Revista [B+] - 30

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Educação

Escolas do campo contra o êxodo rural

Alternativa

Microfranquias são opção barata e lucrativa

Com sede em Lauro de Freitas, maior fábrica de pó colorido do país aumentou dez vezes o faturamento no último ano

Exclusivo

15 carreiras mais procuradas no estado

Gestão no futebol

Bahia ou Vitória? Quem ganha esta disputa?

Tiragem auditada: 15 mil exemplares

R$ 9,90

entrevista

W W W. po rta lB MA I S . CO M. BR 1 Marcos Silvestre: “enxugue o negócio e a as vacas gordas voltarão”


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sumário 12 14 16 18 22 34 36

A Bahia dos seus olhos Online e Mural [B+] 30 edições Fórum [B+] Bloco de Notas Imóveis + Saúde +

37 38

NEGÓCIOS

46 48 52 54 56 58 60 62 64 68

As estratégias de quem cresce na crise Entrevista: as vacas gordas voltarão Microfranquias são alternativa lucrativa [C] Terceirização Procuram-se profissionais na Bahia Ba x Vi: rivalidade na gestão do futebol baiano A difícil tarefa de empreender no Brasil Trabalhar em casa é opção O pôquer dos investidores Negócios entre Portugal e Bahia Uma nova cara para Salvador

69 70 72

EDUCAÇÃO

77 78

SUSTENTABILIDADE

83 84 86 90 94 96 98

ESTILO DE VIDA

99 100 102 6

O valor das escolas rurais Uma pergunta para: Georgia Gabriela Alternativas ao Fies

Contrapartida das empresas

Sabor Guia gastronômico no interior Decoração Cinco itens indispensáveis Autos&motos Notas de Tec

ARTES&ENTRETENIMENTO Banda baiana trilha carreira internacional Como transformar risadas em dinheiro

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0800 570 0800 | SEBRAE

O P R Ê M I O M P E B R A S I L É U M A G R A N D E O P O R T U N I D A D E PA R A V O C Ê E PA R A S E U N EG Ó C I O. A P Ó S R E S P O N D E R A O Q U E S T I O N Á R I O D E A U TO AVA L I A Ç Ã O, O S PA R T I C I PA N T E S R EC E B E M C O M O R E TO R N O U M A A N Á L I S E D E G E S TÃ O, G R AT U I TA , Q U E A P O N TA A S O P O R T U N I D A D E S D E M E L H O R I A E S U G E R E C A M I N H O S PA R A TO R N A R S U A E M P R E S A M A I S C O M P E T I T I VA . A C E S S E P R E M I O M P E . S E B R A E . C O M . B R E PA R T I C I P E .

INSCRIÇÕES DE Apoio Estadual

01/04

A

Apoio Institucional

2015

3 1 / 0 7/ 2 0 1 5 . Apoio Técnico

Realização

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expediente Revista [B+] edição 30 Junho / Julho de 2015

[Conselho Institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)

[Periodicidade] Bimestral [Impressão] Grasb CAPA [Foto] Luciano Oliveira [Produção] Cacá Ponte, Leandro Maia e Pedro Hijo

[Presidente] Rubem Passos Segundo (rubem.passos@grupobmais.com.br ) [Diretor Geral] Renato Simões Filho (renatosimoesfilho@grupobmais.com.br)

Agradecemos à loja Galeria Container que gentilmente cedeu suas dependências para a foto da capa desta edição.

[Diretor de Publicações] Claudio Vinagre (claudio.vinagre@grupobmais.com.br) [Diretora de Marketing] Bianca Passos (bianca.passos@grupobmais.com.br) [Gerente de Planejamento] Rafael Abreu (rafael.abreu@grupobmais.com.br)

[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira [Editor-chefe] Pedro Hijo (pedro.hijo@grupobmais.com.br) [Repórteres] Luciana Silva, Renato Alban, Tede Sampaio e Thuanne Silva (redacao@grupobmais.com.br) [Diretor de Arte] Leandro Maia (leandro.maia@grupobmais.com.br)

[Gerente Comercial] Ana Beatriz Sampaio (bia.sampaio@grupobmais.com.br) Reserva de anúncio publicidade@grupobmais.com.br / 71 3012-7477 [Representantes] Brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - solucaoconsultoria.karla@uol.com.br Feira de Santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - julio@vm2publicidade.com.br Fortaleza Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - ananiasgomes@canalc.com.br Recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - cecicomercial@hotmail.com Rio de Janeiro e São Paulo: Roberto Cathoud - Tel.: (11) 999089891 - rcpinheiro@ hojeemdia.com.br

Realização Editora Sopa de Letras Ltda. Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477 CNPJ 13.805.573/0001-34

[Designers] Cacá Ponte, Gabriel Cayres e Rafaela Palma

tiragem auditada 15 mil exemplares

[Projeto gráfico] Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres [Fotografia] Studio Rômulo Portela e Luciano Oliveira [Revisão] Cristiane Sampaio [Colunistas] Armando Avena, Cândido Sá, Erica Rusch, Lelo Filho, Luiz Marques de Andrade Filho, Núbia Cristina, Roberto Nunes

Pontos de Venda A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de Salvador. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas. A [B+] ainda é distribuída em 188 municípios do estado.

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editorial

É preciso recuperar o fôlego Muito além das teorias, da competição e do

papo com a estudante sobre os obstáculos

suor, o que o empresário precisa é de inspi-

que ela precisou encarar para conseguir ser

ração, especialmente em um ano em que é

aprovada em nove universidades americanas

difícil não cair na tentação de olhar para a

no começo deste ano. Ela nos dá lições de

parte mais vazia do copo. Vivemos em tempos

como perseverar mesmo em situações não

em que talvez a maior sabedoria seja respirar

tão favoráveis.

fundo e saber continuar. Missão para os cora-

O que desejamos ao fazer a edição de

josos. Se suas inspirações não forem maiores

número 30 da [B+] é mostrar o lado bom

do que seus recursos, você não é um empreen-

da economia, as estratégias para superar

dedor, já diria o poeta.

as incertezas e sobreviver à maré ruim. Ao

Munido deste otimismo com pé no chão,

longo de nossas páginas, algumas sugestões,

o time da [B+] correu atrás de histórias de

como, por exemplo, a adoção do home office,

pequenas e médias empresas baianas de

que, apesar de ter crescido no país, ainda tem

diferentes setores econômicos que estão con-

muitos desafios para se tornar realidade nas

seguindo aumentar o faturamento durante

empresas, e os investimentos em micro-

a crise. Com inovação, flexibilidade e feeling,

franquias, alternativa lucrativa e barata em

os empreendedores que entrevistamos não

tempos de aperto financeiro.

negam que cogitaram desistir nos momentos

Compartilho do pensamento do econo-

mais críticos, mas, em vez disso, reajustaram

mista Luiz Marques de Andrade Filho em sua

o produto, inventaram uma saída e criaram

coluna nesta edição. No texto, ele explica o

uma solução lucrativa. Como ponderou o

porquê de as taxas de atividade empreende-

economista Marcos Silvestre em entrevista

dora crescerem mesmo com um ambiente de

na página 46, em momentos de desaceleração

negócios tão ruim. Você confere a explicação

econômica, os menos resilientes desistem e

na página 58, mas adianto um comentário in-

abrem espaço para os perseverantes.

teressante trazido por ele: “O empreendedor

Continuar atrás dos objetivos também é

brasileiro é um super-herói”. Estendo esta

a vontade da jovem Georgia Gabriela, natu-

afirmação para todos nós, trabalhadores,que

ral de Feira de Santana, que aos 19 anos está

lutam por um estado mais desenvolvido. So-

viajando para os Estados Unidos para con-

mos heróis, sem capa, munidos de esforço, ca-

cluir um projeto científico que pode acelerar

pacidade e, por que não, otimismo. Estamos

o tratamento da endometriose. Batemos um

juntos neste desafio!

Pedro Hijo editor-chefe da Revista [B+] 10

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galeria

Estado de graça

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[01] @amandatropicana; [02] @bcayres; [03] @bruno_sa [04] @eu_fabioqueiroz; [05] @fraja8; [06] @freelipi; [07] @photobds [08] @sergiojezler [09] @vnc1us

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Somos nós, baianos, que fazemos a Bahia ser Bahia, em suas mais diversas formas. Através de precisas câmeras, os leitores da [B+] mostram como enxergam o nosso estado

Quer participar? Tire uma foto da sua cidade e marque com a hashtag #revistabmais no Instagram! As melhores serão publicadas na próxima edição


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onlineemural Comentários ed. 29 CAPA bind “O Sebrae parece ter preguiça de conhecer o mercado ao dizer que há carência de mentores e que não há nenhuma grande empresa de sucesso para mostrar. Será que carecem tanto assim de informação ou não querem ir atrás por ser um mercado novo e por ainda encararem este como brincadeira de criança? #acordasebrae”, Rodrigo Luiz Genz, pelo site “Gostei do artigo porque mostra a realidade emergente do mercado brasileiro de jogos. O Brasil está reunindo um grupo de profissionais que querem fazer jogos de qualidade e acredito que esta indústria tem um futuro muito promissor. Eu, que sou espanhol, vim para o Brasil e criei minha empresa aqui. Meu foco é a divulgação dos estúdios e seus jogos, o contato com a comunidade de jogadores”, Jesús Fabre, por e-mail

“A [B+] de abril/maio está show! Vocês estão se superando a cada número. Parabéns!” @agnaldogfilho, pelo Twitter FOTO: Luciano Oliveira

Arregaçando as mangas “A estratégia de definir perfil de hóspedes, focar em atender a seus interesses e ainda buscar aporte financeiro através de eventos alavancou as finanças do hotel e empreendeu a marca hoteleira. Assim que deve ser resolvida uma crise, com criatividade e foco”, Lorena Seal, por e-mail 14

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“A matéria cita que o mercado internacional é mais aberto a inovações. Podemos reverter isso? Fico triste com este tipo de realidade. Nossas startups começam a sofrer a mesma síndrome dos nossos pesquisadores. São formados no Brasil mas não encontram uma infraestrutura mínima para continuar no país”, Luiz Carrera, pela fanpage

“Parabéns aos editores da revista! Está cada vez melhor”, Marcelo Bahia Filho, pela fanpage

“Meus sinceros agradecimentos a toda a equipe da Revista [B+] por esta linda matéria falando do movimento das startups no nosso estado, das dificuldades e percalços quase que inevitáveis da nossa trajetória empreendedora”, Tássio Noronha, pelo Facebook

Receita para crescer na crise

Uma mãozinha para seguir em frente

“Que surpresa boa! Sinto muito orgulho desta galera. Desejo muito sucesso para todos do Bind”, Paulo Brito, pelo site

“A matéria ficou muito bacana, assim como a revista inteira. Parabéns a todos pela qualidade do material”, Marcelo Dultra, coordenador da Incubadora de Negócios, por e-mail

“A matéria me fez constatar a necessidade de intervenções imediatas no Distrito Industrial de Ilhéus. Ela nos faz refletir sobre a revitalização do local e a retomada do crescimento”, Jairo Pinto Vaz, Sudic, por e-mail

“Acompanhamos e participamos da trajetória de sucesso do Grupo [B+]. Compartilhamos da necessidade do desenvolvimento de marcas regionais capazes de servir de plataforma de transmissão às novas gerações, da nossa cultura, dos nossos valores e das nossas crenças, edificando assim a nossa história. Vamos em frente!”, Nilson Nóbrega de Freitas, presidente da Lebens, por e-mail

“Parabéns pelo trabalho da [B+] e pelo posicionamento ‘a revista da Bahia’, porque é aderente e verdadeiro”, Claudio Carvalho, presidente da Morya Comunicação

O jogo da startup

POLO DE INFORMÁTICA

ILUSTRAÇÃO: Rafaela Palma

Comentário da edição

“Me sinto representada pela [B+]! É muito bom ler uma revista que fala a minha língua”, Cristina Silva, pela fanpage


Prêmio Sebrae de Jornalismo Impresso A edição 27 da Revista [B+] foi vencedora do Prêmio Sebrae na categoria Jornalismo Impresso. A honraria repercutiu na internet “A revista e a equipe merecem muito! Parabéns”, Jane Fernandes, pelo Facebook “Parabéns, as reportagens estavam muito boas!”, Carmosina Labbate, pelo Facebook

Obra: Pão De Carnaval 0008 - 1 x 1 m - 2010 / Bárbara Tércia

“Parabéns para toda a equipe da Revista [B+] pelo prêmio Sebrae 2015. Esta premiação só vem ratificar o excelente trabalho realizado por vocês”, Equipe Caramelo Arquitetos Associados, por e-mail

Edição publicada em dezembro de 2014 trouxe 40 casos baianos de empreendedorismo

As mais curtidas em nossa fanpage

As obras que ilustram esta edição são de Bárbara Tércia, premiada artista soteropolitana com exposições nacionais e internacionais. A artista, que trabalha com arte digital vetorial diz que o Centro Antigo de Salvador, do barroco ao contemporâneo, é seu porto seguro inspirador. Para saber mais acesse barbaratercia.com.br.

Errata Matéria: A gota d’água Publicamos uma foto de André Barros, do Hotel Villa da Praia, e nos referimos a ele pelo nome de João Barroso. João é, na verdade, pai de André. Ficou tudo em casa. Desculpas!

[01] Três empreendedores baianos dão dicas de como faturar com e-commerce [02] Empresas baianas se unem para disputar mercado de games [03] Startup baiana cria rede social que reúne denúncias de violência em Salvador [04] Polo de Informática de Ilhéus corre risco de acabar por falta de infraestrutura e logística [05] Baianos se casam com trilha sonora de Harry Potter

Para baixar

As edições de todas as publicações do Grupo [B+] estão disponíveis na versão digital (para iOS e Android). Baixe as revistas no seu tablet e mantenha-se informado.

sugestões gastronômicas

Quer dicas de lazer na capital? A blogueira Lali Souza, do “Pra falar de comer”, assina uma coluna todo domingo em nosso portal.

Queremos te ouvir A Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. O que lhe agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.

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site www.revistabmais.com.br e-mail redacao@grupobmais.com telefone 71 3012-7477

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especial

A Revista da Bahia

A [B+] chega à 30ª edição convidando a Bahia a se enxergar. Desde o lançamento, a revista provoca o mercado, incentiva a inovação e apresenta ideias para o desenvolvimento do estado. E é só o começo! Veja dez capas que marcaram nossa história. por Pedro Hijo

2012 Sustentável

2011 Primeiríssima

Com capa especial em papel reciclado, a [B+] 13 tratou sobre a reinvenção da economia baiana. A aposta: economias verde e criativa.

Em agosto de 2011, chega às bancas e tablets a primeira [B+]. Com projeto ousado e voltada para o setor produtivo, a edição trazia os anseios de jovens baianos que discutiam os papéis que queriam desempenhar no cenário social e empresarial.

2013 Projeção A [B+] mergulha no universo da inovação e conversa com Jack London sobre o futuro da rede social mais usada no mundo. A entrevista foi pauta em diversos meios de comunicação. Na mesma época, o Fórum [B+] firma-se como plataforma de debate de ideias na capital.

2013 Marca No fim de 2013, a [B+] lançava a sua edição especial com 40 casos de empreendedorismo na Bahia. Aquela revista marcava o começo de uma tradição de fim de ano, quando nós listamos histórias de empreendedores de destaque no estado. A [B+] agora se posiciona como a revista de negócios da Bahia.

2014 Made in Bahia Como podemos aproveitar os potenciais do nosso estado e revigorar a marca Bahia? Este foi o questionamento que permeou a edição 22 da [B+]. Na capa, o publicitário baiano Nizan Guanaes em entrevista exclusiva.

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2014 Reconhecimento No fim de 2014, uma agradável surpresa: a [B+] levou o Prêmio Colunistas N/NE de veículo impresso daquele ano. A capa de outubro e novembro trazia um emblema que marcava a vitória.

2014 Homenagem A morte do empresário Norberto Odebrecht pegou a todos de surpresa, inclusive a nossa redação, que derrubou todo o planejamento previsto para naquela edição contar a trajetória do pernambucano que fez história na Bahia.

2015 Novacara Em janeiro de 2015 a revista passou por uma grande mudança e ganhou novo formato e novo projeto editorial. Na capa, o múltiplo Carlinhos Brown.

2014 Mais um prêmio A segunda edição dos 40 casos de empreendedorismo na Bahia, publicada no fim de 2014, ganhou o Prêmio Sebrae de jornalismo impresso. Na capa, o caso da empresa de alimentos de Vitória da Conquista Tia Sônia. Na mesma época, o Fórum [B+] fazia a sua primeira edição no interior do estado.

2015 De todos nós A [B+] amplia seu público e assume a posição de revista da Bahia. A edição de abril e maio tratou sobre inovações tecnológicas no estado.

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fóruns

Inspiração para desenvolver a Bahia

[23º] Comércio exterior

FOTOs: Paulo Souza

Reunir nomes de peso para aquecer o setor produtivo baiano. Esta é a missão do Fórum [B+], que, nas últimas quatro edições, discutiu sobre comércio exterior, gestão na saúde, gerenciamento feminino e sustentabilidade Salvador

“Este será um ano de suor e lágrimas” José Augusto de Castro Conversamos com José Augusto de Castro, presidente da Asso-

[01]

ciação de Comércio Exterior e palestrante do 23º Fórum [B+]. O evento também contou com palestra do diretor-geral e financeiro da incorporadora Imbassaí Participações, José Macedo. A crise econômica e a alta do dólar impactam diretamente no campo do comércio exterior. Você é otimista nas previsões do setor para este ano? Este ano será de suor e lágrimas. Em exportações, por exemplo, iremos de estimados 1,22%, em 2014, para projetado 1,14%, em 2015. Caímos da 22ª posição no ranking de países exportadores (2014) para a 25ª colocação este ano. As expectativas para o

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comércio exterior brasileiro em 2015 são de queda de 7% das exportações e de 12% das importações. Como fazer o dever de casa para conseguir superar o momento ruim? O Brasil tem algumas opções, como, por exemplo, as reformas estruturais nas áreas tributária e trabalhista, um investimento forte e contínuo em infraestrutura, a redução da asfixiante burocracia e dos custos financeiros, além da viabilização das exportações de produtos manufaturados. Confira a palestra de José Augusto de Castro na íntegra em portalbmais.com.br. [01] Renato Simões Filho, José Augusto de Castro, José Macedo, Ângelo Calmon de Sá Jr e Rubem Passos; [02] Adriana Mira (Sebrae) e Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa); [03] Ayeska Azevedo e Laís Campos (Grupo Boticário); [04] Carmen Lúcia Machado (SDE), [05] Eduardo Morais de Castro (Morais de Castro) e Luiz Fernando Queiroz (Associação Comercial da Bahia); [06] Giana Costa e Roberval Luania (Central de Outdoor); [07] Patricia Orrico (Fieb). 18

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FOTOs: Humberto Filho

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[24º] Gestão da saúde

Feira de Santana

O debate sobre gestão no setor de saúde permeou o 24º Fórum [B+], realizado em Feira de Santana. Leandro Sanches, economista e sócio-líder em prática de saúde da Ernst & Young e Gileno Portugal, médico e diretorexecutivo do Grupo Meddi, palestraram sobre o tema. Para Sanches, o maior desafio para os gestores de saúde é driblar a crise econômica que o país enfrenta. “Percebemos que no interior do estado o paciente não é apenas um cliente, existe uma maior aproximação na relação com os serviços de saúde. O maior desafio para os gestores de saúde é driblar a crise econômica que o país

[02]

enfrenta sem diminuir a qualidade do serviço prestado. E este é um assunto muito complexo. Cabe a cada entidade decidir qual a melhor prática de gestão, de forma que elas se integrem em uma visão holística do tema. Hoje temos uma cadeia fragmentada, o que prejudica o serviço. A saúde é uma área carente em termos de gestão e governança, mas os empreendedores devem estar atentos ao fato de que ela não deve ser tratada de forma isolada, mas sim verticalizada, investindo em medicina

[03]

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de prevenção e inovação, por exemplo, através de tecnologias como o celular, que permite o acesso ao cliente de forma mais rápida”, Leandro Sanches, economista e sócio-líder em prática de saúde da Ernst & Young.

