Abril 2013

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edição 142 | ABRIL | R$ 12,00

75a Expogrande

E as principais atrações da feira mais tradicional do Estado

Campo Grande Fashion Moda em todos os lugares: do backstage à passarela FESTIVAL Traz grandes músicos do Brasil e do mundo

MS BLUES FESTIVAL




Parece que o ano começou, oficialmente, em abril, empurrado pelo grande número de eventos que prometem animar diferentes setores da cidade todos os dias do mês e, até, todos os meses do ano. Como o MS Blues Festival, nossa matéria de capa, um projeto de altíssima qualidade, feito na raça pela classe ‘blueseira’ de CG. O festival cria espaço para a combinação de culturas representadas pela sigla MS: do Delta do Mississipi ao Mato Grosso do Sul. Percorrendo o trajeto do campo para a cidade, da cidade para o campo, a Expogrande chega à 75a edição celebrando a volta dos shows e o título de Patrimônio Cultural da Cidade. E, entendendo que a Capital está cada vez mais urbana, o Shopping Campo Grande retomou sua semana de moda e A Gente aproveitou a atmosfera da meca do consumo para clicar nosso editorial com uma new face campo-grandense que ainda vai dar o que falar. Já que o MS é essencialmente uma mistura cultural, não poderíamos deixar de fora o Festival América do Sul, que celebra nosso dna meio paraguaio, meio boliviano, meio argentino - um outro excelente momento à beira do Paraguai, em Corumbá. Aproveite a leitura, mas não deixe de conferir em carne e osso todo o burburinho que está rolando por aí! Equipe revista A Gente

DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif

Gabriela Ostronoff Natália Charbel Daiane Libero Thiago Andrade Josiane Paganini REVISÃO Fernanda Giglio

EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo

FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede

DIRETORA COMERCIAL Thaís Beretta

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa

REDAÇÃO Thais Pompêo

FINANCEIRO Sonia Croda

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ATITUDE ∆ LIFESTYLE 20 | CASA 80 | PERFIL 112

LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 36

TENDÊNCIA ∆ NÉCESSAIRE 60 | BELEZA 64

COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 120, 122 | CRÔNICA 123

GENTE

FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br

∆ ESPECIAL 12 | ATUALIDADE | 114 | ACONTECEU 126

TWITTER @agenterevista

BEM-ESTAR

ANUNCIE comercial@revistaagente.com.br

∆ NUTRIÇÃO 68 | SAÚDE 72 | FITNESS 74 | ZEN 86

ELE | MS BLUES FESTIVAL ∆ CAPA | 30

EDITORIAL ∆ MODA 48 | ENDEREÇOS 124

BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Brilhante Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran Pão Bento Pão e Tal Shopping Campo Grande

CULTURA ∆ ARTE 98 | AGENDA 102 | DICAS 24, 26, 28

DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 78 | KIDS 88 | TEEN 90

PRAZER ∆ PELO MUNDO 34 | VIAGEM 104 Foto | Alexis Prappas Banda de Blues | Whisky de Segunda Agradecimento | BarFly

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LEITOR À equipe da revista A Gente. Gostaria de parabenizá-los pelas matérias, colocando o museu em pauta, ajudando com isso na divulgação e fomento cultural dos nossos eventos. Obrigada! Abraços, Maysa Barros coordenadora do MARCO

Sou adepta da meditação há 12 anos, e posso afirmar que a minha vida só melhorou desde que iniciei a prática. Parabéns à revista por abordarem um assunto tão bacana. Kátia P. Pereira

@

GENTE ON

filmes do Marcelo Veloso, na revista A Gente. Elas são muito boas mesmo! Sempre que posso, assisto aos filmes indicados, e espero que ele continue com as dicas! Obrigada!

AQUI

Parabéns por mostrarem, no mês de março, mulheres tão belas, seguras, inteligentes, e ao mesmo tempo delicadas e doces. Sou um profundo admirador das mulheres, e creio que elas deveriam ser homenageadas todos os dias! Abraço,

+ DE VOCÊ

Camila Gusmão

Rogério B. Resende

Já faz alguns meses que venho seguindo as dicas de

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COLABORADORES Júlia Del Miranda Jornalista com foco em cultura, a paulistana Júlia de Miranda é apaixonada por discos de vinil e fotografia. Não dispensa um pé na estrada com os amigos. Só perde o bom humor quando o Corinthians perde. Nesta edição assina a matéria Nova Alma ao Blues.

Jessica Cooke Jessica é artista plástica nascida em São Paulo e (atual) moradora de Berlim, na Alemanha. Lá ela estuda artes visuais na UdK – Universität der Kunst (Universidade de Artes), sob tutoria da artista Susanne Lorenz. Este mês é nossa guia insider em Pelo Mundo, que circula por Berlim.

Marcelo Karmouche Administrador e consultor de mercado financeiro há 12 anos, com trajetória na Bolsa Brasileira de Mercadorias, BBM, como operador de commodities, Marcelo já formou mais de 3 mil investidores por todo o Brasil, e vai ensinar para A Gente como mexer melhor com dinheiro, na nova editoria Economia.

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MAKING OF

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Munhoz e Fernando Torquatto A convite do maquiador e fotógrafo Fernando Torquatto, o cantor campo-grandense Munhoz, da dupla Munhoz e Mariano, mostrou seu corpo malhado e muita sensualidade em um ensaio fotográfico para a revista QUEM, inspirado na icônica campanha da grife italiana Versace – clicada pelo top fotógrafo Richard Avedon. De perder o fôlego!

Garatuja Garatuja significa rabisco, nome escolhido por um grupo de ilustradores e desenhistas que tem se reunido para trocar ideias e desenhar juntos. O primeiro evento foi organizado por uma galera de Cuiabá, MT, ano passado. Em março, foi a vez de desenhistas de Campo Grande se reunirem para “garatujar”. O entrosamento foi tanto que o próximo encontro já tem data marcada por aqui: 23 de abril, também na Taxi Publicidade. www.facebook.com/pages/Garatuja

EXTRAS Da redação Fotos | Divulgação

Escambo Fashion Reciclagem está, literalmente, na moda, e dá um certo alívio reutilizar aquela roupa que estava encostada no armário. Essa é a intenção do Escambo Fashion, idealizado pela jornalista Ana Paula Ostapenko, que acontece uma vez por mês no bar Holandês Voador, próximo à UFMS. A próxima edição acontece em 27 de abril. www.escambofashion.blogspot.com.br

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Palco giratório já está por aqui Há mais de 15 anos o SESC promove o Palco Giratório em MS. Agora, chegamos à sua 16ª edição, e as peças já começaram a circular na Capital e no interior. Começou com a catarinense “Júlia”, sobre dois saltimbancos que contam suas desventuras, e que estreou em Dourados no final de março. A próxima peça vem do RJ. “O Filho Eterno”, da Cia Atores de Laura (RJ), estreia dia 13 de abril em CG. Fique de olho na programação: www.sescms.com.br/publicacoes/palco-giratrio-2013.

Festival de Cine-Vídeo América do Sul Em novembro, Campo Grande volta a sediar um festival de cinema e vídeo. O evento será realizado em um dos dois maiores cinemas da cidade com recursos viabilizados pelo edital FIC (Fundo de Investimento à Cultura do Governo do Estado). O Festival apresentará longas-metragens dos países vizinhos e terá uma mostra competitiva de curtas aberta a toda a América do Sul. “Queremos que o festival seja uma grande vitrine, para mostrar a produção local para o Brasil e para o mundo”, pontuou Oriovaldo Mendes Jr, presidente da ACV-MS, entidade organizadora do festival.

REGIONAL ∆

Rádio Sons do Mato Que MS é um estado musical, isso a gente já sabe. De Paulo Simões a Tetê Espíndola, tem muita música boa aqui. Para juntar tudo isso, os radialistas Idemar Sprandel e Carlos Luz, do projeto Memória Fonográfica de MS, possuem uma proposta muito bacana na web: a rádio Sons do Mato, em que a produção local – de qualquer época – é protagonista. Vale a pena ouvir: http://migre.me/dp71T

Foto | Mauricio Copetti

Marcelo Resenbaum em CG O arquiteto Marcelo Rosenbaum, convidado especial da DeconMS, vem à Campo Grande para falar sobre Design Útil, dando enfoque ao projeto “A Gente transforma” – tema da SPFW em junho de 2012, que busca valorizar a identidade regional e criar projetos transformadores. A palestra acontece dia 19 de abril e o ingresso custa R$ 150.

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NACIONAL ∆

“David Bowie is” no Brasil Recorde absoluto de público no Reino Unido, a exposição “David Bowie is”, aberta no dia 23 de março no Museu Victoria & Albert, em Londres, vendeu mais de 40 mil ingressos antecipadamente. Documentos raros, fotos de infância e esboços dos figurinos são alguns dos ítens expostos. A melhor notícia é que “David Bowie is” vem para o Brasil em janeiro de 2014, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Imperdível!

Cirque Du Soleil no Brasil A trupe do Cirque Du Soleil está de volta. No finalzinho de março eles iniciaram as apresentações de “Corteo” em São Paulo, em cartaz até 5 de maio. Depois o circo segue para Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro. A novidade do espetáculo é um palco de 360 graus, que vira um desfile de acrobacias, transformando o funeral encenado em uma festa em 19 atos. www.cirquedusoleil.com

Paul McCartney is back No início de maio, o eterno ex-Beatle volta ao Brasil com a turnê “Out There!” para três apresentações fora do eixo Rio-SP . Os shows acontecerão em Belo Horizonte (4/5 – já com ingressos esgotados), Goiânia (6/5) e Fortaleza (9/5). Ingressos de R$ 160 a R$ 600.

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Texto | Thiago Andrade Foto | Lucas Possiede

Pelo papel fundamental que o agronegócio desempenha para a economia de Mato Grosso do Sul, as ações da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) são estratégicas. Em seu comando está a engenheira agrônoma Tereza Cristina Corrêa da Costa. Durante os últimos seis anos, a secretária vivenciou o fortalecimento da indústria e a profissionalização de quem trabalha no campo, fatores essenciais para a geração de renda e empregos. O acúmulo de experiências profissionais, que incluem a direção de uma fazenda familiar e a candidatura à prefeitura de Terenos, garantiu-lhe o conhecimento e o pragmatismo necessários para coordenar uma secretaria de alta importância para o Estado. Segundo a secretária, o momento atual é de busca por novos parceiros empresariais que permitam o fortalecimento da agroindústria. Em entrevista exclusiva à revista A Gente, Tereza Cristina faz uma análise do setor, das conquistas e do que ainda tem que ser aprimorado para que Mato Grosso do Sul se torne cada vez melhor.

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Mato Grosso do Sul entre o campo e o urbano

ESPECIAL ∆


Com o desenvolvimento industrial, o agroneg贸cio sul-mato-grossense entra em nova fase e Tereza Cristina, secret谩ria da Seprotur, analisa os novos rumos ABRIL 2013 | 13


Foto | Elis Regina Nogueira

Por meio de incentivos fiscais, o Estado buscou se tornar mais competitivo quanto à industrialização. Os benefícios já são perceptíveis? Em um estado que é eminentemente produtor primário, o segundo estágio de desenvolvimento é o de agregar valor. Isso vem sendo feito com o desenvolvimento de nossa agroindústria. Para a sociedade, são evidentes os benefícios que a industrialização vem trazendo, principalmente no que diz respeito aos empregos. Contudo, eles pedem mais capacitação, portanto o jovem sul-mato-grossense deve ficar atento. Três Lagoas é um dos melhores exemplos, com um aumento de mais de 30% em seu PIB. Em dezembro do ano passado, a balança comercial do Estado registrou acúmulo de US$ 901,1 milhões de déficit. O que tem sido feito para reverter esse quadro? Exportamos muitos produtos primários. Minérios, soja e milho em grãos, carne e celulose são os principais. Para a produção de toda essa agricultura, nós temos que importar muito adubo e fertilizante. A estratégia consiste no desenvolvimento industrial, para que o valor seja agregado dentro do Estado, ganhando margem de lucro no produto final. Como a senhora definiria o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul nos últimos anos e quais as estratégias para evitar a estagnação? O desenvolvimento começou na década de 1970, mas o desenvolvimento industrial ganhou força a partir do ano 2000. Por quê? A industrialização é importante, mas para que ela aconteça, existem outros fatores em jogo, principalmente, a produção primária. Nos últimos 10 anos, o agronegócio foi o principal responsável pelo superávit na balança comercial brasileira. O esforço para que a indústria ganhe força é nacional, pois sabemos que é um investimento mais complexo. Nosso Estado tem muitas vantagens comparativas e é nelas que vamos nos focar. Vivemos em um Estado de grande potencial turístico, principalmente ambiental. No entanto, o setor é pouco explorado,

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o que se evidencia pela escassez de hotéis e empresas especializadas na exploração do ecoturismo. Como melhorar esse quadro? O turismo precisa ser observado durante o ano inteiro, nenhum empresário vai investir se não houver uma procura continuada. Esse é o caso de Bonito. Campo Grande também tem poucos hotéis, mas isso será suprido com a finalização dos três ou quatro que estão sendo construídos. Nossa vocação é o ecoturismo, mas ele é caro, pois depende de muita infraestrutura. Estradas, hotéis confortáveis, aeroportos, companhias aéreas que atendam esses destinos, tudo isso leva tempo. No entanto, eu vejo melhoras. Há seis anos, os representantes do setor falavam sobre a falta de hóspedes, o que mudou muito, principalmente na região do Pantanal e em Bonito. O Mato Grosso do Sul tem aparecido na mídia nacional com a popularização dos artistas sertanejos. Mas existe um lado urbano crescente. Qual imagem deve ser fortalecida? O Estado está na vanguarda de muitos processos produtivos e nossos programas de atração de investimentos funcionam muito bem. A música sertaneja está ligada às nossas raízes; fico muito satisfeita com sua exportação por meio desses jovens, pois isso faz com que o Estado se torne mais conhecido. E em relação ao terceiro setor, o que tem sido feito diante do crescimento de Campo Grande e do Estado? Capacitação. A nossa população ainda é pequena em relação à nossa área geográfica, mas a indústria e a produção cresceram. O que mais podemos fazer? Capacitar os jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Precisamos de pessoal altamente treinado. O crescimento acelerado pode gerar falta de serviços e isso precisa, obviamente, ser resolvido. Por uma questão comercial, a oferta sempre está em atraso em relação à demanda. Mas isso é um bom problema, pois mostra que há crescimento. ∆

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A maior feira agropecuária do Estado acaba de ser tombada como Patrimônio Cultural da cidade. E isso não é à toa. A 75ª edição do evento prova sua tradição com grandes números: serão mais de 15 mil animais expostos, 46 leilões e cerca de 500 expositores. A organização espera movimentar em torno de R$ 200 milhões e atingir público de 300 mil pessoas. Uma outra notícia boa é que, agora como Patrimônio Cultural, os shows voltam a acontecer. Cerca de 20 artistas prometem agitar o palco do Parque Laucídio Coelho em dez dias de festa.

Texto | Thais Pompêo e Josiane Paganini Fotos | Divulgação

Palestras

Victor e Leo

De noite, festa, de dia, conhecimento. Durante todo o evento foram programadas palestras sobre temas que vão desde manejo e integração lavoura-pecuária até direito sucessório, com o ex-ministro do Supremo Tribunal de Justiça, José Delgado (veja entrevista completa com o ex-ministro nesta edição). O diretor da Eldorado Celulose, José Carlos Grubisich, também ministrará palestra sobre produção e logística da celulose. As palestras acontecem diariamente das 7h às 17h no auditório da Acrissul e a entrada é gratuita. Para participar basta chegar com antecedência.

Os mineiros Victor e Leo prometem levantar a poeira do Parque de Exposições Laucídio Coelho com sua forma diferente de fazer música sertaneja. A dupla, que mistura referências do folk, pop e do romantismo em suas canções, se apresenta no primeiro fim de semana da feira, no sábado (13/4).

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atualidades ∆

Bicampeã do Quarto DE Milha

Aos cavaleiros e amazonas

Na sela de um cavalo desde os 15 anos, Fernanda Gonçalves Ferreira é o tipo de mulher que não se intimida em um ambiente masculino. A amazona conquistou ano passado o bicampeonato de laço comprido da Associação Brasileira de Quarto de Milha, a ABQM. Ela é a melhor laçadora do Estado e foi a campeã nacional em 2011 e 2012 em Esteio, no RS. O que mais lhe incentiva a participar das competições? O desafio, a adrenalina da competição. A gente participa de todas as etapas do campeonato, e quando chega à final é muito bom. Mas eu não tenho um compromisso em ganhar... Laçar pra mim é como um hobby.

O espaço destinado aos cavalos mudou: foi ampliado para proporcionar mais conforto e negócios. Lá acontecerão seis leilões e variadas provas equestres, como a prova de laço comprido das raças Quarto de Milha e Pantaneiro, que marcará a volta da pista de laço comprido. O Cross Country também já está escalado.

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Selos Históricos Há quatro anos, durante o período da Expogrande, a Acrissul lança um selo comemorativo junto aos Correios. Nesta edição, o homenageado é o ex-governador e produtor rural Wilson Barbosa Martins. Nos últimos três anos, Laucídio Coelho, Lúdio Martins Coelho e Pedro Pedrossian estamparam o postal.

Bichos Exóticos

Paula Fernandes e outros shows

Não só de gado e cavalo vive a Expogrande. Animais exóticos também têm espaço reservado na feira. Serpentes como cascavéis, jiboias e sucuris fazem do estande da Universidade Católica Dom Bosco o preferido da criançada. Já a Fazenda Califórnia repete o sucesso do ano passado com os enormes galos da raça Índios Gigantes, que chagam a medir 1 metro de altura e pesar 6 kg. Mesmo que você não tenha uma granja, vale a pena dar uma olhada!

