Revelação 267

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IN MEMORIAM Pela caridade de nossas preces estreitamos para com aqueles que partiram os vínculos de amor que nos unia em vida Cluny, na França, desde 998, devida ao santo abade Odilon. A difusão dessa comemoração deveu-se então a esse Fazemos memória de nossos mosteiro por causa de sua ampla influência estimados amigos e entes queridos no na Europa setentrional. Somente em 1311 Dia de Finados. Tradição católica que que foi sancionada, em Roma, oficialmente entrou para o calendário civil como a memória dos falecidos. Mas foi Bento XV, feriado nacional. Todos acorremos aos em 1915, que universalizou a celebração campos santos para oferecer aos mortos de missas para os fiéis que morressem sob nossas homenagens: flores, coroas, “o sinal da fé” na esperança da resvelas, preces, lágrimas... saudades! No surreição. Segundo a imagem de Dante, há um entanto, fica na lembrança os bons estado intermediário exemplos daqueles entre a Igreja triunque aprendemos a fante e a militante, amar em vida. Pois Finados é uma mistura de porém temporário, o amor, o bem, as alegria e dor, de presença“onde o espírito hurealizações não morrem jamais. A ausência, de festa e saudade mano se purifica e se torna apto ao céu”. Daí eles, nossa imorredoura gratidão. Nobre sentimento. a necessidade de se oferecer preces a Deus Bálsamo para o coração. Refrigério em sufrágio dos falecidos. Razão então de encomendarmos as missas de sétimo dia, para a alma. Se por todas as culturas guarda-se trigésimo dia etc. Por isso, a Igreja reserva a memória dos mortos, também esse na sua liturgia um importante lugar para bom costume, a partir de uma pers- a lembrança dos falecidos, denominado de pectiva cristã católica, chegou até nós memento dos mortos. Pela caridade então advinda do mosteiro beneditino de de nossas preces estreitamos para com Alécio Freire 6º Período de Jornalismo

4 a 10 de novembro de 2003

aqueles que partiram os vínculos de amor que entre o céu e a terra , o que que nos unia aqui nesta vida. Nós ainda impulsiona o caminheiro é a promessa, estamos em nossa “peregrinação ter- é o cultivo do sopro da vida, é a restre”. Um dia, certamente, outros farão esperança do paraíso. Aguardam com isso por nós. A vida não é tirada, mas sábia paciência para o abraço de transformada ( em outra melhor) , diz a retorno à casa paterna. Não esperam pela morte, mas pela vida completa, liturgia católica. Também assim se expressa: “aos que duradoura, eterna. Anseiam pela a certeza da morte entristece, a promessa aurora que não conhece ocaso. Por tudo isso, faz sentido da imortalidade consola”. Neste Dia de Finados, devemos olhar a vida não com comemorar e não lastimar os faleos olhos daqueles que se desesperam e se cidos. Finados é uma mistura de alegria e dor, de presuicidam num ato sença-ausência, de covarde, (muito emfesta e saudade. Os bora a psiquiatria vá Aos que ficamos por aqui, interpretar tal ato cabe-nos refletir e celebrar mortos, formam um time que também como “ímpeto de loutorce por nós que cura”, portanto in- a vida com amor e ternura ainda estamos aqui digno de recriminação e ausente de culpa, sem pecado); no jogo da vida. Aos que ficamos por aqui, cabedigno sim, estes, da misericórdia divina. Mas olhar a vida com a sobriedade da paz nos refletir e celebrar a vida com daqueles que ao desfiar as contas de um amor e ternura, para depois, quiçá, terço no declínio de seus decênios de não amargar no remorso. Aos que lustros sabem que a vida é tão pequena partiram, nossa prece, nossa grapara tanto amor, porque palpitando o tidão, nossa saudade! “E descansem coração em diástole e sístole, descobriram em paz!”

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