revista MACAU 77

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ÁTRIO

cumprisse os prazos que tinha delineado. Valeu-lhe a sorte de uma das grandes casas de aluguer de equipamento cinematográfico nos Estados Unidos ter aceitado ajudar a equipa emprestando uma câmara “Arri 416”, a melhor de 16mm, usada em vários filmes e séries emblemáticas como “The Black Swan” e “The Walking Dead”. A empresa norte-americana também disponibilizou, a baixo custo, as lentes anamórficas, que permitem criar imagens amplas, wide-screen, usadas nos anos 1950. Hoje mantém que é importante investir, mas, ressalva, “com prudência”. Acabou por encontrar o equilíbrio. Ser freelancer foi a solução para garantir um meio de subsistência e, ao mesmo tempo, disponibilidade e financiamento para o cinema. A produtora Pontus Maximus Productions, que fundou em 2013, realiza conteúdos audiovisuais, como documentários, vídeos corporativos e publicitários, além dos filmes independentes, e é esse trabalho que lhe assegura o ganha-pão

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que precisa para o cinema. “É muito difícil viver só do cinema. Acumulamos sempre outros trabalhos. Ganha-se muito pouco com esta indústria. É assim com a arte em geral. Nestas áreas, temos mesmo de ser criativos. É bom conseguir fazer filmes, mas no fim queremos ter a certeza que podemos fazer mais e não sentirmos a pressão de estar preocupados em garantir que comemos no dia seguinte.” Um trabalho a tempo inteiro dar-lhe-ia mais segurança, assume, mas menos espaço para progredir. “A parte interessante é ir evoluindo, ir experimentando. Tento nunca pensar muito na questão do dinheiro porque é stressante. Só me preocupo quando o problema aparece. A verdade é que muitas vezes acabamos por conhecer as pessoas certas.” Macau Foi também por isso que foi ficando em Macau, onde cresceu e vive agora depois de outras pa-


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