Revelação 198

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Deficiência física: a luta para se

locomover Barreiras arquitetônicas e falta de solidariedade impedem o acesso em vários locais

do. Alguns bares da cidade, já contam com o acesso para pessoas especiais, o que facilita o convívio social de muitos Uma das maiores dificuldades que os destes deficientes. Poliana Fátima de Souza, 15, deficientes físicos enfrentam é a maneira de se locomover sem depender das pes- paraplégica desde os quatro anos, explisoas. Eles buscam uma liberdade que mui- ca que é impossível um deficiente físico tas vezes não está ao alcance, como por se locomover em Uberaba se ele depende do transporte exemplo, o difícil coletivo. “Não acesso a determiAlguns carros fazem da existe solidarienados locais como rampa para deficientes dade do cobrador prédios sem elevapara ajudar a pesdores, banheiros local para estacionar soa a entrar no não adaptados e ônibus”. Poliana transporte coletivo reclama dos taxistas da cidade. Segundo sem elevadores adaptados. A cidade de Uberaba vem se ela, eles não gostam de carregar uma pesconscientizando e mostra que está preo- soa deficiente com medo que a cadeira cupada em auxiliar os portadores de de- de rodas arranhe ou amasse seu carro. Adefu, (Associação de Deficientes ficiências físicas. As praças e calçadas da cidade já contam com rampas para que Físicos de Uberaba), que em parceria os paraplégicos possam se locomover com a prefeitura municipal e com a Unicom maior facilidade. Mas mesmo as- versidade de Uberaba esta desenvolvensim eles ainda encontram barreiras, uma do um trabalho de educação em que os vez que, alguns carros fazem da rampa deficientes participam do projeto “Acerpara deficientes local para estacionar. É tando o Passo”. O programa visa regulaimportante lembrar que os deficientes rizar o grau de estudos destas pessoas, além de oferecer tem em seu camiaulas esportivas e nho, barreiras “Não existe solidariedade sessões de fisiotearquitetônicas. do cobrador para ajudar a rapia. A UniversiSendo que esta não dade de Uberaba prejudica apenas o pessoa a entrar no ônibus” disponibiliza sadeficiente físico, las e equipamenmas também o visual. Sem esses recursos, o indivíduo que tos para que seja prestada assistência fisofre esse problema fica impossibilita- sioterápica. Poliana não se intimida, e manda um do de sair às ruas, uma vez que nada indica sua localização no espaço, pois os recado, “a cadeira de rodas é a perna do sinais de trânsito são apenas visuais e os deficiente, por isso os motoristas não depontos de ônibus não oferecem leitura vem deixar os seus carros estacionados nestas rampas”, conclui. de braile. Em Uberaba as coisas já estão mudanClaudinei Honório 6° período de Jornalismo

Antônio, ao lado do professor de Educação Física, mostra que é recordista em ganhar medalhas

da Apae, têm tido uma excelente evolução. Antes ele não falava nada, agora, já está começando a falar algumas palavras.” Assistência Médica O coordenador clínico Alex Abadio Ferreira diz que o trabalho da área clínica funciona em partes. A Apae dispõe de uma área completa de fisioterapia, fonoaudiologia, assistente social, medicina, psiquiatria, pediatria, terapia ocupacional, odontologia e enfermagem. É uma equipe multidisciplinar. Segundo ele, o portador de deficiência não pode ser acompanhado somente por determinada área. O trabalho é em equipe e tem que ser feito com harmonia, de forma sincronizada. Nada é fragmentado. Todas as áreas são interdependentes, um depende do serviço do outro para que se tenha uma continuidade no processo de ensino. Classificação dos níveis de excepcionalidade As deficiências dos alunos são classificadas em três níveis: severa, leve e moderada. A severa é detectada em pacientes com pouca motricidade, que vivem acamados,e mesmo assim apresentam alguma potencialidade que na medida do possível, 11 a 17 de março de 2002

são exploradas. Na leve e na moderada, são feitos trabalhos elaborados, pois são alunos capazes. Em seguida, são encaminhados para o ensino regular e para o mercado de trabalho. Processo de recuperação O processo de recuperação depende primeiramente do quadro do paciente. Em seguida, da equipe que vai trabalhar os alunos. Porém, para a reabilitação, é fundamental a colaboração da família. Quando a deficiência atinge um grau elevado, o trabalho é feito para melhorar ou pelo menos para diminuir a gravidade. Mas quando o caso é menos grave a possibilidade de uma reabilitação mais rápida, é maior. Novos alunos Todo aluno que chega à Apae passa, primeiramente, por uma triagem. Quando os problemas individuais são detectados, o atendimento é feito em cima das necessidades. “O nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente, torná-lo o mais independente possível, para que possa realizar as atividades da vida diária como uma pessoa normal”, explica Alex Abadio.

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