Reverso 46

Page 1

Edição 46

maio 2011

r e h l

u M

Agora é a vez delas!

Ana Lu, a voz da MPB

Cantora de São gonçalo conta sua história

luvas e ringue

Cachoeiranas investem no boxe

Prontas para casar A noiva e seu grande dia

Tempero baiano

A culinária de Dona Aurinha


2

>> INEDITORIAL CARTA AO LEITOR Esta edição do Jornal Reverso foi feita pelos alunos do quinto semestre de Jornalismo do Centro de Artes, Humanidades e Letras, com o objetivo de tratar de um assunto de grande relevância para toda a nossa sociedade: a mulher. Esta é uma edição temática que procura homenagear todas essas mulheres guerreiras, que lutam contra os preconceitos ainda presentes em nossa sociedade. Com um recorte voltado para as personalidades femininas do Recôncavo da Bahia, o Jornal Reverso não desmerece as mulheres de outros lugares, pelo contrário, a nossa equipe procurou fazer uma justa homenagem a todas as que lutam diariamente para sobreviver e ainda enfrentar os desafios do cotidiano. Com textos mais leves, o Reverso tenta mostrar as diversas faces da mulher do Recôncavo. O que realmente a baiana tem! Buscamos isso de um jeito mais descontraído, mas sem deixar a seriedade, a verdade dos fatos e o compromisso social inerente à atividade jornalística. Esta edição propõe uma abordagem mais literária, tratando de modo mais poético as questões relacionadas ao tema, imprimindo uma maior profundidade às matérias apresentadas. Desse modo, buscamos uma maior aproximação com você, caro leitor. Assuntos como esporte, música, saúde, moda e culinária não poderiam faltar, principalmente hoje, numa sociedade onde a mulher, merecidamente, conquista cada vez mais o seu espaço, espaço esse que lhe é um direito. Ao montarmos um jornal com essa temática, buscamos uma maior reflexão sobre a mulher e as perspectivas que elas têm de futuro. Agradecemos em especial a participação de Lenise Luz, estudante do quinto semestre de Jornalismo da UFRB, como modelo para a foto da capa e de outras matérias do nosso Jornal. E boa leitura para tod@s !!

Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz e Robério Marcelo Editores: Gabrielle Alano e Leomir Santana Coordenação de Editoração Gráfica: Mariana Vilas Bôas Redação: Eliandson Santos, Fernanda Rocha, Jana Cambuí,

Mairan Reis, Roberval Santana, Rogério Lacerda e Valdelice Santos

Editora Chefe: Priscila Vasconcelos

Retrato Feminino Em 2010 somos mais de 190 milhões de habitantes e a maioria são mulheres. O maior número de mulheres em relação aos homens pode ser explicado pela maior expectativa de vida feminina - em 2007, a esperança de vida ao nascer era de 76,4 anos para elas e 68,7 para eles -, pelo alto índice de mortalidade masculina, vitimas da violência urbana em maiores proporções que as mulheres e pela redução dos índices de mortalidade feminina relacionados com a gravidez, parto e pós-parto. Do total de mulheres brasileiras, cerca de 48,7% são negras, o que correspondia em 2008 a 25,4% da população total brasileira. O Censo de 2000 mostra que as mulheres brancas tinham uma expectativa de vida de 73,8 anos, enquanto que as mulheres negras não alcançavam os 70 anos. Outra mudança importante é na configuração da família e também nas concepções dos papéis masculinos e femininos e das responsabilidades de cada um, pois a figura do provedor e do responsável já não está ligada exclusivamente ao sexo masculino. Nos últimos anos aumentou o número de mulheres chefe de família, 25,9% em 1998 para 35% em 2008. Aumentou também entre 1998 a 2008 a proporção de mulheres responsáveis pela família de 2,4% para 9,1%, dentro uma família composta por um casal e com o homem no mesmo domicílio Os índices de natalidade e de fecundidade caíram drasticamente no país, de 5,8 filhos por cada mulher em idade fértil – de 15 a 49 anos, em 1970 para 1,89 em 2008. O que indica uma profunda mudança no comportamento demográfico e cultural brasileiro e que cada vez mais as mulheres separam a sexualidade da reprodução. As mulheres estão mais escolarizadas que os homens. Entre 2008, as mulheres com mais de 15 anos de idade tinham uma escolaridade média de 7,6 anos de estudo e os homens 7,3 anos. No ensino superior, as mulheres são maioria entre os alunos matriculados (56,3%) e concluintes (62,4%), freqüentando cursos cujo corpo discente era até então exclusivamente masculino. O prolongamento dos estudos tem ampliado as oportunidades de trabalho e contribuído para o acentuado ingresso das mulheres em áreas que eram ocupadas só por homens. A taxa de ocupação daquelas com nível superior de ensino (15 anos ou mais) ultra¬passa 80%, sendo quase o dobro daquela observada na população feminina em geral. Existe uma incorporação crescente das mulheres em atividades científicas.