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[01] Leandro Sanches (EY) [02] Claudio Vinagre (Grupo [B+]), Gileno Portugal, José Antonio Barbosa (Meddi), Bianca Passos (Grupo [B+]) e Leandro Sanches (EY); [03] Gustavo Mota (Unacon); [04] Denise Lima Mascarenhas (Sec Saúde); [05] Julio Barbosa (Vitalmed); [06] Marco Antonio Freitas (ICP); [07] Raine Barbosa e Andrea Velloso (IHEF); [08] Sandra Peggy (Santa Casa de Misericórdia); [09] Bianca Rios (Meddi) e Zênia Araujo (Conamed); [10] Vagner Oliveira Bonfim (Clinica Ginecologica Bonfim)

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fóruns [25º] Gestão feminina

Salvador

“Não adianta inserir as mulheres no mercado de trabalho e não permitir que elas cresçam, não lhes dar direito à voz” Ana Malvestio, sócia e líder de diversidade e inclusão da PWC-Brasil

“Incorporar a mulher no mercado de trabalho é um processo civilizatório, pois cria um sociedade mais justa” Olívia Santana, secretária de Políticas para as Mulheres do estado da Bahia

[02]

[02]

Durante o 25º Fórum [B+], Ana Malvestio e Olívia Santana debateram, entre outros temas, a desigualdade de gênero nos cargos de liderança de pequenas, médias e grandes empresas.

[03]

[01] Ana Malvestio; [02] Olívia Santana; [03] Renato Simões, Ana Malvestio, Olívia Santana e Bianca Passos (Grupo [B+]); [04] Fabiana Rodrigues, Ana Malvestio e Carlos Pedral (PwC); [05] Ana Laura Pedreira (Tribuna da Bahia), Ana Beatriz Sampaio (Grupo [B+]) e Silvana Sarmento (Fruvele); [06] Ana Paula Magalhães; [07] Cátia Bacellar; [08] Luiz Fernando Queiroz (vice-presidente da ACB); [09] Marina Rezende (Dendê Brands); [10] Paola Correia (Braskem); [11] Vera Rocha (Rocha Comunicação) FOTOs: Paulo Souza

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[26º] SUSTENTABILIDADE

Salvador

“Temos 2.226 hectares de plantação de coco que representam 30% da nossa área. Os outros 70% estão preservados”

Produtos para marcenaria e artigos para indústria moveleira em geral

Roberto Lessa, vice-presidente da Água de Coco Um modelo de gestão empresarial que minimize os impactos provocados no meio ambiente. Este foi o assunto abordado na 26ª edição do Fórum [B+]. Com o tema “Dossiê Verde: Responsabilidade Ambiental nas Empresas”, as palestras ficaram a cargo do engenheiro agrônomo e vice-presidente da Aurantiaca, Roberto Lessa, que apresentou o case “Água de coco Obrigado” e de Erica Rusch, que chamou a atenção para a importância do papel social das empresas com o meio ambiente. “Quando falamos sobre responsabilidade social das empresas, não basta cumprir a lei, é preciso ir além”, disse. [01] Roberto Lessa (Grupo Aurantiaca); [02] Helio Tourinho (Braskem); [03] Marcelo Gentil (Enseada); [04] Marcos Pimenta (Pimenta Advogados) Erica Rusch (Rusch Advogados); [05] Nilson Nóbrega e Luciano Lopes (Prima)

FOTOs: Paulo Souza

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FOTO: Rômulo Portela

FOTO: Divulgação Ascom

blocodenotas

SAÚDE CIDADE

“Empresários e poder público são cúmplices do desmoronamento das casas, da história, pois toda a região do Comércio de Salvador é tombada como patrimônio histórico” Eduardo Moraes de Castro, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, sobre a demolição das casas na Ladeira da Montanha, em Salvador, em maio.

Governo pretende interiorizar a saúde pública da Bahia ainda este ano O secretário da Saúde do estado da Bahia, Fábio Villas-Boas, revelou em entrevista à [B+] a necessidade de aumentar os investimentos com a saúde pública no interior do estado. Segundo ele, nos últimos 50 anos houve um processo de concentração da assistência de saúde na região metropolitana de Salvador, o que obriga os pacientes do interior a se deslocar para a capital baiana em busca de atendimento médico especializado. “Estamos implantando um modelo inovador de consórcio entre os municípios do interior do estado. Serão criados 28 consórcios, um para cada região de saúde do estado, e nesses consórcios serão construídas policlínicas especializadas”. Villas-Boas, entretanto, ressalta que a necessidade de expansão da cobertura da saúde pública esbarra na falta de financiamento para o setor. “Precisamos reduzir os gastos com as ati-

Confira a entrevista completa em

vidades meio, reduzir o custo de manejo, para que esses recursos possam

portalbmais.com.br

ser transferidos para as atividades fim”, completa.

FOTO: Marcos Santos / USP Imagens

Dinheiro

Salário mínimo é reajustado e terá nova alta em 2016 Apesar da redução de 0,3% na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o salário mínimo do trabalhador brasileiro foi reajustado para R$ 855, a vigorar em 2016, R$1 a mais que a última previsão, segundo dados divulgados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. De acordo com o ministro Nelson Barbosa, titular da pasta, a nova estimativa do governo federal em relação ao mínimo para 2017 e 2018 também sofreu alteração e passou a ser de R$ 901,06 e R$ 961,00, respectivamente. Atualmente o valor do salário mínimo no país é de R$ 788,00.

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Trabalhe conosco: ey.com.br/carreiras

Pensar fora da caixa? Que caixa? O verdadeiro espírito empreendedor não percebe fronteiras. Onde alguns enxergam obstáculos, os empreendedores veem chances de inovar, melhorar o desempenho e crescer. A EY também não vê fronteiras. Em toda a região Nordeste, inclusive em Salvador, conte conosco.

© 2015 EYGM Limited. Todos os direitos reservados.

ey.com.br/salvador

Quanto melhor a pergunta. Melhor a resposta. Melhor o mundo de negócios. W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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blocodenotas HOTÉIS do bons frutos para o setor hoteleiro. Segundo Manolo Garrido, presidente da seccional baiana da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih -BA), a capital baiana registrou em maio de 2015 um índice de ocupação de apenas 38%. “Acho que foi a pior marca que já atingimos. Temos este levantamento desde 2001”. Garrido explica que, por causa da realização da Copa do Mundo no Brasil, hotéis foram construídos e agora encontram dificuldade de se manter. Salvador conta atualmente com 40 mil leitos.

FOTOS: Divulgação

Maria de Lourdes Acedo, Luena Maria Ferreira dos Santos e Flavia da Silva Oliveira, vencedoras do prêmio em 2014

supercomputador

“É como se fossem 10 bilhões de pessoas no planeta e cada uma delas estivesse fazendo 40 mil multiplicações por segundo” Fernando Martins, presidente da

Intel Brasil, sobre a capacidade do supercomputador Yemoja, inaugurado na

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empreendedorismo

Inscrições para o Prêmio Mulher de Negócios 2015 estão abertas

sede do Senai Cimatec. O equipamento é

A premiação tem como propósito reconhecer as melhores iniciativas das

considerado o mais rápido da América Latina

brasileiras empreendedoras. A gerente de atendimento individual do

e sua capacidade de processamento equivale

Sebrae Bahia, Fernanda Gretz, afirma que a competição deseja inserir a

a aproximadamente 40 mil computadores

mulher no mundo do empreendedorismo incentivada pela premiação de

convencionais. Essa tecnologia será utilizada

suas ações. Na edição 2014, a baiana Luena Maria dos Santos foi bronze

no mapeamento do fundo marinho para a

na categoria Produtora Rural. As inscrições para a premiação 2015 vão

extração de petróleo e gás.

até o dia 31 de julho e podem ser feitas pelo site sebrae.com.br.

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FOTO: João Alvarez / ASN Bahia

Temos vagas! Salvador amarga pior ocupação hoteleira do século

O turismo em Salvador não tem gera-


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blocodenotas FOTOs: Alberto Coutinho

desenvolvimento

Governo anuncia nova política de incentivos fiscais O governo baiano anunciou mudanças na política de incentivos fiscais para a instalação de novos empreendimentos no estado. Segundo o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, serão revistos tanto os critérios de concessão quanto a periodicidade dos incentivos. As mudanças também vão permitir a oferta de vantagens em áreas de interesse do estado, representadas por novos vetores de expansão das potencialidades locais, a exemplo da cadeia eólica. O intuito dessa mudança, de acordo com o secretário, não é acabar com a política de incentivos fiscais, mas calibrá-la para esse novo momento.

15%

dos empregadores de micro e pequenas empresas no Brasil pretendem demitir funcionários nos próximos três meses, de acordo com pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Apenas 9% dos pequenos e microempreendedores pretendem contratar neste mesmo período.

Turismo

Futuro do Centro de Convenções continua incerto Governo e representantes do setor de turismo de Salvador se reuniram em junho para debater o futuro do Centro de Convenções da Bahia. A proposta do governador Rui Costa é que um novo espaço para eventos seja construído no bairro do Comércio, na Cidade Baixa. Manolo Garrido, presidente da seccional baiana da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-BA), afirma ser importante um diálogo esclarecedor e providencial, já que o setor hoteleiro vem sofrendo com a reduzida ocupação na baixa estação. Em 2014, quase 60% dos eventos recebidos pelo Centro de Convenções foram formaturas. “Perdeu o sentido. Este espaço não pode ser voltado apenas para festas”, disse José Alves, presidente da Associação Baiana das Agências de Viagem (Abav), para a [B+].

EMPREENDEDORISMO

Evento reúne empresários juniores em Salvador A mesa contou com Rodrigo Salles, presidente da Federação das Empresas Juniores da Bahia (Unijr) entre outros representantes de diversas entidades empresariais como Sebrae e Fieb

Mais de 300 empresários juniores de todo o Brasil se reuniram nos dias 28,29 e 30 em Salvador para o 12º Encontro de Empresários Juniores da Bahia. O evento traz a proposta de integração entre os jovens do Movimento Empresa Júnior, com ênfase nos empreendedores baianos, que hoje somam mais de mil universitários em todo o estado.

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FOTO: Divulgação

CIDADE

Aeroporto de Salvador será privatizado

LIÇÕES

O governo federal bateu o martelo e o Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães será, de fato, concedido à iniciativa privada. Entre as principais mudanças estão a ampliação do terminal de passageiros e a cons-

“É na adversidade que as pessoas aceitam mudar com mais facilidade. A crise é uma coisa terrível para ser desperdiçada”

trução da segunda pista. A previsão de investimentos

Jorge Vasconcellos e Sá, professor e autor de 16 obras sobre

para o local é de R$ 3 bilhões. Além do aeroporto, o Porto

gestão e economia, em entrevista ao portal [B+]. Jorge já

de Aratu deverá ser licitado por outorga, com processo

ensinou em programas de executivos de multinacionais, como

licitatório previsto para o primeiro semestre de 2016,

Coca-Cola, Shell, Microsoft e McDonald’s. Confira a entrevista

com investimento no valor de R$326,4 milhões.

completa em portalbmais.com.br.

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01/06/15

17:09

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blocodenotas arte

Música erudita ao alcance de todos O projeto Sextas Instrumentais realiza entre os meses de julho e dezembro de 2015 uma série de apresentações em cinco espaços culturais de Salvador e região metropolitana (Cine Teatro Lauro de Freitas, Solar Boa Vista, Centro Cultural de Plataforma, Espaço Cultural Alagados e Casa da Música). Fruto de uma parceria entre a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), o Sextas Instrumentais tem o intuito de democratizar FOTO: Adenor Gondim

o acesso à música erudita.

FOTO: Divulgação

startup

Senai e Sesi disponibilizam R$ 40 milhões em edital destinado a empresas O Edital Senai Sesi de Inovação – 2015 tem como propósito contemplar projetos tecnológicos ou de melhoria da qualidade de vida do trabalhador. Neste ano, o edital disponibiliza R$ 40 milhões para o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços elaborados em redes (multidisciplinares), com empresas industriais brasileiras, startups e empresas de base tecnológica. As inscrições vão até 7 de dezembro e podem ser feitas pela internet na página do portal da indústria.

1,2%

foi a queda da produção industrial do Brasil no mês de abril em relação a março, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recuo foi impulsionado pelo baixo consumo das famílias, que acarretou no desempenho negativo do PIB. No mesmo período, a produção dos chamados bens semi e não duráveis, a exemplo dos alimentos e vestuários, encolheu 2,2%, pior resultado desde julho de 2013. 28

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Tecnologia

Média de preços do e-commerce recua no mês de maio A média de preço no e-commerce registrou uma queda de 0,35% em maio na comparação com o mês de abril, é o que revela o índice Fipe/Buscapé. O mesmo estudo registrou ainda que no acumulado de 12 meses a alta média foi de 1,21%. No acumulado de 2015 a alta nos preços já somam 5,08%. Entre os produtos que apresentaram queda estão os eletrodomésticos (-1,27%), casa e decoração (-1,19%) e eletrônicos (-0,75%). Por outro lado, alguns produtos apresentaram aumento de preço, é o caso dos cosméticos e perfumaria (+2,42%) e moda e acessórios (+0,80%).


Belo Horizonte Brasília Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro São Paulo loja.carlaamorim.com.br www.carlaamorim.com.br W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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acontecenordeste Alagoas

Endividamento cresce em Maceió O índice de endividamento do consumidor (IEC) de Maceió registrou alta de 1,8% na passagem de abril para maio, segundo dados do Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEDP). A pes-

Região

quisa revelou que as dívidas com cartão de crédito continuam liderando o ranking de endividamento do consumidor (87,7%), seguidas dos carnês de lojas (7,4%) financiamento de casas (3,0%), crédito pessoal (2,9%) e financiamento de veículos (2,5%).

Ceará

Crise afeta festas juninas Os tradicionais festejos juninos espalhados por toda a região Nordeste serão menos animados em 2015. Com a economia estagnada e a crise na Petrobras, principal patrocinadora dos festejos, o capital foi reduzido, provocando o cancelamento da festa em algumas cidades do Nordeste. Na Bahia, os municípios de Cardeal da Silva, Amélia Rodrigues e Candeias ficarão sem pular a fogueira este ano.

rio grande do norte

Empresários do Ceará buscam mercado asiático

Setor cervejeiro representa 31% das indústrias no Rio Grande do Norte Levantamento mostra que o setor de cerveja representa 31% das indústrias no Rio Grande do Norte, segundo um cruzamento de dados do IBGE e da Fundação Getúlio

Os cearenses do setor varejista já estão programando a missão China 2016, promovida pela Câmara de

Vargas. O total de postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos gerados pelo setor cervejeiro no Rio Grande do Norte passa de 32 mil, o que representa uma massa salarial de mais de R$ 223 milhões.

Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza e pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) do Ceará. A viagem tem como propósito abrir espaço para que os pequenos negociantes descubram novos mercados nos países asiáticos. FOTOs: Divulgação

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FOTO: Divulgação

FOTO: Paulo Henrique Carvalho/ MDA

agro+

CACAU

Plano Safra

r$ 187,7 bilhões

Evento discute o papel do chocolate na economia do sul da Bahia A cidade de Ilhéus, na região sul da Bahia, sediou a sétima edição do Festival Internacional de Chocolate e Cacau (Ficc). O evento, realizado no início de junho, contou com a presença de especialistas que discutiram sobre as tendências do mundo do chocolate, além de soluções para o empreendedor do setor. De acordo com o empresário Marco Lessa, idealizador e organizador do evento, o Ficc tem o propósito de fomentar e debater a industrialização, verticalização da produção e, consequentemente, a melhoria da qualidade do produto.

Este é o valor dos recursos disponibiliza-

ALGODÃO

dos pelo Plano Safra 2015/2016 para o setor

Produtores de algodão têm incentivos fiscais renovados

agrícola. Deste montante, R$ 149,5 bilhões são destinados para financiamento de custeio e comercialização, enquanto R$ 38,2 bilhões, para os programas de investimento. O valor, 20% maior que o da safra anterior, prevê a retomada de crédito junto aos agricultores e o incremento das vendas de máquinas agrícolas. O presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), Otto Alencar Filho, informou que a intenção é apostar no financiamento de máquinas e equipamentos da linha agroindustrial.

FOTO: Divulgação

1,019 bi 32

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O Programa de Incentivo à Cultura do Algodão da Bahia (Proalba) foi renovado pelo governador Rui Costa. O decreto desonera em até 50% as operações sobre o ICMS. De acordo com Celestino Zanella, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), serão cerca de R$ 6 milhões revertidos para o monitoramento e combate de pragas e doenças, além de pesquisas que aumentarão a produtividade e expansão do mercado baiano. A Bahia é o segundo maior produtor de algodão no Brasil.

em volume de negócios.

Foi o que movimentou a Bahia Farm Show, maior feira de tecnologia agrícola e negócios do Norte-Nordeste do Brasil. Mais de 75 mil pessoas passaram pelo complexo instalado em Luís Eduardo Magalhães.


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imóveis+

Na contramão da crise Para manter o crescimento em cenário de retração econômica, MRV vai elevar o número de lançamentos por Núbia Cristina FOTO: Divulgação

Yuri Chain, da MRV: meta conservadora em tempos de economia ruim

Líder em vendas e lançamentos na Bahia há três anos, a

diferenciadas para a população de menor poder aquisitivo e

MRV projeta crescimento entre 10% e 15% em 2015. Com

taxas de juros menores que a inflação. Graças ao programa,

forte atuação na capital baiana, Lauro de Freitas, Camaçari e

o segmento econômico tornou-se a bola da vez do mercado

Feira de Santana, a empresa tem a meta de elevar em 20% o

imobiliário brasileiro. E na Bahia não foi diferente.

volume de lançamentos este ano, em relação a 2014. “Temos um cenário desafiador, em decorrência da retra-

A MRV planeja lançar quatro condomínios no estado da Bahia este ano, totalizando 2.500 unidades. A meta é vender

ção econômica, por isso nossa meta é conservadora”, explica

70% dos lançamentos nos primeiros seis meses. A empresa

o diretor regional Yuri Chain. Ele pondera que, apesar da

pretende lançar um projeto em Vitória da Conquista em 2015,

crise, o Brasil e a Bahia têm déficit habitacional grande, fator

mas o cronograma desse novo produto pode sofrer alterações

decisivo para o bom desempenho do segmento econômico,

em função do cenário econômico.

no qual atua a MRV. No país, esse déficit é algo em torno de

Em sete anos de atuação, a mineira MRV lançou 6.500

cinco milhões de moradias e, na Bahia, de aproximadamen-

unidades no estado e vendeu seis mil, quase mil unidades por

te 524,9 mil domicílios. Com alta expectativa em torno do

ano. No Brasil, em 2014, a MRV elevou os lançamentos em 23%,

lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida 3, Chain

totalizando R$ 4,34 bilhões. As vendas brutas cresceram 18%,

destaca a importância do programa que oferece condições

para o valor recorde de R$ 6 bilhões.

