Revista Espaço Científico Livre v.05 n.02

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BRASIL, V. 05, N. 02, ABR.-MAIO, 2015 LEITURA ONLINE GRATUITA EM

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ESPAÇO CIENTÍFICO

ISSN 2236-9538

ESPAÇO CIENTÍFICO LIVRE

projetos editoriais

PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS DE ALUNOS DE NÍVEL TÉCNICO, SUPERIOR E PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS, CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA E DIVULGAÇÃO DE EVENTOS ACADÊMICOS,MESTRADOS E DOUTORADOS


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CURSOS ONLINE COM CERTIFICADO Além da atualização e/ou introdução ao tema, esses cursos livres podem ser utilizados como complementação de carga horária para atividades extracurriculares exigidas pelas faculdades. Uma introdução a epidemiologia, com definições e exemplos com artigos atuais. Saiba interpretar as medidas de associação de artigos científicos, como risco relativo, intervalo de confiança e odds ratio. E muito mais. Ideal para estudantes ou profissionais que queiram conhecer e se aprofundar sobre o assunto.

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Este curso tem como objetivo fornecer conhecimentos técnicos e científicos em relação a possíveis dúvidas sobre medicamentos referência, similar e genérico. Para um atendimento de qualidade na dispensação de medicamentos. Além da teoria, este curso apresenta exemplos práticos. Ideal para estudantes e profissionais.

SOBRE O AUTOR DOS CURSOS: Verano Costa Dutra - Farmacêutico e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal Fluminense, possui também habilitação em homeopatia – Editor da Revista Espaço Científico Livre



EDITORIAL .......................................................................... ................................ 07 ARTIGOS CIENTÍFICOS A paisagem urbana a caminho da escola: leituras e nuances sob o olhar dos alunos Por Josélia Carvalho de Araújo e Moacir Vieira da Silva ................................ 28 Comparação da arquitetura histórica italiana e brasileira- contexto histórico e influências: estudo de caso na Bahia Por Jamille Freitas Fiuza e Francisco Gabriel Santos Silva ..................................................................................................................... 40 Avaliando a acessibilidade de portais de notícias online com o software ASES (Avaliador e Simulador para a Acessibilidade de Sítios) Por Carlos Estevão Bastos Sousa, Juliana Gomes Fontinele e Marques Jordão Santos da Silveira .............................................. 57 Elicitação de requisitos de software: uma abordagem bibliográfica entre prototipação e entrevista Por Janaide Nogueira de Sousa Ximenes, Rosaria Olivindo dos Santos, Rhyan Ximenes de Brito e Fábio José Gomes de Sousa ....................................................................................... 66 EVENTOS ACADÊMICOS, MESTRADOS E DOUTORADOS .................................................................................................... 81 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO ......................................... ................................ 93

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EDITORIAL

A Revista Espaço Científico Livre recebe em fluxo contínuo artigos científicos, na página XX estão as normas para a publicação. Convido a todos também o envio a obras para a publicação de livros digitais, a Espaço Científico Livre Projetos Editoriais está dividindo em até 12 vezes o valor do investimento. Destaco que a Revista Espaço Científico Livre e a editora Espaço Científico Livre Projetos Editoriais apresentam conselho editorial. Para maiores informações acesse o nosso site: <http://www.espacocientificolivre.com >. Boa leitura, Verano Costa Dutra Editor da Revista Espaço Científico Livre

A Revista Espaço Científico Livre é uma publicação independente, a sua participação e apoio são fundamentais para a continuação deste projeto. O download desta edição tem valor simbólico para contribuir com a sustentabilidade da publicação, saiba mais como adquirir em espacocientificolivre@yahoo.com.br. Mas a leitura online continua sendo gratuita e o nosso compromisso de promover o conhecimento científico continua.

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Os membros do Conselho Editorial colaboram voluntariamente, sem vínculo empregatício e sem nenhum ônus para a Espaço Científico Livre Projetos Editoriais. Os textos assinados não apresentam necessariamente, a posição oficial da Revista Espaço Científico Livre, e são de total responsabilidade de seus autores. A Revista Espaço Científico Livre esclarece que os anúncios aqui apresentados são de total responsabilidade de seus anunciantes. Imagem da capa: Christian Ferrari / FreeImages.com / http://www.freeimages.com/browse.phtml?f=download&id=1239963 / http://christianferrari.blogspot.com As figuras utilizadas nesta edição são provenientes dos sites Free Images (http://www.freeimages.com/), Wikipédia (AUTOR DESCONHECIDO, [1905]: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Marie_Curie_c1920.png). As figuras utilizadas nos artigos são de inteira responsabilidade dos respectivos autores. BRASIL, V. 05, N. 02, ABR.-MAIO, 2015 ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67