Redatora: Lélia Maria Sampaio

Acesse o Reverso Online: www.ufrb.edu.br/reverso

* Maria de Fátima Ferreira é Professora Doutora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.


3

Esquecidas pelo tempo

Valdelice Santos

G

ésia Miralva Santana de Araújo sonhou um dia poder ter um espaço que abrigasse os idosos de Cachoeira e de outras cidades que necessitassem de moradia. Para isso, foi criada uma campanha com listas de arrecadações de dinheiro, propagandas e bailes, além de outros recursos, no intuito de conseguir um imóvel para os velhinhos. Em 1966, Gésia transformou seu sonho em realidade. Ela conseguiu comprar o imóvel situado na Rua Benjamim Constant nº 2, onde até hoje funciona a Casa dos Velhos de Cachoeira. A Casa dos Velhos abriga quatro homens e dezenove mulheres com histórias de vida um pouco perdidas no tempo, apagadas na memória por doenças ou esquecidas em algum cantinho que ninguém nunca conseguirá encontrar. Porém, outras histórias ainda podem ser contadas: a chegada e a rotina de cada um no novo lar. Novo Lar, Nova História Dona Guiomar Gerônimo da Silva, ou simplesmente Guiomar, gosta de acordar cedo e sempre foi solidáriacom as companheiras. Mora na Casa dos Velhos há mais de 40 anos e vive como se não existisse passado. Ela não lembra de nada do que viveu, sabe-se apenas que morava pelas ruas de Cachoeira com outros idosos. Por outro lado, Dona Marieta Moura Filho esbanja lucidez. Casou com 16 anos e nunca teve filhos. “Eu não tenho amigos aqui porque velho, pobre

e cego não tem amigos. O que eu tinha era minha família, mas todo mundo morreu muito cedo. Aí, tô aqui esperando a morte me levar também’’, conta. Apaixonada por rádio, gosta de colocálo na cabeceira da cama e ai de quem tirar ele de lá! Pegar a estrada e viajar sempre esteve no destino de Dona Marieta, que desfruta hoje de seus 102 anos. Seu temperamento esquentava quando precisava passar muito tempo em um mesmo lugar. Brigou muito com as pessoas da Casa dos Velhos de Cachoeira, onde passou um bom tempo chegando e saindo, por sua livre e espontânea vontade. Cansados da instabilidade da moradora, os funcionários deram um ultimato para ela: se saísse novamente não iriam recebê-la mais. Marieta não se importou com o recado e repetiu o seu vai e vem. O aviso se cumpriu e ela foi morar no abrigo de Maragogipe. Lá também se desentendeu com os funcionários e velhinhos. Mais uma vez, teve que mudar de rumo. A próxima cidade na qual buscou abrigo foi Cruz das Almas. Mas ela também não se comportou e foi parar no Hotel Paris, em Muritiba. Como já era de se esperar, fez o mesmo que nos outros lugares. Finalmente, voltou para seu velho lar: Cachoeira, com a promessa de parar de xingar e brigar, pois já estava com a visão debilitada e precisava de repouso. Assim, Dona Maria Costa Bernardes vivia trancada numa casa, sem se alimentar direito e

sem fazer higiene corporal, até a Assistência Social de Cachoeira tirá-la desse mundo particular. Quando chegou à Casa, disse com bastante alegria: “Graças a Deus que eu vim pra aqui!” Uma visita é muito importante Muitos dos idosos chegam à Instituição por vontade própria, mas 90% deles não possuem vínculo familiar ou não conseguem lembrar nada que os levem até a sua família. O abrigo não recebe remuneração dos velhinhos e vive de doações de voluntários, associados e da arrecadação de cupons fiscais da campanha Sua Nota é um Show. Mas, além de sua contribuição financeira, os velhinhos precisam de carinho e amizade. A visita é uma peça importante para tornar o dia dessas pessoas mais agradável. Diariamente das 14h às 17h, eles aguardam uma visita sua. A gerente da Casa dos Velhos, Lúcia de Souza Batista, diz que ama trabalhar com idosos e que apesar de muitos brigarem com os funcionários e terem vontade de ir embora, todos são bem tratados, recebem tratamentos médicos e são pessoas que necessitam de muito amor. Para ela, a solidariedade é a grande parceira da vida de todos os idosos da Casa.