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Dilma Rousseff durante abertura do Encontro Nacional da Indústria da Construção 2014

Enic em Salvador no mês de setembro núbia cristina Produtora e apresentadora do CBN Imóveis

Estão abertas as inscrições para o 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), maior evento anual do setor, que será realizado de 23 a 25 de setembro em Salvador. O evento, promoção da CBIC e realização do Sinduscon-BA e da Ademi-BA, terá como tema central “Brasil mais eficiente, país mais justo”. A expectativa é que participem do evento 1,8 mil pessoas. As inscrições podem ser feitas no site enic.org.br. FOTO: Roberto Stuckert Filho

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saúde+

A saída está no interior do estado

Como o Grupo Meddi conseguiu crescer dentro e fora do estado em plena crise da saúde por Thuanne Silva

FOTO: Divulgação

Durante a crise, o setor privado de saúde

José Antônio Barbosa e Gileno Portugal, do Grupo Meddi: a meta é atender 80% da população baiana

é um dos mais afetados. O acesso a planos de saúde depende diretamente do ritmo de geração de empregos formais, uma vez que a maior parte dos planos contratados atualmente são coletivos e empresariais. “Qualquer retração econômica afeta o acesso a serviços privados. A atividade empresarial no setor fica comprometida, os investimentos desaceleram e a possibilidade de expansão dos serviços fica restrita, especialmente se consideramos a grande carga tributária envolvida e ampliada neste momento de ajuste fiscal”, explica o especialista e professor do curso MBA em Gestão de Saúde da Unifacs Nelson Pestana. Na marcha aré da crise, o segundo semestre de 2015 promete ser de expansão para o Grupo Meddi. Serão R$ 24 milhões investidos na inauguração de cinco unidades no interior da Bahia. Itaberaba, Serrinha,

existentes são concentrados na região metropolitana de Salvador. A alta con-

Luís Eduardo Magalhães e Simões Filho

centração de serviços médico-hospitalares na capital gera uma distribuição

receberão novos empreendimentos. Também

desproporcional da oferta de serviços pelo território baiano.

será instalado um centro multi-imagem em

“Esse projeto de ampliação começou há dois anos, quando nós fizemos

Petrolina, sendo este o primeiro projeto fora

pesquisa de mercado e uma análise interna para ver em qual dos nossos

do estado. Os planos são ousados: com a ex-

serviços poderíamos investir”, explica o diretor-executivo do Grupo Meddi

pansão, o grupo pretende atender entre 70%

Gileno Portugal. “Com os riscos dimensionados e baixo endividamento nos

e 80% da população baiana.

preparamos para enfrentar qualquer crise”, afirma Jose Antônio Barbosa,

Mas, com o setor em crise, o que faz o Meddi crescer tanto? A estratégia utilizada

diretor-presidente do Grupo Meddi. O secretário de Saúde do estado da Bahia, Fábio Villas-Boas, reconhece

pelos empresários foi se preparar para poder

que há uma lacuna na assistência de saúde do interior da Bahia no que diz

investir nos municípios do interior baiano

respeito à atenção intermediária, com a consulta de especialistas e realização

quando a crise chegasse. Dados da Agência

de exames complementares. Gileno Portugal, concorda: “Existe um espaço

Nacional de Saúde Suplementar mostram

para a iniciativa privada fazer o papel de descentralizar esse atendimento

que na Bahia apenas 11,08% da população

que o governo do estado deveria fazer. Vimos nisso uma oportunidade para

conta com planos de saúde e 63% dos planos

atuar nas cidades do interior”

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espera_0011 | dimensão 2x3 | 2011 | © bárbara tércia Apoio:

negócios Crescer na crise é possível 38 Entrevista: as vacas gordas voltarão 46 Microfranquias são alternativa 48 [C] Terceirização 52 15 carreiras procuradas no mercado baiano 54 Gestão no futebol baiano56 A difícil tarefa de empreender no Brasil 58 As vantagens do home office 60 O pôquer dos investidores62 Portugal e Bahia: uma nova rota comercial 64 Novos projetos para Salvador 68 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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capa | PME

O lado bom da economia A [B+] encontrou quatro PMEs baianas que conseguiram ampliar faturamento, fazer parcerias e montar projetos inovadores em anos de desaceleração da economia por Pedro Hijo, Renato Alban


O

pão não é santo, o pó não é mágico, a tinta não é encantada e a casa não é amaldiçoada. Não há nada fora do comum nas quatro empresas baianas que a [B+] traz nesta edição para ilustrar a corrente contra a crise. Uma padaria, uma fábrica, uma empresa de pintura e um albergue. Em comum, têm três características: são empresas de pequeno a médio porte, apostam em inovação e crescem na crise. Elas planejam multiplicar em até dez vezes o faturamento nos próximos anos e seguem contratando novos funcionários. Para as principais enti-

dades empresariais da Bahia, são elas, as PMEs, que podem amenizar a desaceleração econômica. Com flexibilidade para se adaptar às adversidades, criar novos produtos e serviços e distribuir renda, as PMEs mapeadas pela [B+] são algumas das que movimentam o mercado e compõem o lado otimista da economia.

Para mochileiros Louis Vuitton

por uma empresa parceira. O

Abrir um albergue de luxo em uma cidade que não costuma

cliente nem notou a diferença,

consumir este tipo de equipamento em plena crise do setor hote-

pelo contrário, aprovou. Em

leiro. Foi essa a ideia do empresário Adriano Medeiros e do ator

2014, o hostel foi escolhido

Luiz Fernando Guimarães, que inauguraram há três anos o Fdesign

como o melhor albergue do

Hostel em Salvador. A empreitada que tinha tudo para dar errado

Brasil pelo Guia Quatro Rodas.

cresceu 24% desde o ano passado e irá ganhar mais três filiais fora

A crise no país apertou e,

da capital até o fim do ano que vem. Instalado no bairro do Rio Vermelho, o hostel começou como

para a surpresa dos sócios, o lado mais cheio do copo come-

uma experiência voltada para o turista brasileiro que gosta de um

çou a aparecer. Os empresários

ambiente não tão formal como um hotel cinco estrelas, mas não

notaram que, apesar de a verba

dispensa um luxo. O chamado “albergue-conceito” oferece camas

destinada à hospedagem estar

padrão hotelaria e diárias que podem ser parceladas em várias

no topo da lista de cortes dos

vezes no cartão.

clientes, o conforto vem em

>>Fdesign Hostel Faturamento líquido em 2014: R$ 530 mil Crescimento: 24% em dois anos Número de funcionários: 19 Meta: crescer 60% em 2015 Desafios: abrir filiais em plena crise do setor hoteleiro e concorrer com hostels instalados em mercados já consolidados, como Rio de Janeiro e Morro de São Paulo Dicas: use a criatividade para diversificar seu produto e atender a novos mercados

O primeiro ano de negócio foi de puro aprendizado para os

primeiro lugar quando um

sócios, que investiram quase R$ 5 milhões na construção do imóvel

hóspede está procurando

e na empresa. “Em 2013, 90% do valor investido veio do nosso

por um hotel. “E é aí que eles

bolso e a gente não via o retorno, quase fechamos as portas”, conta

descobrem o nosso hostel, que

albergue já está com 59% dos

Adriano. O jeito foi enxugar alguns mimos para conseguir reverter

oferece preços menores sem

leitos ocupados, a maioria por

o quadro negativo. Os quartos temáticos que antes tinham aromas

diminuir a quantidade de fios

brasileiros. “Nossa intenção

específicos ganharam um cheiro-padrão, os kits de cuidados pes-

do lençol”, comenta Adriano.

é focar no público doméstico,

soais que antes levavam a marca do hostel agora são patrocinados

Para a baixa temporada, o

especialmente nesta época em

FOTO: Divulgação

que os brasileiros estão conhecendo mais o país por causa da alta do dólar”. Os números crescentes em 2014 e 2015 impulsionaram os sócios a abrir três hostels da marca fora da capital. Até o fim do ano, planejam inaugurar uma unidade no Rio de Janeiro, aproveitar a alta temporada

Os empresários Luiz Fernando Guimarães e Adriano Medeiros viram em Salvador um bom lugar para instalar um albergue conceito

em janeiro para abrir um hostel em Morro de São Paulo e ainda incluir São Paulo na rota até o fim do ano que vem. W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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capa | PME

FOTO: Luciano Oliveira

Da feira à arena Uma máquina de lixar parede e outra de pintar. Em troca de R$ 10 mil, qualquer pessoa receberia os dois aparelhos e se tornaria microfranqueado da Capitão Pintura, empresa especializada em pintura da construção civil. Essa era a proposta do dono da marca, Augusto Alagia, na Feira do Empreendedor do Sebrae de 2011. Depois de quatro anos, uma crise no setor da construção civil e uma estagnação geral da economia do país, Alagia aumentou em 30 vezes o preço do contrato mínimo para ser franqueado da Capitão Pintura. Nos planos do empresário, uma franquia média da companhia (que perdeu o prefixo “micro”) terá 30 funcionários e atenderá a grandes obras. Foram os grandes projetos, inclusive, que permitiram a Alagia sonhar alto. Com o desenvolvimento do modelo de negócio com consultoria do Sebrae, eles receberam uma proposta que mudou o direcionamento da empresa, até então voltada para o mercado residencial. “Fomos chamados para fazer a Arena Fonte Nova e vimos que o nicho era esse, os grandes projetos”, conta o empresário. Para cumprir o prazo das obras, a arena precisava de uma empresa que pintasse o 40

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Augusto Alagia, da Capitão Pintura, quer multiplicar o faturamento em dez vezes a cada dois anos >>

Capitão Pintura Faturamento em 2014: R$ 2 milhões Crescimento: 1.000% em dois anos Número de funcionários: 120, em média (varia de acordo com o projeto) Meta: multiplicar em dez vezes o faturamento a cada dois anos Desafios: conseguir franqueados em plena retração da economia, entrar com força no mercado do Sudeste, que tem margens de lucro maiores, mas é mais competitivo, e competir com empresas menores, que oferecem serviços de menor qualidade, mas preços mais baixos Dicas: procurar instituições parceiras que te ajudem a se estruturar e a crescer, buscar qualificação sempre e não ter medo de mudar o plano de negócio

estádio em pouco tempo. Com a tecnologia das máquinas de lixamento e pintura que descobriu na Europa, onde estudou comércio internacional, Alagia topou fazer o serviço. “Criei dívidas para comprar mais aparelhos, mas ganhei visibilidade”. Até então, ele só tinha dez máquinas. Hoje, tem 40. Depois da arena, ele atendeu a projetos como os shoppings Barra e Bela Vista, o Hospital Geral do Estado e o Mercado do Rio Vermelho. Agora, está trabalhando no condomínio Green Ville e no Teatro Castro Alves (TCA). E tudo começou com uma máquina importada que ele comprou em 2011 e parcelou em dez vezes. “Não fiz planejamento, comecei com tudo desorganizado. Errei”, reconhece Alagia. Antes de buscar o Sebrae e fazer o projeto da arena, ele chegou a atender a uma demanda das lojas Renner, em


São Paulo. “Tive muita dificuldade. Voltei ar-

milhões em quatro. Em

tem buscado parceiros. “No início, não tinha

rasado, falido e com as máquinas”. Ele gastou

resumo, ele quer multiplicar

rede de contatos. Era o meu maior problema”.

mais do que ganhou. Lição aprendida, Alagia

o faturamento em dez vezes

voltou para Salvador, montou um plano de

a cada dois anos. E a crise?

tec, tem consultoria do Grupo Cherto para o

negócio e seguiu crescendo desde então.

“Com as crises econômica e

plano das franquias e possui um projeto de

imobiliária, os concorrentes

tecnologia dentro da MRV. Por intermédio

2011 e 2012 para R$ 2 milhões no ano passado.

estão desaparecendo e o

da construtora, Alagia quer se aproximar do

“Podemos chegar em R$ 3 milhões neste ano”.

espaço do mercado que ocu-

programa federal de construção de casas po-

A meta agora é ter dez unidades franqueadas

pamos cresce”, afirma Alagia.

pulares Minha Casa Minha Vida e ainda sobra

até 2017 e 100 até 2019. Com isso, Alagia estima

Para se consolidar em tempos

fôlego para mirar nos projetos das Olimpíadas

faturar R$ 20 milhões em dois anos e R$ 200

pessimistas, o empresário

de 2016, no Rio de Janeiro.

Marca consolidada, clientes fiéis e domínio de

faturamento em 47% no ano

mercado. O que mais um comércio tradi-

passado, triplicar o número

cional pode almejar? Dobrar o faturamento

de funcionários em três anos

enquanto a economia do país desacelera foi a

e lançar uma nova marca em

resposta da Panille Delicatessen, antes chama-

plena crise foi a inovação.

“Não adianta tentar andar sozinho. Temos que procurar árvores em que possamos nos escorar”

Saiu de um faturamento de R$ 200 mil em

A padaria do milhão

da de Pão de Mel. O caminho para aumentar o

Com nove anos, a padaria

A Capitão está incubada no Senai Cima-

FOTO: Luciano Oliveira

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capa | PME

Panille Delicatessen Faturamento em 2014: R$ 1 milhão Crescimento: 47% em um ano Número de funcionários: 30 Meta: dobrar o faturamento entre 2013 e 2015 Desafios: encontrar mão de obra qualificada para novos projetos, melhorar a qualidade dos produtos mantendo os preços antigos, mesmo com a inflação alta, e concorrer com delicatessens de outras regiões (já que planeja abrir microfranquias em bairros como Pituba e Cabula) Dicas: investir em inovação, fazer parcerias, analisar tendências em outras regiões e acompanhar de perto o crescimento da empresa

por toda a cidade. Ele se baseou em modelos já existentes em São Paulo e Brasília. Além disso, José William está montando

Além dos fornecedores, a padaria tem como parceiros o Sebrae e o Senai, que

uma pizzaria e uma lanchonete natural no esti-

ajudaram na reformulação da

lo da Subway dentro da padaria. Antes mesmo

empresa. E José William quer

de elas começarem a funcionar, o empresário

mais “aliados”. Pouco antes de

já conseguiu aumentar o faturamento com

conversar com a [B+], o empre-

uma reestruturação física, o lançamento de

sário estava em reunião com

produtos da nova marca, o fortalecimento do

uma representante da CDL.

atendimento delivery e o acerto de parcerias

Ele propôs à instituição uma

com fornecedores.

troca: a CDL indica a padaria

O empresário fechou contrato de exclusi-

para coffe breaks de empresas

vidade com Nestlé, Coca-Cola, Betânia, Alimba

associadas e ganha descon-

e Tampico. Com isso, ele conseguiu baixar

tos em bufês para eventos.

os custos de compra de produtos e manter

“Não adianta tentar andar

os preços no mesmo padrão, mesmo com os

sozinho. Temos que procurar

aumentos da conta de energia e da gasolina.

árvores em que possamos nos

Para José William, a manutenção de preços foi

escorar”.

fundamental para crescer durante a crise. se beneficia de sua posição “estratégica”, no

“Diminuí o percentual de lucrativida-

Largo Dois de Julho, onde capta clientes de

de, mas mantive o preço para não ter

empresas e instituições ao redor, como Procon,

queda de venda”, diz o empresário, que

Sebrae, Banco do Brasil e Câmara dos Diligen-

enxugou os custos internos e intensi-

tes Lojistas (CDL), além de moradores. Há dois

ficou a presença no estabelecimento.

anos, o dono da empresa, José William Júnior,

“Estamos todo dia dando batidinha

montou um projeto para a padaria conseguir

nas costas dos clientes, ouvindo

novos clientes e alcançar outros bairros.

eles. Estamos presentes”. Com isso,

“O primeiro desafio foi escolher um novo

José William pretende reforçar a

nome. Só assim poderíamos expandir a marca”,

imagem familiar da empresa,

diz José William. No Brasil, nenhum negócio

mas também mostrar as

pode ser registrado como “pão de mel”. Com

mudanças. Há um ano, ele

a mudança para Panille, eles planejam abrir

fez o lançamento da nova

uma rede de microfranquias, que funcionem

marca, com presença da

como pontos da padaria no modelo drive thru

imprensa e de parceiros.

A cor dá dinheiro Todos vão de branco, o show começa e, ao si-

colorido para o país e fundou, em Lauro de

Latina. “Há uma logística de

nal do cantor, o público joga pó colorido para

Freitas, a primeira fábrica brasileira do pro-

preço que impede a gente

cima e a festa ganha cores – e sefies, muitas

duto, a Zim Color.

sair do país hoje, mais vamos

selfies. As fotos e vídeos dos “eventos de

Em um ano, saltou de um faturamento de

chegar lá”, diz Arruti, um dos oito sócios da fábrica.

cores” circulam pelo mundo e popularizaram

R$ 110 mil para R$ 1,2 milhão. Em 2015, pode

um produto que era desconhecido no Brasil

chegar a receber até R$ 4 milhões. A Zim já

até dois anos atrás. Impressionado com um

vendeu o pó colorido para todos os estados

um produto inédito no mer-

vídeo que assistiu de um desses eventos,

brasileiros, à exceção do Acre, e tem pedidos

cado brasileiro, a empresa

o filósofo Pablo Arruti decidiu trazer o pó

de Portugal, Cabo Verde e países da América

explica seu sucesso pelo

42

R e vista [ B + ]

JU N H O/JULHO DE 2 0 1 5

Além da descoberta de


FOTO: Luciano Oliveira

Em um ano, a Zim Color saltou de um faturamento de R$ 110 mil para R$ 1,2 milh達o

W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

43


capa | PME

marketing. Inicialmente, Arruti se interessou pelo produto como uma ferramenta para apresentações artísticas, mas logo percebeu o potencial comercial do pó colorido e fez performances para divulgar o produto no Brasil durante cinco meses. Continuou se apresentando e postando imagens na internet até que, em maio de 2013, o Holi Festival de São Paulo, o primeiro grande evento de cores do país, fez o pedido de cinco toneladas de pó colorido. “Gastei R$ 50 mil para fazer. Com o dinheiro que ganhei, investi em marketing. E, a partir daí, fomos só para cima”, diz o empresário. O estouro no país não veio, no entanto, de um investimento em marketing de Arruti,

Zim Color Faturamento em 2014: R$ 1,2 milhão Crescimento: 990% em um ano Número de funcionários: 14 Meta: aumentar em até 230% o faturamento em 2015 Desafios: disputar mercado com empresas que surgiram no Sul e Sudeste neste ano, melhorar a estrutura para diminuir os custos de produção e superar o modismo, tornando o pó colorido um produto de uso constante, como um brinquedo para crianças, por exemplo Dicas: encontrar nicho de mercado, antecipar-se às tendências, pensar em longo prazo e investir em infraestrutura, inovação e marketing

acampamentos de jovens e adolescentes. O público infantojuvenil é, inclusive, o que mais consome o produto e, por isso, está na mira dos sócios da Zim. O medo de Arruti, Caliman e dos outros sócios é que os Holi Festivals e as corridas se provem apenas um modismo e o produto caia em desuso. O plano deles é trabalhar a comunicação do produto para atribuir a ele um significado mais profundo, como tem na Índia, onde os eventos de cores são uma

mas sim da Caixa Econômica Federal, que

tradição milenar.

usou o pó colorido, em 2013, em uma propa-

não tem dificuldade de suprir essa demanda

ganda. A partir de então, os Holi Festivals e

constante. A fábrica tem capacidade produti-

as corridas de cor passaram a acontecer com

va de 12 toneladas por mês. Para se ter ideia,

trabalham nessa divulga-

mais frequência no Brasil. “Tem semana que

um Holi de Salvador gasta, em média, duas

ção, eles investem em mais

tem dois Holi”, conta Lorena Caliman, direto-

toneladas.

máquinas para melhorar a

ra de comunicação da empresa.

O restante do faturamento vem de

Ao mesmo tempo em que

produção, desenvolvem um

venda pela internet, eventos LGBT, lojas que

projeto com o Senai no valor

pondem a 70% do faturamento da Zim. E,

revendem o produto no país e igrejas, que

de R$ 750 mil, sendo R$ 300

diferentemente do início da empresa, ela já

fazem brincadeiras com o pó colorido em

mil financiados pela institui-

Os grandes eventos de cores corres-

ção, para elaborar um pó com corante natural e planejam produtos infantis que usem o pó colorido. “Já existem no mercado internacional produtos derivados”, diz Arruti. Os investimentos e inovações são também uma fuga da recessão estimada para 2015. Eles sofrem com a alta do dólar e da gasolina, já que importam alguns insumos e têm que fazer o transporte do produto para outros estados. “Se a crise for muito severa, nos damos mal, porque não vendemos produto essencial. Mas como temos um produto diferente, a gente acredita que vai continuar a crescer na crise”, afirma o empresário. 44

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O maior evento de golfe e relacionamento do Brasil! Veja os bastidores do Brasil Summer Golf 2015, que aconteceu entre os dias 29 a 31 de Maio, no Hotel Iberostar Praia do Forte, Bahia. Empresários, celebridades e gente bonita marcaram presença no evento.

APRESENTAM

01 02

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09 07

10

08

www.brasilsummergolf.com.br | Informações: 71 3358-4000 01 - Marcos Pasquim e Alexandre Bacelar (Presidente -Ápice Bahia) , 02 - Brasil Summer Golf 2015, 03 - Maíra Charken e Mari Antunes - (Banda Babado Novo), 04 - Vina Calmon ( Banda Cheiro de Amor) e Windson Silva (Empresario do Cheiro de Amor), 05 - Rafael Silva (Diretor Resort Iberostar) e David Dalmau (Artista Plástico), 06 - Enrique Ambrosio (Diretor da Air Europa) e Tiago Coelho -( Presidente - TV Aratu - Sbt ), 07- Marcelo Barros ( Audi-Brasil), Diogo Medrado ( Presidente da Bahiatursa), Jorge Cirne ( Presidente da Helicia), Alexandre Bacelar, 08 - Ângelo Derenze (Presidente do D&D), Carole Hilton e Mado Guilguer (Diretores do WTC - São Paulo), 09- André Blumberg ( Presidente do Grupo A Tarde), Adilson Ramos ( Diretor da Xerox do Brasil), 10 - Nilson Nobrega (Presidente da Prima Empreendimentos e Ana Celia - Presidente da Lebens Alimentos) Patrocínio

Media Partners

Revista tecnica oficial

Realização

ALEXANDRE BACELAR W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R 45


Negócios | crise

As vacas gordas

voltarão Educador financeiro aponta caminhos para empresários sobreviverem à crise e garante: “Enxugue o negócio e a crise passará”

Marcos Silvestre é economista com MBA pela USP e autor dos livros 12 Meses para Enriquecer – O Plano da Virada e Investimentos à Prova de Crise

por Renato Alban

Crescem a inflação, os juros e as dúvidas. Caem as vendas, os lucros e o otimismo. A repetição mensal desta lógica faz o empresário duvidar do

FOTOs: DIVULGAÇÃO

futuro de suas empresas, mas, para vencer a crise, é necessário ser resiliente. É o que diz o educador financeiro de famílias e empresas Marcos Silvestre. O economista esteve em Salvador em maio para a divulgação

empreendedor deve começar cortando tudo o que

de seu novo livro, Os 10 Mandamentos da Prosperidade.

