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Índios de Rondônia fecham primeira venda de carbono certificado

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tribo paiter-suruí, de Rondônia, anunciou recentemente, a venda do primeiro lote de créditos de carbono certificado em território indígena. Feito de acordo com o mecanismo Redd (Redução de Emissões por Desmatamento), o Projeto de Carbono Florestal Suruí é o primeiro programa indígena a obter certificações internacionais VCS (Verified Carbon Standard) e CCB (Climate, Community and Biodiversity Standard). A primeira empresa a fechar negócio com os suruís é a Natura, que comprou 120 mil toneladas de carbono por R$ 1,2 milhão, de acordo com o líder indígena Almir Suruí. A tribo vive em Rondônia numa área de 248 mil hectares, com 1.350 habitantes. Para a realização do projeto, foi feito um inventário do carbono estocado na floresta e uma estimativa de quanto seria perdido caso o desmate da área continuasse. Esse trabalho técnico foi feito pela ONG Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas). “Os números precisam ser bem robustos para dar credibilidade ao projeto”, diz Mariano Cenamo, do Idesam. Ele conta que o território suruí já foi alvo de extração ilegal de madeira, inclusive com envolvimento dos índios. “Era a alternativa que eles achavam para a geração de renda.” Agora, com a venda de créditos, a ideia é que Líder indígena Itabira Suruí (de cocar vermelho), da tribo paiter-suruí, que fica na fronteira de Rondônia com Mato Grosso

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atividades sustentáveis, como turismo e extrativismo, sejam priorizadas. Os índios também se comprometem a proteger a área do desmate. Segundo a Natura, os créditos adquiridos vão neutralizar 15% das emissões de carbono de 2011, 2012 e 2013.

Programa Natura Carbono Neutro Desde 2007, quando criou o programa Carbono Neutro, a Natura investe em novas fontes energéticas e em

A parceria Natura com os Suruís (Paiter Surui), representado por Almir Suruí

ecoeficiência para cortar parte das emissões de gases que causam o efeito estufa. Em quatro anos, conseguiu reduzir em 9,6% as emissões absolutas de CO² da empresa, considerando os centros de distribuição e espaços administrativos, além das fábricas de Cajamar (SP) e Benevides (PA), que tiveram suas caldeiras substituídas. A Natura tem o compromisso de reduzir um terço das suas emissões relativas de Gases do Efeito Estufa (GEE) do ano base de 2006 até o fim de 2013. As emissões que não puderem ser evitadas com iniciativas internas de reduções são neutralizadas pelo programa de compensação, que por meio do Edital Carbono Neutro convida, em chamado público, instituições que apresentam projetos de redução de emissões ou remoção de GEEs da atmosfera e encontram-se alinhadas às crenças e valores da empresa. revistaamazonia.com.br


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