As quatro amigas acordam cedo para um bate papo e assistir Tv

Valdelice Santos

A Casa dos Velhos de Cachoeira abriga inúmeras histórias perdidas na memória


Belas eo

as

Eliandson Santos

D

izem que a mulher é o sexo frágil, mas não na academia Por Dentro do Boxe, em Cachoeira, onde 18 mulheres de todas as idades estão subindo no ringue para fazer os adversários, dentro e fora do ginásio, literalmente beijar a lona. A academia faz parte de um projeto social criado pelo professor Ciborg, há 22 anos. No começo, só haviam alunos homens, mas não demorou para que aparecessem as primeiras mulheres interessadas em praticar o esporte. De lá pra cá, Joelson Conceição Oliveira, o Ciborg que sempre deu aulas de graça e se virou como pôde para manter o projeto vivo – quase sempre com pouca ajuda financeira e só com o básico da estrutura necessária – seguiu difundindo a sua filosofia e transformando sua história de persistência no esporte em uma lição de vida. Hoje dezoito meninas treinam boxe de graça, até três vezes por semana. Alunas como Carla Silva,

Fera

estudante de 15 anos que escolheu o boxe há um ano por influência dos amigos e para manter a forma. Desde então, não parou mais de lutar. Outra que segue na luta, foi a também estudante Luana Fraga, 17 anos. Para ela, a paixão pelo boxe vem de berço, pois a mãe e irmã são pugilistas. O talento que veio de casa deu resultado nos ringues e Luana se tornou campeã regional. O título rendeu novos objetivos. Agora, ela está com uma luta marcada para maio e sonha em disputar o campeonato baiano de boxe. Mas ainda não tem patrocínio. Luana espera repetir o caminho de outra atleta do projeto. Débora Cruz saiu de Cachoeira para se tornar a atual vice-campeã baiana de boxe na categoria peso-leve. E ainda chegou a receber propostas para se profissionalizar e defender clubes de outros estados, mas – apesar de também não ter patrocínio – declinou os convites para realizar um sonho. Débora virou professora e está aprontando os últimos preparativos para, em breve, abrir sua própria academia, um espaço voltado só para mulheres, onde espe-

ra revelar talentos como Carla e Luana. Para isso ela vai ter a ajuda de quem começou tudo, o professor Ciborg. E enquanto isso, não param de aparecer novos e novas interessadas em entrar no mundo do boxe. Pessoas como Jurema Neves, chefe de gabinete de 51 anos, a mais nova candidata a aluna da Por dentro do boxe. Ela resolveu praticar um esporte para manter-se jovem por mais tempo e acabou optando pelas luvas e o ringue, em razão da disciplina. Perguntada se considera o boxe um esporte masculino, respondeu com muito bom humor: “Trabalhar em construção já foi coisa de homem, dirigir coletivo já foi coisa de homem, hoje tudo é para ambos os sexos. Esporte é saúde. Ajuda quem quer fugir do estresse. Ajuda a ocupar a mente, além de ser um meio de integração com a sociedade, principalmente com os mais jovens.” Apoio dos amigos e da família ela vai ter de sobra, principalmente do neto de sete anos que já pediu para acompanhar a avó nas lutas. Jurema certamente é um bom exemplo desta nova mulher,

que se torna uma avó diferente ao trocar o casaco e as agulhas de tricô por um ringue de boxe. Comprovando a velha máxima de que mulher ser sexo frágil, é uma mentira absurda!

Carla Silva: antes o desejo de manter a forma, hoje uma paixão

Leomir Santana

4


Um cuidado a mais com a saúde

5

Mairan Reis

T

oda mulher possui uma história que faz de cada uma um ser único. Devemos defender a prevenção, não só como uma prática de saúde. É preciso que nós mulheres tenhamos amplo acesso à informação, para poder reconhecer os sinais do nosso corpo e nos cuidar no momento certo. Conversando com a enfermeira Verusca Maria Kalil, que trabalha na unidade de Saúde da Família Izídro Lôbo, fui informada que as mulheres de Cachoeira estão bem mais conscientes, principalmente as mais jovens, em relação a prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). E que existem na unidade programas como o Planejamento Familiar, e o Programa de Atenção à Mulher e ao Adolescente. Esses programas transmitem para mulheres e jovens, informações sobre doenças, o uso da camisinha e a gravidez precoce, além das visitas periódicas que existem para as mulheres idosas. “Em média atendemos 15 mulheres semanalmente, são mulheres que hoje em dia estão mais preocupadas com a saúde, e que fazem exames preventivos sempre”, comenta a enfermeira. Dona Isabel Silva, de 72 anos, teve sete filhos em casa e até os sessenta ia raramente ao médico. “Eu não ia porque não sabia que era tão importante, se fosse médica mulher eu até ia, mas homem não ia de jeito nenhum, hoje é diferente.” Atualmente Dona Isabel vai ao médico com frequência, com o incentivo dos filhos e já acha importante esse cuidado. “Eu acho importante fazer esses exames, a gente fica mais tranquila, eles estudam pra isso, pra ver se tem algo de errado com a gente”, completa ela. As mulheres de hoje consideradas “mulheres modernas” têm muitas tarefas, cuidam da casa, dos filhos, dos maridos, trabalham, estudam, são plurais, mas devem se dedicar também à saúde do corpo e da mente, devem se cuidar, e se prevenir. Temos mais informações do que em qualquer outra época, temos o dever de estar atentos ao nosso corpo.