é possível relativo a ele próprio, para não sangrar ainda mais seu negócio no período de crise. Afinal,

Quais os melhores caminhos para sobreviver à crise?

ninguém tem maior apego e interesse no negócio

O empreendedor pode até duvidar dos rumos da economia, porém jamais

do que os próprios donos. São eles os que devem

deve duvidar do seu negócio, como infelizmente muitos farão na crise.

estar dispostos aos maiores sacrifícios para a sobre-

Estes deixarão de acreditar em seu potencial e deixarão de empenhar

vivência da empresa em tempos de vacas magras.

sua energia e, muitas vezes, seus últimos recursos no esforço de reter

A economia é cíclica e as vacas gordas voltarão.

seus clientes e até mesmo de captar novos em meio ao natural aumento da competitividade. O processo depurador das crises é antigo: os menos

Quais os principais equívocos cometidos por

resilientes desistem, abrindo espaço para os perseverantes.

empreendedores na tentativa de vencer a crise? Uma coisa é utilizar os próprios recursos à

A crise é um bom momento para revisar o negócio e até para mudar de

exaustão. Outra, bem diferente, é afundar-se em

rumo ou é melhor permanecer no plano estabelecido?

crédito bancário mal planejado, caro e com pouca

Mudar aquilo que deixa de ser bom para o seu cliente é algo que todo

perspectiva de retorno em curto prazo. Enxugue

empreendedor deve fazer, haja crise ou bonança econômica. A inovação

para manter-se leve, e a crise passará.

rumo à excelência deve ser um processo contínuo. O que a crise normalmente faz é expor as fraquezas do negócio de forma mais nua. Nestas

Como saber se é melhor desistir ou continuar

horas, alguns empreendedores mais derrotistas não vão segurar a onda,

investindo no negócio?

e, depois de algum tempo de desgaste, jogarão a toalha. Durante a crise,

Existem cinco indicadores: se as vendas declinam

o empreendedor deve agir de forma cirúrgica para acertar os rumos do

acentuadamente e não reagem a estímulos como

seu business. Mas não adianta mudar simplesmente por mudar. Muitas

novas estratégias comerciais e de marketing; se o

vezes, nesta mudança desesperada, joga-se o bebê junto com a água do

seu negócio trabalha com fluxo de caixa persis-

banho, o negócio perde também seus pontos fortes e as características

tentemente negativo; se a sua operação apresenta

que lhe dão personalidade e o diferenciam frente à concorrência.

baixa lucratividade ou dá prejuízo na ponta do lápis; ou se o negócio terá de viver na dependência

Qual a melhor estratégia para cortar gastos?

crônica de crédito bancário. Ou você o reinventa

Todo corte que não afeta diretamente o cliente deve ser feito. Aliás, este

por completo – o que é bonito de falar e muito

gasto já não deveria existir. Mas alerto: se um gasto afeta o moral, a capaci-

difícil de fazer – ou se desfaz do negócio enquan-

tação e a produtividade dos colaboradores, isto terá impacto negativo direto

to ainda consegue pegar algum troco pelos ativos

sobre os clientes, sim, e tais cortes devem ser evitados. Costumo dizer que o

de que ele dispõe.

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NEGÓCIOs | franquias

Contra a corrente Com crescimento previsto de 10% em 2015, baixa taxa de mortalidade e redes inéditas na Bahia, microfranquias são opção para empreender no estado por Renato Alban

Há dois meses, o educador físico Lázaro Couto, 32 anos, e o ana-

serviços de marketing. E a classe C tem demandado serviços”,

lista de sistemas Raoni Castro, 29, leram uma reportagem sobre

explica Stockler.

microfranquias que citava uma rede presente em cinco estados

Para ele, a lei da terceirização, já aprovada na Câmara

e até na Austrália, mas desconhecida na Bahia. Depois de um

Federal, deve incentivar ainda mais o segmento de franquias

mês e de R$ 15 mil investidos, eles se tornaram microfranquea-

mais baratas, já que ela favorece as empresas prestadoras de

dos da BagNews em Lauro de Freitas.

serviços. Até mesmo o crescimento da taxa de desemprego

Agora, vendem anúncios para sacolas ecológicas distribu-

pode ajudar o setor. É o que diz o diretor da ABF no Nordeste,

ídas pela cidade. Lázaro e Raoni fortalecem a onda de novas

Leonardo Lamartine. Segundo ele, é comum pessoas que per-

unidades microfranqueadas no Brasil (na página 50 outros

dem o emprego ou que estão com medo de ficar desempregadas

pioneiros na Bahia). As redes que demandam investimento até

apostarem na abertura de micro ou pequenas empresas.

R$ 80 mil no país expandiram 12,4% no ano passado. A taxa é quase o dobro do índice de expansão das franquias em geral, de acordo com a Associação Brasileira de Franquias (ABF). Na direção inversa do PIB, que cresceu 0,1% no ano passado e tem previsão de retração em 2015, as microfranquias devem crescer 10% neste ano, segundo a ABF. Essa contracorrente tem duas razões. A primeira: microfranquias são franquias. “É um modelo com uma tecnologia de gestão embutida que dá ao empreendedor boa condição de

“A classe que mais está empreendendo é a classe C, que busca as condições de menor custo” Lauro Ramos, diretor técnico do Sebrae

operação, porque já é testado”, diz o diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),

As vantagens e desvantagens de ser o pioneiro

Lauro Ramos.

A Bahia é o estado do Nordeste com mais unidades de

Segundo dados da ABF e do Sebrae, a chance de uma fran-

microfranquias. Ainda assim, há oportunidades para estrear

quia fechar nos primeiros anos é sete vezes menor que a de um

marcas inéditas na Bahia. Ser o primeiro microfranqueado

negócio tradicional. A taxa de mortalidade do segmento das mi-

de uma marca em determinada região é, em geral, muito

crofranquias caiu quase pela metade no último ano. São nelas

vantajoso, segundo o diretor da ABF no Nordeste, Leonardo

que investe a classe C e, muitas vezes, é para a mesma fatia da

Lamartine. “Quando você é pioneiro, tem chance de expandir

população que se destinam.

sem encarar um mercado inchado. A desvantagem é que a

O crescimento da renda no Brasil é o segundo motivo que

pessoa vai desbravar a marca, fazer com que ela seja conhe-

elevou o crescimento de microfranquias mesmo durante a

cida na região”. Para isso, ele aconselha que o interessado

recessão. “A classe que mais está empreendendo é a classe C.

faça pesquisa de mercado ou procure o Sebrae.

É uma faixa com perfil empreendedor mais conservador, que busca as condições de menor custo”, afirma Ramos. Segundo o consultor de franquias Luis Henrique Stockler,

A advogada Andreia Silva, 33, decidiu investir no ramo de alimentação e abriu a primeira unidade da Jet Chicken, microfranquia de venda de frangos fritos, na Bahia. “Vim

a classe C também estimula a expansão das microfranquias

morar em Vitória da Conquista há oito anos e eu e meu mari-

como clientes. “As microfranquias, em sua maioria, têm foco em

do percebemos que tinham poucas opções de restaurantes

prestação de serviços, como segurança, reparação, limpeza e até

na linha de fast-food na cidade”.

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R e vista [ B + ]

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FOTO: Rômulo Portela

Raoni Castro investiu em uma microfranquia de publicidade em sacolas

FOTO: Divulgação

Paranaense, Andreia já conhecia a rede, que é uma febre em seu estado natal, onde foi fundada e tem oito unidades. “O fato de ser franquia ajuda muito na montagem, mas no dia a dia é você jogando duro”. A mesma ponderação faz o dono do Grupo Multifranquias, que possui oito marcas de microfranquias no Brasil, Edson Ramuth. “Os interessados em microfranquias têm que entender que para fazer sucesso depende de proatividade e esforço. É diferente de investir dinheiro no banco”.

Para o consultor de franquias Luis Henrique Stockler, a lei da terceirização deve incentivar ainda mais o segmento de franquias mais baratas

“Quando você é pioneiro tem chance de expandir sem encarar um mercado inchado. A desvantagem é que a pessoa vai desbravar a marca, fazer com que ela seja conhecida na região” Leonardo Lamartine, diretor da ABF no Nordeste W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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NEGÓCIOs | franquias

Zupy!

Help Home

- Tipo do negócio: guia regional de empresas, imóveis e

- Tipo do negócio: serviços de manutenção, reforma, jardi-

veículos. Cada franqueado é exclusivo em uma cidade (ou

nagem, decoração e construção em residências, empresas e

em determinados bairros) e fica responsável por mapear os

condomínios.

serviços da área.

- Fundação: Curitiba (PR), 2009.

- Fundação: Guarulhos (SP), 2014.

- Número de unidades: 21 (em 13 estados).

- Número de unidades: oito (todas em São Paulo).

- Investimento: de R$ 14 mil a R$ 21 mil.

- Investimento: R$ 10 mil a R$ 60 mil.

- Taxas mensais: 3/4 do salário mínimo (royalties).

- Taxas mensais: 15% (royalties) e 1,5% (propaganda).

- Faturamento mensal: R$ 25 mil até R$ 100 mil.

- Faturamento mensal: até R$ 12 mil.

- Vinda para a Bahia: “Já temos alguns interessados no

- Vinda para a Bahia: “Temos total interesse em ter unidades

estado, mas temos um critério muito rigoroso (para liberar

no Nordeste. Participamos da Feira de Franquias de Recife no

franqueados). Recusamos muitas unidades” (Andrius Paulo

ano passado e já temos candidatos na região” (Fábio Martinelli,

Esperança, gerente do departamento de expansão da marca).

proprietário da marca).

Flyworld House Maid

- Tipo do negócio: agência de viagem com modelo de negócio

- Tipo do negócio: limpezas domésticas profissionais para

de baixo custo.

residências e pequenos escritórios.

- Fundação: São Paulo (SP), 1997.

- Fundação: Portugal, 2000.

- Número de unidades: 36 (em dez estados).

- Número de unidades: 54 (15 em cinco estados do Brasil e 39

- Investimento: de R$ 12.800 a R$ 21.800.

no exterior).

- Taxas mensais: até dois salários mínimos (royalties) e até

- Investimento: R$ 64 mil.

40% do salário mínimo (propaganda).

- Taxas mensais: R$ 655 (royalties) e 3% (propaganda).

- Faturamento mensal: R$ 30 mil a R$ 40 mil.

- Faturamento mensal: R$ 80 mil a R$ 100 mil por mês.

- Vinda para a Bahia: “Queremos (chegar à Bahia). Já temos

- Vinda para a Bahia: “Estamos lançando uma campanha

unidade em Pernambuco. Quem está interessado pode, in-

para expandir para Bahia, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

clusive, trabalhar em sua residência, em home office” (Paulo

A taxa de franquia nos estados em que não temos unidades

Cezar Apencia, dono da rede).

NEGÓCIOS | franquias

será de R$ 19.500” (Ivanira Gomes, sócia da marca).

MICROFRANQUIAS REDES NO BRASIL 2.942 Microfranquias 433

Redes que possuem modelo de microfranquia

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Participação 14,7%

2013

2014

EVOLUÇÃO

384

433

12,8%

TAXA DE MORTALIDADE DE MICROFRANQUIAS 8,4%

Fonte: ABF


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NEGÓCIOs | trabalho

Os dois lados da terceirização

F

oi aprovado no dia 8 de abril o projeto de lei que regulamenta os contratos de terceirização, e muito tem sido comentado sobre os benefícios e malefícios dessa nova legislação. O projeto de lei não é novo. Desde 2011 os deputados discutem com

representantes de centrais sindicais e instituições patronais; no entanto, além de estarmos atrasados na regulamentação de tais questões, o imbróglio não parece ter fim. O projeto aprovado prevê a contratação de empresa tercei-

CÂndido Sá Especialista em direito civil e de defesa do consumidor e pós graduado em direito ambiental pela PUC-SP

“É preciso cautela para a contratação de serviços de infraestrutura, transporte e saúde. É nossa obrigação como cidadãos defendermos as contratações formais”

rizada por instituições públicas ou privadas, produtores rurais, profissionais liberais e empresas de economia mista para a

terceirizada, cabendo à contratante apenas fiscalizar. Ora, é

execução de qualquer atividade, sendo que limita a execução

preciso que sejam estabelecidas sanções claras para o descum-

do serviço a apenas uma atividade. O projeto não se aplica a

primento dessas responsabilidades, que sejam aplicadas de

administração pública direta, autarquias e fundações.

forma ágil, pois se trata do ganha-pão de milhares de famílias

As questões mais relevantes são levantadas pelos sindicatos trabalhistas, com a argumentação de que a nova legis-

brasileiras. Séria também é a questão da sindicalização; com a nova

lação promoverá a precarização do mercado de trabalho,

lei, os trabalhadores passam a ser sindicalizados na área-fim

com redução da formalização contratual dos trabalhadores

correspondente à atividade da empresa terceirizada. Antes, o

(quantidade de carteiras assinadas e veracidade das infor-

vínculo era direto ao sindicato da empresa contratante.

mações sobre horas trabalhadas e salários pagos) e falta de vínculo real e objetivo com as empresas contratantes,

A meu ver, a questão mais séria é a terceirização do serviço público. É preciso muita cautela e responsabilidade para

consequentemente, falta de gestão e regulação da eficácia

a contratação e posterior realização de serviços de infraes-

do serviço.

trutura, transporte e saúde, por exemplo. Como se dará a

Em contrapartida, o mercado empresarial recebe com bons

fiscalização desses serviços? Como serão construídos esses

olhos a promulgação da lei, apostando suas fichas no discurso

contratos e quais as responsabilidades de cada empresa em

de que o projeto facilita a formalização dos profissionais e a

casos de acidentes e incidentes? Qual a responsabilidade dos

geração de empregos, pois abre a possibilidade de que pessoal

gestores em caso de falência das empresas terceirizadas? A

mais capacitado e especializado, seja nas áreas técnicas ou ope-

administração pública tem como abarcar a gestão de tantos

racionais, seja captado e mantido pelas empresas terceirizadas

contratos de forma saudável, mantendo a qualidade dos

para o atendimento de diversas outras empresas.

serviços e garantindo o respeito aos direitos trabalhistas dos

Juridicamente, o que existe hoje é a base da Súmula 331 do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que limita a terceirização

terceiros? Falar em criação de vagas de trabalho nos abre os olhos e

a atividades consideradas meio. Até então, essa é a principal

nos alegra, principalmente na atual situação econômica do país,

alteração. A alegação das centrais sindicais referente às obri-

mas é nossa obrigação como juristas e como cidadãos defen-

gações trabalhistas é justa e merece nossa atenção. Com a lei,

dermos as contratações formais, com direitos e condições de

todas as responsabilidades trabalhistas são apenas da empresa

trabalho garantidos e respeitados.

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R evista [ B + ]

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NEGÓCIOs | empregos

procurados Levantamento inédito da [B+] aponta 15 profissionais requisitados no comércio, indústria e agronegócio por renato alban

A [B+] solicitou aos Serviços Nacionais de Aprendizagem Comercial, Industrial e Rural (Senac, Senai e Senar) indicações das funções mais requisitadas no comércio, indústria e agronegócio na Bahia. As organizações listaram as ocupações que as empresas mais procuram a partir do banco de alunos de seus cursos.

Comércio

Indústria

Agronegócio

“Há uma dificuldade de oferta de mão de obra

“No último ano houve con-

“A gente acaba botando pessoas

qualificada no setor. Antes, a gente pedia aos

tratações de profissionais

não tão capacitadas para operar

próprios funcionários indicações de pessoas

técnicos e esta demanda é

nossas máquinas. Precisamos de

e treinava aqui. Hoje, não tem como. Têm que

normalmente sistemática,

colaboradores mais qualificados,

vir qualificados. Mesmo com a crise, nosso

especialmente na indústria.

que entendam os processos.

quadro não mudou. Varia entre 25 a 28 funcio-

O que fazemos é formar estes

Temos vagas abertas que não

nários”, Fernando Brito, dono de restaurante

profissionais para suprir esta

conseguimos preencher”, David

em Salvador que contratou recentemente

demanda”, Marconi Andraus,

Schmidt, dono de fazenda no

auxiliar de cozinha

da Dow Brasil.

Oeste do estado

• Garçom • Cozinheiro / auxiliar de cozinha • Jovem aprendiz • Operador de supermercado • Manicure

• Técnico em fabricação mecânica • Técnico em logística • Técnico em mecatrônica • Eletrotécnico • Técnico em refrigeração

• Tratorista agrícola • Aplicador de agrotóxicos • Inseminador artificial de bovinos • Domador de equídeos • Eletricista de máquinas agrícolas

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Negócios | futebol

Gestão no futebol FOTO: BAPRESS

bahia DIVISÃO DE BASE

O tricolor investiu, até dezembro de 2014, R$ 6,8 milhões na manutenção e desenvolvimento de atletas da base.

De acordo com o site Futebol Melhor, o Bahia está em 11º lugar em número de sócios, com 24.021 associados.

Segundo levantamento feito pela empresa de consultoria BDO Brazil, em 2014, o Bahia apareceu em 14º lugar no ranking de dívida líquida, com um déficit de R$ 215,993 milhões. Para a [B+], o tricolor informou que, com base no balanço patrimonial de dezembro de 2014, o valor total da dívida do clube era de R$ 200 milhões.

TÍTULOS E PRÊMIOS

SALÁRIOS

NÚMERO DE SÓCIOS

Dois nacionais, seis regionais e 46 estaduais

Segundo a diretoria do Bahia, o faturamento anual do time cresceu 267% em cinco anos. Em 2014 o clube faturou R$ 75.780 milhões.

Nos meses de setembro e agosto do ano passado, o tricolor baiano atrasou o salário de jogadores e funcionários. Um dos diretores da área administrativo-financeira chegou a renunciar o cargo. Na gestão atual ainda não houve atrasos nos vencimentos.

RENDA

FORMATO DE GESTÃO

FATURAMENTO

A principal fonte de renda do Bahia é a transmissão dos jogos, que corresponde a 61%. Logo depois vêm os patrocínios (15%), a bilheteria (10%) e o programa de sócios (7%). A venda de jogadores representa 2%, assim como a loteria Timemania e o licencimanento, com 2% também cada um. 56

DÍVIDAS

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O Bahia tem presidente e vice remunerados, que devem se dedicar exclusivamente ao clube. Já os demais dirigentes são contratados. Apenas a diretoria executiva é escolhida por meio de eleição, os demais cargos são indicações. Em 2015, o clube reduziu o número de diretorias, que agora somam três.

Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento dos clubes brasileiros, foi criado o Movimento por um Futebol Melhor. O projeto incentiva os torcedores a se associarem aos clubes e propõe aos times que se associem a empresas e ofereçam benefícios aos sócios. No site do movimento há um ranking chamado “torcedrômetro”, que mostra o número de sócios de mais de 60 times. Bahia e Vitória aparecem em 11º e 21º lugares, respectivamente.


Entre os dois principais clubes baianos quem será que manda melhor quando o assunto é gestão? Fomos atrás dos dirigentes de Bahia e Vitória para comparar dados e descobrir quem seria o vencedor nessa disputa por lorena dias FOTO: Divulgação

VITÓRIA

A empresa de consultoria BDO Brazil, que analisou o balanço dos 20 clubes da Série A em 2014, apresentou em maio deste ano rankings baseados na gestão de cada time. O diagnóstico aponta que os dois clubes baianos precisam dar mais atenção às suas dívidas, especialmente o Bahia.

DIVISÃO DE BASE

De acordo com o rubro-negro, o clube investe R$ 6 milhões por ano nos seus jogadores desta categoria. O valor é menor que o do Bahia, mas o Vitória sai na frente no número de jogadores que saíram da divisão de base do clube. Nomes como David Luiz e Hulk, que já passaram pela seleção brasileira, já pertenceram à base do Vitória.

NÚMERO DE SÓCIOS

O Futebol Melhor coloca o Vitória em 21º no ranking de sócios, com 8.133 associados.

TÍTULOS E PRÊMIOS

27 campeonatos baianos e cinco copas do Nordeste

FATURAMENTO

O Vitória teve uma variação negativa de 5% na sua receita entre 2013 e 2014. No ano passado, o clube fechou com um faturamento de R$ 61,835 milhões, de acordo com pesquisa da BDO Brazil. Em 2013, o time havia faturado R$ 65,101 milhões. Para a Revista [B+], o clube informou que o seu faturamento anual é de R$ 60 milhões.