CONSELHO EDITORIAL Claudete de Sousa Nogueira Graduação em História; Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão Educação a Distância; Mestrado em História; Doutorado em Educação; Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Davidson Araújo de Oliveira Graduação em Administração; Especialização em Gestão Escolar, Especialização em andamento em: Marketing e Gestão Estratégica, em Gerenciamento de Projetos, e em Gestão de Pessoas; Mestrado profissionalizante em andamento em Gestão e Estratégia; Professor Substituto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Ederson do Nascimento Graduação em Geografia Licenciatura e Bacharelado; Mestrado em Geografia; Doutorado em andamento em Geografia; Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Edilma Pinto Coutinho Graduação em Engenharia Química; Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho; Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos; Doutorado em Engenharia de Produção; Professor Adjunto da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Francisco Gabriel Santos Silva Graduação em Engenharia Civil; Especialização em Gestão Integrada das Águas e Resíduos na Cidade; Mestrado em Estruturas e Construção Civil; Doutorado em andamento em Energia e Ambiente; Professor Assistente 2 da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Ivson Lelis Gama Doutorado em Química Orgânica pela Universidade Federal Fluminense, Pres. do NDE da Faculdade de Farmácia-FACIDER da Faculdade de Colider. Jacy Bandeira Almeida Nunes Graduação em Licenciatura em Geografia; Especialização: em Informática Educativa, em Planejamento e Prática de Ensino; em Planejamento e Gestão de Sistemas de EAD; Mestrado em Educação e Contemporaneidade; Professor titular da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Joseane Almeida Santos Nobre Graduação em Nutrição e Saúde; Mestrado em Ciência da Nutrição; Professora da Faculdade de Americana (FAM). Josélia Carvalho de Araújo Graduação em Geografia - Licenciatura; Graduação em Geografia - Bacharelado; Mestrado em Geografia; Doutorado em andamento em Geografia; Professora Assistente II da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Juliana Teixeira Fiquer Graduação em Psicologia; Especialização em Formação em Psicanálise; Mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental); Doutorado em Psicologia Experimental; Pós-Doutorado; Atua no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Kariane Gomes Cezario Graduação em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; e Doutorado em andamento em Enfermagem.

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CONSELHO EDITORIAL CONSELHO EDITORIAL Livio Cesar Cunha Nunes Graduação em Farmácia; Graduação em Indústria Farmacêutica; Mestrado em Ciências Farmacêuticas; Doutorado em Ciências Farmacêuticas; e Pós-Doutorado. Kariane Gomes Cezario Graduação em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; Doutorado em andamento em Enfermagem; Professora assistente I do Centro Universitário Estácio do Ceará. Livio Cesar Cunha Nunes Graduação em Farmácia; Graduação em Indústria Farmacêutica; Mestrado em Ciências Farmacêuticas; Doutorado em Ciências Farmacêuticas; Pós-Doutorado; Professor Adjunto da Universidade Federal do Piauí. Márcio Antonio Fernandes Duarte Graduação em Licenciatura Em Ciências; Graduação em Comunicação Social Publicidade e Propaganda; Mestre em em design, pela FAAC-Unesp; Professor da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista (FAIP). Maurício Ferrapontoff Lemos Graduação em Engenharia de Materiais; Mestrado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais; Doutorado em andamento em Engenharia Metalúrgica e de Materiais; Pesquisador Assistente de Pesquisa III do Instituto de Pesquisas da Marinha. Raquel Tonioli Arantes do Nascimento Graduação em Pedagogia; Especialização em Psicopedagogia; Doutorado em andamento em Neurociência do Comportamento; Professor Titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Reinaldo Monteiro Marques Graduação em Educação Física; Graduação em Pedagogia; Graduação em Fisioterapia; Especialização: em Técnico Desportivo de Especialização em Voleibol, em Técnico Desportivo de Especialização em Basquetebol, em Fisioterapia Desportiva; Mestrado em Odontologia; Doutorado em Biologia Oral; Coordenador Aperfeiçoamento Fisio Esportiva da Universidade do Sagrado Coração. Richard José da Silva Flink Graduação em Engenharia Quimica; Especialização em: Engenharia de Açúcar e Álcool, em Administração de Empresas, em em Engenharia de Produção; Mestrado em Engenharia Industrial; Doutorado em Administração de Empresas; Atua no Instituto de Aperfeiçoamento Tecnológico. Verano Costa Dutra Farmacêutico Industrial; Habilitação em Homeopatia; Mestrado em Saúde Coletiva; Editor da Revista Espaço Científico Livre; Coordenador da Espaço Científico Livre Projetos Editoriais; Docente da Faculdade Pitágoras de Guarapari.