Vender 250 milhões de CDs em uma semana, em tempos de internet, não é para qualquer um. Coisa rara mas alcançada pela mineira Paula Fernandes. A cantora sertaneja – que é uma gata e flerta com a MPB – já está confirmada na programação da Expogrande. Além da moça, a banda Restart e os palhaços Patati e Patatá prometem animar os shows, que finalmente voltaram.

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Leilão beneficente

Associação comercial

O soar do martelo durante um leilão é sempre emocionante, e quando o lance vai ajudar uma causa nobre é melhor ainda. Essa é a ideia do leilão do dia 13 de abril, que acontece durante a Expogrande no tatersal da Acrissul: criadores, ao lado do Arcebispo de Campo Grande Dom Dimas, vão realizar um leilão de animais para arrecadar recursos em prol do Asilo São João Bosco.

Fique atento! A Associação Comercial de Campo Grande e a Expogrande fizeram uma parceria para disponibilizar descontos de 50% na entrada para a feira. Vai funcionar assim: basta comprar nas lojas filiadas da associação, identificadas por um adesivo especial, que você ganha um voucher para trocar pelo desconto na bilheteria da Expogrande.

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Izabella Mercante Texto | Thais PompĂŞo Fotos | Lucas Possiede

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LIFESTYLE ∆ Logo nos primeiros minutos de conversa com Izabella Mercante, dá para perceber a relação íntima entre a cidade e a vida da arquiteta. Há mais de dez anos, Izabella tem criado praças, parques, boulevares e todo tipo de espaços públicos pelo Estado afora. “Eu sempre fui apaixonada pela profissão, e a vida foi me levando para o urbanismo. Para mim é um prazer e um grande desafio criar lugares que atendam milhares de pessoas, pensando na aceitação e na apropriação desse espaço pela comunidade. Essa preocupação e interesse valem igualmente para obras menores, residenciais, comerciais...”. Na sua vida pessoal, a “apropriação do espaço” se faz com tênis no pé: a arquiteta é corredora de meia maratona. “Eu adoro explorar as cidades que visito a pé, é mais real, me sinto mais inserida no dia a dia da cidade”.

Profissão: Arquiteta. Férias Inesquecíveis: Ligúria, Toscana e Vêneto (Itália 2010). Em alta: Sempre: Deus, meus filhos e meu marido. O que está lendo: A melhor história está por vir (Maria Dueñas). Música ou artista que não sai do seu playlist: U2 e Legião Urbana. Um filme: Um não, dois pelo menos: O filho da noiva (Juan José Campanella) e The Help “Vidas Cruzadas” (Tate Taylor). Sempre à mão: Celular, lapiseira, trena e tênis. Não vivo sem: Fé, amor, trabalho e esporte. Projeto do momento: Não consigo ter um só, meu escritório novo é o primeiro da lista. Um sabor: Bacalhau. Um desfio: Sou movida a desafios. Um esporte: Corrida. Um refúgio: Minha casa. Melhor de Campo Grande: Correr no Parque dos Poderes.

Por isso, mesmo que não esteja viajando para competição – como já aconteceu no Rio de Janeiro, Amsterdã, Nova York e Munique, com próxima parada em Florianópolis – ela nunca deixa o par de tênis fora da mala. Com a corrida, Izabella ganha fôlego e alivia o estresse do dia a dia, para doar o melhor de si para seus três filhos e marido. “É corrido, mas eles me ajudam, respeitam meu comprometimento com o que eu faço porque sabem o quanto meu trabalho é importante para mim”. ABRIL 2013 | 21


JosĂŠ

Neto Texto | Daiane Libero Fotos | Lucas Possiede

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LIFESTYLE ∆ Mineiro de Uberaba, o engenheiro civil José Tiradentes de Lima Neto ainda preserva um pouco do sotaque, mas garante que se sente completamente campo-grandense. “Cheguei em 1988 por aqui, são 25 anos de Mato Grosso do Sul. Já morei em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, várias cidades interioranas, mas nenhum lugar me conquistou como aqui.” Durante o dia, o pai do Franco, 20 anos, e Amanda, 17, fica em seu escritório, entre papéis e documentos da Secretaria da Fazenda do Estado. Mas nos fins de tarde e finais de semana, opta pelo gramado para praticar seu esporte favorito: o golfe. Ele e a esposa, Andreia, são tão apaixonados pelo esporte que costumam competir em circuitos nacionais e internacionais – como o da Federação Paulista de Golfe. “O golfe é um esporte maravilhoso, ele te dá concentração e elasticidade. Nos identificamos muito com ele.”

Profissão: Fiscal de Rendas da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul. Férias inesquecíveis: Uma semana de puro mergulho em Fernando de Noronha, com minha mulher Andreia e amigos ótimos. Em alta: Golfe, cada vez mais. O que está lendo: “Quente, plano e lotado”, de Thomas L. Friedman. A continuação de “O mundo é plano”. Música ou Artista que não sai do seu playlist: Coldplay e Sigur Rós. Um filme: “Blade Runner, o caçador de androides”, de Ridley Scott. Sempre à mão: Celular, e minha inseparável garrafa d’ água de alumínio. Não vivo sem: O café Doppio Longo bem fraco que a Milla Resina faz especialmente pra mim no Firula’s Café. Projeto do momento: Construir no Terras do Golfe, o melhor condomínio do Centro Oeste. Um sabor: O morango desidratado do Mansur... divino! Um desafio: Ser um homem melhor em todos os aspectos da vida, e passar isso aos meus filhos. Esporte: Golfe, mergulho, golfe de novo... Refúgio: Estalagem St Hubertus, em Gramado. Melhor de Campo Grande: O sanduíche light feito pela Chef Adriana da Go Light.

Fora dos campos, o engenheiro cultiva um hobby um tanto quanto raro em tempos de Ipad: possui uma biblioteca com cerca de 500 títulos em casa. “Gosto muito de ler e colecionar livros. As pessoas até se assustam quando veem a quantidade de volumes na minha biblioteca.” A Gente adorou! ABRIL 2013 | 23


Gil Scott-Heron & Brian Jackson – Bridges Filho de uma bibliotecária cantora com um jogador de futebol jamaicano, que foi o primeiro jogador negro do Celtic Football Club, da Escócia, Gill Scott-Heron passou sua adolescência em Nova York, sendo um dos três únicos negros da escola em que estudava. Tornou-se músico, poeta e ativista militante dos afroamericanos. Teve um grande impacto prático na vida americana, participando de uma turnê com Stevie Wonder, para que o aniversário de Martin Luther King se tornasse feriado nacional. Juntos, conseguiram 6 milhões de assinaturas e, em 1983, Ronald Reagan assinou o projeto. Martin Luther King day é um dos três feriados americanos em comemoração a uma pessoa. Scott-Heron é muito famoso pelo seu poema canção “The Revolution Will Not Be Televised”, onde criticava, entre outras coisas, a superficialidade da televisão. É considerado um dos fundadores do rap, através de poema-canções. Suas músicas consistiam, além de poesias faladas e cantadas, numa mistura de jazz, funk e soul. “Bridges” foi uma das parcerias com o flautista, tecladista, cantor, compositor e produtor Brian Jackson.

para ouvir

Fábio Moura

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David Bowie – The Next Day Na comemoração de seu aniversário de 66 anos em janeiro, David Bowie anunciou que em março sairia “The Next Day”, seu novo álbum, deixando seus fans e a mídia surpresos, já que estava há dez anos sem lançar nada. Foram dois anos gravando em segredo. Esse álbum vem somente com a capa, sem imagens para acompanhar. Ele que, segundo o colunista da Folha de São Paulo André Barcinski, sempre usou a imagem como ninguém, aniquilando o conceito dos anos sessenta, de ídolos reais, como Beatles, Stones e Jimmy Hendrix, substituindo-o por personagens. Ninguém sabe como Bowie está ou o que veste. O David Bowie de 2013 é só som. Na minha opinião, melhor assim. O disco é bom. Nelson Cavaquinho – Nelson Cavaquinho (1972) Não me canso das músicas de Nelson Cavaquinho, que ganhou seu apelido nas rodas de choro da Gávea, e tocava, evidentemente, o cavaquinho. Mais tarde optaria pelo violão. Trabalhou na polícia militar do Rio de Janeiro, fazendo rondas noturnas a cavalo. E foi assim, durante as rondas, que passou a frequentar o Morro da Mangueira, onde conheçeu sambistas como Cartola e Carlos Cachaça. Dizem que certa vez o cavalo se soltou e voltou sozinho ao quartel, enquanto ele amanhecia no boteco. Deixou mais de quatrocentas composições, e vários clássicos eternos da música popular brasileira, como “A Flor e o Espinho”, “Folhas Secas” e “Juízo Final”. Ele disse assim certa vez: “Eu nunca fiz uma música pegando um instrumento, e as melhores, foram feitas no botequim.” Pareçe que tinha o carimbo da boemia no timbre da voz. Morreu em 1986 e, em 2011, foi homenageado no desfile da Estação Primeira de Mangueira, sua escola do coração. ∆



Marcelo Veloso

para ver

“Barbara” (Bárbara), de Christian Petzold Um retrato fiel do regime socialista que atuou na Alemanha durante a guerra fria. Bárbara é uma médica na Alemanha Oriental que recebe como punição, por insubordinação política, a transferência de uma posição de prestígio em Berlim para um hospital no interior do país. Lá ela planeja sua fuga com o amante, mas é perseguida pela polícia política. Bárbara estaria lá também para incitar um colega idealista a enxergar melhor o seu país. Existe uma paixão? Pelas pessoas, pelo trabalho? Ele é um espião? Os dois são espiões? A estranha opressão política e a debilidade do tempo são minuciosamente bem capturados. Há muito tempo não via um drama tão elegante baseado em dilemas humanos e políticos. Não é à toa que o longa foi bem recebido pela crítica internacional e levou para casa o Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim 2012. “Beasts of the Southern Wild” (Indomável Sonhadora), de Benh Zeitlin Muito bom ver que uma fábula pode transformar uma realidade dura e impactante numa experiência repleta de simbolismos e alegorias. Hushpuppy, uma heroína de apenas seis anos, mora num barraco com o pai doente, numa vila isolada perto de um rio que só espera a chegada do fim do mundo. Esse clima fantástico, que traz também monstros gigantes,

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serve para falar, na verdade, da dura realidade das comunidades ribeirinhas do sul dos Estados Unidos, uma região afetada pelo furacão Katrina em 2005. É incrível como você tem a sensação de estar assistindo a uma história real, mas é através dos olhos dessa garotinha que você vai perceber que este mundo não existe necessariamente de uma forma totalmente realística. Isso é verossimilhança! Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Sundance e do Câmera d’Or em Cannes. “Footnote” (Nota de Rodapé), de Joseph Cedar Dois personagens estudam o Talmud, um complexo emaranhado de leis judaicas. Um deles trabalha há muitos anos, sem grande reconhecimento. O outro é mais popular, mais reconhecido. O que incomoda é que um é pai, o outro é filho. A rivalidade que existe entre os dois estudiosos ganha incrível complexidade na relação afetiva que nasce entre os dois. Tal como na interpretação do Talmud, são contornos sutis, mas enormes. O combate intelectual se transforma em emocional e explode quando uma premiação que deveria ser dada ao filho vai ser entregue ao pai por culpa de um engano burocrático. É um conflito familiar. Talvez não exatamente um conflito familiar comum e cafona. O conflito é ético e é justamente sobre a ética, a lei e os costumes que o filme trata. Sim, de forma discreta, inteligente e profunda, como devem ser dois estudiosos do Talmud. ∆



Márcio Ribas

para ler

diga que neste calor / diga que estes olhos / nesta falta de luz / diga-me agora mesmo / diga-me que nunca mais - (Laura Erber, Insones, 7Letras, 2002). Em um texto interessantíssimo apresentado pela revista Granta em seu website, havia um tópico sobre questões literárias que dizia que, se você é um estrangeiro e quer conversar sobre livros, você realmente deve estar preparado para responder à seguinte pergunta: Quem é seu escritor brasileiro preferido?

existem ótimos escritores por aqui. A revista Granta em português, número 9 (Objetiva, R$ 34,90), não é a mais recente, mas, para os fins a que se propõe, é a melhor. Ela traz 20 textos dos melhores jovens escritores brasileiros. Um pessoal com menos de 40 anos que está mostrando a nova cara da literatura brasileira.

Quando li, imediatamente me lembrei de duas situações que vivi tendo essa pergunta como base: 1) sala cheia e primeiro dia de aula no curso de Letras e o professor faz a mesma pergunta. Repostas: alguns, José de Alencar, outros, Guimarães Rosa, e uma imensidão de Machado de Assis. 2) eu tentando falar sobre literatura com gringos e eis que faço-lhes a mesma pergunta. Respostas: um imenso “não os conheço” de todos da roda.

Dentre eles, Michel Laub, de quem já falamos na edição de fevereiro. Outra escritora é Laura Erber, que já concorreu pelo Jabuti com Os corpos e os dias (Editora de Cultura, R$ 49,90). O livro,além de seus poemas influenciados por vários artistas, traz fotografias relacionadas aos textos, porém as figuras não são explicativas, e sim um tipo de provocação ao nosso entendimento.

Enfim, quem é o seu escritor brasileiro preferido? Difícil de dizer. Talvez porque a lista dos mais vendidos não tenha nenhum deles, talvez porque as livrarias deixem a literatura contemporânea escondida no canto mais distante da loja, ou talvez porque seus professores de literatura tenham falado tanto de Dom Casmurro que não citaram uma única vez ninguém que tenha nascido depois de 1950. Independente da razão da dificuldade em achar um autor tupiniquim que satisfaça os seus interesses literários, acredite:

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Também vale a pena dar uma lida em Cordilheira (Companhia das Letras, R$ 41,50), de Daniel Galera. Esse livro faz parte da série Amores Expressos, que fala de histórias de amor que aconteceram em várias cidades do mundo. Daniel conta a história de uma escritora que acabou de sair de um relacionamento amoroso e teve uma amiga que se suicidou recentemente. Ela vai até a Argentina para lançar seu novo livro e de repente descobre que não sabe muito bem quem é. Caso queira mais diversão, não leia só Cordilheiras, leia toda a série Amores Expressos. Com certeza a frase “Ler é viajar” fará muito mais sentido. ∆



CAPA ∆

Nova alma ao blues Texto | Julia de Miranda Fotos | Divulgação

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“O blues? Ah, blues é sentimento, é você cantar e tocar o que vive. Você tem que sentir o blues”. Quem faz a afirmação é o jornalista Marcelo Rezende, o blues man por trás do baixo da banda Bêbados Habilidosos. Estamos falando de um dos estilos musicais mais intensos, pungentes e bonitos da história. Com origem na África, o blues se difundiu pelos EUA, especialmente no sul do país (região do Delta Mississippi), e suas primeiras canções, carregadas de lamento, eram ecoadas pelos escravos que trabalhavam nas plantações de algodão. O estilo ganhou não somente várias cidades americanas como também o mundo. Fora do eixo Rio – São Paulo e Porto Alegre, onde a cena do blues é pulsante, nossa capital começa discretamente a entrar na rota dos festivais internacionais no Brasil com o MS Blues Festival. O evento ocorre duas vezes ao mês e está com a agenda completa até o final do ano.


Rota 66

Quando eu vim, ninguém sorria pra mim Quando deixei aquilo lá E vim pra cá, não chorei não Graças a Deus Deixei meu matão, deixei meu matão, Deixei meu matão Vou sentir saudade da velha amizade Dos campos e vacas de lá Ai mamãe não quero chorar Os amigos poucos do meu coração Que vai se tratar, vai se tratar, vai se tratar Se ando sozinho é porque Não curto flor sem espinhos Toda essa manhã estranha De alguns anos pra cá, o blues em Campo Grande voltou a ganhar espaço. E agora, com o MS Blues Festival, a Capital pretende fazer parte da rota dos festivais internacionais do gênero no Brasil. Não chega aos pés do amorzinho Deixei meu matão, deixei meu matão,

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O fato inédito em Campo Grande foi uma iniciativa da banda local Whisky de Segunda, que há três anos começou a idealizar o festival. “Em 2012 trouxemos para CG três shows com feras do blues nacional: o guitarrista Décio Caetano e os gaitistas Ivan Marcio e Robson Fernandes. Foi um grande sucesso e desde então começamos a economizar o cachê para concretizar um festival de blues com grandes nomes na cidade”, relata o organizador do evento e guitarrista da banda Whisky de Segunda Jefferson Pasa. Correram atrás de patrocínio e não conseguiram nenhum, somente apoio, principalmente de fãs do gênero. Jefferson conta com a ajuda de dois produtores: o também músico Décio Caetano, da Décio Caetano Blues Band, que atualmente mora em Curitiba; e outro em São Paulo, que faz a ponte com os artistas estrangeiros, a maioria de Chicago (EUA), o berço do blues. “Campo Grande tem sede de boa música. Possui grandes talentos e, com essa ponte, do circuito internacional, acredito que nossos artistas serão mais prestigiados”, salienta Décio Caetano. Embora poucos saibam, o Mato Grosso do Sul possui um dos maiores letristas e poetas de blues do país, o vocalista e “lenda” Renato Fernandes, da banda Bêbados Habilidosos – isso segundo o dramaturgo Mário Bortolotto, que fez a afirmação em uma entrevista para a revista Trip. Bortolotto, inclusive, colocou duas músicas dos Bêbados no seu filme Minha vida não cabe dentro de um Opala. Agora, com 19 anos de estrada, os Bêbados, já com planos para gravar o terceiro álbum, conquistaram seu lugar ao sol.