RENDA

Bilheteria, patrocínios, venda de jogadores, licenciamento de produtos, plano de sóciotorcedor e direitos de televisão estão entre as principais fontes de renda do rubro-negro. O clube não especificou qual a porcentagem que cada uma delas representa no seu faturamento.

DÍVIDAS

O Vitória aparece em 19º no ranking de endividamento líquido da BDO Brazil, feito em 2014, quando a dívida do clube correspondia a R$ 26 milhões. Comparado a 2013, houve um crescimento de 17% no valor do débito do clube.

SALÁRIOS

O rubro-negro tem fama de bom pagador. Em seu orçamento, os atletas são a prioridade. A maioria dos cargos da sua diretoria não é remunerado.

FORMATO DE GESTÃO

O presidente e o vice do Vitória não são remunerados e não trabalham exclusivamente para o clube. Dos membros da diretoria, apenas o gestor de futebol é remunerado.

Colaboraram com esta matéria os jornalistas esportivos Hailton Andrade, Paulo César Gomes e Rafael Machado.

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NEGÓCIOs | economia

Pobre Schumpeter

O

termo empreendedorismo, muito em voga ultimamente, ganhou exposição ainda no início do século passado, quando o economista austríaco Joseph Schumpeter definiu que as subidas e descidas do ciclo econômico

seriam motivadas pela ação do empreendedor: alguém que descobre um produto novo, uma tecnologia nova, mesmo um mercado ou novas fontes de insumos. Esta ação incessante

Luiz marques de andrade Filho Economista, superintendente da FEA-Ufba e professor de finanças e economia

“Empresário: você logo receberá de presente uma capa e máscara e se juntará aos Vingadores, você é um super-herói”

do ser humano, buscando o novo, criaria mudanças mercadológicas e tecnológicas que desestabilizariam o mercado, criando ondas de queda e em seguida de intenso crescimento

coluna em artigo do ano passado), nós estamos na desconfor-

econômico. A mudança tecnológica e dos mercados impulsio-

tável 120ª posição em 189 economias no quesito ambiente para

naria a economia. O capitalismo seria por definição instável

negócios.

e desequilibrado, mas seria exatamente isto que o moveria

Qualquer empresário brasileiro conhece a selva equatoriana infernal que nos abraça quando o tema é tributos, burocracia,

para a frente. Com o passar do tempo o termo se banalizou, e hoje é con-

cartórios, órgãos públicos, taxa de juros, fiscalização, licenças,

siderado empreendedor aquele que abre seu próprio negócio.

reconhecimento de firmas e tudo o mais que se sofre ao abrir,

O pequeno e microempresário. Assim o Brasil virou o país

manter e até encerrar um negócio.

dos empreendedores. Este mote que o governo adora traba-

Ora, não seria um contrassenso termos tal ruim ambiente de

lhar na imprensa deve ser visto com dois olhos, um aberto e

negócios e ao mesmo tempo boas taxas de atividade empreen-

outro fechado: ou seja, com desconfiança.

dedora? Creio que não, isto nos mostra a carência de empregos,

O relatório GEM (Global Entrepreneurship Monitor,

boas colocações e atividade dinâmica de trabalho no Brasil,

disponível no site gemconsortion.org), que estuda minucio-

que empurra boa parte da classe média para do it yourself do

samente os países em sua tendência ao empreendedorismo,

mundo dos negócios. Nosso empreendedorismo é em boa me-

divide os países da amostra em países com atividade em-

dida não causado por um ambiente propício aos negócios, mas

preendedora impulsionada pela inovação (países com renda

apesar dele (de ser tão ruim).

alta), impulsionados por fatores econômicos (economias de

Os recentes desdobramentos da crise econômica e da Petro-

renda baixa) e impulsionados pela eficiência (países de renda

bras bateram forte sobre este mercado também. Devemos ver

média, onde está o Brasil). No último ranking disponível, que

logo à frente uma nova explosão de atividade empreendedora

foi o do ano de 2013, o Brasil esteve no oitavo lugar entre 28

no Brasil, traçada por aqueles que buscam uma opção para a so-

países de renda média no quesito atividade empreendedora

brevivência, e não pelo fato de nossos governos (nos três níveis)

em estágio inicial. Ou seja, estamos com um bom nível de

facilitarem as coisas.

atividade ligada a novos e pequenos negócios. Mas é estranho o Brasil estar em relativa boa posição no

O velho Schumpeter, se estivesse vivo, não ficaria relaxado com a utilização do termo que ele usou tão bem. Ademais, em-

ranking de empreendedorismo e ao mesmo tempo termos

presário: você logo receberá de presente uma capa e máscara e

tão ruim ambiente geral de negócios. Por outro estudo, mais

se juntará aos Vingadores, no Brasil você é um super-herói.

famoso, o Doing Business do Banco Mundial ( já citado nesta 58

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NEGÓCIOs | alternativa

Não leve seu trabalho para casa

FOTO: DIVULGAÇÃO

Home office é opção para reduzir gastos e aumentar produtividade durante crise sem cortar pessoal por Renato Alban

Mais da metade dos brasileiros já tem permissão para trabalhar em casa e 49% dos que já o fazem se sentem menos estressados, segundo pesquisa realizada pelas empresas de tecnologia Dell e Intel. Ainda assim, apenas 14% das companhias brasileiras já adotaram a prática, de acordo com a consultoria Top Employers Institute. Segundo a gestora de RH Mônica Carvalho, além melhorar

Como se regula essa prática do ponto de vista jurídico? O Tribunal Superior do Trabalho (TST) não apenas reconhece

satisfação dos profissionais, o trabalho remoto também reduz

a prática de home office como já adotou no próprio TST há

gastos e aumenta a produtividade da equipe. Ela foi respon-

três anos. É necessário fazer um aditivo contratual estabele-

sável pela implantação de home office (trabalho remoto) na

cendo que o trabalho será realizado parcial ou inteiramente

Michelin, TIM e Oreon. Com ajuda de Mônica, a [B+] preparou

em home office.

um tira dúvidas sobre o tema: O gestor tem que controlar frequência dos funcionários? Home office tem que ser em casa?

Não necessariamente. Há formas de controle, como aplica-

Não. O nome (“escritório em casa”) se popularizou, mas o

ções para o funcionário bater o ponto, mas a cobrança da

trabalho remoto pode ser realizado em qualquer local que

empresa pode ser sobre a produtividade, o que dispensa esse

seja prático para o funcionário, como shopping, restaurante

horário fixo e, portanto, o controle de frequência rígido.

ou café. Quem vai pagar a conta de implantação e Se o funcionário sofrer um acidente em home office é

custos fixos?

considerado um acidente de trabalho?

Não há definição sobre quem vai pagar pelos custos do home

Depende. Se ele estiver fazendo algo fora de sua função, não.

office, tanto de implantação (como computador, por exemplo)

Se o acidente ocorrer enquanto ele estiver exercendo o seu

quanto fixos (energia, telefone e banda larga). Uma ajuda de

trabalho, sim, porque a legislação prevê que o local de traba-

custo mensal pode ser considerada pela empresa.

lho é onde o funcionário executa a função dele. A definição As reuniões terão que ser todas via

será do INSS.

videoconferência? Vai diminuir a produtividade?

A videoconferência é uma opção, mas as reuniões presenciais

As empresas costumam aumentar a produtividade com

não precisam ser descartadas. Como o home office pode ser

home office, principalmente pelo aumento da satisfação dos

feito apenas um ou dois dias na semana, a equipe pode se

funcionários. O home office ainda ajuda a empresa a reter

organizar para que, pelo menos um dia na semana, todos

talentos com a maior flexibilidade no horário de trabalho.

estejam presentes.

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NEGÓCIOs | investe+

O PÔQUER DOS EMPREENDEDORES

Experiente, seguro, amador ou irresponsável? Faça o teste e veja qual é seu perfil no jogo do empreendedorismo por RENATO ALBAN ilustração e diagramação RAQUEL BERNABÓ

Empreender exige que a pessoa assuma riscos, formule estraté-

conhecimento dos participantes. Com a ajuda do economista

gias e conheça seus concorrentes, assim como o pôquer. Tanto

Reinaldo Domingos, que dá aulas de educação financeira para

no empreendedorismo quanto no jogo de cartas, o futuro dos

empreendedores, a [B+] elaborou algumas perguntas para você

investidores depende de sorte, mas também da experiência e do

descobrir qual é o seu perfil no pôquer do empreendedorismo.

1

Quanto você investiu em seu negócio?

A. Cerca de 20% do meu patrimônio na época B. Mais de 20% de tudo o que possuía C. Mais da metade do meu patrimônio D. Investi tudo o que tinha

2

Como você preparou seu planejamento financeiro ao abrir sua empresa?

A. Contratei uma equipe de contabilidade e fiz um plano financeiro B. Consultei especialistas e preparei o planejamento C. Elaborei por conta própria com algumas pesquisas na internet D. Não fiz um planejamento financeiro

4

Onde está essa reserva?

A. Mais da metade está em um investimento no curto prazo. O restante coloquei no Tesouro Direto B. Coloquei em investimentos de curto e médio prazo com datas diferentes de retiradas C. Deixei tudo na Poupança D. Está na minha conta corrente

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R e vista [ B + ]

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5

Além desse dinheiro, tem algo para aposentadoria?

A. Já estou pagando a previdência privada B. Vou juntar dinheiro e investir no Tesouro Direto ou na previdência privada

3

Quando abriu o negócio, quanto guardou para gastos pessoais?

A. O suficiente para me manter por até dois anos B. Consigo me sustentar por um ano com o que guardei C. Não sei exatamente, mas era uma quantia que paga minhas contas por alguns meses D. Não muito. Investi tudo no negócio

6

Se sua empresa passar por dificuldade financeira, vai recorrer a sua conta pessoal?

A. Provavelmente não, mas consultaria minha empresa de contabilidade B. Acho que sim, mas recorreria a um contador antes

C. Não havia pensado nisso, vou pesquisar as opções

C. Sim, mas não faria empréstimos bancários, por exemplo

D. Não preciso. Meu negócio vai dar certo

D. Com certeza. Tudo para minha empresa prosperar


Experiente (mais de 19 pontos): cinco cartas seguidas do mesmo naipe, a melhor mão possível do pôquer. Planejado, consciente e informado, você se preparou antes de abrir o negócio, mas isso não significa a vitória. No pôquer e no empreendedorismo, é importante ficar atento aos competidores. Se tudo correr como o planejado, você pode pensar em maiores investimentos no negócio depois de dois anos. Se não, analise o que deu errado e tente corrigir. Você se preparou para os dois cenários. Seguro (de 13 a 18 pontos): quase um jogador Experiente, você está no caminho certo. Não apostou todas as fichas no mesmo negócio e nem pauta as ações apenas em instintos. É necessário, no entanto, pensar mais no futuro, com planos de longo prazo e garantias de renda para quando se aposentar. Pode parecer um exagero, mas, assim como jogar pôquer , empreender implica em altos riscos. Ter cartas poderosas na mão e prever jogadas pode ser o diferencial entre vencer e fracassar.

7

8

O que sua empresa é para você?

Amador (de 7 a 12 pontos): a coragem é uma virtude tanto no empreendedorismo como no pôquer, mas ela tem que vir acompanhada de prudência. Você até pode ter um curinga, uma boa ideia, mas isso pode não ser suficiente. O que agora pode parecer ser uma aposta certeira, daqui a alguns meses pode se provar um erro. Nem pense em investir mais no negócio antes de refazer o plano de negócio e o planejamento financeiro da empresa. Irresponsável (até 6 pontos): você blefa para si mesmo. Com uma mão fraca e pouco conhecimento dos adversários, aposta unicamente em seus instintos e coloca tudo que tem em jogo. Além disso, fez a leitura errada da competição, enxergando o negócio de maneira pouco profissional. É hora de refazer o plano de negócio, rever a saúde financeira de sua empresa e pensar em formas paralelas de sustento, como investimentos de longo prazo. Antes de perder todas as fichas, planeje as próximas jogadas e recupere o tempo perdido.

Qual sua familiaridade com o setor da sua empresa?

Veja a pontuação para cada resposta, some seus pontos e veja em qual categoria você se encaixa:

A. Não apenas gosto da área, como também pesquisei sobre ela antes de abrir o negócio

A. Um investimento de alto risco B. Uma fonte de renda com chances de crescimento

A: 3 B: 2 C: 1 D: 0

B. Estudei o setor antes de abrir, mas gosto muito do campo

C. Um caminho para eu me tornar rico

C. Sei o básico a partir de leituras e conversas com pessoas da área

D. É como um filho

D. Conheço um pouco, mas ajo principalmente por instinto

A

JO

KER

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NEGÓCIOs | intercâmbio

Redescobrindo a Bahia Portugueses retomam o caminho a Bahia, focando em investimentos no berço do Brasil por Thuanne Silva FOTOS: Divulgação

O grupo Américo Amorim instalou dois empreedimentos de luxo na Praia do Forte

Portugal é um dos principais parceiros do Brasil quando se

de empresários baianos e lusitanos, é aumentar o desejo das

fala de investimentos. De acordo com dados do Itamaraty,

MPEs pelo interior do estado.

há cerca de 600 empresas portuguesas atuantes no país. Em

O grupo português Américo Amorim, por exemplo, atra-

2014, o intercâmbio comercial entre os dois países alcançou

vés da empresa Siravol, já instalou dois empreendimentos na

2,15 bilhões de dólares.

Praia do Forte. Um condomínio de 110 hectares, que oferece

Segundo o presidente da Câmara Portuguesa, Antônio

terrenos de até 800 m², e um segundo empreendimento que

Coradinho, as oportunidades de negócios estão nos setores

conta com 2.500 hectares, onde serão construídos três hotéis

do agronegócio, turismo, energias renováveis, construção e

de luxo, com campo de golfe, um mini-shopping center, além

imobiliário, sendo as duas últimas as mais promissoras. Mas

de oferecer 495 lotes de terreno.

por que a Bahia? “No Sudeste as oportunidades são grandes,

“As belas praias, o clima fantástico, o povo hospitaleiro e a

mas também existe uma forte concorrência. A Bahia é ex-

ligação histórica com Portugal foram fatores determinantes

tremamente favorável à pequena e média empresa”, explica.

na escolha destes dois lugares para o desenvolvimento dos

O desejo de Coradinho, que há seis anos realiza encontros

nossos projetos no Brasil”, afirma Ricardo Volpintesta, dire-

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R evista [ B + ]

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tor comercial da Siravol. Além das empresas portuguesas já

Comercial da Bahia (ACB) e do WWI - Worldwatch Institute

instaladas aqui como a Durit e a Moldiv (no ramo industrial),

no Brasil. Para ele, Salvador precisa aproveitar a importância

o grupo Pestana e o Vila Galé (no setor hoteleiro), a Cabena

da Baía de Todos os Santos e exportar o conceito da Ama-

(mobiliário urbano) e a Saloio (laticínios) estão em negocia-

zônia Azul, como é chamada a área oceânica da zona econô-

ções para abrir mercado na Bahia.

mica exclusiva brasileira. “É importante este novo apelo. A indústria do turismo internacional busca novas identidades.

Desafios Contudo, investir por aqui não é fácil. Alguns entraves como burocracia, altos impostos e desconhecimento do mer-

Se continuarmos vendendo a Bahia com a imagem da baiana de acarajé, as fitas do Bonfim, axé, não sobreviveremos por muito tempo”, diz.

cado prejudicam o desenvolvimento dos negócios portugueses no estado. Maria Salomé Rafael, presidente da Associação empre-

Há que se ter energia A portuguesa Quifel Energy, que está no Brasil desde 2009,

sarial da região do Santarém (Nersant), cita como desafio a

viu potencial na Bahia para implantar um projeto de 45 mil

melhora da qualidade do setor turístico. “É preciso estruturar

hectares na região de Santo Sé e Uburandas, voltado para a

uma oferta. Me refiro, por exemplo, à qualidade das infraes-

Energia eólica e biomassa. O estado tem os melhores ventos

truturas hoteleiras e à necessidade de qualificação e especia-

do mundo e altos índices de radiação solar. “Temos um berço

lização dos profissionais que trabalham neste setor”, opinou.

de oportunidades, que ainda precisa de regulação”, diz Rafael

A Nersant representa mais de 2200 empresas que realizam

Cavalcanti, diretor regional da empresa. Apesar das potenciali-

negócios na Bahia.

dades, Cavalcanti reconhece que a Bahia é carente de indústria

A imagem da Bahia vendida para fora também merece ser reavaliada, segundo Eduardo Athayde, diretor da Associação

de eletrônicos para a indústria eólica. “Além da carência em tecnologia da área, ainda falta formação especializada”, completa.

Da esquerda para a direita: Antônio José Coradinho (presidente da Câmara Portuguesa), Eduardo Almendra (presidente da Associação de Jovens Agricultores de Portugal), Maria Salomé Rafael (presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém), Miguel Frasquilho (presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e Carlos Moura (diretor da AICEP) W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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informe publicitário

A força da tradição Há 55 anos no mercado, a baiana Morais de Castro é líder de importação e distribuição de produtos químicos industriais

Não existe fórmula secreta para superar a crise, mas algumas soluções podem ser a chave para sobreviver à maré ruim. A empresa baiana Morais de Castro é um exemplo de que boas ideias podem ser mais fortes que o pessimismo do mercado. Referência no setor de importação e distribuição de produtos químicos industriais e há 55 anos como uma das mais destacadas nas regiões Norte e Nordeste, a empresa deu um caminho pouco comum para o rendimento produzido. Com uma fórmula especial de empreender, a Morais de Castro reenvestiu a totalidade dos resultados obtidos na própria empresa, solidificando-a. Isso lhe permitiu resistir a diversas crises ao longo desses anos. Atualmente, a empresa fornece matéria-prima para diversos segmentos industriais, entre eles o alimentício, o automotivo, de bebidas, calçados, cosméticos, químico, petroquímico e petrolífero. Além da matriz localizada em Salvador, a Morais de Castro possui duas filiais nas cidades de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e no Rio de Janeiro. A expansão devidamente planejada segue uma estratégia bem definida. Enquanto o escritório do Rio atende aos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, a filial de Jaboatão engloba todos os estados da região Nordeste, com exceção da Bahia, Sergipe e Alagoas, que são atendidos pela matriz de Salvador.

Superando as expectativas A estratégia utilizada pela Morais de Castro para ter longevidade no mercado foi solidificar-se e não permitir ficar à mercê do capital de terceiros. Para servir de inspiração para os novos empresários, o lema da empresa é andar com as próprias pernas. Atualmente, a Morais de Castro conta com 70 funcionários nas três unidades e um faturamento anual de mais de R$ 60 milhões. 66

R e vista [ B + ]

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FOTOs: Rômulo Portela


Reter talentos Além da criação de políticas que solidificaram a Morais de Castro no mercado de importação e distribuição de produtos químicos, a empresa tem como destaque de sua política interna a segurança e o crescimento profissional dos seus empregados. Para isso, desenvolveu um programa que oferece cursos de ensino superior aos funcionários. Um diferencial desse programa é não exigir nenhuma contrapartida por parte do empregado. Ele não precisa reembolsar a empresa nem ficar preso a ela depois da conclusão do curso. A ideia é valorizar os funcionários e contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Foi com esse mesmo pensamento que a Morais de Castro também decidiu investir na preservação ambiental. Para isso, mantém um sofisticado programa de prevenção de ocorrências que possam prejudicar o meio ambiente. Assim, os resíduos gerados pela empresa são coletados, armazenados e a disposição só é feita conforme o determinado pelo Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). A empresa, além disso, desde 1992 deu início ao projeto de reflorestamento de uma área pública próxima à sua matriz. Depois de revitalizado, o espaço recuperou algumas nascentes da região, que hoje formam um lago povoado por peixes e demais espécies de animais que habitam e visitam o local rodeado pela pequena floresta.

