revista MACAU 18

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Março 2010 | 83

Um novo fôlego para a cooperação

A aguardada Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa deverá realizar-se na segunda metade do corrente ano. Embora as trocas comerciais entre a China e o espaço lusófono tenham sofrido o impacto da crise financeira em 2009, o futuro próximo é encarado com optimismo no Secretariado Permanente do Fórum, que se reuniu em Macau no mês de Fevereiro

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oram dois dias que serviram para analisar o trabalho feito e definir o plano de acção para 2010. O Secretariado Permanente do Fórum Macau manteve aquela que foi a sua quinta reunião nos primeiros dois dias de Fevereiro passado.

uma vez que estão marcadas eleições no país para Outubro próximo. Sobre a reunião de Fevereiro passado, o novo secretário-geral do organismo, Chang Hexi, explicou na altura aos jornalistas que, a par da retrospectiva dos trabalhos feitos em 2008 e 2009, os membros do Secretariado Permanente estiveram a trabalhar no plano de actividades para 2010. O Fórum tem vindo a estruturar um plano de acção que definirá as estratégias de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa para os próximos três anos. O documento, com mais de uma dezena de páginas, será submetido à apreciação dos participantes da conferência ministerial. O plano está a ser elaborado há cerca de um ano, mas só deverá ser concluído nessa reunião. Presente no encontro de Fevereiro último, o embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Hugueney, explicou aos jornalistas que o consenso estava prestes a ser alcançado. “Temos duas propostas na mesa muito semelhantes e em Pequim poderemos terminar o plano. Deveremos ter uma proposta da China quanto a uma data para a conferência ministerial”, disse ainda o responsável, citado pela imprensa de Macau. Em declarações à Agência Lusa, fonte diplomática salientou que o consenso referido por Clodoaldo Hugueney consiste na necessidade de se garantir um plano de maior aplicabilidade, que assegure melhores resultados práticos ao nível da cooperação entre a China e os países de língua oficial portuguesa.

Um ano importante O encontro, que decorreu na RAEM, terminou sem que tivesse sido definida uma data concreta para a realização da terceira Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa,

mas tudo aponta para que a reunião de alto nível se realize no segundo semestre deste ano, em Macau. Entre Maio e Outubro, a China organiza a Exposição Mundial de Xangai 2010. Também o Brasil tem uma agenda bastante preenchida até ao Outono,

Em 2009, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 62,468 milhões de dólares norte-americanos, o que representa uma diminuição de 19 por cento em relação ao período homólogo de 2008. As estatísticas dos Serviços da Alfândega da China indicam que as importações da China ao espaço lusófono somaram

43,617 milhões de dólares entre Janeiro e Dezembro de 2009, uma descida de 17 pontos percentuais em relação a igual período do ano anterior. Em queda estiveram também as exportações da China para os países de língua portuguesa: o total de 18,851 milhões de dólares norte-americanos representa uma descida de 22 por cento relativamente a 2008. O último mês do ano veio, contudo, contrariar a tendência verificada ao longo de 2009. Em Dezembro, as trocas comerciais atingiram 6727 milhões de dólares, um acréscimo de 24 por cento face a Novembro. A propensão verificou-se também ao nível das importações, com os países lusófonos a comprarem à China produtos na ordem dos 4489 milhões de dólares, o que se traduz num aumento de 26 por cento relativamente a Novembro de 2009. Não obstante a queda de valores registada ao longo do ano passado, Chan Hexi acredita que 2010 será um ano de grande importância para o Fórum. “No ano passado”, disse o secretário-geral à imprensa, “defrontámo-nos com o impacto da crise económica mundial, mas as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa vão aumentar outra vez”. Chan Hexi acrescentou que “este é para nós o ano mais importante. Faremos todo o possível para apoiar a organização da conferência ministerial e aprofundar a cooperação entre a China e a lusofonia.” O responsável adiantou que, em 2010, serão organizados seminários e encontros empresariais na China e nos países lusófonos para promover o intercâmbio económico. Na quinta reunião do Secretariado Permanente do Fórum Macau participaram os embaixadores de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor-Leste acreditados em Pequim, e uma delegação da China Continental liderada pelo director-geral do departamento dos Assuntos de Taiwan, Hong Kong e Macau do Ministério do Comércio da China, Tang Wei.


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