Quer ouvir blues? Clayton Sales indica: Heritage Blues Orchestra, disco “And Still I Rise”. Disco de estreia da banda que concorreu ao Grammy 2013. Marcelo Rezende sugere: “Signs and Signifiers”, do guitarrista americano JD McPherson. O favorito de Décio Caetano: “BB King live in Kansas City”. Guy King, considerado um dos melhores guitarristas de blues da atualidade

Whisky de Segunda

Bêbados Habilidosos

Os Bêbados já estão escalados para o festival, que começou oficialmente no dia 16 de fevereiro com a apresentação do pianista Donny Nichilo. Em março, Guy King, considerado um dos melhores guitarristas de blues da atualidade, e Big Gilson marcaram presença – todas as edições com casa lotada. No início do mês de abril subirão ao palco o guitarrista Igor Prado e o gaitista Lynwood Slim, e no dia 20, os gaitistas Ivan Marcio e Giba Byblos darão as caras no evento. Já estão confirmados também Lurrie Bell e Eddie Taylor Jr, dois “monstros” da guitarra, ambos de Chicago. Para novembro o destaque fica por conta do Mud Morganfield, filho do grande nome do blues mundial Muddy Waters. Por enquanto o evento é realizado no Bar Fly, mas a intenção é migrar para um espaço maior em breve. Para 2014 o objetivo é levar o MS Blues Festival para alguma praça da Capital, ao ar livre e gratuito. Os organizadores estão finalizando o projeto para buscar patrocínio junto à prefeitura e governo do Estado. Enquanto isso não acontece, a equipe de produção do MS Blues Festival conta com aproximadamente 50 pessoas que ajudam na organização e assessoria, todas trabalhando sem fins lucrativos – além do apoio das democráticas redes sociais na divulgação. A força de vontade é tamanha que os músicos ficam hospedados na casa de amigos dos organizadores.

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Blues e derivados “Agora não preciso mais ir para São Paulo para ver os shows de músicos que eu admiro, posso ter o prazer de vê-los aqui onde eu moro, isso é incrível”, comemora o jornalista Clayton Sales, a voz do famoso programa de rádio “Blues e Derivados” da 104,7 FM, no ar há 13 anos, apostando no blues, todos os sábados no final da tarde. Clayton considera Campo Grande cosmopolita e promissora para o cenário do blues, e acredita que com esses nomes internacionais tocando por esses lados do país, os grandes centros vão começar a olhar para cá. “Estamos engatinhando um movimento de blues próprio, é o momento de aproveitar”, diz Clayton. Ele ressalta também um fator muito positivo: a fronteira do MS com os países sul- americanos.“Esse movimento todo que está acontecendo pode chamar a atenção da Bolívia e Paraguai, lugares que possuem várias bandas de blues. Nossos vizinhos podem começar a prestigiar as apresentações aqui na Capital, estamos muito próximos”, pressente o jornalista.

Gaitista e radialista Clayton Sales

A primeira canção de blues gravada em Campo Grande foi em 1972: “Deixei meu Matão”, composta por Geraldo Espíndola. Nessa mesma época artistas como Almir Sater, Paulo Simões, Geraldo Rocca e Guilherme Rondon surgiam com suas melodias que bebiam muito do folk e blues, adaptadas à maneira deles.

BarFly

Bons Ares Desde 2010 a cena do blues em CG vem sendo impulsionada e uma nova turma de músicos surgiu. Bares começaram a reservar um dia na semana somente para o estilo, como fez o Barbaquá e o saudoso Voodoo, que tinha seus domingos sempre lotados. As bandas Black Tie, Blues Company e Mister Willie representam essa nova e talentosa geração. Dos nomes significativos e que possuem um extenso métier temos o Whisky de Segunda (que completa dez anos em 2013), Bêbados Habilidosos, Zé Pretinho e José Boaventura (o primeiro a gravar um disco inteiro de blues na cidade), além do Mesttre Orlando (que já foi conhecido como Orlando da Gaita). Destaque para as vozes femininas da Erika Espíndola (Black Tie), Bianca Bacha (Jazz de Quinta) e Aline Calixto, que dão um toque ainda mais poético às canções.

Pianista e gaitista Donny Nichilo

“Campo Grande passa por um momento positivo e grandioso no cenário do blues. Quero parabenizar as pessoas que estão envolvidas em tudo isso, que acreditam no que fazem e trabalham com amor, isso é porque elas realmente sentem o blues”, celebra Rezende. Que esses novos ares tragam uma vida longa para o nosso blues. ∆

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PELO MUNDO Por Jessica Cooke, especial de Berlim

Club der VisionaerE

Ilha de Museus

Mauerpark Flohmarkt

Ober Baumbrテシke

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Agora SPACES

Filarmテ馬ica DE BERLIM

Hamburger Bahnhof MUSEUM


Berghain

Berlim, a Capital Europeia das Artes Desde que o muro de Berlim foi colocado abaixo, a cidade ganhou uma atmosfera tão singular quanto inspiradora – imagina uma cidade que antes era dividida por um governo autoritário, partida nos mínimos detalhes: dos ítens do supermercado (ou falta ou abundância deles) à arquitetura, carros... dizem que até as cores e o cheiro das ruas eram diferentes nas duas Berlins dessa época... A química da mistura dos dois lados, iniciada em 9 de novembro de 1989, transformou a cidade em um novo e vibrante polo das artes na década de 90, que pulsa até hoje. Exatamente por isso se tornou o sonho de consumo de artistas de vários lugares do mundo – como eu! Hoje a capital da Alemanha emana estética, música e atitude. Quem mora por lá é chamado Berliner – título ostentado com orgulho e carinho – e o life style desses cidadãos é se entregar aos movimentos musicais, do jazz aos melhores clubes de música eletrônica. Os movimentos de apropriação da cidade pelos artistas garantem que tudo seja possível e, claro, bem baratinho. E é no verão que a cidade fica mais pulsante e alegre. A largada é dada quando a primavera derrete a neve e as flores começam a aparecer nas praças e ruas da cidade. Baladas, restaurantes, galerias, museus, parques... Mas, por onde começar? O Club der Visionaere pode ser um ótimo lugar para tomar um drink durante o dia. A música eletrônica nunca deixa de estar presente no fundo mas, ao anoitecer, vira a atração principal, e o lugar se transforma em uma grande festa. O que torna o clube único é o fato de estar em cima de um deck de madeira no canal, totalmente ao ar livre e com uma pizzaria fantástica no background. Am Flutgraben / Kreuzberg. Agora Spaces, o prédio de cinco andares, é sempre uma surpresa: cada semana um evento diferente, entre exposições, performances, workshops, palestras ou intervenções em todo o complexo. É um projeto interdisciplinar da cultura berlinense que oferece desde “co-working spaces” para pessoas com trabalhos autônomos e pequenas empresas, até ateliês para artistas e programas de residência. Logo na entrada do Agora encontramos o restaurante Kurz Vor Eden, de culinária experimental, com um jardim enorme na parte externa – cenário perfeito para o verão. Oferece o

melhor cappuccino da cidade (peça para que o seu seja feito por Jono). www.agoracollective.org. Mittelweg 50 / Neukölln. A Filarmônica de Berlim é uma das mais belas da Europa. Além de sua arquitetura extremamente contemporânea, tem uma seleção de concertos e festivais de música clássica, com nomes como Chick Corea, Bobby McFerrin ou Carmina Burana. Os preços variam entre 15 e 100 euros. Berliner Philharmonie - Herbert-von-Karajan-Str. 1/Mitte. O Berghain/Panorama Bar foi eleito por 5 anos consecutivos o melhor clube de música eletrônica do mundo. Ele se encontra dentro de uma fábrica de 18 metros de altura com espaço para 1500 convidados em uma área industrial de Berlim – Ostbahnhof. Abre às sextas e fecha aos domingos à meia noite. Para os festeiros mais leves, recomendo uma visita no domingo a partir das 4 da tarde, quando a festa já passou do ‘auge de adrenalina’. O espaço é fascinante cinematograficamente, o que inclui as figuras da cena underground. Nem todos entram: os seguranças selecionam a dedo quem cabe no perfil Berghain. Am Wriezener Bahnhof / Friedrichshain. Mauerpark Flohmarkt é o maior mercado de pulgas de Berlim, ótimo programa para um domingo. Pode-se encontrar tesouros por preços surpreendentes, como peças vintage por menos de 10 euros. Ao lado do mercado tem um gramado gigantesco onde rolam todos os tipos de performances e o famoso karaokê, que fica na arena ao ar livre, aberto para quem quiser dar sua canja. Bernauer Strasse 63-64 / Prenzlauer Berg. Um ótimo programa é a Ilha de Museus, Museum Insel, com seus 7 museus diferentes, de arte da antiguidade até a arte clássica, incluindo algumas subdivisões da arte moderna à contemporaneidade. A arquitetura antiga dos museus é realmente de tirar o fôlego, o suficiente para passar o dia andando por lá. Se você quiser se focar mais em arte contemporânea, o Hamburger Bahnhof Museum é o lugar. O museu era a antiga estação de trem Berlim-Hamburgo, que foi abandonada e transformada no maior museu de arte contemporânea da Alemanha. Invalidenstr 50-51 / Moabit. A maior dica para o mês de maio é The Month Of Performance Art. É um festival para trabalhos de performance que corre por toda a Berlim em diversas galerias ou espaços de eventos, dos mais conhecidos aos mais novos. De 1º a 31 de maio. Mais informações: www.mpa-b.org.

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ESCOLHA DO MÊS ∆ Foulard Nana Kokaev p/ Ivaniza R$ 388,70

Clutch Roberto Cavali p/ Farfetch $ 3.300

Saia Rock Lily p/ Maria Pitanga R$ 520

Jogo xícaras chá aruba Domi R$ 232 c/ 6 peças

FLORES DE OUTONO Por | Luiz Gugliatto

A estação luxo chegou. Dias mais curtos e noites mais frias prometem mais glamour e sofisticação no visual das mulheres. Hora de apostar em um guarda-roupa com perfume bem feminino para encarar os dias intensos do outono. As estampas florais imprimem a delicadeza e sofisticação necessárias para uma produção com frescor, inspirada na natureza. Blusas, blazers, camisas e saias com estampa floral dão o tom certo da temporada outono/inverno 2013. Esse print romântico jamais sai de moda.

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Blazer Costume p/ Maria Pitanga R$ 435

Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Blusa Cristina Ban p/ Ivaniza R$ 344,77

Camisa Spezzato p/ Marjorelle R$ 399

Poltrona Susy p/ Mercado Livre R$ 1.500

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Desfile Colcci

TRENDY ∆

METAL DE LUXO! O ouro rosé é uma mistura de ouro com prata e cobre. Essa mistura permite tonalidades que vão do rosé claro ao mais intenso. Quem lançou essa tendência foi a luxuosa joalheria Cartier, fazendo dessa mistura um desejo imediato entre as ladies descoladas. A cor rosé não ficou só na área da joalheria, e sim em todos os segmentos do mercado de luxo, inclusive nas makes e esmaltes de grifes mega famosas como a Mac. São ítens ideais para dar um up nas produções de outono/inverno. Anel ouro rosé com diamantes Talento joias R$ 30.930 • Anel ouro rosé 21Diamonds preço sob consulta • Esmalte Revlon nail Enamel mettalic/ Laffayette R$ 17,50 • Relógio baguette Bezel rose Michael Kors preço sob consulta • Clutch Serpui Marie p/ Moda Operandi $ 265 • Bracelete coleção Rock Season H. Stern preço sob consulta • Loafer Philli Lim p/ Moda Operandi $ 425

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Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto



Foulard Nana Kokaev p/ Ivaniza R$ 388,70

Óculos Ray Ban p/ Óptica Lunettes R$ 610

ALMARE Por | Luiz Gugliatto

O azul turquesa e o verde água são cores que nos remetem aos mares do Caribe e Polinésia Francesa... Por serem cores refrescantes e envolventes, são incríveis para o nosso clima tropical – sempre bem-vindas em todas as estações do ano, além de marcantes e versáteis são super práticas de usar. O turquesa e os esverdeados fazem combinações muito interessantes com tons pastel e as variedades de marrom, roxo, rosa e, acima de tudo, tonalidades de azul, inclusive os escuros, que valorizam a silhueta feminina. Loiras, morenas e negras podem investir em roupas, bolsas, calçados e bijoux “almare” para criar looks elegantes e modernos.

Bloco jogo linha básica Teca p/ Americanas R$ 14,90 Banquinho PCM design Array p/ Casa de Valentina R$ 2.495

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Pote metal multiuso Rice p/ Coisas da Doris R$ 230


ACHADOS DE MODA ∆ Brincos Vancox joias Preço sob consulta

Calça Miele p/ Marjorelle R$ 299

Fotos | Lucas Possiede e divulgação

Jaqueta Valéria Foschiane R$ 330

Sandália Christian Louboutin Preço sob consulta

Mala Ana Dello Russo p/ H&M Preço sob consulta

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HOMEM ∆

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Campanha Versace eyewear

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PASSION

Como a primeira regra do estilo pessoal é permanecer fiel a si mesmo, a sugestão é incorporar os mirrored shades, que estão super em alta, ao seu visual. Afastados do mercado de luxo desde os anos 80 e considerados desde então bregas, eles reapareceram como forte tendência no último verão. Mega espelhados, descolados e muito ousados, eles prometem conquistar o status de item queridinho dos antenados com a moda para os dias mais frios do ano! 1- Ray Ban p/ Inel Classic • 2- Ray Ban p/ Inel Classic • 3- Police p/ Óptica Lunettes • 4- Police p/ Óptica Lunettes • 5- Ray Ban p/ Visótica • 6- Police p/ Lunettes - Preços sob consulta

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Fotos | Lucas Possiede

Por | Luiz Gugliatto



Depois de 6 anos sem um grande evento que reunisse as potências da moda da cidade, o Shopping Campo Grande preparou um super evento que reunirá 20 marcas em quatro dias de desfile – o Campo Grande Fashion. O circo da moda estará montado entre os dias 18 e 21 de abril, no Shopping Campo Grande, período em que a cidade viverá momentos de burburinho fashion com o agito de modelos, produtores, maquiadores, blogueiras e celebridades. Uma grande festa para apresentar as tendências do inverno 2013. E A Gente conta com exclusividade para você o que vai rolar de mais bacana! 44 | ABRIL 2013


CAMPO GRANDE

atualidades ∆

Texto | Thais Pompêo e Josiane Paganini Fotos | Divulgação

Por trás do glamour dos desfiles do Campo Grande Fashion, existe uma super equipe que faz o show acontecer. No staff de moda, 40 modelos, sob o comando do produtor de moda Luiz Gugliatto – nosso editor de moda desde sempre. Melissa Tamaciro é a produtora executiva do evento e o nome à frente da agência Arena Models, que escalou o super casting para os desfiles. Os cliques, direto do pit de fotógrafos, são de Alexis Prappas, nosso assíduo colaborador – aliás, vale a pena conferir o belíssimo editorial de moda desta edição, clicado nos labirínticos corredores de serviço do Shopping CG!

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Linda Helena, o nome já diz tudo... Linda Helena saiu do bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, para conquistar o mundo da moda. Aos 16 anos, a modelo é a aposta da agência Ford, que a levou para Paris no fim do ano passado. Logo em sua primeira temporada, que aconteceu em março, desfilou na disputada semana de moda da capital francesa (por pouco não foi escalada pela Louis Vuitton) e no Fashion Rio. Em uma brecha no circuito Nova York Paris - São Paulo, Linda posou para o editorial de moda desta edição (Linda de viver!) e encorpará o casting dos desfiles do Campo Grande Fashion com sua atitude andrógena e super conceitual. New faces Assim como Linda, o Shopping Campo Grande acredita e quer descobrir novos talentos da nossa terra. Por isso, no início de março, organizou um casting para descobrir potenciais modelos do nosso Estado. Foram 12 selecionados que vão desfilar no Campo Grande Fashion.

Estampa artsy para Forum Depois do sucesso da parceria iniciada na coleção primavera-verão 2012/2013, o talentoso ilustrador carioca Filipe Jardim continua criando estampas para a nova coleção outono-inverno da Forum. Se o limão era a vedete do verão, o coco e folhagens com cores vibrantes fazem a cara do inverno tropical da marca. Filipe passa metade do seu tempo viajando pelo mundo, mas usa sua cidade natal para se inspirar e criar as ilustrações que já estamparam até os famosos lenços da grife francesa Hérmes.

Celebridades na passarela As celebridades trazem um charme todo especial para as semanas de moda, e no Campo Grande Fashion não será diferente. O ator Daniel Rocha – o Roni, de Avenida Brasil, que fez parte do triângulo amoroso entre a piriguete Suelen e o amigo Leandro – emprestará seu charme para o desfile masculino, que acontece na sexta (19/04). Os atores Rafael Barja e Mariana Molina também desfilam e formam o trio global.

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Clube Melissa em CG Quem não ama o cheirinho frutado de uma Melissa nova? Agora imagina uma loja inteirinha assim – e ainda por cima com uma coleção incrível assinada pelo kaiser da moda, Karl Lagerfeld (ele mesmo o estilista da Chanel). A parceria chega ao Shopping Campo Grande na 1ª quinzena de abril, com a inauguração do primeiro Clube Melissa do Estado – mas antes disso os calçados estarão na passarela do Campo Grande Fashion. Além do clube, as lojas MOB, Via Veneto, Canal e Track & Field também estarão aterrissando nos próximos meses no Shopping. Fique de olho!

M. Officer by Carlos Miele Totalmente reformada, a M.Officer reabre as portas no mês de maio, mas antes disso aquece os motores com desfile no Campo Grande Fashion. Além das peças M. Officer – que a partir desta estação passam a ser assinadas M.Officer by Carlos Miele, pois receberão total acompanhamento do estilista – a loja vai colocar na passarela a marca Carlos Miele Jeans, uma linha mais sofisticada do grupo. Aliás, a loja no Shopping passará a ter uma área reservada para receber os vestidos Carlos Miele – um luxo!

