobrança. Condômina que impediu a entrada, em seu apartamento, de empresa regularmente contratada pelo condomínio, sob aprovação da competente assembleia geral extraordinária, para o fim de realizar obra com o objetivo de sanar vazamento ocorrido na tubulação hidráulica que atingiu os banheiros de empregada de todos os apartamentos da coluna 03. Conduta injustificada e arbitrária que obrigou o condomínio a efetuar obra emergencial externa para a colocação de tubulação de água. Despesas extras oriundas do aluguel de andaime não comprovadas nos autos. Imposição de multa por infração à convenção condominial, com base no art. 34 do regimento interno do condomínio apelado. Valor da multa, que deve ser reduzido, de modo a tornar-se proporcional ao evento ocorrido, bem assim ao valor da cota condominial. Provimento parcial do recurso. Ementário: 29/2009 – nº 4 - 30/7/2009 0014385-54.2010.8.19.0209 - APELAÇÃO


1ª Ementa DES. WAGNER CINELLI - Julgamento: 13/6/2012 - SEXTA CÂMARA CÍVEL Apelações cíveis. Ação renovatória. Alegação de denúncia indevida de contrato de locação comercial. Reconvenção. Sentença de improcedência da demanda principal e de parcial procedência da reconvenção apresentada. Contrato de concessão. Administração de área destinada a estacionamento rotativo. Aplicação das normas gerais do Código Civil. Hipótese de prorrogação automática do negócio havido entre as partes. Art. 574 do CC. Observância do regramento contratual estipulado. Possibilidade de rescisão a qualquer tempo, respeitada a antecedência mínima de 60 dias. Inexistência de cláusula penal. Fixação de aluguel. Multa que não se coaduna com a natureza do negócio jurídico celebrado. Descabimento da pretendida indenização por perdas e danos requerida por ambas as partes. Litigância de má-fé não configurada. Recursos não providos. 0334235-63.2010.8.19.0001 - APELAÇÃO 1ª Ementa

DES. PAULO SÉRGIO PRESTES - Julgamento: 19/6/2013 - SEGUNDA CÂMARA CÍVEL Apelação cível. Instalação de cortinas de vidro na varanda. Alegação do município de que houve alteração da fachada e aumento da área edificada. Inocorrência. A instalação das “cortinas de vidro” não implica alteração de fachada do edifício, haja vista que não corresponde a fechamento ou envidraçamento definitivo de varanda do chão ao teto. Ausência de alteração do conjunto arquitetônico. A utilização do sistema de envidraçamento retrátil de varandas não viola a legislação municipal por não se tratar de fechamento definitivo, não havendo que se falar em aumento de área edificada. Sentença que deu ao litígio a solução que se impunha, não merecendo reforma. Desprovimento do recurso. 0155831-92.2007.8.19.0001 - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. ELISABETE FILIZZOLA - Julgamento: 28/8/2012 - SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

Apelação cível. Ação de obrigação de fazer ajuizada por condomínio. Colocação de cortina de vidro na varanda por proprietários de unidade residencial. Ausência de comprometimento da harmonia da fachada. Desfazimento da obra. Descabimento. Colocação da cortina de vidro de proprietários de unidade residencial de prédio. Vedação expressa de colocação do vidro na varanda em convenção posterior à lide apresentada, não podendo prevalecer no caso em exame. Moradora idosa que reside sozinha no apartamento e não tem condições de promover a limpeza da varanda, que oferece perigo nos dias de forte chuva e vento, não podendo a vidraça ser substituída por toldo, tendo em vista ser de difícil manuseio para uma pessoa de idade. Laudo pericial e fotos adunados aos autos, dando conta de que o fechamento da varanda, por ser discreto, não configurou alteração da fachada. Precedentes jurisprudenciais. Recurso principal ao qual se nega seguimento, na forma do artigo 557, caput do CPC, e recurso adesivo parcialmente provido na forma do art. 557, §1º-A do CPC.

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0006233-59.2010.8.19.0001 - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. JORGE LUIZ HABIB - Julgamento: 19/1/2012 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL Apelação cível. Ação declaratória. Autorização para a instalação de “cortina de vidro retrátil” na varanda de unidade condominial. Pretensão que ofende a norma da convenção. Ausência de prova de que não haveria alteração da harmonia arquitetônica da fachada. Prova que caberia ao autor. Prova pericial técnica que se mostra imprescindível ao deslinde da questão ora posta. Convenção condominial que veda que as sacadas sejam fechadas ou envidraçadas, mesmo em parte ou sob qualquer pretexto. A razão de ser dessa norma visa à adequação à postura municipal, além de visar proteger o conjunto arquitetônico da fachada, de sorte a promover a valorização dos imóveis por manter uma uniformidade. Não foi produzida nos autos prova de que a “cortina de vidro retrátil”, cuja colocação a autora pretende em sua unidade condominial, alteraria ou não a harmonia arquitetônica da fachada, bem como se o material a ser utilizado seria seguro. Precedentes jurisprudenciais do STJ e deste tribunal. Agravo retido não conhecido. Apelação a qual se nega provimento, na forma do “caput” do artigo 557 do CPC. 0015901-29.2007.8.19.0205 - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. MARCOS ALCINO A TORRES Julgamento: 13/7/2010 - DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL Indenizatória. Concessionária de eletricidade. Incêndio que se inicia em ins-