Reconhecimento Por garantir a qualidade de seus produtos e serviços, além de prezar pela segurança e bem-estar de seus colaboradores e do meio ambiente, a Morais de Castro é certificada nos seguintes programas de qualidade: PRODIR – Processo de Distribuição Responsável. Sistema de gestão que tem como base a qualidade, segurança, saúde e meio ambiente ISO 9001: 2000 – Sistema de Gestão da Qualidade ISSO 14001: 2004 – Sistema de Gestão Ambiental SASSMAQ – Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade. Programa voltado para a área de logística e transportes OHSAS 18001: 1999 – Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional

Entre em contato com a Morais de Castro Produtos Químicos: www.moraisdecastro.com.br / (71) 2108-8686


NEGÓCIOs | investimentos

Três projetos que podem revitalizar Salvador

S

alvador precisa de um grande projeto de revitalização do Comércio, uma das áreas mais bonitas da cidade. Precisa também de revitalizar sua área portuária, como fizeram todas as grandes cidades turísticas do mundo, transformando-as em áreas

de lazer, turismo, cultura e economia. Um novo centro de convenções também é bem-vindo. Pois bem, esses três projetos podem estar unidos e sua consecução amplia as potencialidades turísticas de Salvador. A construção de um novo centro de convenções, de frente para o mar, no terreno onde fica a base dos fuzileiros navais, foi

Armando avena Escritor, economista, professor da Ufba e diretor do portal Bahia Econômica

“O novo centro de convenções não pode ser um prédio qualquer, mas algo especial, como o Museu de Niterói, de Oscar Niemeyer, ou como o Museu Guggenheim, em Bilbao, um prédio que seja uma marca da bela cidade da Bahia”

proposta pelo próprio governador Rui Costa, e o equipamento poderá ser a âncora que vai dar início à revitalização da área. Vale lembrar, não pode ser um centro de convenções qualquer,

tima do Comércio, com a derrubada dos horríveis barracões do

mas um prédio especial, algo como o Museu de Niterói, de

porto. O projeto incluiria áreas para restaurantes, pavilhão de

Oscar Niemeyer, ou como o Museu Guggenheim, em Bilbao, um

exposição e outros equipamentos em locais adequados e, para

prédio que seja uma marca da bela cidade da Bahia.

não pensar pequeno, por que não interligar com um teleférico

Há quem considere a área do Comércio inadequada para um centro de convenções pela inexistência de hotéis, pelas dificuldades de estacionamento e pela distância ao aeroporto.

a área entre o Solar do Unhão e o porto, como foi feito no Parque das Nações, em Lisboa? O fato é que Salvador precisa requalificar sua área portuá-

Nenhum dos argumentos se sustenta. A construção de estacio-

ria, criar uma área turística de primeiro mundo e revitalizar o

namentos pode estar incluída no projeto, os hotéis na Vitória

Comércio recuperando suas funções empresariais, turísticas e

e Campo Grande são perto o suficiente, além disso, a existên-

até habitacionais. E para completar a revitalização do Comércio

cia do centro de convenções seria um forte indutor de novos

e dar mais densidade econômica a esse projeto a prefeitura de

investimentos hoteleiros. Quanto ao aeroporto, a distância não

Salvador poderia implantar nos prédios da Cidade Alta e da

é problema agora que existe a Via Expressa. Por outro lado,

Cidade Baixa, ligados pelo Elevador Lacerda, o Centro Adminis-

a construção de um centro de convenções não requer neces-

trativo da Prefeitura Municipal. O fato é que as condições estão

sariamente a destruição daquele já existente, que poderia ser

dadas, portanto, é hora de vestir com arrojo e beleza a princesa

recuperado, mantendo movimentação na área hoteleira da orla.

da Baía de Todos-os-Santos e, ao mesmo tempo, criar condições

Transformar a área portuária numa área de lazer semelhante às que existem em Buenos Aires ou Barcelona também é relativamente simples, mas passa pela abertura da frente marí68

R e vista [ B + ]

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econômicas para que ela cresça margeando o mar.


pão de carnaval_0003 | dimensão 1x1 | 2010 | © bárbara tércia

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educação Valorização das escolas rurais 70 Uma pergunta para: Georgia Gabriela 72 Alternativas ao Fies 74 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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educação | escolas rurais

Educar para o campo O desafio das escolas rurais é oferecer formação específica para que os jovens das zonas agrícolas tenham a opção de permanecer nas cidades onde nasceram por Luana Assiz

A Bahia concentra a maior população rural do Brasil em termos absolutos:

Destas, 12 foram localizadas na Bahia, nos mu-

são 3,9 milhões de pessoas. O número, entretanto, representa 27,93% do total

nicípios de Canudos, Cocos, Mascote, Itaguaçu

de baianos, segundo informações do Censo Demográfico 2010, do Instituto

da Bahia e Itacaré, que concentra os casos. Do

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O esvaziamento do campo está

mesmo modo que as outras escolas esqueci-

relacionado às suas restritas oportunidades profissionais e à sua fragilidade

das do país, elas não possuem equipamentos

no setor da educação. O fenômeno é proporcional à redução da capacidade

como: biblioteca, computador, TV, antena

de formação nas zonas agrícolas com o passar dos anos. Na última década, o

parabólica, videocassete e/ou DVD e até mes-

país perdeu mais de 32 mil escolas rurais, de acordo com dados do Ministério

mo água filtrada para alunos, energia elétrica

da Educação (MEC).

e rede de esgotamento sanitário. Todas essas

O fechamento das instituições é acompanhado com preocupação pela

instituições de ensino mapeadas na Bahia são

juventude rural. “Os impactos podem ser, desde a perda da identidade com o

de administração municipal e apresentam ta-

lugar onde vivem até o desinteresse dos jovens pelo trabalho na agricultura,

xas de rendimento escolar abaixo da média, o

resultando no êxodo rural”, avalia a secretária de jovens e adolescentes da Fede-

que significa taxa de aprovação inferior a 80%

ração dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Bahia (FETAG), Luciana

e taxa de abandono maior do que 5%.

de Oliveira. Para ela, o projeto pedagógico deve dialogar com a realidade dos alunos. “O modelo de educação em vigência tem uma visão completamente

Diagnóstico

diferente do campo que queremos: não valoriza o meio e mostra apenas as

Para identificar as condições físicas e pedagó-

metrópoles como lugares desenvolvidos e bons para viver”, critica.

gicas das redes estadual e municipal, a Secre-

Uma pesquisa do Instituto CNA realizada com base nos microdados do

taria de Educação do Estado da Bahia (SEC)

Censo Escolar da Educação Básica 2012 revelou 508 escolas esquecidas no país.

realiza um mapeamento que será publicado FOTOs: Divulgação

A EFA do Litoral Norte, em Rio Real, adota metodologia que evita longos deslocamentos para a unidade de ensino e extingue a necessidade por parte dos pais de enviar os estudantes para morar nos centros urbanos 70

R e v ista [ B + ]

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informe publicitário Camisas Polo recebe título de “empresa verde” e cresce através de ações biossustentáveis Com foco na utilização de material reciclado na confecção de seus produtos, a Camisas Polo Indústria, Comércio e Serviços traz para a Bahia a Polo Ecoline, uma linha de camisas produzidas com tecido feito da reciclagem de garrafas PET. Essa visão sustentável dos empresários Hari e em agosto deste ano e deverá nortear o planejamento das políticas governamen-

Imelda Hartmann também foi implanta-

tais. Entre as ações em curso na SEC, estão a formação de gestores das escolas

da em outros setores da empresa, como o

rurais, a aquisição e distribuição de acervo de referência em educação no campo

de energia, por exemplo. “Investimos na

para 200 colégios da rede estadual e a renovação dos convênios com as Escolas

implantação de placas solares e trocamos as

Família Agrícola (EFAs) e Casas Familiares Rurais (CFRs), que beneficiam 2.968

lâmpadas fluorescentes por Led’s. Isso nos

estudantes distribuídos em 27 unidades.

rendeu uma economia de 30%”, conta Hari.

A EFA do Litoral Norte, em Rio Real, está entre as escolas conveniadas com o

As embalagens das peças também são sus-

governo estadual. Na lista das dificuldades para a formação dos 45 alunos, com

tentáveis e contam com plástico oxibiode-

idades entre 14 e 20 anos, está “a falta de recursos para manter a escola e garantir

gradável. Práticas como essa renderam Hari

a permanência dos professores e das turmas”, relata a diretora Maria de Lourdes

o título de empresário verde, concedido pela

Silva. A instituição adota a pedagogia de alternância, que mescla períodos de

Fieb em 2014.

internato e outros em casa. A metodologia evita longos deslocamentos para

FOTOs: Marcelo Gandra

a unidade de ensino e extingue a necessidade por parte dos pais de enviar os estudantes para morar nos centros urbanos. Nucleação O colégio do nordeste baiano está entre os mais de 41 mil da zona rural com menos de 50 alunos, de acordo com o Censo Escolar 2013. Esta realidade tem levado os gestores municipais à opção por desativar as escolas do campo, por dificuldades em arcar com os custos para manter suas estruturas, e desviar os estudantes para unidades nas zonas urbanas, processo conhecido como nucleação. Para o professor-doutor, Domingos Trindade, pesquisador em políticas públicas educacionais para o campo, essa tendência “tem implicado no fechamento de escolas no meio rural, o que vai de encontro à legislação educacional que orienta a nucleação intracampo. Uma pesquisa realizada por mim neste ano nos municípios de Malhada e Palmas de Monte Alto, na microrregião Guanambi, revelou que os jovens vão embora dos assentamentos devido às precárias condições materiais de sobrevivência”, lamenta. O MEC adota como carro-chefe das ações no setor o Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo), que oferece formação de professores, materiais didáticos, além de investimentos em infraestrutura. Segundo informações enviadas pela pasta à [B+], de 2012 a 2014, o Pronacampo atendeu 6031 escolas baianas, em ações que vão desde a transferência direta de recursos ao fornecimento de água e transporte escolar. Para 2015, entretanto, ainda não há previsão dos valores que o estado deve receber, porque a pasta “está aguardando a definição dos limites orçamentários”, afirmou o ministério por meio de sua assessoria de comunicação.

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educação | uma pergunta

Georgia Gabriela

Georgia é natural de Feira de Santana, tem 19 anos e no começo deste ano foi aceita em nove universidades americanas. Em agosto, ela viaja para a Califórnia onde estudará na Universidade de Standford, uma das mais conceituadas unidades de pesquisa do mundo. Entre os planos da baiana está a criação de um canal no You tube onde mostrará o seu dia a dia nos Estados Unidos.

“A educação no país ainda tem uma série de desafios, especialmente na Bahia. Como acreditar na máxima de que todos podem conseguir o que querem se existem tantas dificuldades e obstáculos?” “Esse é um assunto complicado porque eu entendo que muitas pessoas têm dificuldades que não podem ser comparadas com as que eu tive. Não tive uma vida fácil, batalhei muito para conseguir tudo o que eu planejava. Mas, tomando a minha experiência como exemplo, uma coisa que eu notei é que em todas as vezes que eu falei para alguém que queria muito fazer algo, independentemente do que fosse, eu consegui ajuda. Praticamente toda a minha vida eu estudei com bolsas, porque eu corri atrás disso. Quando eu quis estudar inglês, por exemplo, fui até a escola de idiomas e falei com a atendente: ‘o, meu nome é Georgia, eu sei que a senhora nunca me viu na vida, mas eu quero estudar aqui e eu não tenho como pagar’. E foi assim que eu comecei a trabalhar na escola para poder pagar as minhas aulas de inglês. Também estudei com bolsa no colégio Helyos, onde fiz o ensino médio. É óbvio que isso foi algo que aconteceu comigo e que nem todas as pessoas vão conseguir os mesmos tipos de coisa, mas o que eu acho é que, a depender do contexto, todo mundo consegue fazer um pouquinho melhor do que lhe é posto. E, com certeza, se você mostrar interesse, vai ter gente querendo te ajudar. Pode ser um professor que tira um dia na semana para poder te dar monitoria, uma escola que te oferece um curso... Entende? Sempre é possível fazer um FOTO: Sonia Macedo - R&R Foto Digital

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pouquinho melhor e chegar aonde se deseja”.


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educação | fies

Em busca de crédito para conquistar o diploma As mudanças no Fies levam faculdades e estudantes baianos a diversificar as fontes de crédito para o financiamento do ensino superior

Apenas um terço dos alunos baianos que tentaram se cadastrar no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) conseguiu concluir o processo. Segundo a Associação Baiana de Mantenedoras do Ensino Superior (Abames), as restrições para a inclusão no Fies devem prejudicar consideravelmente o avanço que vinha acontecendo na educação de nível universitário no Nordeste. “Um expressivo número de alunos que recorriam ao programa, que tem melhores condições que outros financiamentos, ficou prejudicado”, afirma o superintendente da Abames, Antônio Carlos Lé Martini. Para lidar com a situação que se instalou após as mudanças no Fies, algumas instituições têm buscado ajudar no financiamento dos seus alunos. O principal objetivo é evitar

por lorena dias

a evasão por falta de pagamento, algo que, segundo a Abames, ocorreu de forma significativa no primeiro semestre. Faculdades como a Unime, que faz parte do grupo Kroton Educacional, estão utilizando recursos próprios. A instituição ofereceu aos seus calouros um empréstimo-ponte de curto prazo válido apenas para este ano, voltado àqueles que não conseguiram contratar o Fies. Para 2016, a instituição pretende desenvolver seu próprio crédito privado. Dificuldades Sem querer desistir do curso de fisioterapia, mas sem poder arcar com as despesas, o estudante Fernando Duplat resolveu tentar a alternativa oferecida pela Unime. “Eu teria que pagar mensalmente 10% do valor da mensalidade e o resto pagaria depois que terminasse o curso. Mas eles informaram que se a gente conseguisse o Fies, poderia cancelar o financiamento na mesma hora”, conta. E foi o que aconteceu. Dez dias antes de terminar o prazo de cadastro no Fies, Fernanilustrações: Retrostar

do conseguiu financiar 100% do seu curso através do programa do governo federal e não precisou da ajuda da faculdade. Mas a recepcionista Aline Ferreira não teve a mesma sorte. “Em dezembro, fiz o vesti74

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“Um expressivo número de alunos que recorriam ao programa, que tem melhores condições que outros financiamentos, ficou prejudicado” Antônio Carlos Lé Martini, superintendente da Abames

bular da Unifacs para medicina veterinária e me matriculei para garantir a vaga no curso”, relata. As aulas começaram e a faculdade permitiu que Aline as frequentasse enquanto tentava se inscrever no Fies. Mas o prazo acabou e ela não conseguiu. “Sempre dava erro no site. Em abril, tive que cancelar minha matrícula”. Agora, ela deve mais de R$ 7 mil reais à faculdade, pelo período em que frequentou as aulas. A instituição ofereceu a opção de pagamento parcelado da dívida, mas não apresentou nenhuma alternativa para que Aline permanecesse no curso. Em nota, a Unifacs afirmou que está empenhada em buscar as melhores alternativas de financiamento do mercado para oferecer aos estudantes. Entretanto, até o fim do primeiro semestre, a instituição ainda permanecia na fase de negociação. Crédito privado Outras instituições buscaram como alternativa o apoio de créditos estudantis privados. “A partir de março, quando a crise gerada pelas mudanças no Fies estava instalada, a Estácio fechou uma parceria com a Ideal Invest e colocou à disposição dos alunos um crédito universitário, o Pravaler”, relata Juarez Moraes Ramos Júnior, reitor do Centro Universitário Estácio na Bahia. Em todo o Brasil, o grupo Estácio apresentou um crescimento de 35% no primeiro trimestre de 2015, em relação ao

o que mudou Desde 2010, quando o Ministério da Educação alterou as regras do Fies para facilitar o acesso ao financiamento, o programa se tornou muito caro para o governo. O gasto público disparou de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,7 bilhões. Por conta disso, ele também foi atingido pelo ajuste fiscal. Entre as principais mudanças no Fies, estão a exigência de desempenho mínimo de 450 pontos no Enem para que o aluno tenha o financiamento aprovado, além da redução, de 12 para 8, nos pagamentos que seriam feitos às universidades durante o ano. O governo ainda limitou novas inscrições para economizar gastos com o programa.

mesmo período do ano passado. W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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educação | Fies

“No nosso estado pode haver uma pequena redução na demanda por novas matriculas nas universidades, mas nada significativo ou que afete de forma mais impactante a economia” Carlos Cardoso, economista

Como o financiamento estudantil privado cobra juros mais elevados do que o Fies (a taxa de juros máxima cobrada no Pravaler é de 2,39% por mês, enquanto no Fies é de 3,4% ao ano), todas as instituições de ensino que fazem parte do programa passaram a subsidiar parte ou o valor integral dos juros que incidem sobre o financiamento. No Centro Universitário Jorge Amado, foi criado o Unijorge Juro Zero. “Através dele, os estudantes de graduação presencial podem

“A gente vai continuar crescendo e oferecendo outras oportunidades para que os estudantes cresçam conosco e realizem o seu sonho de conquistar o ensino superior”

obter o financiamento total do curso sem

Amabile Pacios, presidente da Fenep

bem às mudanças. Apesar das ações de grupos

arcar com juros, que é custeado pela própria instituição”, explica o diretor de comunicação Davino Pontual. Impacto na economia Para o economista Carlos Cardoso, da AZ FuturaInvest, as empresas de educação reagiram como Estácio e Kroton terem apresentado queda na cotação da bolsa de valores, ele não acredita que o setor de educação tenha se tornado um investimento ruim. “O Brasil ainda é muito carente de pessoas com ensino superior e a população de uma maneira geral entende que a qualificação profissional é uma necessidade”, analisa. “No nosso estado pode haver uma pequena redução na demanda por novas matriculas nas universidades, mas nada significativo ou que afete de forma mais impactante a economia”, afirma o economista. Para Amabile Pacios, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), a principal consequência das mudanças no Fies com relação ao setor é que as faculdades estão inseguras quanto às próximas atitudes do MEC, como também com relação à ampliação do Fies para o segundo semestre deste ano. No entanto, a presidente da Fenep continua otimista. “A gente vai continuar crescendo e oferecendo outras oportunidades para que os estudantes cresçam conosco e realizem o seu sonho de conquistar o ensino superior”, garante.

ilustração: Retrostar

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co_cretos_0001 | dimensão 1x1 | 2014 | © bárbara tércia Apoio:

sustentabilidade Preocupação empresarial com o meio ambiente 78 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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sustentabilidade | empresa verde

Bom para todo o mundo Investir em um plano de responsabilidade social empresarial valoriza aspectos ético e financeiro das organizações por Lívia Cabral

As fortes chuvas que atingiram Salvador entre os meses de abril e maio deixaram mais de 500 pessoas desabrigadas. Diversos órgãos públicos, entidades de voluntariado, veículos de comunicação, sindicatos e instituições filantrópicas promoveram

“Estamos ainda num processo de adaptação da responsabilidade social dentro das organizações”, Izabel Portela

campanhas para arrecadação de donativos. Se determinada empresa fizesse uma doação expressiva e divulgasse o feito na mídia,

dem que as organizações devem pensar na responsabilidade social de forma

você julgaria a atitude como uma ação social

estratégica, investigando as causas das questões sociais e tentando contri-

legítima ou apenas uma estratégia para

buir com a resolução delas, e não com as consequências.

lustrar a própria imagem? Para a jornalista, mestre em administra-

Seja simplesmente para melhorar a imagem diante dos públicos ou porque os empresários estão se conscientizando de que o tema é a chave

ção de empresas e cofundadora do Instituto

para o avanço, muitas organizações, de uma forma geral, vêm investindo em

de Responsabilidade e Investimento Social

responsabilidade social. “Ainda existem as empresas que olham isso apenas

(Iris), Izabel Portela, o benefício é inegável,

como marketing ou posicionamento, mas isso está em decréscimo. As inicia-

mesmo quando o ato tem cunho emergen-

tivas estão entrando na gestão e efetivamente construindo ações que vão

cial. “Quanto mais empresas e pessoas fize-

mudando o comportamento das empresas”, acredita o diretor-presidente do

rem ações sociais, sejam elas estratégicas ou

Instituto Ethos, Jorge Abrahão.

assistenciais, melhor para toda a sociedade”, opina. É possível, no entanto, transformar

Sustentabilidade

a ação social em projeto, criando assim um

Conforme explica a cofundadora do Instituto Iris, a responsabilidade social

programa de responsabilidade social empre-

empresarial nada mais é que uma estratégia para a sustentabilidade das

sarial. “Nesse caso, a empresa poderia atuar

organizações. Por isso, Portela aponta os elementos econômico, social e

na causa do problema, fazendo uma parceria

ambiental como responsáveis pela composição do tripé da sustentabilidade

com os governos municipal e estadual para

organizacional. “A empresa deve pensar na forma como ela deve tratar as

contenção das encostas, incluindo campa-

pessoas, ou seja, na sua atuação social, no aspecto econômico e no ambien-

nhas para evitar a construção de casas em

tal. É preciso haver uma mudança de paradigma na maneira de conduzir os

lugares de risco”, exemplifica Portela. Os

negócios e de enxergar a vida, tendo a ética como princípio e a qualidade de

pesquisadores e estudiosos da área defen-

vida como fim”, resume a especialista.