Moda para os pequenos Pensando na criançada – que está cada dia mais antenada – o Campo Grande Fashion terá dois desfiles dedicados ao público infantil no domingo (21/04). As lojas Hering Kids e PUC já estão se preparando para mostrar que os looks infantis são cheios de informação de moda, sem deixar de lado o conforto. Moda para brincar, ser criança e ter estilo.

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Fotos | Alexis Prappas Stylist | Luiz Gugliatto


Vestido Shoulder Braceletes My Gloss Brincos by Gugliatto Botas My Shoes


Colete e short Garpy Soutien e meia Scala テ田ulos Ray Ban p/ Visテウtica Brincos by Gugliatto Ankle boot Para Raio p/ Anita Shoes


Blazer e gravata Aramis Calรงa Forum Botas Carmen Steffens


Vestido e sandรกlias Forum Anel acervo


Casaco Animale Brincos e colar by Gugliatto


Trench coat Pernambucanas Legging Scala Botas Carmen Steffens


Camisa Gregory Legging scala Botas acervo


Jaqueta Richard’s Lenço Muzazem Brincos by Gugliatto


Blusa Miele p/ M. Officer Legging Scala Brincos by Gugliatto


Jaqueta e regata M. Officer Saia Gregory Braceletes My Gloss Brincos by Gugliatto Botas Carmen Steffens


Camisa, calça e scarpin Bo. Bô Brincos by Gugliatto Bolsa Victor Hugo Braceletes My Gloss

Ficha técnica Fotógrafo | Alexis Prappas Produção de moda | Luiz Gugliatto Make/hair | Ivo Vilela Modelo | Linda Helena


HITS DE BELEZA ∆

Esmaltes do inverno: Há alguns anos a brasileira descobriu que AMA esmaltes. E virou uma febre – mulheres de todas as idades (todas mesmo) saíram do branquinho e vermelho para arriscar nos tons mais inusitados. Já sabe o que usar no inverno?

Classic red: Não tem jeito, mais que uma tendência o vermelho é clássico e o preferido das brasileiras. Para a próxima estação, ele vem super democrático, em várias tonalidades, dos mais abertos aos bem fechados. Mas é o vinho (famoso bordô) a grande novidade. A cor que já foi considerada cafona está colorindo unhas ao redor do mundo.

A cor da Chanel: Desde que lançou o Jade (verde pastel), a Chanel é referência absoluta quando o assunto é esmalte. Por isso a cada temporada os olhos se voltam para as unhas que entram na passarela da Maison. E a aposta da vez é o Elixir, um rosa avermelhado bem cremoso, que começará a ser vendido no segundo semestre.

Verde esmeralda: E mais uma vez a cor escolhida pela Pantone aparece. O verde esmeralda vale também para as unhas. Nas versões mate ou com brilho, o tom vai fazer parte da sua paleta de cores. Pode apostar!

Esmaltes escuros: Inverno é um convite aos tons escuros, e esse ano o marrom e o cinza são apostas fortes. Atenção também para o azul escuro, vinho e o cobre. O preto marca presença e nem sempre na versão básica – texturas foscas e cintilantes dão o tom da estação.

Unhas metálicas: O dourado e o prata continuam fortes, mas os tons de verde e azul também aparecem. Para quem não gosta da unha toda metalizada, vale apostar na francesinha metálica, tendência nos red carpets.

Shape: Além das cores a grande novidade para as unhas é o formato: a tendência entre as celebs são as unhas pontudas, chamadas de stiletto (Lana Del Rey, Adele, Rihanna e Lady Gaga já estão usando). Parece que é o fim da ditadura da unha quadrada. Por aqui, a tendência ainda aparece muito tímida e está longe de ser unanimidade. O segredo do shape perfeito é ir arredondando as unhas aos poucos. E, claro, brincar com o formato deixando a unha levemente ou mega afiada.

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HITS DE BELEZA ∆ As semanas de moda lançam muito mais do que tendências em roupas. Maquiagem, cabelo e unhas também estão na mira de quem quer saber o que vai rolar. A Gente prestou atenção nos makes das Fashion Weeks, e pergunta: você está pronta para um olhar fatal? Olhos geométricos: O oposto do esfumaçado. Aposte nos olhos com um perfume artsy. O geometrismo tem linhas retas e bem marcadas. Para muitos é o olhar mais moderno da temporada. Olhos de gata: Com os pés nos anos 60, o delineador gatinha foi visto em várias passarelas. O make é clássico, simples, e garante aquele ar Audrey Hepburn a qualquer mortal.

O verde-esmeralda: A eleita pelo Instituto Pantone como a cor de 2013 é tendência também quando o assunto é maquiagem. Olhos ‘Super Emerald’ ou só com delineador apareceram aos montes. Quem tá de olho nessa aposta é a Sephora, que lançou uma linha completa de make nessa cor.

Smokey Eyes : Olhos esfumaçados e até com uma pegada ‘borrada’ foram escolhidos os mais mais da temporada. As cores vão do pretão clássico, ao azul elétrico e tons de cinza. Os acabamentos metálicos dão o toque contemporâneo. Texto | Natália Charbel Fotos | Lucas Possiede Make | Ivo Vilela

Cores impactantes: Tanto nos lábios, quanto nos olhos. Tons de fúcsia, marrom e vinho foram destaque nos olhos de vários desfiles.

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Flacidez fAciAl Mantendo a aparência nas alturas!

Texto | Natália Charbel

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beleza ∆

A idade chega, não tem jeito. Além da (óbvia) passagem dos anos, vemos os sinais do tempo nas mudanças hormonais, no nosso comportamento e, mais facilmente, no corpo. Uma amiga diz que no dia em que completamos 30 anos, o bumbum cai automaticamente 2 centímetros. No rosto, o passar dos anos também é visível, e a flacidez é o sintoma mais evidente do envelhecimento cutâneo. Por ter a pele sensível e delicada, a região de rosto e pescoço precisa de cuidados específicos para se manter nas alturas, porque, vamos falar sério, ninguém gosta de ver aquela bochecha de buldogue quando se olha no espelho. Para entender melhor, dra Katia Volpe explica: “É científico que a partir dos 30 anos (em média) a pele começa a perder colágeno, a sustentação da derme. A partir de então, é ideal iniciar uma prevenção. Nesta idade, não há flacidez aparente, porém a perda de fibras já está acontecendo.” O tratamento mais indicado para prevenção e tratamento é a associação das tecnologias do infravermelho e da radiofrequência. O Near Infrared (NIR) possui uma tecnologia que libera pulsos de luz infravermelha e vai incentivar a produção de novas fibras de colágeno. Como consequência temos melhora considerável da estrutura e tônus da pele. As fibras elásticas encurtam-se, o que provoca uma ação de lifting no rosto e pescoço. Já o Accent (radiofrequência) causa profundo aquecimento no local, construindo novo colágeno e estimulando enrijecimento cutâneo. “Por que associar os dois? O infravermelho estimula as células da derme superficial (papilar) enquanto a radiofrequência estimula as da derme profunda (reticular), e o resultado é muito melhor”, afirma a médica. O Venus Freeze™ é outra opção super moderna, que une pulsos magnéticos com radiofrequência multipolar. Esta é uma tecnologia exclusiva que consegue reverter sinais do envelhecimento e incentivar a produção de colágeno.

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“O pescoço é uma área com a pele fina e pouca sustentação, por isso requer mais cuidados. O tratamento pode ser o mesmo, mas muitas vezes requer um número maior de sessões do que a face, para atingir o resultado máximo. Outra região que incomoda muito é o contorno facial: conforme a flacidez da derme se instala, a hipoderme (gordura) vai ‘pesando’, conferindo um aspecto de bolsas e papada. Com o envelhecimento, o rosto vai adquirindo um aspecto quadrangular. É neste momento que devemos ter cuidado para não realizar procedimentos que deixem aspectos artificiais. Existem hoje tecnologias que compactam essa gordura, recolocando-a no lugar, devolvendo o aspecto em ‘V’, harmonizando o contorno e trazendo aspecto jovial”, pontuou a médica. A ponteira Ultraface é um ultrassom específico para o tratamento do terço inferior da face (bolsas e papada). Ela consegue uma definição mais precisa do ângulo da mandíbula, reduz o aspecto pesado das bochechas e afina o rosto. Dra Katia sai na frente e avisa: “A grande novidade, e que promete ser tendência, é o Doublo, que está para chegar ao Brasil e oferece um tratamento com Ultrassom Focalizado Fracionado, apresentando uma ferramenta única e inédita em matéria de Face Lifting. Além de proporcionar maior segurança, possui três tipos de aplicação: para flacidez, redução das rugas em volta dos olhos, e para lifting facial.” Outro ponto a ser lembrado: “É importante fazer uma manutenção semestral, já que, infelizmente, não paramos de envelhecer”, lembra dra Katia Volpe. ∆ *O número de sessões e o tipo de tecnologia a ser utilizada serão indicados de acordo com cada caso.

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Colรกgeno, nรฃo nos abandone! 68 | ABRIL 2013


NUTRIÇÃO ∆

Descubra quais são os alimentos que podem ajudar na formação da proteína

Texto | Natália Charbel

Muito se fala dele, mas na prática, você sabe o que é, e o que faz, o colágeno? Essa proteína é uma das mais generosas no corpo humano e compõe cerca 75% do tecido epitelial. Nosso organismo a fabrica naturalmente, mas, a partir dos 25, 30 anos, nossa fábrica começa a reduzir a produção. Para a gente ter uma ideia, aos 50 anos, nosso organismo efetiva apenas 35% do colágeno que precisa. E nós, mulheres, somos as que mais perdemos com isso, literalmente: devido à queda do estrogênio que acontece na menopausa, a diminuição do colágeno é ‘reforçada’. O colágeno age em conjunto com a queratina para garantir força e resistência à pele; sua função mais importante é produzir fibras que vão dar sustentação cutânea e colaborar na formação de músculos (isso sem falar dos cabelos, das unhas). Aí a matemática é simples, menos colágeno, mais rugas, mais flacidez e perda de elasticidade.

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Nutricionistas são categóricos em afirmar que precisamos fazer nossa parte para atenuar os efeitos dessa perda, e começar bem cedo os cuidados para reduzir os sinais do envelhecimento da pele. E o pontapé inicial pode acontecer de dentro para fora. A alimentação tem função significativa na beleza. Nunca foram feitos tantos estudos, com conclusões tão promissoras, sobre o poder de determinados alimentos e sua ligação com a saúde da pele. Essas pesquisas têm confirmado o que nutricionistas sempre disseram: uma dieta saudável e a ingestão de certos alimentos auxiliam na flexibilidade, vigor, hidratação e firmeza cutâ-

nea. Com isso ocorre o retardamento e a redução do aparecimento de rugas, marcas de expressão e manchas. E mais: alguns elementos presentes em alimentos pontuais tem a capacidade de agir promovendo e mantendo a saúde da pele, já que conseguem neutralizar os efeitos danosos dos radicais livres. Esses alimentos são chamados informalmente de firmadores da pele e serão seus aliados na luta contra o envelhecimento. Para isso, sua alimentação deve ser rica em proteínas magras que vão estimular a produção de colágeno e, para que ele seja assimilado pelo nosso corpo, é fundamental o consumo de vitamina C, vitamina E, cobre, selênio, zinco e silício. Não sabe onde encontrar? Preparamos uma tabela simples.

Proteínas magras • peixes como o atum e o salmão. Carne bovina magra, peito de frango. Queijos brancos, iogurte (de preferência o desnatado) e ovos. Vitamina C • kiwi, acerola, goiaba, morango e pitaya. Pepino, couve-flor, pimentão e tomate. Vitamina A • fígado bovino, cenoura, abóbora, espinafre. Vitamina E • cenoura, avelã, pistache seca, castanha do pará. Zinco • aveia, avelã, ovos, frutos do mar, abacate, grão de bico, tâmaras. Selênio • castanha do pará, nozes, salmão, farinha de trigo, gema de ovos. Silício • aveia, abacaxi, espinafre, vagem, avelã, feijão, centeio, banana, cogumelos. Cobre • fígado bovino, cacau em pó, bananas, batatas, frutos do mar.

O abacaxi possui enzimas que estimulam e fortalecem o colágeno e as fibras elásticas. *Existem ainda suplementos à base de colágeno que podem ser encontrados em grandes drugstores, mas o ideal é conversar com um nutricionista antes de começar a usá-los. Combinado? ∆

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Dando pinta!

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SAÚDE ∆ Charmosas ou perigosas? Saiba reconhecer se sua marquinha oferece algum risco. Texto | Natália Charbel

Impossível pensar em Marylin Monroe sem sua famosa pinta. Cindy Crawford é muitas vezes chamada de ‘aquela modelo da pintinha’. Angélica e Sabrina Sato também têm uma marquinha charmosa. As pintas, ou nevos melanocíticos, são lesões cutâneas que se originam de uma aglomeração celular produtora de melanina. Essas pintas resultam de predisposição genética, podem estar presentes desde o nascimento ou surgir com o decorrer do tempo, causadas principalmente pela exposição solar. Até aí, tudo bem, por mais que você não ache nada charmoso, uma pinta em geral não causa maiores danos. Até que... algumas alterações começam a acontecer: uma coceira, sangramento, alteração de tamanho e cor. Nessa hora é preciso ficar atento e agir, ou seja, consultar um dermatologista, o médico que poderá analisar a lesão e o possível desenvolvimento de uma doença. Para simplificar, existe uma regrinha (que parece brincadeira) bem fácil para a gente memorizar – o ABCD. Cada letra indica um sintoma: (a)Assimetria – uma metade é diferente da outra; (b)Bordas irregulares– a borda é cortada ou tem definição muito fraca; (c)Cores diferentes – mudança de cor dentro da pinta ou sombras em marrom, preto, branco, tons avermelhados e azuis; (d)Dimensão superior a 6 milímetros (tamanho médio do fundo de um lápis).

Assim exames específicos analisarão as características da pinta e seu médico saberá qual a melhor atitude a ser tomada. Muitas vezes a retirada é o indicado; em outros casos, apenas um acompanhamento bem próximo. A remoção pode ser feita pelo dermatologista no próprio consultório, por um cirurgião plástico e até por um cirurgião geral. Todas essas decisões devem ser tomadas em consenso paciente/médico. O cirurgião plástico entra em cena principalmente em casos de grandes lesões, ou quando a pinta se encontra em áreas muito expostas como rosto, colo ou mãos. Logo após a remoção, a lesão é encaminhada para um estudo histopatológico, que vai averiguar qual é o tipo da pinta e se é benigna ou maligna. Se a pinta evoluiu para um câncer, a remoção envolve alguns outros cuidados, dentre eles a retirada com uma margem segura, que varia de 1 a 2 centímetros. Especialistas garantem que esse método aumenta as chances de cura. Se a retirada do tecido ocasionar uma cicatriz agressiva, antiestética, ou impossibilitar o processo de cicatrização cutânea, é possível reverter esse quadro através de avançadas técnicas de reconstrução. Cirurgiões plásticos estão aptos a restaurar, restabelecer a aparência e principalmente a funcionalidade do local. O importante é a detecção precoce, a avaliação precisa e a aplicação da técnica ideal. Aí é só dar pinta por aí, bela e segura! E não esqueça, filtro solar, sempre. Ele é seu melhor amigo!

Quem tem histórico de melanoma na família deve ter atenção redobrada e visitar um dermatologista no mínimo uma vez ao ano. O importante é não deixar a alteração tomar grandes proporções – as menores mudanças devem ser investigadas.

Fique atento ao ABCD: Assimetria, Bordas irregulares, Coloração e Dimensão! ∆

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FITNESS ∆

Método Feldenkrais promete revolucionar a consciência do corpo e, dessa forma, minimizar tensões muscUlares do dia a dia. Texto | Daiane Libero Fotos | Lucas Possiede e Úrsula Duarte

Sabe quando você sente seu corpo cheio de pequenas dores, após uma longa jornada de trabalho ou até um exercício físico muito intenso? Isso pode significar que o seu organismo está se enrijecendo, perdendo em energia e flexibilidade. Para revolucionar essa concepção, existe um método de autoconhecimento que ensina a pessoa a integrar movimentos básicos à respiração, resultando em mais saúde e disposição. É o método Feldenkrais. “A chave para conhecer essa prática – ainda pouco difundida no Brasil – é a expressão ‘mudança de padrões’. Com ela, você aprende não somente a se conhecer melhor, mas também a mudar seu corpo para não realizar movimentos que causem dores e tensões desnecessárias no dia a dia”, conta Úrsula Duarte, empresária especialista em Feldenkrais. Mas como issso é possível? Para entender o Feldenkrais, é preciso voltar às origens dos nossos trejeitos. “Quando nascemos, nosso corpo se exercita da forma correta. O bebê estica as mãos e alcança algo de um jeito livre, por exemplo. Mas à medida em que crescemos, vamos nos tensionando, ficando mais enrijecidos. Aí vem a dor na coluna, no pescoço, e até mesmo lesões”, explica Úrsula.

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Úrsula é pioneira no ensino do Feldenkrais em Campo Grande, na academia Corpo em Movimento. “Essa consciência corporal que você adquire age no corpo e também no bem-estar psicológico”, enfatiza. A empresária conheceu a modalidade de exercício por acaso, quando assistia a um curso sobre consciência corporal, e se apaixonou pelo que ela pode trazer ao corpo.