talação interna de prédio. Responsabilidade do condomínio pela manutenção do equipamento onde se iniciou o incêndio. Suspensão do fornecimento de eletricidade, posteriormente ao incêndio, que se mantém até a necessária conclusão do reparo nas instalações elétricas do prédio. Cobrança devida por incluir período anterior ao incêndio. Não obstante sustentar a autora que ligações clandestinas existentes no poste localizado em área externa ao prédio pudessem demonstrar problemas no serviço prestado pela ré, o laudo pericial não deixa dúvida de que o incêndio ocorrido não teve qualquer relação com falha no serviço da ré, já que, ultrapassando o compartimento de proteção geral do prédio, o incêndio teve seu foco no PC do 5º andar, visto, inclusive, que os demais andares permaneceram sendo alimentados com energia elétrica durante o incêndio. Tratando-se o PC de equipamento cuja conservação é de responsabilidade do condomínio, não há como responsabilizar a ré por problemas que venham a acarretar um grave incêndio, observando, ademais, que, mesmo após o grave incêndio, permanece o equipamento sem qualquer tranca que impeça o acesso de terceiros não habilitados. Em relação à permanência sem o serviço, não demonstrou o autor o alegado excesso de prazo entre o reparo necessário no PC e o restabelecimento do serviço pela ré, já que o incêndio ocorreu em 5/8/2007 e o reparo só foi concluído por empresa contratada em 23/8/2007, vindo, ademais, a testemunha arrolada pela própria autora e ouvida na condição de informante afirmar que da reconstrução do PC à religação decorreram três dias, prazo razoável diante do incêndio ocorrido e da necessidade de aferição da segurança e das instalações a serem religadas. No tocante à cobrança impugnada,

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não existe dificuldade em se verificar que o período de cobrança inclui consumo normal anterior ao incêndio, pelo que deve o seu pagamento. Não sendo demonstrada qualquer falha imputável à ré na prestação do serviço, não há como impor qualquer dever reparatório. Recurso desprovido. 0076715-47.2001.8.19.0001 (2005.001.44078) - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. JESSE TORRES - Julgamento: 2/8/2006 - SEGUNDA CÂMARA CÍVEL Apelação. Ação ordinária. Responsabilidade civil subjetiva. Incêndio em apartamento. Sinistro que teve origem em curto-circuito provocado por extensão elétrica que alimentava vários eletrodomésticos. Perícia conclusiva no sentido de afastar a concorrência das instalações do condomínio na geração do evento. À falta do elemento subjetivo e do nexo causal, inexiste dever reparatório. Provimento do recurso. 0086534-76.1999.8.19.0001 (2002.001.24120) - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. RICARDO COUTO - Julgamento: 7/5/2003 - DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL CONDOMÍNIO DE EDIFÍCIO INDENIZAÇÃO PELO SINISTRO NEXO DE CAUSALIDADE OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO PREVALÊNCIA DA MAIORIA Responsabilidade civil. Incêndio em instalação elétrica de residência que não vinha recebendo a manutenção necessária. Realização de reparos elétricos pelo


condomínio sem as devidas precauções. Mangueira incapaz de alcançar o foco do incêndio. Culpa exclusiva do condomínio. Descabimento de reparação moral. Reforma em parte da sentença. 0000600-64.2006.8.19.0209 (2006.001.61516) - APELAÇÃO 1ª Ementa DES. JAIR PONTES DE ALMEIDA - Julgamento: 19/4/2007 - QUARTA CÂMARA CÍVEL Obrigação de fazer. Condomínio. Regularização de hidrômetros das unidades autônomas. Impossibilidade. Correta a sentença que dá improcedência de pedido de obrigação de fazer, pela qual o autor pretendia que o condomínio regularizasse a individualização dos hidrômetros por ele instalados. Hipótese em que tem a concessionária regras próprias, que reclamam providências de cada condômino, e não do condomínio, para o fim almejado. Decisão confirmada. 0015899-19.2012.8.19.0000 - MANDATO DE SEGURANCA

1ª Ementa DES. RENATA COTTA - Julgamento: 11/7/2012 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL Mandato de segurança. Controle da competência dos juizados especiais. Cabimento. Desnecessidade de produção de perícia. Denegação da ordem. O mandado de segurança cabe na proteção de direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data ameaçado ou violado por ato ilegal ou abusivo de autoridade pública. O ato de autoridade será a ação ou omissão de agente ou órgão com poder de decisão que viole uma justa pretensão individual ou coletiva. O direito líquido e certo protegido pelo MS é aquele cujos fatos sejam incontroversos mediante provas pré-constituídas, documentalmente aferíveis e sem a necessidade de investigações comprobatórias. Na hipótese dos autos, o impetrante manejou o remédio constitucional com o fito de opor a incompetência dos Juizados Especiais Cíveis para o processamento e julgamento da demanda originária em decorrência da necessidade de produção de prova pericial complexa no sentido de ser analisada a viabilidade técnica de se individualizar o fornecimento de água no condomínio onde reside o

autor do processo originário. O juiz detém o poder instrutório, podendo determinar ex officio a produção das provas que considere necessárias ao julgamento da lide, sendo a melhor exegese dos arts. 130 e 333, do CPC, momento em que decidirá fundamentadamente sobre as provas que entender indispensáveis. In casu, os juízes que apreciaram a demanda, de forma coerente, entenderam ser totalmente desnecessária a produção da prova requerida pelo ora impetrante. Isso porque o próprio impetrante instruiu o processo originário com laudo técnico produzido por seus prepostos, em que é atestada a viabilidade técnica (fls. 49). Vale citar o trecho em que o técnico da CEDAE atesta ser possível a individualização do abastecimento: “Há condições de separação de abastecimento, desde que seja retirado o hidrômetro coletivo existente no local 3, nº 11.365, filtro e instalados hidrômetros individuais.” Registre-se ainda que, nos termos da Lei Estadual 3.915/2002, é dever das concessionárias a instalação de medidores individuais, sendo certo que as despesas para o atendimento de tal medida devem ser arcadas pela própria concessionária. Denegação da segurança.

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