Câncer de mama O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido a sua alta frequência e, sobretudo, pelos seus efeitos psicológicos. São de grande importância as campanhas que existem na causa contra o câncer de mama, as caminhadas, camisetas e outros produtos a fim de levantar fundos para combater a doença. Esse é um mal que mata milhares de mulheres no Brasil. A cada ano são notificados em todo o mundo 180 mil novos casos, sendo 49 mil no país, de acordo com pesquisas do Hospital do Câncer III, na unidade do Inca, no Rio de Janeiro, sendo que, 10 mil resultam em mortes. É de arrepiar. Ao contrário de algumas outras doenças, não existeprevenção e a cura depende do diagnóstico precoce. E é aí que entra o autoexame.

Apalpar por quê?

Você sabia que 40% dos casos que chegam aos hospitais são descobertos pela própria paciente? Por isso que os médicos continuam orientando para quevocê, eu, todas as mulheres, a partir dos 18 anos, apalpemos as mamas depois do período menstrual. A mulher que toca os seios com regularidade sabe exatamente quando ele apresenta qualquer tipo de anormalidade, assim aumentam as chances de tratar um câncer logo no início, onde os riscos são menores para as mulheres. Atualmente, a maioria das doenças podem ser prevenidas: mas é necessário que a mulher esteja sempre atenta ao seu corpo, realizando periodicamente os exames preventivos, assim ela vai otimizar sua tranquilidade e a qualidade de vida em todas as suas fases. Atenção máxima com o seu corpo, mulher!


6

E daí que eles odeiam? Fernanda Rocha

B

Modelo: Lenise Luz

uscando fontes para fazer uma matéria sobre beleza e moda, encontrei algumas formas de malhar, dicas de alimentação saudável, como manter o corpo em forma, truques de maquiagem, tendências de penteados, moda outono-inverno, mas o que mais me chamou atenção foi uma reportagem falando

Foto: Gabrielle Alano

sobre os 10 looks femininos que os homens odeiam, listados no blog The Man Repeller (Repelente de Homem). Segundo o site, eles não gostam de unhas decoradas, roupas fluorescentes, calças Saruel, batons coloridos (cores exóticas), tamancos especialmente de madeira, calça boyfriend, roupas volumosas, sapatos Oxford, adereços no cabelo, roupas peludas ou felpudas. Quando li a matéria até concordei com uma coisa e outra, mas depois parei e pensei: “Como assim, eles odeiam, se mal prestam atenção?” Eles odeiam e mesmo assim os looks estão com tudo na moda?

Definitivamente... Neste assunto a opiniãodeles conta muito? Alguns não sabem nem diferenciar calça saruel de calça boyfriend. E ainda acho que para eles o importante é a mulher e não o que ela está vestindo. Duvido que Gisele Bündchen usando qualquer um desses itens fosse repelir algum homem. É certo que pecar por exagero é drástico na maioria das vezes, mas gosto é complicado de se discutir, principalmente para mulheres, ainda mais quando se tem um gosto exótico. Muitos dos looks citados foram sucesso de outras décadas, vieram numa nova roupagem para os dias atuais. Outros agradaram tanto que nem saíram de moda desde a sua criação, por isso merecem um crédito pelo mérito. Os homens odeiam, mas os looks continuam fazendo sucesso porque mulher se veste para ela mesma, para amigas, e para inimigas, como diz na própria reportagem; pedimos ajuda é ao espelho. Chamamos homens para abrir frascos, trocar lâmpada, consertar encanamento, trocar pneu e não interferir em nossas roupas, não é? Brincadeira! Mas fazendo às vezes de feminista, no mundo de hoje, não dá para se ater à satisfação plena do homem e esquecer a sua. Já basta os

excessos de décadas e séculos atrás. E o que a mulher independente de hoje pode fazer com essa informação? Adequar o homem certo à roupa certa? Ou seja, quando for sair para “pegar homem”, olhe o que vai vestir? Ah! Essa dica já é velha, as mulheres de hoje procuram impressionar de outras formas! Contudo se fôssemos listar as 10 coisas que odiamos nos homens, as 10 mentiras que não aturamos ou as 10 piores cantadas. Ia dar “pano pra manga”. Bom, a lista está aí e independente das formas, motivos, meios de utilização, o importante é pensar em se agradar, neste caso pode até ser um pouco egoísta e vestir o que lhe cair bem, o que gosta e o que lhe interessar. Se o homem não gostar, troca ele. E assuma os riscos e/ou consequências! E quanto às dicas básicas de beleza, trazendo para nossa realidade, aconselho uma bela caminhada pela orla do Paraguaçu, maquiagens leves e roupas confortáveis, porque mesmo com outono chegando o Recôncavo é bem quente. Tons em vermelho, cobres, marrons e cortes médios para os cabelos. A alimentação com frutas, horários corretos e muita água para hidratação do corpo e lavar a alma.


