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Os projetos sociais de Laura Mbeng

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

Os projetos sociais de Laura Mbeng

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A solidariedade e empatia da embaixatriz de Camarões no Brasil diante dos desafi os enfrentados pelos brasilienses durante a pandemia

Com uma alegria contagiante e grande carisma, a embaixatriz de Camarões no Brasil, Laura Mbeng, compartilha com nossos leitores parte da experiência que vem tendo no país e dos projetos sociais que toca ao lado de outras esposas de Chefes de Missões Diplomáticas que moram em Brasília. Ela ajudou a coordenar um trabalho de apoio às vítimas da Covid durante a pandemia em parceira com o Governo do Distrito Federal.

Nos fale um pouco da experiência da embaixatriz de Camarões no Brasil.

Posso dizer que estamos aqui para ajudar as pessoas, incluindo aquelas que eu não conheço. Trabalho para ajudar também os que precisam. Brasília é uma cidade onde tem muitas coisas para fazer.

A senhora não exerce somente o papel de embaixatriz, mas assumiu também um trabalho social, com atividades extras.

Vim para o Brasil como embaixatriz para apoiar meu marido e projetos que ele faz aqui, para mostrar para as pessoas do Brasil a cultura do meu país, mostrar mais sobre Camarões em todos os aspectos. Com outras esposas dos chefes de missões diplomáticas, cumprimos uma missão social, porém, eu também tenho uma formação profissional de dentista. Portanto, eu tento igualmente ajudar as pessoas a partir da minha experiência.

Quais os projetos sociais que mais estão em destaque?

Nossos projetos sociais são vastos, em diferentes níveis e esferas. Por que projetos sociais? Esses projetos (que estão em escolas, hospitais, lares, instituições) ajudam o dia a dia das pessoas e isso é um aspecto muito importante.

Sou membro de dois grupos diferentes aqui no Brasil: o das esposas de chefes de Missões Africanas em Brasília e o das esposas de todos os chefes de Missões Diplomáticas no Brasil. Os dois grupos têm projetos diferentes, porém a maioria dos projetos está vinculada a áreas sociais.

A Embaixada de Camarões concedeu algum material contra a Covid para o GDF. Como foi feito esse trabalho?

A ideia foi de juntarmos iniciativas comuns para combater a pandemia COVID-19. Assim, decidimos sensibilizar as diferentes embaixadas africanas em Brasília para que podermos confeccionar as cestas básicas e oferecê-las, com o apoio do GDF, às pessoas que necessitavam.

Conte-nos um pouco sobre Camarões.

Camarões é conhecido como um conjunto de toda a África num país. Camarões é a África em miniatura, existe muitas etnias, tem 250 dialetos. Temos processos históricos

muito parecidos com os do Brasil, devido ao descobrimento do país por Portugal, a ocupação estrangeira da França e da Inglaterra. É por isso que a maioria da população fala inglês ou francês.

Como vocês divulgam Camarões hoje? Como é o turismo lá?

Do ponto de vista turístico, Camarões é um destino excepcional. Tudo o que você pretende encontrar na África existe lá. Temos diferentes biomas como Cerrado, Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica. A vegetação é excepcional, a fauna é única, com diferentes categorias de animais. Além disso, o povo camaronense é muito caloroso e receptivo.

Quantos países usam a mesma moeda de Camarões?

Quatorze países da África Central e da África de Oeste usam essa moeda. Apesar da flutuação para cima e pra baixo, o franco CFA permanece sendo um vigor.

Nos conte um pouco sobre o evento que senhora organizou em Brasília.

O evento organizado chama-se BTFW (Brasilia Trends Fashion Week). Na minha opinião, moda e cultura andam juntas. Uma das minhas atribuições, das minhas funções como embaixatriz, é divulgar a cultura camaronesa aos brasileiros. A BTFW deu a Camarões, em particular, e à África, em geral, a oportunidade de mostrar um pouco da diversidade Camaronesa/ Africana.

Abriu portas aos talentos coletivos, às competências, às sementes daquilo que consideramos o produto final, a moda. Foi uma grande oportunidade. Brasil e Camarões têm algumas singularidades comuns no setor da moda, devido ao fato do Brasil ser muito extenso, sendo um país tropical. Na Bahia, por exemplo, tem muita coisa semelhante: comida, roupa, dança, etc.

E os projetos futuros da senhora como embaixatriz, como chefe desse grupo de mulheres que conjugam o mesmo objetivo?

O futuro é sempre seguir em frente. Para continuar alcançando e apoiando a gente onde pudermos.

Gostamos de trabalhar com projetos em Brasília e na periferia. Isso nos ajuda a trabalhar em muitos projetos ao mesmo tempo.

Laura não faz nada para deixar sua marca, deixar nome, faço porque gosto e para ajudar quem precisa. Sempre chamo outras esposas dos embaixadores para trabalharmos juntas, para ajudar e mostrar que podemos fazer mais, além exercer um trabalho social.

Como é morar no Brasil, em Brasília?

Ah muito bom. Tudo aqui é bom. Gosto do futebol maravilhoso. Gosto muito do clima de Brasília, das pessoas, da comida...De todos os lugares onde eu já morei como esposa de diplomata, o Brasil é o favorito.

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