Por meio de exercícios com movimentos lentos e marcados que lembram o Tai Chi Chuan, mas que exigem uma imagem mental em cada movimentação (de forma a trabalhar a consciência psicológica), o aluno aprende a se “desconstruir” e reeducar seu corpo da maneira correta. “Através desses movimentos, primeiro tomamos consciência do corpo, dos músculos, ligamentos, de nossa estrutura física. Depois, o instrutor ensina uma série de movimentos-base, que ajudam a entender o que precisa melhorar e mudar, como sua postura ao sentar-se, ao deitar-se”, explica.

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Há quatro anos, buscou a formação específica no Rio de Janeiro. Ela ainda explica que o nome “Feldenkrais” vem do criador, o físico israelita Mosché Feldenkrais. “Os movimentos que você aprende a fazer deixam seu corpo mais flexível”, continua Úrsula. “Além de tudo, são exercícios muito leves e fluidos, recomendados para todas as idades. Existem cerca de 100 movimentos criados pelo método, que trabalham todo o corpo, da cabeça à ponta dos pés”. As aulas podem ser individuais ou em pequenos grupos de até 10 pessoas. Soma-se aos movimentos, uma maior consciência da respiração: “Ela é muito importante, pois dá cadência aos movimentos e faz com que os sistemas básicos do corpo funcionem melhor”, conta a instrutora, que finaliza: “É uma mudança de padrões corporais, mas também de vida.” ∆



Comida de raiz “desde criança já temperava tudo do meu jeito”

Texto | Daiane Libero Foto | Giuliano Godoy

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GASTRONOMIA ∆ Giuliano Godoy passava todas as férias na fazenda dos tios. Assim se apaixonou desde muito cedo pela culinária rústica, regional e tradicional de Mato Grosso do Sul. A infância de lembranças na fazenda, no “quebra-torto” e na convivência com o homem pantaneiro, deu lugar ao publicitário e fotógrafo urbano, que nunca deixou, no entanto, de estar ligado aos aromas e sabores da terra. “Eu sempre gostei muito de cozinhar, desde criança já temperava tudo do meu jeito, ficava de olho na comida da comitiva, dos peões pantaneiros na fazenda”, conta. Os segredos da cozinha de Giuliano também caminham pela gastronomia da fronteira. “Eu gosto muito da comida mais rústica, comidas tradicionais com toda a influência dos vizinhos paraguaios, bolivianos”, enfatiza – mas a tudo o que cozinha, ele acrescenta sua marca, seu toque pessoal.

Macarrão tropeiro Ingredientes 500 g de charque 500 g de macarrão liane número 3 (aquele com furinho no meio) Alho Cebola Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo Em uma panela grande, frite o charque picado até ficar bem douradinho, sempre pingando água. Acrescente o alho e a cebola e deixe dourar. Quebre o macarrão e coloque na panela junto com charque. Vá fritando o macarrão sempre pingando água e tampando a panela até que o macarrão fique no ponto desejado. Acerte o sal e coloque a pimenta a gosto.

Para A Gente, nosso chef-publicitário preparou uma receita rústica e tradicional da região do Pantanal: o macarrão tropeiro, repleto de lembranças e ingredientes fáceis e acessíveis que, juntos, surpreendem os olhos e – principalmente – o paladar. ABRIL 2013 | 79


A GENTE EM CASA ∆

Paraíso de texturas Texto | Daiane Libero Fotos | Lucas Possiede

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A explosão de cores do jardim da paisagista Marise Helena Anzoategui é proposital, e enche os olhos. O objetivo do projeto do espaço de 2 mil m² era exatamente esse: ser abundante em folhagens e elementos tropicais. “Toda a estrutura do meu jardim foi pensada para ser suntuosa, porque gosto disso, de um jardim cheio, vistoso, que deixa o visitante e o morador surpresos com tanta beleza natural”, conta Marise. Para ela, o local precisa inspirar e remeter a um pequeno paraíso verde no meio do concreto urbano.


Os principais destaques são as palmeiras imperiais que, frondosamente plantadas no meio do espaço, contam com iluminação noturna privilegiada. A ideia tropicalista vai ao encontro do exotismo das plantas ornamentais originárias da Malásia, e das tradicionais e decorativas azaleias, moreias e lírios. No mobiliário externo, dois móveis se destacam em meio ao verde: uma poltrona vintage para acomodar com conforto, e um conjunto de sofás feitos de junco e entalhados à mão.

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Outro ponto importante da obra é a presença de grandes vasos ornamentais, principalmente os vietnamitas. “Gosto do barulho da água, da junção de vários elementos naturais. Por isso temos aqui uma fonte dentro de um vaso e uma lareira.” A lareira de ferro pode ser colocada em qualquer lugar do jardim, dando uma sensação de aconchego aos visitantes nos dias frios, além de ser completamente ecológica. ∆

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achados de casa ∆

BELEZA & DESIGN Por | Luiz Gugliatto

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1- Violone púrpura Regatta tecidos especiais p/ ATM tecidos e decoração; 2- Namoradeiras Regatta tecidos especiais p/ ATM tecidos e decoração; 3- Flocado/ coleção savana Quaker textil by ADF p/ West Cor; 4- Trixie lilac Quaker textil p/ West Cor; 5- Jacquard peru chili Entreposto tecidos exclusivos p/ ATM tecidos e decoração; 6- Ikat peru canela Entreposto tecidos exclusivos p/ ATM tecidos e decoração

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O uso do tecido pode ser uma forma de colocar um toque especial no decor de sua casa. O simples fato de mudar o visual de uma parede, poltrona, cadeira, cabeceira de cama, ou até mesmo uma cúpula do abajur, já imprime um pouco de sua personalidade. Peças com acabamento partindo desse material podem agradar a todos que residem ou passam pelo ambiente - sua casa ou escritório com certeza ficarão mais despojados e alegres. Tecidos estampados ficam incríveis na hora de confeccionar exclusivas toalhas ou cobre-manchas para uma festa particular ou um evento mais luxuoso.

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7- Kilin mink p/ ATM tecidos e decoração; 8- Persa mink p/ ATM tecidos e decoração; 9- Úrsula índigo Quaker textil p/ West Cor; 10- Shaman/Liner Quaker textil p/ West Cor; 11- Safári malhado caramelo Lartex p/ West Cor; 12- Safári onça pintada Lartex p/ West Cor

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ZEN ∆

Vipassana, que significa ver as coisas como realmente são, é uma das mais antigas técnicas de meditação da Índia.

Vipassana, a meditação budista Texto | Gabriela Ostronoff

Foi redescoberta por Buda Gotama há mais de 2500 anos e ensinada por ele como um remédio universal para males universais. Essa técnica visa a total eliminação das impurezas mentais, buscando a felicidade da liberação completa. A cura, não a mera cura de doenças, mas a cura essencial do sofrimento humano, é o seu propósito.

observação, a responsável pela dissolução das impurezas mentais, resultando numa mente em equilíbrio, cheia de amor e compaixão.

Vipassana é um caminho de autotransformação que utiliza a auto-observação.

Ela não é ensinada comercialmente, mas, pelo contrário, é oferecida gratuitamente. Nenhuma pessoa envolvida nesse ensinamento recebe qualquer remuneração material.

A técnica é ensinada em retiros de dez dias, durante os quais os participantes seguem o Código de Disciplina recomendado, aprendem os fundamentos do método e praticam o suficiente para experimentar seus resultados benéficos. Dez dias são vividos em absoluto silêncio, em total disciplina, meditando em posição de lótus durante 12 das 24 horas do dia, sem qualquer contato físico com outra pessoa, em respeito a todos os seres – inclusive baratas, escorpiões, cobras e sapos – lavando sua própria roupa, seus pratos, arrumando sua cama. O intuito é focar na profunda conexão entre mente e corpo, experimentada diretamente pela atenção às sensações físicas, que constituem a vida do corpo e que permitem a vida da mente. É essa jornada de autoconhecimento, baseada na

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Porque a técnica é considerada muito proveitosa, muita ênfase é dada à preservação de sua forma autêntica, original.

Não se cobra nada pelos cursos — nem mesmo para cobrir os custos de alimentação e acomodação. Todas as despesas são cobertas por doações de pessoas que, tendo completado um curso e experimentado os benefícios de Vipassana, desejam dar a outros a oportunidade de também se beneficiarem. Para participar do retiro é preciso preencher um formulário no site da Dhamma Santi. Os cursos acontecem em vários lugares pelo mundo: www.dhamma.org. Aqui em Campo Grande, existe um grupo que se reúne duas vezes por semana para realizar a meditação Vipassana. Para maiores informações: 3043 6635. ∆


PUBLIEDITORIAL ∆ Melhoras na postura, flexibilidade das articulações e da coluna e tonificação muscular. Estas são apenas algumas das indicações para conhecer o Vinyasa Yoga, um sistema de yoga cuja forma atual tem origem indiana.

A busca pelo equilíbrio Técnica que trabalha a mente, o corpo e a respiração, o Vinyasa Yoga é a medida certa para quem procura qualidade de vida

O Vinyasa segue a filosofia de que as técnicas devem ser aplicadas associadas, para potencializar o efeito que se teria se praticadas isoladamente, numa continuidade progressiva. Além das posições básicas do Yoga, o Vinyasa utiliza elementos extras de movimentos e exige uma respiração profunda, que, juntos, geram calor corporal, promovendo a transpiração, que desintoxica o corpo e ajuda a manter músculos e articulações aquecidos. Resultado: o praticante ganha força, flexibilidade e tônus muscular.

A cada ano, a prática vem atraindo mais adeptos, que descobrem, entre tantos benefícios, a tranquilidade e o relaxamento oferecidos por um potente tratamento antiestresse. “O Vinyasa é uma técnica bastante completa, por promover melhorias nos aspectos físico, mental e emocional, e tem sido muito procurado por pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida”, explica a professora e personal trainner Fernanda Jallad. Focar a consciência na respiração é uma das regras fundamentais para a prática. Cada movimento, por menor que seja, deve ser seguido por uma respiração longa e contínua. Por isso, o Vinyasa Yoga pode ser considerado como uma “meditação em movimento”. Os exercícios garantem, ainda, benefícios como a melhoria do sono e o estímulo da concentração, do raciocínio e da criatividade. fernandajallad.yoga@gmail.com Aulas em grupo - Rua Piratininga, 1544 - Santa Fé Personal - atendimento em casa - (67) 8117-6798

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Texto | Gabriela Ostronoff

DVD/CD Toquinho no Mundo da Criança. Primeiro trabalho de uma série com vários outros compositores, contém sete animações, incluindo “Aquarela”, premiada no Festival de Cinema Infantil de Chicago, em 2003. Além de sucessos como O Pato e A Casa, o CD traz 12 canções e 1 faixa interativa.

Tarsila para crianças. No site oficial da Tarsila do Amaral, você encontra uma área para crianças onde é possível baixar jogos como quebra-cabeças, memória e caça-palavras, que são elaborados e atualizados de forma contínua, ou seja, você pode entrar regularmente para baixar novidades. http://www.tarsiladoamaral.com.br/criancas.html

Crianças Francesas Não Fazem Manha Lançado em janeiro, Crianças francesas não fazem manha – Os segredos parisienses para educar os filhos já é um sucesso. Pamela Druckerman, uma jornalista americana vivendo em Paris, resolve investigar quais são as diferenças na criação das crianças francesas que fazem com que elas pareçam tão mais calmas e educadas quando comparadas às crianças americanas. Exaustão com o choro e a manha das crianças pequenas, falta de tempo para suas próprias necessidades e para um convívio romântico em casal, sofrimento com inseguranças, preocupação excessiva, dependência e culpa não fazem parte do “pacote francês”. Morando em Paris, a autora se percebe dividida entre seus próprios conceitos e aqueles adotados por essa nova cultura da qual ela e a família passam a fazer parte e que são bem diferentes daquilo que ela conhecia. Da Editora Fontanar, também disponível em versão digital.

Em Nova York com as crianças. O Museu da Criança de Manhattan é uma instituição sem fins lucrativos, fundado em 1973. É um espaço muito interessante pois é totalmente interativo e as crianças aprendem brincando. Horários: terça a sexta, das 10h às 17h; sábado das 10h às 19h. Ingressos: $11.(12W 83rd St)

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O Mundo com que Sonhamos

Como jovens podem começar a agir para mudar o mundo. Constantemente vejo jovens confusos em meio a nossa louca sociedade. Na época do colégio não se sentem seguros para escolher uma carreira e, perdidos em dúvidas, são forçados a tomar atitudes, embora ainda não tenham experiência nem maturidade para fazerem suas escolhas. É nessa época que também surge o desejo por um mundo melhor... Mas, como fazer da escolha pessoal uma possibilidade real para transformar o mundo em que vivemos? A boa notícia é que existem programas unindo jovens do mundo todo, desenvolvendo o empreendedorismo social e proporcionando o ganho de experiência profissional e pessoal. “Sempre tive muitas inquietações, um desejo constante de mudar o mundo, mas não sabia ao certo o que fazer com isso tudo que sentia! O Guerreiros Sem Armas me mostrou o que fazer com essas inquietações, como fazer, e me deu segurança, quando me mostrou que somos muitos, espalhados no mundo, transformando o pouco para transformar o todo. O mundo está mudando. Precisamos fazer parte dessas transformações!” – Denise Pessoa. O Guerreiros Sem Armas é um programa internacional de formação vivencial de jovens em liderança e empreendedorismo social. Eles são treinados em tecnologias para transformação de realidades em qualquer lugar do mundo. www.guerreirossemarmas.net

Texto | Gabriela Ostronoff

O Geração MudaMundo está em 16 países. O programa nasceu nos EUA, em 1996, com o nome de Youth Venture e é atuante no Brasil desde 2006. Apoiou mais de 800 projetos em 35 cidades, e 3 mil jovens empreendedores. Exemplos de iniciativas são bibliotecas itinerantes, jornais comunitários, reciclagem do lixo, projetos de conscientização ambiental, oficinas de grafite... http://gmmashoka.ning.com/ No WINGS FOR CHANGE® , uma galera de 15 a 29 anos está usando a criatividade pra mudar o mundo. Transformadores que dedicam parte importante de suas vidas para melhorar a vida de outras pessoas e cuidar do nosso planeta, eles são 100 jovens participantes que desenvolvem 40 projetos. O processo de seleção esse ano já terminou, mas você pode se informar e se organizar para participar do próximo. Pesquise também a respeito do: HUB FELLOWSHIP indicado para quem já tem um negócio social. CATARSE para projetos legais que precisam de apoio financeiro. Informe-se, descubra-se e vá atrás do mundo que você deseja!

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PUBLIEDITORIAL ∆

Alerta: obesidade infantil Segundo o Ministério da Saúde, a obesidade é um problema que atinge cerca de 15% da população adulta do Brasil. O número entre as crianças também tem crescido: o Mato Grosso do Sul ocupa o 4º lugar no ranking nacional, com cerca de 20% de obesos. Dra Ana Karina S. Barros de Figueiredo CRM-MS 7241 - Pediatria e Endocrinologia Infantil Graduada pela UNESP- Botucatu • Residência em Pediatria pelo HMMG Campinas • Pós graduada em endocrinologia pelo ISMD / FCMMG / Convênio com University of Michigan • Fellowship em Endocrinologia infantil USP-Ribeirão Preto

Muitos fatores levam as crianças a desenvolver a doença, entre eles: • o baixo índice de aleitamento materno: alimento equilibrado, o leite materno evita excesso de calorias e exposição precoce a açúcares; • má alimentação: baixa ingestão de fibras de alimentos como verduras, legumes e frutas em detrimento de comidas ricas em gorduras e açúcar, como os produtos industrializados; • sedentarismo: as crianças passam muito tempo em frente à televisão e no video game, sem estímulo para brincar de bicicleta, jogar futebol e pular corda.

Como consequência, a obesidade traz aos pequenos problemas de “gente grande”, como diabetes (44% dos pacientes acima do peso desenvolvem diabetes tipo 2), hipertensão arterial, alteração no colesterol e triglicérides, maior risco de câncer na idade adulta, além de transtornos psicológicos e “bullying”. Atitudes simples do dia a dia podem contribuir para evitar o problema. Preparar a lancheira dos filhos com frutas e bolacha integral ao invés de salgadinhos e substituir o refrigerante por sucos naturais sem açúcar é um ótimo começo. Em casa, realizar as refeições em família, à mesa, prestando atenção no que come e deixando o alimento interessante para a criança (fazer bichinhos e personagens com eles), sempre lembrando de elogiar os pequenos quando acertarem. Essas são algumas manobras simples mas de muito impacto sobre o desenvolvimento da criança, fazendo com que tenhamos uma vida mais saudável e ajudando a combater a obesidade. Lembre-se: quando o pediatra alertar que seu filho está acima do peso, dê início a um acompanhamento multidisciplinar: pediatra, endocrinologista infantil, nutricionista, psicólogo e educador físico. Só assim, encarando a obesidade como doença, é que conseguiremos sair dessa batalha vencedores!

Clínica Saine - Rua Fagundes Varela, 9 - Jardim São Bento 67 33211482 e 67 30431482 | dra.anafigueiredo@hotmail.com

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CONECTIVIDADE ∆

Na Austrália existe uma aranha chamada Peacock Spider (Aranha Pavão). Ela mede no máximo 5mm (isso mesmo, meio centímetro) e as fêmeas são comuns, marrons, sem nada de mais. O interessante são os machos da espécie: coloridos e donos de um leque que se levanta na época do acasalamento para impressionar as fêmeas – daí o nome “Pavão”. Junto com a abertura desse leque, os machos também fazem uma dança, indo de um lado para o outro com o leque todo aberto e agitando o terceiro par de patas no ar.