7

ONTEM A vida das mulheres em Cachoeira há cinqüenta anos atrás não era muito diferente da vida de todas as outras brasileiras, mas possuía algumas peculiaridades. A partir de uma conversa com Dona Madanélia Fraga da Silva, 79 anos, que nasceu e foi criada na cidade, descobrimos um pouco de como era o cotidiano e a moda das mulheres que moravam na beira do Paraguaçu entre 1950 e 1960. Nas décadas de 50 e 60, os vestidos para festa eram acinturados e rodados. Utilizava-se muito de renda e babados, não só em Cachoeira, mas em todo o país. Nos bailes, jovens e adultos se divertiam dançando bolero, valsa e samba. As jovens da cidade gostavam dos bailes da Associação Educativa Esportiva do Paraguaçu. Muitas moças e mães de família faziam doces ou bordavam e costuravam para fora. Na Escola Industrial de Cachoeira, onde hoje funciona o Museu do Hansen Bahia, elas tinham curso de corte costura. Um tecido comum nos vestidos para festa era a cassabordada. Não se tinha o costume da ma quiagem entre as mulheres de Cachoeira. Os acessórios eram quase sempre de ouro e bem discretos. No dia a dia, os vestidos possuíam mangas, bolsos e botões. As estampas floridas ou xadrez eram muito usadas. Na Festa D’Ajuda as jovens mulheres tinham liberdade para dançar e cantar pelas ruas da cidade, algumas fazendo parte de blocos, outras apenas acompanhando o festejo.

HOJE As moças encurtaram as saias, aumentaram o decote e resolveram investir nos acessórios e bijuterias. Cinco décadas se passaram e podemos dizer que hoje a moda é uma mistura dos anos 50 aos 90. A cintura alta, que estava amarrotada no armário, voltou com um novo toque em saias, calças, shorts e vestidos; e se encaixam bem com camisetas ou bodies. O xadrez, que por um bom tempo era associado ao vestuário masculino ou às festas juninas, virou moda entre as mulheres de todas as idades. Assim como em blusas e calças, bolsas e sapatos xadrezes podem ser usados no dia-a-dia ou em ocasiões sofisticadas. Em cachoeira, as mulheres trocaram os vestidos pelo jeans. A moda fluorescente também agradou, tanto em roupas e acessórios como nos esmaltes. Não apenas uma mudança de figuro, mas de comportamento. Os bailes deixaram de existir, tornando a Praça 25 de Junho o principal foco de encontro e diversão. A valsa e o bolero foram substituídos pelo forró e o arrocha. O samba, cultura do Recôncavo, ainda mantém suas origens. A participação das mulheres na Festa D’Ajuda aumentou. Fantasiadas ou não, elas acompanham o cortejo junto com os homens. Além disso, as festas de São João e Boa Morte conquistaram o carinho do público, tanto feminino quanto masculino. Modelo: Lenise Luz

Foto: Gabrielle Alano

Jana Cambuí


8

Fernanda Rocha

Ser noiva

N

ós mulheres, no decorrer da nossa vida, podemos acumular muitas funções, ser muitas coisas ao mesmo tempo: a mãe mais legal e a executiva eficiente, a esposa dedicada e a superamiga, ou ainda a grande dona de casa e filha exemplar, mas se tem uma função que não sai de moda, e tem pretensões de 99,9% das mulheres, é a de ser noiva. Mas o que é ser uma noiva? Quais as suas preocupações, dificuldades, dúvidas e emoções? A noiva é um ser ansioso por natureza que se preocupa com tudo, desde o pedido até o casamento em si. Um ser que possui milhares de dúvidas e preocupações sobre o assunto, que afetam das mais modernas as mais tradicionais: a cor do vestido, o tipo de flores para decoração, a quantidade de padrinhos no altar, o espaço para festa, a roupa do noivo, etc. São só algumas das muitas atribuições desse “ser” atarefado. Modernas e tradicionais “Eu não me casaria com vestido branco, não gosto de seguir o padrão, me casaria com um vestido de cores claras, e rosa chá, por exemplo, e também sempre quis me casar na igreja evangélica mesmo quando

não era dessa religião.” Diz a vendedora Elma, de 23 anos, que já ensaia as modificações para seu futuro enlace, transgredindo algumas regras, ou seja, entra ano e sai ano, o mundo muda, as mulheres estão modernas, mas o efeito de casar e planejar o casamento não muda. De olho neste universo, o mercado vem numa crescente no setor, tentando agradar todos os gostos e estilos. Existem lojas, revistas, sites e empresas especificas e relacionadas a tudo que envolve as noivas. Com ramificações que se adaptam as novidades e as mudanças, sem esquecer a tradição que caracteriza o ser noiva. E com isso abre-se um leque de possibilidades que vão desde a cor do vestido, ao lugar e data do casamento ou festa. Pois sendo modernas ou tradicionais, casando em maio ou em dezembro, de branco ou de rosa, a maioria das mulheres ainda sonha com o casamento ideal, e tenta adequá-lo à sua realidade. Portanto, esse investimento no setor tem retorno e serve como auxílio, como componente essencial do mundo