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FOTOs: Marcio Lima

Por intermédio de uma unidade de ensino das Casas Familiares Rurais, a jovem agricultora Daniela Guedes, 19 anos, conseguiu adquirir conhecimento para implantar um módulo produtivo de 10 hectares na propriedade da família

E o consumidor está de olho no comportamento das empresas. Com as re-

Na Bahia

des sociais, as informações fluem com muita velocidade e as organizações já são

Muitas das grandes empresas baianas exi-

identificadas, ou não, por uma determinada linha de responsabilidade social.

bem projetos focados na responsabilidade

“Os próprios agentes financeiros incorporam critérios de sustentabilidade para

social. No entanto, o tema é complexo. “É ne-

analisar as empresas”, aponta o presidente do Ethos. Izabel Portela ressalta

cessário muito cuidado ao avaliar, criticar ou

que, além do ganho de imagem, as empresas de capital aberto que adotam a

mencionar empresas como sendo grandes

responsabilidade social empresarial na sua estratégia de gestão têm, inclusive,

exemplos na área, pois estamos ainda num

maiores cotações nas bolsas de valores. Apesar de não haver benefícios fiscais

processo de adaptação dessa questão dentro

diretos, empresas – e pessoas físicas também – podem aplicar percentuais do

das organizações”, alerta Izabel.

imposto de renda devido em projetos de esportes ou cultura, por exemplo, por meio de leis de incentivo estaduais ou federais. É o caso da Lei Rouanet, do

para realizar

governo federal, que favorece as peças de teatro, concertos, exposições, publica-

Em 2014, a Braskem investiu, somente na

ção de livros e até reformas de patrimônio histórico.

Bahia, aproximadamente R$ 1,6 milhão de W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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FOTOs: Divulgação

rial didático, funcionários de apoio – como merendeiras e acompanhantes de ações pedagógicas – e três refeições diárias para os alunos. “Hoje os jovens estudam em modelo tradicional, mas o objetivo é trabalhar com o conceito de escola integral, reconhecer e valorizar a cultura local e desenvolver outras atividades, além do ensino dentro da sala de aula”, conta a secretária-executiva do Instituto Gente, Mônica Morais. cultura quilombola A Enseada Indústria Naval concebeu, em parceria com a empresa Brasil com Artes, uma coleção de 15 livros didáticos e paradidáticos voltados para a valorização e preservação dos costumes quilombolas. Antes de ser impressa, a coleção teve que passar pelo crivo da Fundação Cultural Palmares, instituição federal voltada para a promoção e preservação da arte e da cultural afro-brasileira. “Os contos só se tornam eternos quanGrupo Aurantiaca contribui para manter a Escola Castro Alves, na comunidade de Pedra Grande, no município do Conde

do a gente conta para todos e quando eles se transformam num livro, é a cultura que se materializa, e ganha força nossa capacidade de imaginação”. Com estas palavras, Eliete

verba direta em projetos de responsabilidade social que acontecem nas

Calheiros, do quilombo do Guerém, definiu

comunidades vizinhas ao Polo Industrial de Camaçari. Entre eles, o Ser+

a iniciativa do Estaleiro que culminou na

Realizador, que promove inserção social e econômica de catadores de mate-

publicação da coleção. “Este é um momento

rial reciclável, ajudando na gestão de resíduos sólidos e na sustentabilidade

de celebração para minha comunidade, e

ambiental nos municípios de atuação. Em pouco mais de um ano, todos os

acredito que também para as demais aqui

catadores apoiados tiveram aumento de renda por meio do desenvolvimento

representadas”, frisou Calheiros.

profissional com consultorias e capacitações personalizadas oferecidas pela Braskem em parceria com outras instituições. O Ser+ Realizador se destaca

Casas Familiares Rurais

também na atuação em educação ambiental, com disseminação de temas

Criada pela Organização Odebrecht há 50

como reciclagem e descarte correto de lixo, nas comunidades onde atua. “O

anos, a Fundação Odebrecht coordena, entre

tripé inclusão social, educação ambiental e promoção cultural constitui a

outras iniciativas, o Programa de Desen-

base da nossa política de responsabilidade social”, destaca o líder de Respon-

volvimento e Crescimento Integrado com

sabilidade Social da Braskem, André Leonel Leal.

Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia

instituto gente

(PDCIS). Sua atuação está concentrada em 11

O Grupo Aurantiaca, por intermédio do Instituto Gente, contribui para

municípios com baixo Índice de Desenvolvi-

manter a Escola Castro Alves, na comunidade de Pedra Grande, no municí-

mento Humano, onde vivem 285 mil pessoas.

pio do Conde. A instituição atende 115 crianças e adolescentes, dos 3 aos 17

O desafio do programa é tornar a região

anos. A empresa construiu um novo prédio para o funcionamento da escola,

próspera, de forma socioeconômica e am-

composto por seis salas de aula, salas de informática e leitura, área de lazer,

bientalmente sustentável, fixando os jovens

horta, cozinha e refeitório. Além do novo espaço, a Aurantiaca oferece mate-

na zona rural, integrados a suas famílias.

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Entre as ações desenvolvidas pelo PDCIS estão as Casas

baixio e preocupação ambiental

Familiares Rurais, unidades de ensino que utilizam a chama-

A região de Baixio, localizada no litoral norte da Bahia,

da pedagogia da alternância. Nessa metodologia, os jovens

é a nova descoberta turística no estado e atrai empreen-

passam uma semana em período integral na Casa Familiar,

dimentos. A Ponta de Inhambupe, complexo hoteleiro e

com aulas na sala e no campo, e duas semanas na proprie-

residencial assinado pela construtora Prima Engenharia e

dade da família, aplicando os novos conhecimentos, sob o

Incorporações, é, talvez, o mais audacioso deles, abrangendo

acompanhamento e a orientação de monitores especializa-

uma área total de 99.900 m². Segundo Luciano Lopes, diretor

dos. Cerca de 950 jovens já foram ou estão sendo beneficia-

executivo da Prima, a expectativa é que 85% dessa área seja

dos pelas unidades de ensino, como Daniela Guedes, de 19

preservada e destinada ao ecoturismo. “Os visitantes pode-

anos. “Consegui arrendar mais terra e hoje estou com um

rão praticar esportes como trekking e stand up peaddle, por

módulo produtivo de 10 hectares, cinco para o cultivo de

exemplo, atentando para a necessidade de preservar aquele

mandioca, três para aipim e dois hectares para a banana”,

ambiente”, afirma. A preocupação da empresa, entretanto,

conta a jovem beneficiada pelo programa

vai além do fator ambiental. Lopes explica que a empresa

“Os próprios agentes financeiros cada vez mais incorporam critérios de sustentabilidade para analisar as empresas”

também busca soluções para o impacto social que o empreendimento pode causar na comunidade local e, desde o início do projeto, manteve diálogo constante com os moradores da região. “Foi necessário conhecer a comunidade local para evitar os impactos sociais”, completa.

Jorge Abrahão, diretor- presidente do Instituto Ethos

Coleção de livros sobre os costumes quilombolas foi lançada durante a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) de 2013

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sustentabilidade | responsabilidade social

A empresa e o sentido de ser responsável

F

Erica Rusch Mestre em direito econômico com ênfase em direito ambiental na Ufba e bacharel em direito pela mesma universidade

az sentido ser responsável? Para algumas empresas,

ao desenvolvimento sustentável, é um fator de sobrevi-

sim. Para outras, infelizmente, ainda não. Empresas

vência moral das companhias.

que não entendem a importância de agir com res-

A atividade econômica das empresas gera empregos,

ponsabilidade social e ambiental pensam apenas nos

que alimentam famílias, que criam os futuros trabalha-

números e no aumento da margem de lucro, sem con-

dores, cientistas e artistas do Brasil. Elas utilizam recur-

sideração genuína com clientes e fornecedores, nem interesse

sos naturais, que são limitados, e devem ser preservados

no bem-estar dos colaboradores. Algumas poluem como se não

para as presentes e futuras gerações. Pode até parecer

houvesse amanhã. O problema é que o amanhã sempre chega,

piegas, mas é a lógica da continuidade social e ambien-

ou não haveria razões para se planejar. Já para as empresas que

tal. Pois vivemos em um sistema onde as empresas

entendem a importância do futuro, atuar de forma responsável

são peças fundamentais, propulsoras de crescimento

faz todo o sentido.

econômico e elementos de satisfação social.

Ser responsável significa atuar ciente de que a empresa é um organismo social, que faz parte da coletividade. Significa, portanto, saber que uma empresa não é o seu patrimônio, apenas. Também não é o seu extrato contábil, nem os seus papéis na bolsa de valores. Essas são partes da empresa que, juntas, formam esse complexo organismo social, feito de patrimônio, mas também de valores, crenças e, principalmente, de pessoas, elementos imprescindíveis para o seu sucesso. Por isso, ser responsável significa atuar com respeito a tudo o que estiver

“As empresas constituem um grupo de influência capaz de gerar sensíveis progressos para a sociedade”

na esfera de relações com a empresa, sejam clientes, acionistas, colaboradores, agentes do governo, meio ambiente e, finalmente, a sociedade de um modo geral. Essa pluralidade de relações só existe porque as empresas não

O verdadeiro sentido de ser responsável é entender que a empresa tem um importante papel social e que desvirtuá-lo significa fazer um mal a quem quer que se

estão no meio do nada, mas são parte da sociedade. Elas consti-

relacione com ela; que já chegamos a um nível de enga-

tuem um grupo de influência capaz de gerar sensíveis progressos

jamento público capaz de desmascarar oportunismos

para a sociedade, conforme a atuação responsável.

cedo ou tarde; que agir com respeito e dignidade só pode

Para empresas que incorporam o valor da atuação responsável, a razão desse posicionamento é a sustentabilidade do negócio.

fazer bem a todos. As empresas que atuam de forma responsável estão

Antes, empresas que atuavam com respeito a seus públicos eram

por aí, ajudando a construir uma cultura da responsabi-

vanguardistas, estavam à frente do seu tempo. Hoje, mais que em

lidade social e ambiental, cujo fim é promover o desen-

qualquer época pregressa, atuar de forma responsável, com vistas

volvimento sustentável. E para elas faz todo o sentido.

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co_cretos_0053 | dimensão 1x1 | 2014 | © bárbara tércia

ESTILO DE VIDA Sabor 84 Roteiro gastronômico no interior 86 Decoração: sofisticação sem perder a comodidade 90 Itens indispensáveis: papai de primeira viagem 94 Autos&motos: novo Audi TT 96 Notas de Tec 98 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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estilo de vida | sabor

Apoio:

Intercâmbio de sabores O chef Vini, da Cantina du Vini, preparou uma paella de frutos do mar diferente e traz inspirações e misturas de suas viagens pelo mundo por Thuanne Silva fotos Rômulo portela

atualizar é fundamental. Esta é a filosofia do chef Vinicius Figue-

Receita Ingredientes

ira. Na busca por conhecimento na área, o chef Vini, como prefere

•500g de camarão com casca e cabeça

ser chamado, já passou por lugares como Portugal, Espanha,

•300g de mexilhão (meia concha)

Tailândia e Itália. De suas viagens traz ideias para mesclar com

•200g de lula em anéis

a culinária baiana. “Aprendi a gostar e colocar pimenta e coentro

•2 lagostas inteiras

nos meus pratos, como um bom baiano”, afirma o fluminense, que

•1 pimentão amarelo

serve espaguete com lambreta e molho de tomate com pimen-

•1 pimentão verde

ta-de-cheiro em seu restaurante. “Costumo fazer sempre essas

•1 pimentão vermelho

misturas, a culinária baiana é muito rica”.

•1 pacote de ervilha congelada

A gastronomia está em constante movimento e, por essa razão, se

Natural de Búzios, Rio de Janeiro, o chef foi adotado pela Bahia

•Tempero especial para paella

há sete anos. Em Salvador, comanda o restaurante Cantina du Vini,

•Massa risoni (em formato de arroz)

no bairro do Rio Vermelho, e também assina a Vini Figueira Gastro-

•Sal e pimenta

nomia, especializada em buffets para eventos. Sua história com a gastronomia começou como brincadeira. “Eu sempre fazia comidas em casa, gostava de cozinhar, todo mundo na família elogiava quando eu fazia os pratos. Apesar disso, decidi cursar direito, fiz por dois semestres, mas odiei”, relembra. Largou tudo e ouviu as recomendações dos familiares. Foi cursar gastronomia. “Foi amor à primeira vista, me encontrei”. Inspirado pelo fideuá, prato que experimentou em sua viagem à Espanha, ele produziu uma paella diferente especialmente para a [B+]. “Quando eu comi o fideuá, achei muito mais saboroso com massa do que com o arroz. O fidéu [massa] é difícil de encontrar por aqui. Achei outra massa com uma qualidade superior e adaptei para esta receita”. A vantagem, segundo ele, é a praticidade e o sabor. “Até quem não sabe cozinhar consegue fazer. Ao contrário da paella tradicional com arroz, que, se você não souber fazer, fica ‘unidos venceremos’”. 84

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Modo de preparo

Dica: para preparar a lagosta (ou carne e

Tempere a lagosta com sal, grelhe com um pouco de azeite e reserve. Cozinhe

frango), o chef Vini dá a dica da selagem. “Na

a massa deixando al dente e também reserve. Refogue os outros frutos

frigideira muito quente, coloca-se o alimento

do mar em um pouco de azeite, acrescente a massa, o tempero de paella, a

e dá aquela “tostada” de um lado e de outro.

ervilha e os pimentões. Acrescente um pouco de água, junte a massa, coloque

Isso ajuda a reter a proteína e os líquidos, as

a lagosta por cima e enfeite com alguns pimentões. Deixe cozinhar por cinco

propriedades não vão embora e o alimento

minutos com a tampa fechada.

fica muito mais suculento”, explica.

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estilo de vida | enquete

As melhores opções gastronômicas no interior Pedimos dicas de restaurantes fora da capital aos leitores em nosso portal. Confira as sugestões

ALAGOINHAS “A melhor pizza de Alagoinhas é a do Milano”, Alessandra Moura. Endereço: Rua Conselheiro Franco, 225, Centro, Alagoinhas - (75) 34221388.

ILHÉUS “Uma ótima opção é o bar Vesú-

Preço médio: uma pizza portuguesa

vio, em Ilhéus”, Joice Silva.

grande, a mais pedida da casa, sai

Endereço: Praça Dom Eduardo,

por R$ 44,40.

190, Centro, Ilhéus - (73) 36342164. Preço médio: uma moqueca para duas pessoas sai por R$ 88.

LUÍS EDUARDO MAGALHÃES “O restaurante Amarelinho tem o me-

VITÓRIA DA CONQUISTA “Em Vitória da Conquista, visite o japonês Nakaya”, Larrisa G. Endereço: Avenida Alziro Pratés, 171 Candeias, Vitória da Conquista - (77) 34218879.

lhor yakisoba de carne e legumes que eu comi na minha vida. É delicioso, de outro mundo”, Paulo Maneira. Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 1.623, Centro, Luís Eduardo Magalhães – (77) 3628-3342. Preço médio: o yakissoba que Paulo tanto gosta sai por R$ 57 e serve três pessoas.

Preço médio: 20 fatias de salmão saem por R$ 36,90.

SANTO ANTÔNIO DE JESUS “Mercadão Café, em Santo Antônio de Jesus, é uma ótima pedida!”, Raphael Moura Passos. Endereço: Av. Roberto Santos, n° 96, dentro do Shopping Itaguari - (75) 36314397. Preço médio: a carne de sol, prato mais pedido, sai por R$ 21,90.

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MORRO DO CHAPÉU “Uma ótima opção é o Alternativos Café, em Morro do Chapéu”, Evelyn Alves, pelo Instagram. Endereço: Genesio Tiburcio Guimarães, Morro do Chapéu – (74) 99764945. Preço médio: comece com uma salada pequena, R$ 6, e depois peça um creme de carne. A versão maior custa R$15.


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informe publicitário

Conforto e sofisticação Conceito contemporâneo e funcionalidade marcam lançamento de novo empreendimento no Horto Bela Vista O sonho da casa própria tem ocupado por muito tempo o imaginário de grande parte da população. Sair do aluguel e adquirir um imóvel próprio, além de ser um investimento, também representa um início de uma nova fase de realizações pessoais. Melhor ainda é quando esse novo lar está localizado numa área central da cidade e a poucos metros de um grande shopping. Parece um sonho? Acredite, é realidade. O Palazzo Bellavista está localizado no Horto Bela Vista e oferece as melhores opções de imóveis da região. Com apartamentos de dois e três quartos, o empreendimento ainda conta com uma infraestrutura que atende a todas as necessidades dos condôminos, como academia de ginástica, salão de festas e jogos, espaço gourmet, piscina para adultos e crianças, entre outros benefícios, tudo para você viver feliz. A construtora Vitor Negrão, que atua no mercado de construção civil há mais de 20 anos, é responsável por este empreendimento e tem como propósito alcançar um padrão de qualidade cada vez mais elevado. Para isso, a empresa investe constantemente em inovação no segmento de apartamentos residenciais que privilegiam o conforto e a alta tecnologia empregada em sua construção.

Cores neutras e sofisticadas A designer de interiores Virgínia Santa Bárbara, responsável pelo decorado do empreendimento explica que o espaço dos apartamentos, entre 64,12 m2 e 86,70 m2, fornece espaço amplo e bem arejado, além de diversas possibilidades de decoração. No exemplar montado pela designer, merece destaque o contraste das cores claras e neutras com objetos coloridos e vibrantes. Segundo ela, esse jogo de cores implica ao ambiente um conceito tradicional e ao mesmo tempo contemporâneo. 88

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FOTOs: Divulgação

Localizado a 100 metros do Shopping Bela Vista, o empreendimento é mais uma realização da Construtora Vitor Negrão.


FOTOs: Marcelo Negromonte

Os tons neutros utilizados nas paredes e na maioria dos móveis utilizados contrastam com poucos pontos coloridos de alguns objetos de decoração. Segundo Virgínia Santa Bárbara, essa mistura de cores dá ao ambiente uma sensação de amplitude, além de deixar o apartamento agradável aos olhos.

Virgínia Santa Bárbara, designer de interiores responsável pelo decorado do Palazzo Bellavista

O quarto do casal segue o padrão dos demais cômodos do apartamento e abusa das cores neutras. O destaque desse ambiente está na parede frontal em que o papel de parede pontua a decoração que conta ainda com luminárias de ambos os lados da cama, além de arandelas sob a cabeceira.

A mesa de jantar com espaço para quatro pessoas divide o espaço com a luminária de cristal, criando um ambiente agradável e confortável. A iluminação de teto do imóvel é, em sua totalidade, embutida e composta por leds.

O quarto das crianças também destaca a decoração em uma parede principal que conta com três arandelas dispostas geometricamente. O ambiente também conta com uma mesinha de estudos e um bicama para abrigar possíveis hóspedes.

A cozinha americana permite uma integração com a sala de estar e confere ao ambiente beleza e funcionalidade. Para esse ambiente, a designer de interiores abusou dos espelhos e tons neutros. Assim como a sala principal, a cozinha também permite o acesso direto à varanda gourmet.

Virgínia Santa Bárbara

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(71) 3288.5483

W W. po rta lB MA I S . CO M. B 3248.1625 R 89 (71)W3017.5080 (71)


estilo de vida | decoração

Todo mundo precisa de espaço Família grande e o prazer de receber os amigos motivaram a empresária Luciana Nery a mudar a cara do apartamento onde vive. A missão ficou a cargo do escritório da arquiteta Cristiana Reis por Thuanne Silva fotos Luciano Oliveira

Luciana (sentada) e Cristiana juntaram-se na missão de dar uma nova cara ao apartamento

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Do alto do vigésimo andar de um prédio localizado no bairro

mesa e espaço de bebidas. Livros e obras de arte estão presen-

do Horto Florestal, em Salvador, a empresária Luciana Nery

tes em toda a sala de estar. “Cada ambiente foi pensado para

conversa com a arquiteta Cristiana Reis sobre o projeto de

receber as pessoas. Tudo que foi feito foi imaginando o convívio

decoração do apartamento em que estão. Luciana mora lá há

da família”, conta.

quatro meses e queria mudar, precisava de um espaço que

A contemporaneidade e o tradicional se fundem na compo-

tivesse a cara dela. “Eu buscava um apartamento que tivesse

sição do apartamento de 300 metros. A reforma durou cerca de

charme, beleza, claro, mas que também fosse uma coisa gosto-

um ano. “Eles gostam de um estilo mais clássico, então procu-

sa, que a gente pudesse curtir”, afirma. Por “a gente” entenda

ramos realizar algo contemporâneo, limpo, com base neutra,

uma família composta por quatro filhos, ela e um marido. A

pincelando cores em alguns elementos, como as almofadas e os

lista de pessoas só aumenta quando o casal recebe visitas, um

quadros”, explica Cristiana. “Além disso, mesclamos objetos do

de seus hobbies favoritos. A incumbência de ampliar o aparta-

gosto do casal, como a cristaleira, as banquetas com tachinhas e

mento, sem aumentar o espaço físico, ficou a cargo da equipe

as poltronas de couro com botonê”. Segundo a arquiteta, a ideia

da arquiteta Cristiana Reis. A varanda se transformou em um

foi realizar um projeto mais eterno, que perdurasse por mais

espaço de conversação, que também conta com um local com

tempo e não saísse de moda.