A baleia-branca ou beluga (Delphinapterus leucas) é um animal muito dócil que possui uma habilidade divertida: com o buraco respiratório (chamado de espiráculo), ou mesmo com a boca, elas criam uma bolha de ar, muito parecida com o formato de uma rosquinha, e então passam a fazer “malabarismos” com as bolhas, rodando-as na ponta do nariz. Cientistas não acreditam que haja algum propósito para isso além da pura diversão. Alguns golfinhos também compartilham da habilidade.

SE LIGA Por Wilame Morais

O artista alemão Wolfgang Stiller vai apresentar seus encantadores retratos carbonizados como parte de uma exposição intitulada “Burnout”, na Galeria Python em Zurique, até 20 de abril. Colocados para “descansar” em seus caixões próprios ou espalhados sobre o espaço, são cheios de significados, como sofrimento, dor e luto. O trabalho foi realizado a partir de moldes de cabeças, feitos com madeira de bambu, que sobraram da produção de um filme na China, enquanto ele estava residindo em Pequim.

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O fotógrafo Murad Osmann, que atualmente mora em Londres, iniciou um projeto de fotografia criativo e romântico, chamado ‘Follow-me’ no Instagram. Com sua namorada, ele viaja o mundo capturando imagens íntimas e criativas. O tema em toda a série é o mesmo: fotos tiradas do ponto de vista do autor com sua namorada segurando sua mão, levando-o a vários destinos exóticos. Curtiu? Segue lá: @muradosmann



EDITOR CONVIDADO ∆

Alambique de surpresas Renato Marcondes é dono de um dos bares mais disputados de Campo Grande e um exímio conhecedor de cachaça. Como nosso editor convidado, entrega de bandeja as melhores dicas da bebida autenticamente brasileira.

Texto | Daiane Libero Fotos | Lucas Possiede e divulgação

O trejeito não esconde: o empresário Renato Marcondes é sul-mato-grossense de Maracaju, mas há quem pense que ele é mineiro. Em parte ele brinca que sim, porque viveu muitos anos em Ouro Preto, onde se formou em bioquímica.

O Indez permanece firme e forte há 12 anos. Em dias de semana, são casais jantando, amigos apreciando um bom vinho. Nos fins de semana, passe pela rua e verá a calçada inteira tomada de mesas.

Hoje é dono do Indez Bar e Restaurante, que conquistou um público campo-grandense fiel na rua Antônio Maria Coelho. O bar começou quando ele e sua esposa chegaram em CG e abriram um espaço para vender frios e conservas. “Nós recebíamos amigos na nossa loja, que falavam pra gente colocar música, servir um whisky, uma caipirinha. Quando vimos, surgiu aquela vontade de criar um restaurante e bar”, relembra.

Para Renato, que cuida pessoalmente de cada detalhe, “a gastronomia tem que combinar com a bebida”. Aliás, seu amor pela cachaça aparece nos mínimos detalhes: adora falar da armazenagem, explicar processos de fermentação, e por aí vai. Informações e segredos que o “dono do bar” divide com A Gente.

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DIFERENÇAS CRUCIAIS Há quem pense que a cachaça e o rum sejam feitos da mesma forma, mas na verdade são bebidas diferentes. Ambas têm o mesmo ‘DNA’: a cana-de-açúcar. A diferença entre elas está no processo de produção. A maior parte dos runs é destilado do melaço fermentado da cana-de-açúcar, enquanto a cachaça é preparada do caldo da cana fermentado.

O PESTISCO PERFEITO O melhor da cachaça é saber aproveitar seus sabores. Por isso, não hesite em pedir um petisco que, no paladar, case perfeitamente com a proposta da bebida, que pode ser branca ou amarelada – esta possui tal cor por ser envelhecida em tonéis de madeira. O petisco perfeito normalmente é um bom prato de iguaria mineira, como o torresmo de casquinha, crocante e saboroso.

CACHAÇAS INCRÍVEIS É muito difícil indicar poucas cachaças brasileiras, pois muitas atingem a perfeição. Mas podemos citar três, de duas regiões distintas, que possuem um sabor muito apreciado. A primeira é a cachaça envelhecida em tonéis de madeira umburana – como as produzidas em Salinas, MG. Outra que vale a pena é a Cachaça Claudionor, de Januária, também de Minas, com o sabor forte de cana madura. Da Paraíba, região nordeste, vem outra imperdível: a Volúpia.

ACADEMIA DA CACHAÇA Quem sentiu vontade de se tornar um exímio degustador de cachaça não pode deixar de conhecer o bar “Academia da Cachaça”, no Rio de Janeiro. Fundado em 1985, possui uma coleção de mais de 2 mil garrafas de todos os locais possíveis, com duas sedes na cidade maravilhosa. Inclusive, a caipirinha típica do bar foi considerada pela agência internacional Reuters um dos 10 melhores drinks do mundo.

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CULTURA ∆

Arte em um “lugar distante” “¡Inmersión! ¡Inmersión! ¡Cerremos las compuertas! Aventurémonos hacia las inciertas profundidades...” Jorge Drexler, Mundo Abisal.

Festival da América do Sul, que acontece entre os dias 1º e 5 de maio, traz o uruguaio Jorge Drexler e Dona Ivone Lara para show, Rappin’ Hood para palestra e a diretora Cecilia Amado para bete-papo sobre cinema e literatura.

Corumbá surgiu da palavra tupi-guarani Curupah, que significa “lugar distante”. Levou esse nome por ter ficado isolada geograficamente do resto do país até o início do século XX, quando foi criada a estrada de ferro Noroeste do Brasil. Antes disso, o acesso era todo feito pelo rio Paraguai, que mergulhava na Bacia do Prata: de costas para o Brasil e de frente para a Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Texto | Thais Pompêo Fotos | Divulgação

É essa conexão sul-americana que o Festival América do Sul (FAS), promovido pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Corumbá, tem resgatado há dez anos. Nesse sentido, a curadoria do evento está cada vez mais afinada, firmando, ano após ano, o FAS como um importante corredor cultural do cone sul. Para isso conta com expertise do Instituto Cervantes na curadoria internacional dos shows (ano passado teve parceria com o Memorial da América Latina). E tem acertado.

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Veja a programação musical completa:

Dia 1º - Wilson de Oliveira, Geraldo Espíndola e Dona Ivone Lara Dia 02 - Bando do Velho Jack, Abuela Coca e Cidade Negra Dia 03 - Jerry Espíndola, Jorge Drexler, Grupo Sampri e Jorge Aragão Dia 04 - Violentango, Davi Moraes e Ana Carolina Dia 05 - Bloco Brasil Jorge Drexler

Depois de trazer, em 2012, o argentino Kevin Johansen e o brasilerio Moska, este ano a grande atração será o uruguaio Jorge Drexler, que apresenta na sexta-feira (3/5) sua nova turnê “Mundo Abisal”. Além de seus trabalhos solo, estes três artistas têm encabeçado um movimento estético chamado (meio de brincadeira, meio de verdade) de “subtropical”, que tem olhado para ritmos tradicionais e regionais dos seus países de origem (como a milonga) misturando gente, influências e ritmos para criar uma sonoridade sofisticada, contemporânea e pop. No trailer do documentário “A linha fria do horizonte”, de Vitor Ramil, que trata justamente das afinidades e semelhanças dos países do cone sul, Johansen explica: “O movimento subtropical é uma homenagem ao tropicalismo do Brasil, da Argentina, do Uruguai. Porque pra mim Charly Garcia e Spinetta são tropicalistas da Argentina. E se você é rebelde de pais rebeldes, você é conservador. E é uma pena ser conservador, não?” (risos). Fato é que esses três músicos têm revivido algo muito parecido com o que rolou nas décadas de 60 e 70 entre Chico Buarque, Mercedes Sosa e Victor Hara – claro, em um momento político bem diferente, mas musical e culturalmente tão rico quanto. Montevideo Abuela Coca

Intercâmbio de sonoridades Além de Drexler, o grupo de Montevideo Abuela Coca – que ano passado tocou na Virada Cultural de SP – também passará por Corumbá. Esse ano com uma sonoridade rock misturada ao reggae, rap e ritmos latinos. Abuela Coca toca na quinta-feira abrindo o palco para os brasileiros do Cidade Negra. O intercâmbio de sonoridades continua com o quinteto Violentango, banda portenha que mostra o tango urbano tradicional, por meio de uma linguagem experimental, inspirada nas narrativas musicais de Astor Piazzolla misturadas com o rock progressivo dos anos 70. Com várias passagens pelo Brasil e pelo mundo, Violentango participou em 2010 de um dos principais festivais de música do mundo, o Glastonbury Festival, na Inglaterra.

Na terra do carnaval sul-mato-grossense, quem abrirá as atividades do Festival América do Sul é Dona Ivone Lara, uma das fundadoras da escola de samba carioca Império Serrano. Conhecida como “a dama do samba”, foi a primeira mulher a compor um samba-enredo no país. 100 | ABRIL 2013

Os argentinos farão o que a produção do evento chama de “ponte” ou “conexão latina”: antes de sair de cena a banda toca algumas músicas ao lado do brasileiro Davi Moraes, que depois assume o palco. O filho de Moraes Moreira vem para Corumbá com o seu projeto solo – depois de já ter acompanhado, com sua guitarra, artistas como Marisa Monte, Gilberto Gil e Vanessa da Mata. Depois de Davi Moraes, será a vez do pop da cantora Ana Carolina que, no dia seguinte, domingo, se apresentará no MS Canta Brasil, no Parque das Nações Indígenas em Campo Grande.


FAS de boas e muitas conversas As atrações musicais, grande chamarizes do festival, são complementadas com ótimos encontros no cinema, literatura, dança e teatro. A diretora do filme “Capitães de Areia”, Cecilia Amado, filha do escritor Jorge Amado, vem à Corumbá para um bate-papo após a apresentação do longa-metragem. Depois de apresentar seu filme “Meu Pé de Laranja Lima” no Festival do Rio do ano passado (com ótimas críticas), o diretor Marcos Bernstein (roteirista de Central do Brasil junto com João Emmanuel Carneiro) também virá para o FAS. O rapper Rappin’ Hood estará em Corumbá para dar uma palestra sobre comunidade, rap e música; enquanto o ciclista mineiro Argus Caruso falará sobre seu “Caminhos”, um livro de estrada, que mostra em belíssimas fotografias a volta ao mundo que ele deu... de bicicleta. “Queria rodar o planeta bem devagar, com tempo para ver e cumprimentar as pessoas”, explica em seu site. Na rota, claro, Sul-América.

Rappin’ Hood

Festejar a cultura em Corumbá é reviver um período áureo da história da cidade, que por mais de um século foi o polo econômico da região sul do antigo estado do Mato Grosso. Esta história começou lá atrás, em 1775, com a construção do Forte Coimbra para proteger os limites nacionais. Em meados do século XIX, a vila alcançou um grande desenvolvimento com a navegação fluvial no rio Paraguai, dando início aos anos dourados da história da cidade, que se tornou um importante posto comercial, abrigando o 3° maior porto fluvial da América Latina, e mantendo-se nessa posição até 1930. Em 1865 a cidade foi invadida e destruída pelas tropas do ditador Solano Lopez, durante a Guerra do Paraguai. Só com a expulsão das tropas inimigas Corumbá retomou suas ativi-

Cecilia Amado

Argus Caruso

dades. Com a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em 1920, o eixo econômico da região passou a ser a cidade de Campo Grande. Na atualidade, a “Cidade Branca”, como é conhecida devido à cor clara de sua terra, encontrou outros caminhos para fortalecer sua economia como a pecuária, o turismo e a exploração mineral. E é lá, na beira do rio Paraguai, entre casarões do século XIX, que acontece o Festival América do Sul, reunindo artistas de mais de dez países sul-americanos. O festival está em sua décima edição, movimentando o cenário cultural de Mato Grosso do Sul e atraindo milhares de pessoas para a cidade histórica que, depois de ter passado por anos de esquecimento e abandono, está restaurada e exala arte, cultura e história. ∆

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CAMPO GRANDE AGENDA ∆ Por Janaina Correa

(cinema) CINE SESC Todas as terças e quintas do mês de março uma programação diferente no cine SESC, confira: Copacabana Me Engana, Retrato do Tempo, Garoto Cósmico, O Bandido da Luz Vermelha, A Baronesa Transviada, Absolutamente Certo, O Olho Mágico do Amor, Cultura Negra, Perambulação: Realismo nas ruas. No Sesc Horto, R Anhandui 200. Das 19h às 21h. (cinema) 8 a 12 de abril CINEMIS MOSTRA DANÇA O CineMIS Mostra Dança vai mostrar exibições de registros de espetáculos de dança de artistas renomados nacionalmente, assim como de videodanças e filmes. Todas as noites as exibições serão mediadas por professores do curso de Artes Cênicas e Dança da UEMS. No Museu da Imagem e do Som, sempre às 19h (artes cênicas_curso) 9, 10 e 11 de abril LEITURAS EM CENA: “O CORPO POÉTICO EM BUSCA DA PALAVRA ORGÂNICA” Palestrante: Ana Carina (RJ) Utilização das ferramentas técnicas do teatro gestual para a preparação e instrumentalização do ator, através da construção de estados de cena sensoriais não habituais, preenchidos por imagens, sons e estímulos lúdicos. No Sesc Horto. Das 18h às 22h. (artes plásticas) 9 de abril a 2 de junho ABERTURA 1ª TEMPORADA DE EXPOSIÇÃO 2013 Artistas: Ester Casanova, Henrique França, Evandro Prado, Iara Dewschter. De terça à sexta das 12h às 18h; sábados, domingos e feriados das 14h às 18h. Informações: (67) 3326 7449. No MARCO. R Antônio Maria Coelho, 6000. Parque das Nações Indígenas.

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(show) 11 de abril SORRISO MAROTO e TOP SAMBA No Parque de Exposições Laucídio Coelho. (feira) 11 a 21 de abril EXPOGRANDE 2013 A maior feira agropecuária do Mato Grosso do Sul. Shows confirmados: Sorriso Maroto, Thaeme & Thiago, Victor & Léo, Restart, Cácio & Marcos, Pedro Henrique & Fernando, João Neto & Frederico, Paula Fernandes e Patati e Patatá. No Parque de Exposições Laucídio Coelho, R Américo Carlos da Costa, 320 - Jardim América. Informações: (67) 3345-4200 (Acrissul) (show) 13 de abril VICTOR E LEO No Parque de Exposições Laucídio Coelho

(teatro) 13 de abril MUSICAL: CARROSSEL Informações: (67) 3380 6985. No Ginásio do Rádio Clube Campo. Às 16h. (show) 13 de abril “Rockers Inna Woman Style” Para homenagear as mulheres, nada melhor do que uma festa cujas músicas serão entoadas por grandes personalidades do gênero feminino local. O projeto é das cantoras Lauren Cury, Lilian Maira, Paola Calderaro e Sofia Basso. No RockersSoundBar. (show) 14 de abril MARCELO NOVA O Lendas Pub vai comemorar seu primeiro aniversário. Para cantar o parabéns, a banda Bando do Velho Jack e o vocalista da banda Camisa de Vênus, Marcelo Nova – que estará comemorando 30 anos de carreira. Entrada gratuita. Início: 16h.

(moda) 18 a 21 de abril Campo Grande Fashion O Shopping Campo Grande promove 4 dias de desfile entre os dias 18 e 21 de abril, na praça de eventos. O acesso é gratuito, mas a primeira fila promete ser disputada! Os desfiles vão acontecer de hora em hora – das 16h às 20h; no domingo, das 15h às 19h.

(feira) 18 a 21 de abril DECON MS 2013 A DECONMS abre espaço para que os fabricantes e lojistas possam demonstrar os seus produtos e serviços. Com palestra do arquiteto Marcelo Rosembaum, no dia 19, as vagas são limitadas. Dias 18 a 21 – 14 às 22h. No Centro de Exposições Albano Franco, Av Mato Grosso, 50

(show) 20 de abril MS Blues Festival Mais uma grande edição do “MS Blues Festival” em parceria com a Mr Hopper Produções: Ivan Marcio (gaitista SP) e Giba Byblos (guitarrista SP). Para saber mais leia a matéria “Nova Alma ao Blues” desta edição. No BarFly.

(show) 20 de Abril CACHORRO GRANDE No Hangar Live Music, R Trindade 413. A partir das 23h.

(show) 20 de Abril PAULA FERNANDES No Parque de Exposições Laucídio Coelho.



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CADERNO DE VIAGEM ∆


O velho rio Paraguai surge na paisagem, largo e sem pressa, avisando que já estamos no Pantanal e perto de Corumbá – nossa última parada no Brasil. Entramos em Puerto Quijarro, uma fronteira invisível aos olhos separa os dois países, cruzada a pé em mais ou menos 50 passos, durante os quais tudo instantaneamente se transforma: rostos, roupas, idioma, a decoração do táxi... até o ar parece mudar. De lá seguimos para Santa Cruz de la Sierra e depois para Sucre, no Sudoeste da Bolívia. Ainda estávamos meio sonolentos e acertando o compasso com a cidade quando, logo na primeira esquina, os casarões coloniais apareceram. Mais alguns passos e formosas praças, vielas, monumentos e igrejas imponentes do século XVII nos transportaram no tempo. Toda branquinha, limpa e segura, aos pés da Cordilheira dos Andes, Sucre é a cidade mais bonita da Bolívia – uma das urbes coloniais mais importantes da América do Sul, repleta de passagens históricas – e por isso mesmo, em 1991, a Unesco a tombou como Patrimônio Cultural da Humanidade. Sucre é, hoje, a capital constitucional da Bolívia.