da noiva. Contudo Cachoeira ainda não acompanha este mercado. Noivas Cachoeiranas O primeiro passo de uma noiva “que se preze” é procurar o vestido, mesmo que faltem anos para o casamento, mesmo que ela visite incontáveis lojas, o vestido tem que ser procurado e escolhido de imediato. Em Cachoeira não encontramos uma loja destinada ao aluguel e venda de vestidos, roupas de noivos e daminhas, entre outros. Assim, as noivas locais recorrem às cidades circunvizinhas, como Cruz das Almas, Feira de Santana e Santo Amaro, para conseguir os modelitos adequados e com valores em torno dos R$150,00 reais. Numa loja situada no centro de Cachoeira só encontramos algumas roupas finas para festas como casamento, batizado, formaturas, para as madrinhas e os convidados, em meio às novidades da moda e roupas do dia-a-dia. Outra opção para as noivas cachoeiranas são as costureiras, como Dona Alda de São

Félix, que pegam vestidos por encomenda e fazem de acordo com o gosto de cada noiva. Segundo a vendedora Elma, a loja onde é funcionária já trabalhou com peças de noivas quando a proprietária do estabelecimento, Dona Úrsula, fabricava as peças. Ela ainda acha mais vantajoso alugar um vestido do que mandar fazê-lo, devido à praticidade e baixo custo. O dia da noiva Enfim a compensação. Os salões de beleza, em geral, oferecem opções para aliviar a tensão e deixar a noiva linda para o dia do casamento. Procurando nos salões da cidade descobrimos outra deficiência: não são muitas as opções para o dia da noiva. Nenhum dos salões visitados tem uma programação específica em vigor e oferecem apenas os tratamentos básicos, como penteados, limpeza de pele, depilações, unhas e maquiagens. Porém, com dificuldades ou não, o plano tem que seguir, o “ser” noiva tem que existir e resistir até o dia D, o grande dia quando ela muda de classe e se “eleva” à categoria de esposa. E a partir daí ocorre a metamorfose, ela sai do casulo, muda de cargo, troca o status, faz dupla jornada. Novas preocupações, novas funções e um novo sobrenome.


O canto do Recôncavo A história da cantora Ana Lu e a paixão pela MPB

É

certo que o Recôncavo Baiano foi o berço do samba brasileiro. Em 1860 surgiram as primeiras manifestações do Samba de Roda, gênero musical atualmente declarado como Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Entretanto, não podemos esquecer o destaque da família Veloso na Música Popular Brasileira (MPB) que nasceu nesta região. A santamarense Maria Bethânea, com uma voz forte, embora feminina, ganhou destaque nacional por volta dos anos 1960 e mantem sucesso até hoje. Com mais de trinta discos na carreira, a filha de Dona Canô (matriarca da família Veloso) é a terceira artista feminina com maior vendagem no Brasil (perde

apenas para Xuxa e Rita Lee) e fonte de inspiração para jovens cantores de MPB. Não tão distante, em São Gonçalo dos Campos, encontramos a cantora e compositora Ana Lú que, em seus oito anos de carreira, já possui dois CDs gravados. Ela nos contou um pouco sobre sua trajetória, como tudo começou e as dificuldades que vem enfrentando para dar continuidade à sua carreira. A cantora fala também sobre o tratamento que lhe é dado pela sociedade por ser mulher.

“Fui descoberta cantando no banheiro de minha casa”, contou Ana Lú. Sua trajetória começou nas Igrejas de Salvador e, ao retornar à São Gonçalo dos Campos, a cantora teve como escola os barzinhos, shoppings, hotéis e restaurantes da região. Com a carreira em ascensão, dois CDs vieram do trabalho constante e um deles foi premiado em 2005,

no Festival de Música de São Gonçalo dos Campos com a música Me Gira. Também participou do Projeto Verão do Shopping Iguatemi e ficou entre os dez melhores colocados no Festival do Sesi Bahia. Perspectivas para o futuro Com o estilo MPB, Ana Lú tem expectativas de ganhar destaque não apenas no cenário baiano, mas em todo o Brasil. Seu objetivo é gravar um novo CD que agrade o público e tenha visibilidade na mídia. Entre suas queixas, Ana Lú cita a falta de valorização da cultura.

Rogério Lacerda

Rogério Lacerda

A descoberta

9

Por onde passam, suas músicas são bem aceitas. Para Antonio Carlos, fã incondicional de Ana Lú, a cantora precisa sair mais da cidade, mostrar seu trabalho em outros municípios. .”Com o talento que ela tem, pode fazer sucesso em qualquer parte do Brasil”, ressalta. Antônio Carlos acredita que a artista deve buscar contatos e músicos qualificados para trabalhar com ela. “No cenário musical hoje só os bons conseguem espaço e Ana Lú é uma dessas pessoas. Por isso, o mercado musical está aberto para ela”.

