revista MACAU 54

Page 29

sociedade

“Olho agora para Macau, está tão desenvolvido,

já perdeu muitas memórias”

Jorge do Rosário, União Macaense Americana, EUA

da última edição do Encontro das Comunidades Macaenses, que se realizou entre 26 de Novembro e 2 de Dezembro de 2016 e trouxe a Macau cerca de 900 participantes e membros das 12 Casas de Macau espalhadas pelo mundo. Jorge do Rosário, que pertence à União Macaense Americana, na Califórnia, é um homem alto, pele morena, mistura de muitos mundos. Saiu de Macau quando tinha apenas 17 anos e hoje, por cá, tem apenas alguns amigos. “O meu primo já passou, a minha tia já passou”, diz, ainda em português, mas como quem está a pensar em inglês. O filho, que já esteve presente num dos encontros, “é completamente americano”, realça. “Nasceu e estudou nos Estados Unidos, mas gosta da cultura macaense.” Sobre os macaenses na diáspora, Jorge do Rosário admite que é uma comunidade que soube ultrapassar as www.revistamacau.com

dificuldades. “O macaense é muito esperto”, vinca. E sorri. Além da habitual fotografia de família e de uma série de eventos culturais e de convívio, o Encontro das Comunidades Macaenses 2016, que contou com um subsídio da Fundação Macau de cerca de 4,2 milhões de patacas, incluiu ainda um passeio por Cantão, capital da Província de Guangdong, e a eleição dos órgãos sociais do Conselho das Comunidades Macaenses. O presidente, José Sales Marques, que renovou o mandato para o próximo triénio, faz à MACAU um balanço “francamente positivo” deste encontro. “Conseguimos sentir um espírito muito coeso por parte de todos os participantes”, realça, acrescentando ainda que, este ano, o Conselho das Comunidades Macaenses passou a contar com um novo membro. Trata-se da Casa de Macau do Reino Unido. “É a primeira [casa] no Reino Unido, que é consi-

derado um destino muito importante para os macaenses e portugueses, um destino tanto para fixação como para o estudo”.

“Macau é o nosso sangue, não podemos mudar isso”

Mas momentos antes falávamos ainda com Marcus António Gutierrez da Casa de Macau da Austrália. Marcus deixou Macau aos 23 anos, em 1969. Primeiro viajou até aos Estados Unidos, depois para a Austrália. “Os Estados Unidos estavam numa boa fase mas, ainda assim, era tudo muito competitivo, ao passo que a Austrália mantinha-se mais atrás. Então era uma questão de ficar na América e fazer com que as crianças se tentassem ajustar ou levá-las para a Austrália, onde pudessem crescer com o próprio país”, relembra. Na longa escadaria que nos leva até às ruínas da antiga Igreja da Madre de Deus vão-se juntando centenas Fevereiro 2017 • macau

29


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.