Sem paredes - A antiga varanda foi incorporada à sala para integrar os ambientes. Poltronas confortáveis em estilo clássico para um ambiente de conversação

Moderno - O contraste entre o móvel assinado por Jader Almeida e a tela de Maxim Malhado

Verde para que te quero - Sala de almoço com móveis em madeira traz aconchego ao ambiente

Logo ali - O bar está bem ao lado da mesa para facilitar os encontros


Cobertura - Paredes pintadas em tom mais escuro contrastam com móveis claros e vestem o ambiente

Cantinho - Apoio de bar e estante com coleção de louça ganharam charme com a fotografia de Pico Garcez

Parede - As gravuras do artista Vauluizo Bezerra compõem a sala

Influência portuguesa - O ambiente criado na antiga varanda para receber os amigos inclui mesa e cadeiras em madeira contrastando com o piso em Limestone Tua


estilo de vida | cinco itens

5 itens indispensáveis

para Felipe Pezzoni Faz três meses que o pequeno Vicente apareceu na vida de Felipe Pezzoni, vocalista da Banda Eva. O cantor agora se organiza para conciliar a agenda de artista com a de pai, sua função mais nova. por Pedro Hijo fotos Luciano Oliveira

Manta “Ela deixa o bebê manter a tempera-

LençoS umedecidoS

tura do corpo de

“Eles fazem muito

Vicente. Isso sem

cocô, né? Assim

contar que ele fica

como a fralda, os

superconfortável.”

lenços precisam es-

aquecido e ajuda a

tar sempre à mão. É preciso estar prepa-

chupeta

rado para possíveis

“É um ótimo aliado

bombardeios.”

porque acalma o neném, e agora, termômetro, que mede a temperatura

“Para higienização,

do bebê. Vicente tem

é um excelente

vários modelos.”

vermicida, bactericida e fungicida. É ótimo para prevenir e eliminar possíveis vírus, bactérias e fungos causadores de doenças, principalmente em bebês.”

Babá eletrônica “Para acompanhar tudo! O sono, a respiração, os ruídos. Qualquer barulhinho a gente corre para ver o que aconteceu, mas Vicente é um bebê muito tranquilo.” 94

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M

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CM

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Álcool em gel

existe um modelo

C

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CMY

K



estilo de vida | autos&motos FOTOs: Divulgação

roberto nunes Jornalista especializado em indústria automotiva desde 2002

Marcas Premium passam por cima da crise de vendas no Brasil A crise assola o resultado das concessionárias de carros zero km em todo o Brasil, inclusive na Bahia. Para diminuir o estoque alto nos pátios, a ordem é realizar promoções e oferecer brindes, como IPVA grátis, acessórios e tanque

De cara nova Novo Audi TT ganha visual ao estilo R8 e motor 2.0 turbo com 230 cavalos

cheio, na compra do veículo novo. Na contramão, as marcas premium (BMW, Lexus, Mercedes-Benz, Audi, Volvo e Land Rover) abrem novas revendas nas capitais da região Nordeste. A Rodobens, que comercializa os carros da Mercedes-Benz, prepara a loja de Salvador para ganhar o padrão

Líder entre as marcas premium no primeiro quadrimestre de 2015, a Audi

mundial da marca alemã. João Batista

faz festa mensalmente no Brasil. Em abril, comemorou os 20 anos da linha

de Castro administra a operação da

dos carros esportivos RS no Brasil e trouxe logo duas novidades: o RS6

Rodobens na capital baiana e aproveita

Avant e RS7 Sportback. Os dois modelos têm pacote similar de exclusivi-

o boom das vendas do sedã Classe C

dade e o mesmo motor 4.0 TFSI V8 biturbo, de 560 cavalos de potência e

e crossover GLA, modelos que serão

torque animal de 700 Nm de força, câmbio automático Tiptronic de oito

produzidos a partir de 2016 na futura

velocidades e tração quattro.

fábrica de Iracemápolis (São Paulo),

Em maio, promoveu uma bignoitada no Rio de Janeiro para apresentar o novo TT. O pequeno esportivo da marca das argolas chega ao mercado brasileiro com visual ao estilo R8, totalmente remodelado (faróis inéditos com

para inaugurar a nova loja da Avenida Paralela até dezembro deste ano. “Estamos remodelando toda a loja,

full LEDs, capô mais alongado e para-choques reforçados) e um surpreen-

que irá ganhar novos espaços para a

dente painel de instrumentos.

venda dos modelos da Mercedes-Benz”,

Presente na casa de show Lagoon (Lagoa Rodrigo de Freitas), Paulo

destaca o executivo, garantindo que a

Armani, da Audi Center Salvador, já tem o novo Audi TT com motor 2.0

loja terá showroom climatizado, ampla

TFSI, de 230 cavalos de potência e câmbio automático de oito velocidades

oficina e um exclusivo serviço de pós-

nas versões com preço de R$ 210 mil e R$ 230 mil (com pacote Brasil). Até o

venda. “De cada 10 veículos, seis são

fim do ano, haverá ainda um modelo mais nervoso, o TTS – com 310 cavalos

Classe C e GLA”, comemora João Batista.

– capaz de ir de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e atingir velocidade máxima

A versão de entrada C180 tem preço

(limitada eletronicamente) de 250 km/h.

sugerido a partir de R$ 142.900 na Bahia.

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Volvo ganha loja exclusiva no Horto Florestal

Líder Honda HR-V

Adriano Santos, gerente da Volvo/Salvador, vai usar todo o espaço da loja

A Ford faz de conta que não liga para o

compartilhada com a Land Rover no Horto Florestal. A partir do segundo

avanço do Honda HR-V e do Jeep Renegade

semestre deste ano, o grupo pernambucano Rota Premium deixará a reven-

no segmento dos utilitários esportivos. A

da Horto exclusiva para os carros da marca sueca, após a inauguração das

marca japonesa tem uma fila de espera de

duas novas concessionárias (Chrysler/Carmel e Land Rover/ Rota Premium)

pelo menos 60 dias na entrega do HR-V, líder

no bairro do Rio Vermelho. “Teremos uma loja inteira para apresentar toda

de vendas entre os SUVs compactos no mês

a tecnologia Volvo para os nossos clientes”, garante Adriano, que já oferece o

de maio. O carro da Honda custa a partir de

sedã premium S60 com o inédito motor 2.0 turbo, de 245 cv, câmbio Geartro-

R$ 69.990 – com motor 1.8 i-VTEC 16V FlexOne,

nic de oito velocidades e sistema start/stop. O modelo custa R$ 136.950 (T5

de 140 cv, com a opção dos câmbios manual ou

Kinetic), R$ 147.950 (T5 Momentum) e R$ 201.950 (T6 R-Design).

CVT de seis marchas.

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notasdetec FOTO: Divulgação

FOTO: DIVULGAÇÃO

Pela tela, pela janela

Cinco dicas de aplicativos – por Ju Moraes Ifood “Mostra os restaurantes delivery mais próximos a você, tem o cardápio e os valores. Dá para pedir diretamente pelo celular”

Aos passageiros dos ônibus, que não precisam se preocupar com o volante, cabe admirar a cidade pela janela. E, em Salvador, paisagem bonita é o que não falta. Para reunir todas as imagens capturadas de dentro dos coletivos da capital, o estudante Adonias Filho, de 18 anos, criou o perfil @dobuzaao no Instagram. Segundo Adonias, a ideia surgiu quando ele passava (de ônibus, claro) na frente do Farol da Barra e tirou uma foto. Ao chegar em casa, pensou em criar uma comuni-

Dropbox “É um HD online. Eu pago U$ 9,90 por 1T de espaço exclusivo, o que é ótimo, porque dá para fazer o backup da minhas fotos e vídeos”

dade que pudesse compartilhar o que de mais peculiar pode ser visto nos transportes públicos da capital.

Para saber a hora que chega a sua Mercedes Por falar em ônibus, um aplicativo promete ajudar aqueles que não estão familiarizados com os horários dos transportes públicos na Bahia. O

Guitar Tuner “Ótimo para os músicos. O Guitar Tuner serve como um diapasão para afinar diversos instrumentos”

Cittamobi mapeia os pontos de ônibus e informa quanto tempo falta para que aquela linha passe. O app está disponível para iPhone, Android e Windows Phone. Em Salvador, o aplicativo é aliado do recém-inaugurado Centro de Controle Operacional. O centro, instalado na Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), no bairro de Amaralina, permite o acompanhamento de todos os veículos que compõem a frota de transporte coletivo da cidade.

Por uma internet mais prOativa Às vezes você passa o dedo pela sua timeline e sente que só há notícias ruins? Quatro jovens baianos pretendem mudar esta realidade ao divulgar bons exemplos. O projeto “Navegue no bem”, que possui perfil no Instagram e no Facebook, tem quatro anos e, além de noticiar o que está sendo feito em promoção da solidariedade no estado, promove eventos na capital e em algumas cidades do interior. Em maio, por exemplo, o grupo realizou uma troca de livros no Dique do Tororó. 98

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Pic&Vid Stitch “Este aplicativo dá excelentes opções de formato para montagens de fotos e vídeos. Para arrasar no Instagram”

Snapchat “É ótimo para compartilhar vídeos e fotos que ficam disponíveis a curto prazo. Eu estou adorando. Me segue por lá: @jumoraesoficial”


pão de carnaval_0001 | dimensão 1x1 | 2010 | © bárbara tércia

arte & entretenimento A música da Bahia para o mundo 100 Sorrisos que rendem dinheiro 102 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R

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Arte & entretenimento | música

Moldura hip hop Banda de Ilhéus ganha espaço no cenário internacional de música por Paula Morais foto LUCIANO OLIVEIRA

Os principais traços de formação de OQuadro

afora. A gente não fica muito preso aos clichês

Como é feita essa comuni-

foram criados ainda na década de 1990, no

e fala de coisas que realmente acreditamos,

cação além das músicas?

município de Ilhéus, sul da Bahia. Ganhou

vivemos e vemos e é isso que faz as pessoas

Através das artes. A capa

cores, tons e texturas, no entanto, a partir de

refletirem. Não precisamos reafirmar muita

do nosso primeiro disco,

2001, quando a mistura de gêneros da música

coisa da Bahia porque já somos baianos,

por exemplo, foi feita por

negra e as letras de protestos preencheram a

somos negros. Nosso som, postura e conversa

dois artistas plásticos do

tela com maior destreza. O grupo, que gravou

já mostram tudo isso e não queremos ficar

coletivo Filme Forte Records

o primeiro CD em 2012, com parcerias de

presos ao passado.

– Izolag Armeidah e Ananda

Guilherme Arantes e a Mc paulista Lurdez da

Nahu – para identificar essa

Luz, subirá, neste mês, no palco dinamarquês

Então vocês acham que não há mais intole-

nossa paixão. A gente se

do Roskilde Festival 2015. O baixista Ricardo

rância com as religiões de raiz africana?

inspira muito na arte negra

Santana, conhecido como Ricô, conta sobre o

Sim, com certeza, infelizmente, ainda existe.

e contemporânea. Gostamos

convite para o festival e a forte ligação que a

Por esse lado, nosso discurso serve para aler-

de Tarantino, (Jean Michael)

banda tem com as artes.

tar, informar e educar.

Basquiat...

Vocês vão tocar no Roskilde Festival 2015, que também terá atrações como o ex-beatle Paul McCartney e o músico e produtor Pharrell Williams. Como a banda se encaixou na programação dinamarquesa?

“OQuadro comunica de uma forma diferente que vai além das músicas”

A gente foi honradamente convidado pelo

E de que forma essas referências são apresentadas ao público nos shows? Queremos utilizar projeções baseadas em arte e fazer vídeos sobre o que acontece

curador do festival (Peter Hvalkof) para parti-

Não é a primeira vez que vocês se apresen-

no dia a dia, o que vemos

cipar. Não foi nada de a gente ir atrás. Ele teve

tam em um festival estrangeiro. A identifica-

nos jornais como, por exem-

acesso ao nosso disco e fez a proposta. Um

ção com as letras é prejudicada por conta da

plo, a revolta dos profes-

megafestival desse, com referência mundial?

diferença linguística?

sores por salário melhor, a

Claro que a gente queria estar dentro.

É, tocamos, em 2003, na Inglaterra, País de

revolta de quem quer terra

Gales... Na verdade, a receptividade chega

para morar. Vamos utilizar

OQuadro traz referência do cotidiano

primeiro com a batida da música. As pessoas

essas informações para dar

baiano nas letras. Na música “Tá Amarrado”,

se identificam com o groove independente

o quadro geral do que rola e

por exemplo, vocês falam sobre intolerância

da letra e dançam porque o som é bom. Tem

fazer exposições durante os

com as religiões de raiz africana. Qual a im-

também o diálogo durante e depois do show,

shows. Estamos aqui para

portância de levar esse discurso para fora?

que faz com que as pessoas saibam que esta-

aprender, mas não deixamos

Nossas músicas falam de diversas crônicas

mos falando coisa séria. Além disso, OQuadro

de achar que o nosso traba-

da nossa realidade e acredito que as religiões

comunica de uma forma diferente que vai

lho é uma nova leitura do

de origem africana já têm seu espaço mundo

além das músicas.

cenário nacional de rap.

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Made in Bahia: banda se apresentarรก em festival internacional

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Arte & entretenimento | youtube

Negócio de gente

grande

Com seis anos e grandes números na internet, Isaac Guedes atrai a atenção de grandes marcas com vídeos de humor por Pedro Hijo

O pequeno Isaac Guedes é uma criança como outra qualquer.

tecnológicos e prefiram se exercitar.

Gosta de dormir, prefere brincar a ter que ir à escola e resmun-

Em 2014, Isaac foi convidado para participar do programa

ga quando tem que tomar banho. A diferença está na internet.

da apresentadora Eliana, no SBT. Saiu de lá com um troféu de

Conhecido na web como Isaac do Vine (uma plataforma de

“estrela da web” e com contratos com agências de publicidade

compartilhamento de vídeos curtos), o baianinho tem uma

engatilhados. “Mas não foi para frente”, diz Icaro. “A maioria

legião de fãs. Para ser mais exato, são 500 mil pessoas que cur-

das propostas vem de São Paulo, precisamos estar lá. Morar

tem seus esquetes de humor e compartilham seus vídeos em

no Nordeste nos deixa muito presos, as empresas daqui ainda

praticamente todas as redes sociais.

não acordaram para os investimentos neste tipo de marketing”,

A ideia de montar um perfil na internet veio de Icaro Guedes, tio do menino, que já fazia certo sucesso fazendo graça no site de vídeos. “Quando eu colocava Isaac para fazer piadas

completa. Para marcar presença em um evento, a família cobra até R$ 2.500. Para o jornalista especialista em marketing digital Antonio Netto, os youtubers são uma plataforma cada vez mais rentável

a hora de criar um perfil para ele”, diz Icaro. Com uma semana

para investimentos. “O cliente ficou mais exigente, ele quer ser

de criação, o perfil de Isaac já tinha mais de 10 mil seguidores, a

convencido de que a experiência com aquele produto vai ser

maioria de São Paulo. Partiram então para o Facebook, Insta-

positiva, e quando um canal que ele segue indica a tal marca,

gram e You tube.

ele se sente mais atraído”, comenta.

As piadinhas do menino chamaram a atenção de grandes empresas. O McDonald’s entrou em contato com a família de Isaac depois de saber por um dos vídeos que o menino gosta de comer hambúrgueres. Pagaram R$ 900 para que Isaac aparecesse em um vídeo de poucos segundos citando a marca. Uma academia de Salvador também fez uma encomenda do tipo. No vídeo, ele recomenda que as crianças usem menos os aparelhos

Isaac entre o tio e a mãe: prêmio no programa da Eliana

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FOTOs: DIVULGAÇÃO

comigo, o número de visualizações triplicava. Resolvi que era


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conteaí

Com a palavra, Fanta Maria

N

Lelo Filho Ator e integrante da Cia. Baiana de Patifaria. A peça A Bofetada, um dos grandes sucessos do grupo, ficou em cartaz por 27 anos.

ão teve calote! Gritava o

o teatro feito aqui. A Bofetada, segunda montagem da Cia. a ‘prata da casa’,

diretor do espetáculo no

que alguns chamam de ‘a galinha dos ovos de ouro’, ultrapassou 25 anos nos

camarim. Juntos, o elenco e

palcos em tempos de globalização, de TV a cabo em cada quarto de cada casa,

a produção davam pulos de

de acesso à net até enquanto se toma banho. Não é pouca coisa para o teatro

alegria. Afinal, A Bofetada

local e brasileiro.

estreara havia pouco mais de um mês, em

E aí rolou um desbunde de longas temporadas, teatros cheios, novos grupos

Salvador, e, naquele dia, a Cia Baiana de Pa-

e talentos se atrevendo a tentar também. Adoro quem se atreve! E todo mundo

tifaria havia conseguido quitar a dívida para

saiu ganhando: público e artistas. Se todos nós queremos mais? Claro que sim!

a compra dos tecidos finérrimos para o figu-

Fanta Maria, euzinha, a que vos escreve, batizada assim pelos autores que me

rino dos personagens. Ideia do figurinista. E

criaram em 1979, surgi para levar alegria, diversão e para driblar a ditadura ainda

ele estava certo! O cartão de crédito usado

instalada no país quando Miguel e Ricardo ‘me escreveram’. Parafraseando

era o de uma amiga da trupe. Uma quase pa-

‘Alegria da Cidade’, uma das mais incríveis músicas de nossa terra, “minha pele

trocinadora! E doida varrida por emprestar

é linguagem e a leitura é toda sua”, a interpretação que ganhei na montagem da

um cartão para aquele bando de alucinados.

Cia. Baiana, foi de alguém ligada no 220v! Na verdade, eu e Pandora quase fomos

O clima sempre teve um quê de hospício, pois

cortadas do espetáculo faltando 15 dias para o grande dia. Lelo Filho, o ator que

não se faz arte sem um mínimo de loucura.

me deu vida, tinha 25 de idade quando A Bofetada estreou e me leu assim, cheia

E nesse caso, muito trabalho - para não dar o

de gás! De onde vem a energia? Talvez dos caldos de cana na Ladeira da Lapa

tal calote - mas muita diversão também.

onde adoro ir para bater papo com camelôs e taxeiros, talvez dos choques que

Até a noite de estreia no fim de 1988, foram

adoro, adoro, adoro tomar na escada rolante da Politécnica, das rebobinadas

mais de três meses de produção e ensaios,

que dou para não perder o humor ou de um passeio que adoro fazer: buzu até a

desde a escolha dos textos. De Mauro Rasi

Ribeira, lancha até Plataforma, trem até Paripe, de novo pra Calçada e repetindo

pinçaram ‘O Calcanhar de Aquiles’, e da

o circuito todo até voltar ainda mais elétrica para Curuzu! Sou assim! Adoro

dupla Miguel Magno e Ricardo de Almeida

o diferente, a mistura, a alegria e nem por isso deixo passar injustiça ou má

escolheram ‘O Ponto e a Atriz’ e ‘Fanta e

educação.

Pandora’. Pura comédia e todos os esquetes

E assim vou levando a vida, nunca deixando a vida me levar. Vai que ela me

sobre o teatro! Depois enlouqueceram e

leva para uma cilada. E pra quem ainda não entendeu o que eu tou fazendo

ainda incluíram ‘Vapor Barato’, escrito por

aqui, é que como eu sou cheinha de histórias, a convite da [B+] vim só contar um

Moacir Moreno e Lelo Filho, mas com auxílio

‘causo’ de como tudo começou e assim contagiar vocês com humor, com alegria.

de um bando de amigos. O verão começava,

Como sempre digo, o riso é o melhor dos remédios para todas as coisas! E eu sou

a cidade fervia, e o público local redescobria

chegada numa gargalhada. Deixa eu parar por aqui e dar uma boa rebobinada.

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