A história já mostrou que é possível e Ana Lú acredita em seu potencial. Como uma das artistas mais badaladas da região, ela sonha alto, tão alto como as andorinhas no céu azul, que voam pelos altos sem tomar dimensão da altura. Afinal de contas, o sonho é o alimento da alma e por enquanto, não se paga nada por isso.


10

O volante também

Roberval Santana

Q

uem nunca viu um carro mal estacionado e julgou “é mulher”? Quando o assunto é direção elas são sempre os alvos das piadinhas machistas e preconceituosas, o que já virou um clichê ao se falar de trânsito. Elas podem ser mais lentas e se atrapalharem nos comandos; por outro lado, eles – às vezes – arriscam-se mais nas ultrapassagens, nas curvas perigosas. Contudo, nossa função aqui não é trazer novamente a eterna guerra de sexos. Ao contrário, trabalhar com fatos e admitir: o zelo excessivo não ajuda, mas o desleixo também atrapalha. De acordo com a matéria Mulher ao volante: mitos e verdades de Viviane Biondo,

publicada no www.estadão.com.br, os diferentes comportamentos podem estar atrelados a dois fatores principais: Fisiologia: as diferenças do cérebro feminino e masculino podem influenciar na desenvoltura do volante. Entretanto, a prática constante leva rapidez de raciocínio e desempenho para ambos os sexos. Cultural: as mulheres tardiamente assumiram o posto de motoristas e, mesmo assim, ainda é raro encontrá-las dirigindo ônibus ou táxis. Consequentemente, espera-se que elas tenham menos habilidade ou experiência. Em muitos casos, as mulheres acreditam não ter talento e ficam com medo da direção.

! s a l e éd

Passando para os números, uma pesquisa realizada pela Superintendência de Seguros Privados aponta que numa amostra de mil acidentes com segurados, onde metade dos motoristas são homens e a outra metade mulheres, apenas 20% dos acidentes envolvem o sexo feminino. Em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, cresce a cada ano o número de mulheres que tiram a carteira de habilitação. O índice de mulheres inscritas em autoescolas aumentou de 20% para 45% do ano passado até agora. No entanto, quando se compara os números de habilitados por sexo, os homens saem na frente. Conforme os dados da 32ª Circunscrição Regional de Trânsito de Cachoeira

(Ciretran), eles abrangem todas as categorias, correspondendo a 88% das habilitações contra 12% das mulheres. Para Rita Magalhães Monteiro, coordenadora da 32ª Ciretran de Cachoeira, a falta de informações não garante a falha feminina. “Mulher é mais disciplinada e raramente chega multa pra elas”. Aos 62 anos de idade, Rita reforça que em seus 33 anos de carteira nunca teve problemas na direção. Sua colega Daiane dos Santos, 25 anos, estudante de pedagogia, apoia dizendo que a mulher é muito mais atenciosa e disciplinada no trânsito. Já para Júnior Ferraz, Coordenador de Veículos da Ciretran, a mulher tem noção

geral e não específica do espaço que dirige, o que para ele é imprescindível. Ainda assim, acrescenta que nunca leu ou fez estudo sobre a questão. Opiniões a parte, aos poucos as mulheres estão conquistando seu espaço, como é o caso de Eliana Monteiro, 27 anos. A fiscal de transporte da linha Cachoeira/Cruz das Almas diz não sofrer nenhum preconceito. Ela gosta muito de dirigir e geralmente faz isso aos domingos, quando troca a cobrança pelo volante de ônibus. Eliana, assim como Rita, é mais um exemplo que de as mulheres estão dirigindo (bem ou mal) e não há nada que possamos fazer para mudar isso. Admitamos homens, tá na hora de mudar o discurso!


Hum...

Valdelice Santos

cheiro de

moqueca no ar

A feijoada e demais pratos preparados no capricho Valdelice Santos

U

m restaurante simples, de cor amarelada, com pouco espaço para clientes, mas localizado num lugar bem avistado, chama a atenção das pessoas que passam por São Felix pelo cheiro agradável dos alimentos que são preparados lá. O pequeno restaurante fica na Praça José Ramos, de frente para o Rio Paraguaçu, ao lado da Ponte D. Pedro II e também do Terminal Rodoviário. Todo mundo que passa na ponte pode avistá-lo. Eu ouvia falar muito do restaurante de Dona Aurinha, famoso pela moqueca de fato, maniçoba e outros pratos da culinária baiana. Fui então conhecer a dona de famosos dotes culinários. Numa certa manhã de segunda-feira, dia que ela achou mais tranquilo para me falar sobre o seu trabalho, fui ao seu encontro e sua neta me recebeu cheia de entusiasmo e logo avisou a avó de minha presença. Passados alguns minutos, Dona Aurinha apareceu sorridente com uma xícara de café, pão e banana num