Texto | Thais Pompêo Fotos | Thais Pompêo e Marcos Rebuá

Da história libertária à natureza arrebatadora ABRIL 2013 | 105


Para chegar a Sucre de avião basta comprar os tickets com antecedência pois a frota aérea da Bolívia é bem pequena e os assentos se esgotam rápido. Há saídas matutinas de Santa Cruz de La Sierra pela Boa – Boliviana de Aviación, a companhia mais conceituada do país e com preços camaradas. A mesma companhia faz São Paulo – Santa Cruz. Saindo de Puerto Quijarro, a rota aérea é feita pela TAM – Transporte Aéreo Militar, até Santa Cruz. Embora o aeroporto seja um tanto quanto assustador, depoimentos confiáveis garantiram que o avião e o voo são seguros.

A cidade ganhou importância em 1540, devido à absurda quantidade de prata encontrada na vizinha Potosi. Foi a capital da Bolívia até final do século XIX e polo intelectual da América do Sul com uma das primeiras universidades sul-americanas, criada e dirigida pelos jesuítas – hoje aberta para visitação como o museu Casa de la Libertad, local onde também foi assinada a ata que criou o país Bolívia. Com a qualidade do conhecimento disseminado na universidade sucrena, surgiram entre seus corredores os primeiros grupos políticos que, no começo do século XIX, inauguraram pensamentos de emancipação das colônias na América – eles teriam sido os precursores dos movimentos que lutariam, de forma exitosa, pela independência do continente nos anos seguintes.

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Demos sorte de conhecer o Luiz, um simpático sucreno de meia idade, politizado e apaixonado pela cidade, fotógrafo da Reuters que trabalha na agência de viagens Expedition. Em uma conversa mansa e entusiasmada, foi nos apresentando Sucre e seus lugares favoritos: 7 Lunares, a choriceria mais

popular de Sucre; e o Mercado Central, onde se entra em contato direto com a cultura local – aliás os mercados centrais da Bolívia continuam sendo os principais pontos de encontro da população indígena e de compra e venda de alimentos – totalmente imperdíveis!

Nos arredores da praça 25 de Mayo, o coração da cidade, está o Convento San Felipe de Neri, com um lindo pátio neoclássico e terraço igualmente belo. De lá se vê boa parte do centro histórico e a torre da igreja, que domina a paisagem; a poucas quadras do convento tem a melhor saltenha da cidade: no El Paso de los Abuelos, ligeiramente adocicada ao estilo sucreno. Nos despedimos de Sucre antes do que gostaríamos. Dois dias inteiros na cidade seriam o ideal...

Deserto de Sal De volta ao ônibus, oito horas de viagem e a paisagem muda completamente até chegar ao altiplano Boliviano. A cidade de Uyuni é a porta de entrada do Deserto de Sal. Chegamos à noite no hotel, um estabelecimento com piso que imitava mármore, empoeirado junto com as flores de plástico do saguão. Pela janela do hotel, os primeiros raios de sol nos apresentaram a paisagem: a poucos metros a imensidão, o vento e o silêncio do deserto nos esperavam. O corpo demora a se aclimatar a 3750 metros de altitude e a uma humidade do ar de 20%. O pequeno povoado parece uma cidade esquecida, com casas feitas de adobe e ruas quase desertas – onde circulam, na maioria, turistas de todo o mundo. A bordo de um 4x4, entramos no deserto boliviano para uma travessia de três dias em uma das paisagens mais inóspitas e arrebatadoras do planeta. A cerca de 30 minutos do vilarejo, o mar branco irrompeu à nossa frente: o deserto de sal. Agachei e meti a mão no sal, até uma lambida se fez necessária para comprovar a realidade de sonho. Depois de alguns quilômetros rodados entre o branco e azul alucinantes, uma miragem: em um local onde o sal resseca qualquer precedente de vida, brotam cactos floridos da ilha (de pedra) Incahausi – nossa última parada antes do abrigo onde passaríamos a noite. O sol se põe no horizonte, o azul profundo dá lugar ao alaranjado, ao vermelho e à escuridão da noite encerrando o dia. O vento e o frio nos lembram que estamos em uma das paisagens mais remotas da terra – e proporcionalmente bela.

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O Salar do Uyuni é o maior deserto de sal do mundo, com 12 mil km2 e com profundidade de até 120 metros de centenas de camadas de sal. Lá se encontra a maior reserva mundial de lítio – matéria-prima usada na fabricação de computadores e celulares, que vem sendo considerada o petróleo do futuro, pois é o material essencial das baterias dos carros elétricos.

Walking on the moon Acordamos cedo para seguir viagem rumo à fronteira com o Chile. O sal vai dando espaço à areia fina e clara que começa a aparecer sob os pneus do carro: estamos entrando no deserto de Siloli. Pequenas montanhas começam a se aproximar no horizonte. Nosso jovem guia/motorista/cozinheiro nos aponta o primeiro vulcão, Lincancabur. Descemos em um ponto onde podíamos vê-lo fumegante, em um cenário lunar de rochas e montanhas.

Poucas horas de sono, antes de o Sol nascer, colocamos todos os casacos que foram trazidos na mochila para conhecer um local onde a Terra está em transe: os geisers. No contraste entre o céu azul e o prata da areia, quebrado por fumaça branca e quente que a terra cospia das entranhas, a água borbulha e derrete o chão. Circulamos calados, convencidos da força da mãe natureza. No caminho para a fronteira com o Chile, as últimas imagens de uma região que há milhares de anos permanece praticamente intocada pelo mundo passa pela janela e nos faz sorrir: soy loco por ti, america. ∆

No caminho, vicunhas selvagens pastam pelas gramíneas douradas entre picos nevados. A primeira laguna, a Branca, surge no meio do deserto rodeada por vulcões e montanhas coloridas, frequentada por flamingos, em um canto remoto do planeta, que parece desbravado por nós. As cores suaves são de aquarela com delicadeza rompida por rochas brutas, esculpidas pelo vento fortíssimo do caprichoso Deserto de Siloli. Dormimos às margens da famosa Laguna Colorada. É ano novo e os tragos com vinho boliviano têm função dupla de aplacar o vento extremamente gelado (que causava sensação térmica de 0º) e de brindar ao ano que chegava ao lado dos nossos companheiros de viagem franceses, alemães, americanos, venezuelanos e bolivianos.

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ZOOM

A Móveis Casa Verde contratou a publicidade de placas de esquina pois achamos uma opção de ótimo custo-benefício, versátil, podendo ser distribuída em vários pontos da cidade e de maneira estratégica. Elas vão ao encontro do nosso objetivo de colocar nossa marca perto dos concorrentes e em locais de grande movimento, a fim de direcionar o fluxo para a nossa loja, através das setas. Estamos satisfeitos com o resultado, pois nossa loja ficou mais conhecida na região das placas .

PLACA DE ESQUINA

Glaucio dos Reis Acosta Gerente comercial Móveis Casa Verde

OUTDOOR

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no mercado Para divulgar a novidade do Tiboni Pizzaria, optamos pela utilização de duas mídias de forte impacto e grande visualização, e que nos aproximam de nosso público. Utilizamos o outdoor com os pontos estratégicos da ZOOM, que sempre nos garantem um excelente resultado, e através do busdoor – uma mídia de ótimo custo x benefício – atingimos regiões que também consideramos muito importantes, de maneira a ampliar nosso retorno.

BUSDOOR

Fiorela Warde Proprietária Tiboni Tratoria e Pizzaria

OUTDOOR Utilizamos o meio outdoor para apresentar a linha Land Rover 2013. Estrategicamente, escolhemos pontos que poderiam valorizar essa marca premium do Grupo Enzo. Todo o planejamento foi elaborado para aguçar o desejo de fazer um test-drive na gama de carros evidenciados pela imagem. Bianca Nigres Gerente de Marketing Grupo Enzo

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Apostar e vencer

Texto | Thiago Andrade Foto | Lucas Possiede

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PERFIL ∆

Marcelo Renck dirige comercialmente a Real H, empresa que tem na base do sucesso o encontro entre inovação e trabalho árduo

Boas ideias costumam causar estranhamento, e uma boa dose de coragem é necessária a quem decide trilhar caminhos ainda não desbravados. Apostando em uma alimentação animal mais saudável à base de sal orgânico e na homeopatia veterinária, a empresa Real H ganhou o espaço que, há quase 30 anos, mantém no mercado. Filho de um dos fundadores, Marcelo Renck Real é o atual diretor comercial da marca que conta com o maior laboratório homeopático para animais da América Latina.

mento sustentável, com respeito à sociedade, à concorrência, e mesmo aos opositores que não acreditam nessa ciência”. Oferecendo aos animais bem-estar incomparável, tanto a nutrição balanceada quanto os tratamentos com homeopatia populacional permitem ganhos extraordinários para o criador. “Reduzindo a necessidade de produtos químicos no manejo animal, os produtores têm grandes vantagens, assim como a sociedade tem benefícios”, argumenta. Marcelo ainda lembra que o uso de remédios homeopáticos não é excludente de outros tratamentos. “Em determinados casos, a alopatia pode ser usada em conjunto.”

Em um mercado “altamente competitivo, de grandes empresas multinacionais que disputam o mesmo nicho”, como descreve Marcelo, o trabalho árduo, a disposição para enfrentar adversidades e a capacidade de inovação junto à qualidade dos produtos, permitiram que a Real H se desenvolvesse sem intervalos. O empresário não esconde, no entanto, que quando a empresa chegou a Campo Grande, muitos, inclusive colegas de profissão, viram no uso da homeopatia para animais “motivos para chacota”.

Aos 51 anos, Marcelo é casado e pai de dois filhos adolescentes. Sua trajetória profissional o trouxe de Porto Alegre para Campo Grande, em um caminho que se dividiu entre os estudos de medicina e homeopatia veterinária e a formação para administrar a empresa criada por seu pai, Claudio Martins Real, e seu tio, Mario Renck Real.

O tempo foi o maior responsável por mostrar quem estava enganado. Prêmios por inovação e desenvolvimento socioambiental comprovam que a Real H está no caminho certo, mas para Marcelo nada se compara a conseguir manter os clientes satisfeitos. Segundo o diretor comercial, os pilares que sustentam essas conquistas são “foco, trabalho, dedicação e trabalho em equipe. A partir deles, podemos ter um desenvolvi-

Com a visão de que conhecimento deve ser compartilhado, Marcelo participa, sempre que possível, de eventos voltados para jovens empreendedores. “Novas ferramentas e novos desafios surgem todos os dias, e aí temos que manter a humildade e dedicação para que possamos continuar a crescer”, ressalta. É com esse espírito inquieto em busca do novo que Marcelo tem liderado uma das maiores marcas do Estado. ∆

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Especialista em um dos ramos ascendentes do Direito, aquele que concerne às sucessões em empresas, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça possui uma carreira magistral e, atualmente, é sócio do advogado Daniel Castro em escritório em Campo Grande.

JOSÉ AUGUSTO DELGADO Texto | Thiago Andrade Foto | Divulgação

A trajetória de José Augusto Delgado mostra que determinação é fundamental para se obter grandes méritos. No Rio Grande do Norte, graduou-se como bacharel em Direito, pela universidade federal do estado. Conquistou cargos importantes em órgãos federais como o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Superior Eleitoral. Com a aposentadoria em 2008, passou a dedicar-se a questões ligadas a sucessões em empresas e administração de grandes patrimônios. Em um estado como Mato Grosso do Sul, no qual grande parte das empresas são agropecuárias, o tema ganha par-

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ticularidades. No entanto, Delgado acredita que um fator é primordial para evitar qualquer tipo de problemas quando se tratar da transferência de poder dentro de uma empresa: o planejamento. Em tom didático, graças aos mais de 50 anos em que vem ensinando Direito, o ex-ministro se aprofunda no assunto. A entrevista exclusiva para a revista A Gente, você confere abaixo:


atualidades ∆

A sucessão dentro de uma empresa pode ser um momento crítico. Como tornar o processo mais ameno e evitar os problemas legais que podem vir a aparecer? Partindo-se de um planejamento estratégico e orgânico, que envolva análise detalhada dos aspectos patrimonial, tributário, econômico e financeiro. Faz-se necessário que o empresário seja assistido, previamente, por consultores jurídicos, econômicos e contábeis. Ele também deverá preparar aquele que assumirá o comando empresarial. Desde que devidamente equacionados, os problemas legais devem ser solucionados com base rigorosa na legislação civil e tributária para evitar surpresas futuras. Empreendimentos rurais costumam ser marcados pela proximidade dos empresários com seus negócios. O agronegócio é mais complexo, quando observado do ponto de vista da sucessão? A complexidade dos negócios empresariais existe em todos os ramos. Nos empreendimentos rurais, por suas características específicas, essa complexidade é mais acentuada, e exige um assessoramento jurídico constante e mais eficaz. A sucessão empresarial rural é um processo que deve passar, antecipadamente, por um período de preparação da pessoa escolhida para ocupar o comando da empresa, seguindo-se de uma radiografia completa dos fenômenos tributários que envolvem o empreendimento. Quais os fatores que devem ser levados em conta nesse processo? É de toda conveniência que o processo sucessório de uma empresa, especialmente de natureza rural, considere: que o futuro do empreendimento não está vinculado, apenas, às variações do mercado e da economia; que a troca de comando deve ser realizada por via de um processo saudável, projetando a perpetuidade da empresa; que seja obedecido um planejamento estratégico eficaz iniciado com bastante antecedência; que os interesses particulares dos sócios sejam harmonizados com a necessidade da empresa de continuar a crescer, sendo motor de desenvolvimento da região; que, em regra, o comando da empresa deve ser efetuado de modo compartilhado.

Deixar de lado o planejamento e não considerar a inevitabilidade da sucessão são erros comuns. Como evitá-los? O erro principal é o de improvisar. O modo de evitá-lo é iniciar, com muita antecedência, os preparativos para a sucessão, envolvendo todos os aspectos da empresa e os interesses patrimoniais, fiscais, sociais e dos empregados. Em se tratando de negócios familiares, as emoções e os laços sanguíneos só devem ser considerados quando o escolhido para suceder demonstre e comprove ter aptidão suficiente para gerir o complexo empresarial. Para um líder empresarial, como saber quando é o momento de abrir mão do poder? Quando sentir que esgotou toda a sua capacidade de manter a empresa em condições de crescimento, considerando as circunstâncias do momento vivenciado pela empresa. Este é o momento ideal de fazer a escolha do sucessor. Holdings familiares são uma boa maneira para evitar que o patrimônio sofra perdas? A adoção desse tipo de sociedade pode ser muito vantajosa. Quando realizada por uma equipe de advogados, contadores e economistas preparados, as holdings familiares ensejam em benefícios de ordem fiscal, econômica e operacional, com retorno prático para sócios e empregados. Ao se tratar da sucessão em grandes negócios, o que deve ser levado em conta e quais são os riscos que podem se apresentar? O grande risco é o do individualismo. Uma empresa rural está envolvida com a sua vocação de ter função social, com um perfil subjetivo, funcional, objetivo e corporativo. Atualmente, a empresa é, na organização, figura proeminente para o direito. Com isso percebemos a socialização das empresas. A sucessão de grandes negócios deve ser realizada de modo a resguardar a continuidade do negócio, ou seja, deve acontecer com planejamento prévio e com o menor envolvimento pessoal possível, para que seu funcionamento não seja prejudicado. ∆

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ECONOMIA ∆

O Mercado, o Dinheiro e Você. Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos

Começar a entender o Mercado Financeiro é partir do princípio de que ele não é muito diferente de outro mercado qualquer. Jesus ainda nem era nascido, e as tribos já se ocupavam em trocar objetos. Um dia nossos antepassados, cansados de discutir se uma vaca valia mais ou menos que um metro de seda, de ficar carregando cabritos e sacos de sal de um lado para o outro, tiveram a ideia de criar a moeda. Com isso, novas maneiras sofisticadas de troca de mercadorias surgiam. Pronto, estava aberto o mercado. O Mercado Financeiro facilita “estocar” recursos por meio da moeda e cria a possibilidade de pedir emprestado e antecipar uma renda futura. E o melhor desse mercado é que ele facilita o nosso dia a dia. Possibilita descobertas científicas, tecnológicas, melhora a qualidade dos produtos e, consequentemente, de nossas vidas, gera empregos, sustentabilidade, sonhos, e lubrifica as engrenagens e os mecanismos do motor que faz girar nossa economia. A saúde do Mercado Financeiro é fundamental para o desenvolvimento de um país. São recursos de poupança financeira que financiam grandes realizações de desenvolvimento social como programas habitacionais, estradas e outras obras de infraestrutura. O Banco Central funciona como o “banco dos bancos”. Somente ele pode imprimir e emitir moedas, fiscalizar e controlar os outros bancos, além de monitorar as operações financeiras para manter uma economia saudável no país.

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A emissão de moedas é regulada pelo Banco Central, uma vez que o excesso banaliza, aumentando a inflação e os juros, e a sua escassez valoriza a moeda, diminuindo os juros e a inflação. O BC, que é o maior devedor do mercado, promove a regulação do mercado com a compra de Títulos de Dívida do Governo, para injetar dinheiro no mercado e, com a venda dos mesmos aos bancos, diminui a circulação do dinheiro e os juros. O mesmo processo de regulação ocorre para controle de câmbio (ex.: Dólar, Euro e Libras). O Mercado Financeiro permite ainda que você possa comprar um pedaço de uma grande empresa e ser sócio, receber dividendos e direito a votos que decidem os rumos da companhia. Disponibiliza serviço de proteção aos produtores contra baixas e o processador das altas de preços, chamado HEDGE. Permite, também, lucrar com o aumento ou a queda de matérias-primas (commodities), que talvez você nem saiba para que sirvam. Com produtos rentáveis, mais ou menos atraentes, tradicionais ou modernos, o mercado financeiro atende as expectativas de perfis conservadores, moderados e arrojados. É, ou não é fascinante? Identifique seu perfil, e deixe o Dinheiro trabalhar por você ! ∆



PUBLIEDITORIAL ∆

Quebrou, Caiu, Molhou? Relaxe, a Nasa Tec oferece o “Reparo Express”, que conserta tablets e smartphones em até três horas.

