Revista Circuito - Edição 156 - Dezembro de 2012

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Quando a equipe da REVISTA CIRCUITO encontrou o músico

som etc. A direção do Ney Matogrosso foi fundamental para

Luiz Schiavon batendo um papo gostoso com os amigos pela

dar um padrão internacional ao show. Na época, nossos

Granja Viana, onde mora há 22 anos, logo pensou: artista

espetáculos não ficavam devendo nada aos dos artistas

de sucesso, tecladista consagrado e integrante de uma das

estrangeiros, e isso ajudou muito. A visão empresarial do

maiores bandas do Brasil.

Manoel Poladian foi essencial. Ele acreditou no projeto e fez

Seria uma honra vê-lo estampado em uma edição da

os investimentos necessários para a realização de tudo.

CIRCUITO.

Paulo Ricardo: Com dois anos de carreira, já tínhamos vendido

E por que não usar da ousadia e tentar uma entrevista com a

mais de 2 milhões de discos. Contávamos muitos diferenciais,

banda completa?

mas acho que o som dos sintetizadores do Schiavon e nosso

O universo foi tão a favor disso que amigos em comum foram

visual, mais fashion, foram os mais impactantes.

descobertos e muitas pessoas se mobilizaram para que esta maravilhosa matéria se tornasse realidade.

RC: Qual a sensação que vocês tiveram quando a música

Foram ligações, trocas constantes de e-mails por quase um mês,

Revoluções por Minuto foi censurada? Já esperavam isso?

muito trabalho de pesquisa, até que os integrantes do RPM se

Luiz Schiavon: Na verdade, até esperávamos, mas não pelo

entregaram a este turbilhão de emoções que é ser entrevistado

motivo alegado. A música não foi censurada pelo conteúdo

por fãs incondicionais que formam a equipe da revista.

político, mas pela frase “aqui na esquina cheiram cola”. Foi

Na redação, euforia total!

considerada apologia ao consumo de drogas.

A pinta de galã de Paulo Ricardo, a espontaneidade de

Paulo Ricardo: Não esperávamos pelo discurso da Nova

Fernando Deluqui, os multitalentos de Paulo P. A. Pagni e o

República, que apregoava o fim da censura, mas quando ela veio

jeito granjeiro de ser de Luiz Schiavon definem o RPM (sigla

tomamos como um elogio, na verdade. Sentimo-nos alinhados

de Revoluções por Minuto), grupo criado em 1983, chegando

com Chico, Gonzaguinha e outros grandes censurados.

ao auge de sua popularidade ainda “nas fraldas”, um ano depois de tocarem os primeiros acordes.

RC: Paulo, você foi um sex symbol. Ainda se considera um?

Em 1985, oito entre 11 faixas do disco Revoluções por Minuto

Paulo Ricardo: You tell me... (risos).

emplacaram nas rádios, e a banda chegou a 500 mil LPs vendidos em apenas seis meses de uma turnê. Um ano adiante,

RC: E o assédio, continua? Como lida com isso nos dias atuais?

venderam 2,7 milhões de cópias do disco Rádio Pirata ao Vivo,

Paulo Ricardo: Continua. Estamos acostumados, é gostoso,

resultado de uma turnê histórica com shows megaproduzidos.

faz parte do negócio.

Foi uma verdadeira explosão na música nacional, ao lado de grandes bandas, como Titãs, Barão Vermelho e Ultraje a Rigor. Apesar dos anos 1980, para o RPM, terem sido discutidos e, em certa época, até renegados – já que foram marcados por brigas, separações, entre outros probleminhas

O? u MODELO OU MÚSIC sucesso e logo passo mal começou a fazer o ard sil. Bra o o Em 1986, Paulo Ric por tod pando capas de revista a posar de galã, estam

que muitos sabem –, parece que os fantasmas que assolaram a trajetória do grupo foram, enfim, enterrados. Com quase 30 anos de história, entre idas e vindas (algumas idas bem conturbadas), o RPM se reconcilia mais uma vez e sobe ao palco com sua formação original, levando os fãs à loucura e mostrando que eles fazem música boa de olhos fechados. Estes são os nossos garotos. RC: Com apenas dois anos de carreira, vocês explodiram nas rádios e alcançaram a marca de mais de 1 milhão de discos vendidos. Qual foi o diferencial da banda, já que muitas outras surgiam nessa mesma época? Luiz Schiavon: Creio que foram diversos fatores. O uso intenso de tecnologia nos teclados, computadores no palco (fomos pioneiros nesse uso), laser, efeitos especiais etc. A profissionalização do show, já que na época não se investia em produção. Viajávamos com toneladas de cenário, luz, www.revistacircuito.com

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