prato, sentou-se numa cadeira que compunha a mesa de seu pequeno restaurante. Usando um vestido florido em preto e branco, lenço na cabeça e com um rosto ainda jovem, apesar de seus 68 anos, deu-me bom dia e pediu que me sentasse para conversarmos. Dona Aurinha, na verdade é Áurea Moreira de Souza, mas na cidade de São Félix, onde ela vive desde que nasceu, todos a conhecem dessa maneira. Quando ia me falar sobre os tipos de comida que costuma fazer para os seus clientes, apareceu um senhor de baixa estatura, que pretendia negociar a venda de trinta quilos de feijão, mas acabou conseguindo vender vinte, e saiu com um ar de quase satisfeito. E retomou a fala de onde parou. Contou que cozinha de tudo: faz ensopado, caruru, peixe, mariscada, frango, maniçoba, moqueca de fato, sarapatel de porco e de carneiro. Ela recomenda comer mais de carneiro que é bom, não faz mal e todo mundo pode comer. “O povo chega aqui e pede, se não tiver pronto é só esperar um

pouquinho que eu faço. Cozinho tudo num caldeirão no carvão, que fica mais gostoso, mas um dia vou fazer na lenha, que também é bom. Ontem mesmo, veio aqui um pessoal de Iaçu, numa besta, e perguntou: ‘Onde mora Dona Aurinha?’ Aí, vieram aqui e comeram minha feijoada. O pessoal já vem aqui com meu nome: ‘Quem é Dona Aurinha aqui?’ Eles vêm, comem à vontade e vão embora satisfeitos. Eu já deixo comida pronta na geladeira e quando pedem, o que não tem faço logo. Não faço tudo sozinha, meu filho e minha filha me ajudam aqui na cozinha, já que não posso ficar muito tempo em pé, porque operei minha perna, aí dói muito quando eu fico muito tempo em pé. Só nos domingos, que eles ficam em casa com a família deles, é que eu vou só para a cozinha”, contou com muito encantamento. Ela não aprendeu fazer os deliciosos pratos sozinha, a sua mãe e sua tia contribuíram para tanto. Coçando os cabelos escondidos embaixo do lenço, tirou da memória a lembrança de quando vendia comida no Mercado Municipal, há trinta anos, ao lado de sua mãe. E foi mais ou menos neste período, que ela passou a fornecer comida para os detentos de São Félix, e por

consequência disso, o prefeito da época, Carlito Maia, achou melhor construir um lugar mais adequado para ela vender. Foi assim que Dona Aurinha parou ao lado da Ponte D. Pedro II, e desde então, nem mudou de lugar e nem parou de fazer comidas para os presos. Ela fez questão de ressaltar que cada dia prepara um cardápio diferente para eles e que o tempero não é diferente daqueles que prepara para vender. Dona Aurinha, mãe de sete filhos, é uma das diversas mulheres guerreiras do Recôncavo Baiano, que trabalham arduamente para garantir seu sustento e de sua família. Ela mora ali mesmo, em seu pequeno restaurante, que tem no seu interior dois mosaicos de fotos de pessoas que frequentam o espaço, imagens de santos em escultura e em papel, e mais alguns móveis. Mas ela garante que dá para morar tranquilamente sozinha e que é feliz vivendo neste ambiente. Num certo instante de nosso diálogo, pediu licença para ir tomar seu remédio, pois além de enfrentar as amargas dores nas pernas, sofre de diabetes. Ao voltar, percebeu que nosso diálogo já estava ficando por ali, mas ambas prometemos continuá-lo num dia muito breve.

11


Eles querem companheirismo. Elas querem dominar o MUNDO! Fotos: Gabriele Alano

Everaldo Barreto - Taxista

Mulher é atraente de qualquer maneira. Com maquiagem ou sem maquiagem. Com salto ou sem salto.

Reginaldo Vieira da Silva, 35 - Comerciante

Homem tá muito lerdo hoje em dia. Se a gente não fizer eles não fazem Se o cara é tímido, não tem problema nenhum a gente tomar a iniciativa.

Mulher tem que ter sua independência. É a coisa mais fantástica que existe na vida!

Quando é uma relação boa pode dividir a conta. Mas se o cara é sacana tem que botar pra ele pagar mesmo! Débora Monteiro, 25 - Auxiliar administrativo

Mulheres querem conforto. Nós queremos companheirismo.

Carla Eliodoria e Jéssica Barreto - Estudantes

Toda mulher tem que ter a cabeça no lugar. Tem que saber o que quer. E isso não é vulgar.

Nós queremos fidelidade, lealdade.

Antonio Marcos, 32 - Taxista

Guaraci Santana, 50 - Taxista


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.