Cleyton Baeve e Wilquiane dos Santos

Segundo o levantamento The State of the Internet, divulgado pelo site Terra ano passado, a venda de smartphones em 2011 ultrapassou a comercialização de computadores no mesmo ano – foram mais de 400 milhões de unidades de smartphones contra cerca de 350 milhões de PCs. Já uma pesquisa realizada pelo Google mostrou que 73% dos usuários de smartphones não saem de casa sem o dispositivo. A grande vantagem desses pequenos computadores de mão está diretamente relacionada à agilidade de seus apps, ou softwares, que têm o objetivo de conectar e simplificar tarefas do dia a dia – de rede social à declaração de imposto de renda, tudo (ou praticamente tudo) se resolve na telinha desses eletrônicos. Prevendo essa alta demanda, e inevitável dependência, o empresário Cleyton Baeve, da Nasa Tec, criou a rede de serviços Reparo Express, para consumidores que não conseguem ficar um minuto longe dos “amigos inseparáveis” – são feitos reparos em celulares, smartphones, tablets, iphones e ipads em até 3 horas. Você leu certo, 3 horas, ou cerca de 40 minutos para reparos simples, tais como: substituições de displays, touch screens, cabos flex e baterias.

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O Reparo Express conserta tablets e smartphones em até três horas! Você leu certo, três horas – ou cerca de 40 minutos para problemas simples. Como eles conseguem isso? Para agilizar o processo, a empresa mantém um vasto estoque de peças – de todas as marcas e modelos – em três lojas na cidade. Uma delas está no Shopping Campo Grande – localização estratégica para que os clientes relaxem enquanto o reparo é executado: uma ida ao cinema, um lanche, ou algumas comprinhas e o seu aparelho estará novo em folha para se conectar.

Shopping Campo Grande – 2º piso Rua 15 de Novembro, 822 | Rua 15 de novembro, 909 67 3028-6369



ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

PARAÍSO COM MEL

“Vovó, vovó!! – dá pra trazer aquele bicho de nuvem que está lá no céu aqui pra eu brincar?” Uma pergunta tão especial como esta, cheia de espaço para a fantasia, só pode mesmo ter sido feita a uma avó, por uma criança que se encantou tanto – com as palavras doces seguidas dos dedos apontando no céu as imagens – que ficou com vontade de trazer aqui para a terra os tais bichinhos para brincar. Como não se deixar seduzir por tanta doçura? Já esqueceu de como é brincar de procurar bicho em nuvem? Fazer coleção de folhas? Ficar olhando as bolhas de água escorrerem dentro do ralo da pia? Caçar vagalumes? Se já respondeu sim, a pelo menos uma das perguntas acima, então seu filho, já cresceu. Se o seu filho já cresceu, e você respondeu sim a alguma, muito provavelmente você já é avô ou avó, e seu reino agora possui um ar de paraíso cercado de riachos de mel. Sua casa, antes decorada com esmero, agora tem uma barraca de lençol presa no lustre no meio da sala. Seu quarto, todo organizado, agora tem um “acampamento” especial para acolher o seu neto, e a cozinha, repleta das últimas novidades de laticínios. Muitas vezes, vejo pais contendo lágrimas no canto dos olhos, ao preceber que o filho ou filha está às beiras de ingressar na universidade, ou mesmo se formando, e não escondem o espanto ante o seu “rápido” crescimento. Acabaram as madrugadas insones, as febres, os rostos lambuzados, e vieram

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as outras preocupações de quem encaminha um filho para o mundo adulto. Quando estes pais esbarram por acidente em algum objeto da infância do filho, a memória chama lembranças que emocionam e quase sempre causam saudades, e não raras vezes escuto gente falando: ‘Nossa! Como passou rápido!’ Estes, serão os avós mais doces, mais dispostos a tudo para dar alegria aos netos. Dispostos a fazer o mundo parar de rodar, se preciso for, para fazer um mimo ao pequeno. São as delícias sem as “dores” de ser mãe ou pai. Ser avô, ou avó, é ficar sempre com o coração em festa, é ter mãos de fada pra fazer um carinho, é ter um beijo doce que cura machucados, é dar sempre uma guloseima que “nunca” faz mal, é ter uma paciência que nunca acaba, é ter sempre uma bala escondida, é sempre estar com uma enorme disposição para um sorriso e quase nenhuma para um sermão. Afinal, o filho cresceu, o trabalho passou, e os netos trouxeram só os favos de mel. E os filhos desfrutam, junto, de toda essa ternura. Ser avô ou avó é sorrir no compasso do neto. É ter o coração repleto apenas de histórias felizes pra contar. Um beijo a todas as avós e avôs que, com seus atos, trazem à vida dos filhos o brilho da esperança recheada de sonho. ∆



ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana

Amor, trabalho,criatividade, satisfação & resultados, sim! Você é do tipo apaixonado pelo seu trabalho? Ama profundamente o que faz? Até que gosta... ou prefere nem pensar nisto, afinal, trabalho é trabalho e não tem nada a ver com esta conversa de amor ou coisa que o valha... ? Seja qual for sua resposta, venho, ainda que um pouco tímida, mas com sincero querer bem, lhe fazer um convite neste mês de abril, quando os arroubos intensos do verão já passaram e o clima pede algum aconchego. Isto porque meu convite é para um intimista e breve retorno a um tempo especial.

Certo. Existe a rotina e não há o que aprender ou mudar. Será? Esta é uma questão de atitude diante da vida que em grande parte do nosso dia se traduz em ambiente de trabalho. Imagine-se novamente criança, porém no contexto do seu trabalho. Quantas perguntas faria e quantas novas correlações faria com as respostas? Esta disposição de fazer perguntas e questionar as respostas é uma chave mágica que, em algum momento, quando afirmamos que algo “é assim”, deixamos de usar.

Você lembra de quando era criança, por volta dos quatro ou cinco anos? Se não lembrar, observe alguma criança próxima, chegue mais perto e imagine-se no lugar dela. Sério, ninguém precisa saber, faça apenas por alguns instantes. Veja quanta satisfação decorre do interesse genuíno por descobrir, aprender cada possibilidade que se revela, num mundo onde tudo é novo, desafiador e altamente estimulante aos sentidos e à inteligência. Seus olhos brilham e o tempo de um dia parece pequeno para tanta vontade de brincar e descobrir coisas novas. Há quedas, machucaduras e frustrações? Sim, fazem parte dos desafios, mas a vontade de crescer e descobrir é maior e, em instantes, tudo é novo de novo.

A ciência acadêmica em sua essência, por mais estranho que possa parecer, tem algo de criança diante da vastidão do desconhecimento. Os cientistas, de fato, não afirmam que algo “é” assim. No máximo descrevem experimentos e resultados, indícios e conclusões possíveis com os recursos disponíveis no momento. Fica sempre uma porta aberta para um novo experimento. As pessoas, através da mídia, via de regra, tendem a generalizar as conclusões afirmando que a ciência diz isto ou aquilo. Crianças são cientistas natos. Cientistas se divertem. É saudável e estimulante ao cérebro humano descobrir novas formas de fazer coisas velhas, por exemplo.

O que acontece conosco quando “crescemos”, nos autorrotulamos adultos e aos poucos nos convencemos de que devemos ser de uma determinada forma ao nos relacionarmos com o mundo que nos cerca? Sob muitos aspectos, “emburrecemos”, ou ao menos deixamos de aprender, quando acreditamos que já conhecemos o suficiente. Uma atitude arrogante de quem pensa que já sabe o suficiente para fazer o que faz e não precisa mais aprender. Será? Há quem afirme que sabe tendo aprendido apenas os rudimentos, sem um tempo sequer de sincera entrega à possibilidade de explorar e aprender, de fato.

Abrir dentro de si um pequeno espaço para olhar seu próprio segmento de atuação com olhos de criança cientista, sorrir internamente com a possibilidade de explorar, aprender, questionar, descobrir, desafiar e conquistar um avanço diário, por mínimo que seja, pode ser fator gerador de alegria e amor próprio crescentes. E amor é sempre algo que se expande. Transcende por sua natureza aquele que o abriga. Amor faz bem a quem é capaz de senti-lo, ao ambiente de trabalho, às pessoas que interagem, ao produto final, ao cliente. Traz resultados e seu efeito é inconfundível, sempre bom. Vamos experimentar? ∆

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MEMÓRIA ∆

Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor

edição 141 | MARço | R$ 12,00

A vez dAs bicicletAs

A ModA é pedAlAR!

meditação

consolAção de oliveiRA e eliseU MáxiMo eM UM MeRgUlho eM ágUAs pRofUndAs

REVISTAS EM REVISTA

UM pApo coM A AtRiz MARiAnA liMA

uma viagem à histórica jornada feminina e muito mais

MÊs dA MULHER

Um dia desses, numa clínica médica, uma senhora ficou me olhando de um jeito estranho, como se querendo me reconhecer. Notei que olhava pra uma revista e olhava pra mim...

Cronologicamente, anotei desde a primeira, que se chamava A NOTA, que começou a circular em 1919 até 1923, impressa em Bauru, no estado de São Paulo.

Logo percebi que era a nossa revista que ela folheava, e por acaso tinha visto minha foto neste espaço onde publicam meus rabiscos. Acabou perguntando se era eu mesmo e dizendo que tinha gostado da crônica, mas pensava que era uma revista de São Paulo ou Rio de Janeiro, pois não sabia da existência de revistas com tanta qualidade gráfica, conteúdo, fotos, aqui em Campo Grande. Mostrei a ela que tínhamos aqui algumas revistas que não ficavam a dever para a maioria das demais existentes no País, citando outras que estavam sobre a mesa, numa demonstração de imparcialidade nas minhas observações.

Depois dela, O GUARANY, em 1923, FOLHA DA SERRA (a melhor revista dos velhos tempos de Campo Grande - publicada por Aguinaldo Trouy 1931/1940), REVISTA DOS PROPRIETÁRIOS (1933), CIVILIZAÇÃO (1934), LIVRO AZUL (1936), ECO e FORENSE (1939), CIDADE MORENA (1964), EXECUTIVO PLUS (1967/85 e 1994 a 2006), VÉRTICE (1968), a boa GRIFO (1979), e DESTAQUE, em 1982, única revista que resistiu ao tempo e às crises, circulando sem interrupções até os dias de hoje, sob a responsabilidade de seu fundador Dr Pierri Adri.

Quando retornei à casa, vim recordando uma matéria que escrevi há mais de dez anos, contando sobre a existência de boas revistas que já tivemos na cidade, mesmo em tempos nos quais os recursos de edição e impressão eram os mais rudimentares – tempos dos corajosos e determinados editores que faziam a alegria dos leitores, numa época em que não existia a televisão, internet e, algumas vezes, nem o rádio. Repassei a lembrança nos meus achados à custa de muita pesquisa e noites perdidas, revirando livros e arquivos da Fundação Eduardo Contar para um levantamento, o mais perfeito possível, das inúmeras publicações, em sua maioria meteóricas, que enfeitaram bancas da cidade morena.

Em 1993 chega a ARCA, revista do arquivo histórico de Campo Grande, ainda em atividade. Em 1999 é a vez da LEIA, uma ótima revista que infelizmente parou de circular. Depois vieram: METRÓPOLE (2000), ÍMPAR (2004, ainda em circulação), POLÍTICA (2005), MS SHIMBUN (2006), AÇÃO COMERCIAL, ROTEIRO MS e MS INDUSTRIAL, lançadas em 2008, e algumas que escapam da lembrança. Hoje, circulam em Campo Grande ótimas revistas. Estão aí a velha e persistente DESTAQUE, a MOOD, ÍMPAR e a “A GENTE”, disputando com as melhores revistas do país em termos de conteúdo e qualidade gráfica. Boa leitura! ∆

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CASA



ACONTECEU ∆ Andréia Spengler e Israel Ribeiro Dia 9 de março foi celebrado o casamento de Andréia Spengler e Israel Ribeiro pelo Pastor Sérgio Piovani. A Igreja Presbiteriana estava linda e intimista com uma decoração de flores, velas e maravilhosos tapetes persas. Os noivos receberam os convidados no Yotedy, com um cardápio assinado por Maria Adelaide; e a decoração de Renata Veloso estava de tirar o fôlego, com árvores francesas... No final da festa, os convidados foram presenteados com uma xícara de porcelana com a estampa da flor do casamento. A noiva estava lindíssima, vestiu Rosa Clará. Simples assim! Fotos | Marcos Vollkopf

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1- Andréia com os pais e irmãos; 2- Andréia e Israel com a Marly mãe do noivo; 3- Andréia sendo conduzida pelo pai ao altar; 4- Cerimônia religiosa abençoada pelo Pastor Sérgio Piovani; 5- Noivos com suas damas e pajem; 6- Momento feliz de Andréia e Israel; 7- Valsa dos Noivos; 8- Decoração; 9- Andréia e Israel na chegada ao Yotedy.

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ACONTECEU ∆ Novo espaço Ângela Hitomi

Com 20 anos de carreira e um respeitado nome no mercado de beleza, a cabeleireira e empresária Ângela Hitomi comemorou, em março, mais uma conquista: seu novo salão. Mais amplo, com estacionamento maior, mais confortável e charmoso - sem falar no espaço noiva, com detalhes que fazem toda a diferença na data tão especial. O novo salão Angela Hitomi tem a mesma qualidade, em um novo ambiente feito especialmente para o conforto e bem estar. Fotos | Alline Romero

1- Equipe Angela Hitomi; 2- Aline, Amanda, Massami, Angela Hitomi, Sérgio, Olga, Douglas, Angelica, Gabrieli; 3- Luiza Maia, Eloisa Correia, Ângela Cassone, Ladislau Ramos, Angela Hitomi, Isabella Ramos e Tânia Maia Fugimoto; 4- Valquyria, Angela Hitomi e Cloude Nammoura; 5- Edson Klink, Denise Englentner, Angela Hitomi e Maria Tereza, 6- Regina Almeidinha; 7- Olga, Aline, Angela Hitomi, Angelica, Johni e Sérgio.

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ACONTECEU ∆ Marcada por emoção e muitos sorrisos, a 3ª edição da “Exposição Fotográfica Molduras Plaenge – Ensaios da Vida” foi aberta com festa no dia 13 de março na Central de Apartamentos Decorados da Plaenge. O evento foi realizado pela Plaenge em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. As 21 mulheres homenageadas, que representam a força feminina da sociedade de Campo Grande, foram retratadas em fotos preto e branco, produzidas pelos fotógrafos Alexis Prapas, Eurides Aoki, Galvão, Namour, Marcos Vollkopf, Bianca Bacha e Ivo Vicentim. O evento contou ainda com espaço de beleza, música e desfile exclusivo de semijoias e bolsas. Confira os flashes de Marcos Vollkopf. 1- Ada e Maristela França; 2- Tania Borges, Celinia Maiolino e Thereza HIlcar; 3- Flavia Couto e Grazielle Machado; 4- Maira, Fabianna, Ana Carolina e Ada; 5- Ada Lima e Mara Dolzan; 6- Visual do desfile; 7- Reni Domingos e Ariadne Cantú.

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ACONTECEU ∆ A pequena Isabela comemorou dois aninhos no fim de fevereiro ao lado dos pais Fabiana e Daniel Saito. A festa estava linda: os cliques foram feitos pela Click Kids. O Buffet World Kids foi todo decorado pela Renata Paniago com o tema Boneca Moranguinho – a favorita de Isabela. Fotos | Click Kids Fotografia Infantil

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PUBLIEDITORIAL ∆

Educação e zelo na mais tenra idade

Berçário Materna oferece estrutura para desenvolver e cuidar de bebês e crianças Nos moldes de berçários de São Paulo e Rio de Janeiro, a Materna chega a Campo Grande oferecendo estrutura inédita para educação e cuidado de crianças de 0 a 3 anos. Segundo as sócias e pedagogas Ana Luisa Bittencourt de Castro e Fernanda Ortiz, a escola é a única da cidade a se especializar apenas nessa faixa etária. “Nos voltamos para o desenvolvimento das crianças em três eixos de trabalho: cuidados, brincadeiras e situações de aprendizagem”. A ideia surgiu quando trabalhavam em uma grande escola da Capital e notaram a necessidade de um cuidado mais atento com os pequenos. “Quisemos criar um espaço onde os bebês tivessem mais atenção. Em um ambiente com muitas crianças, perde-se esse foco”, conta Ana Luisa. “Ao sentir-se cuidada, a criança aprende a cuidar de si e a confiar nas pessoas”, explicam as pedagogas.

Para isso, a Materna possui um time de profissionais qualificados, entre educadores, nutricionista e uma técnica de enfermagem. Os espaços foram pensados em seus detalhes para atender os pequenos de forma lúdica. A estrutura oferece câmeras de monitoramento, para garantir a confiança dos pais ao acessarem a imagem dos filhos em tempo real, via smartphone ou computador; e o “waterplay”, espaço com chafarizes que jorram água do chão e incentivam a brincadeira sem o risco de uma piscina. O atendimento estende-se por até doze horas diárias, o que facilita a vida dos pais. Tudo para garantir que a criança receba todos os incentivos psicológicos, físicos e pedagógicos que ela precisa para crescer de forma plena e saudável.

Materna | Rua Pedro Coutinho, 224 - Jardim dos Estados | 67 3204-0835

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Fredd Diniz www.flickr.com/photos/freddiniz

Navegando em Águas Calmas “Um olhar mais demorado para a embarcação e a luz que busco, solitários em nosso encontro com o divino”.

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Sua foto pode estar aqui! Envie para redacao@revistaagente.com.br




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