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COLABORADORES EDIÇÃO COLABORADORES DESTA EDIÇÃO EQUIPE REVISTA ESPAÇO CIENTÍFICO LIVRE

Verano Costa Dutra Editor e revisor – Farmacêutico, com habilitação em Homeopatia e Mestre em Saúde Coletiva pela UFF – espacocientificolivre@yahoo.com.br Monique D. Rangel Dutra Editora da Espaço Científico Livre Projetos Editoriais - Graduada em Administração na UNIGRANRIO Verônica C.D. Silva Revisão - Pedagoga, Pós-graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico: Orientação, Supervisão e Coordenação pela UNIGRANRIO

AUTORES Carlos Estevão Bastos Sousa Graduado em Sistemas de Informação pela Faculdade Ieducare (FIED) Francisco Gabriel Santos Silva MSc. Professor Assistente/Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas /UFRB Jamille Freitas Fiuza Graduanda em Engenharia Civil/Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas /UFRB Janaide Nogueira de Sousa Ximenes Bacharel em Sistemas de Informação. Faculdade Ieducare - FIED

Josélia Carvalho de Araújo Licenciada, bacharel, mestre e doutoranda pela UFRN. Professora Assistente do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Ensino de Geografia e Geografia Humana). Atua na área de Geografia Urbana enquanto pesquisadora

Juliana Gomes Fontinele Graduanda em Letras – Português pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Marques Jordão Santos da Silveira Graduado em Administração pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Moacir Vieira da Silva Licenciado em Geografia pela UERN, especialista em Geografia e Gestão Ambiental pela FIP, mestrando em Geografia pela UFRN. Professor da rede estadual de ensino e professor supervisor do PIBID/GEOGRAFIA/UERN Rosaria Olivindo dos Santos Graduanda em Sistemas de Informação. Faculdade Ieducare - FIED

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QUANTO VALE A SUA FÉ?

A TENDÊNCIA CAPITALISTA DA FÉ EVANGÉLICA FORTALEZENSE NAS ÚLTIMAS DUAS DÉCADAS de George Sousa Cavalcante

Este livro oferece uma análise sociológica, antropológica, teológica e, sobretudo histórica sobre a relação entre crença e dinheiro no Ocidente, e que tem se exacerbado em um mundo capitalista como o nosso, do qual faz parte a cidade de Fortaleza.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL O ARQUITETO EM FORMAÇÃO NA ERA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OS NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO DA ARQUITETURA E URBANISMO

de Cátia dos Santos Conserva O desenvolvimento traz ao mundo, além de conforto e comodidade, danos muito sérios ao meio ambiente pela maneira displicente pela qual fazemos usos dos recursos da terra. O Brasil, inserido em um mundo em pleno desenvolvimento, enfrenta o desafio de educar sua população para formar cidadãos comprometidos com a sustentabilidade em seus aspectos social, econômico e ambiental. Com a Revolução Industrial e o crescimento das cidades, os paradigmas mudaram, de uma visão ecocêntrica passamos para a busca de uma visão mais complexa, a visão da sustentabilidade. Nesse cenário, esse livro apresenta e analisa uma proposta de inserção da Educação Ambiental em uma comunidade acadêmica, na Asa Sul, Brasília-DF.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL A QUESTÃO RACIAL COMO EXPRESSÃO DA QUESTÃO SOCIAL UM DEBATE NECESSÁRIO PARA O SERVIÇO SOCIAL

de Renata Maria da Conceição Este livro tem como objetivo contribuir com o debate acerca da temática da questão étnicoracial no processo de formação em Serviço Social. Essa temática se apresenta relevante para um exercício profissional comprometido com a questão social e com a garantia dos direitos humanos. A pesquisa buscou analisar se a questão étnico-racial está inserida no processo de formação profissional em Serviço Social, com ênfase para identificar a percepção de estudantes do curso de Serviço Social da Universidade de Brasília – UnB sobre a temática étnico-racial como expressão da questão social. A pesquisa realizada justifica-se pelo fato da questão racial ser uma demanda presente no cotidiano do fazer profissional do assistente social.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL ESTUDO DA USINABILIDADE DO POLIETILENO DE ULTRA ALTO PESO MOLECULAR PELA ANÁLISE DA FORÇA DE CORTE de Luiz Otávio Corrêa & Marcos Tadeu Tibúrcio Gonçalves Este livro teve o objetivo realizar um estudo do desempenho do corte do material Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular (UHMWPE), em operação de torneamento, através da medição da força principal de corte, analisando-se a influência dos seguintes parâmetros: avanço, velocidade de corte, profundidade de corte e geometria da ferramenta. A medição da força de corte foi feita por um dinamômetro conectado ao sistema de aquisição de dados, durante a usinagem realizada em um torno mecânico horizontal. A partir dos resultados obtidos, foi possível indicar as condições de corte mais adequadas em relação aos valores da força de corte medidas, para as condições de qualidade superficial aceitáveis em operações de desbaste.

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Produção da proteína recombinante Fator IX da coagulação sanguínea humana em células de mamífero de Andrielle Castilho-Fernandes, Lucinei Roberto de Oliveira, Marta Regina Hespanhol, Aparecida Maria Fontes & Dimas Tadeu Covas

Esse livro mostra a potencialidade do sistema retroviral para a expressão do FIX humano em linhagens celulares de mamífero e a existência de peculiaridades em cada linhagem as quais podem proporcionar diferentes níveis de expressão e produção do FIX biologicamente ativo. Além de estabelecer toda a tecnologia para geração de linhagens celulares transgênicas produtoras de rFIX e futuros estudos em modelos animais poderão ser conduzidos para a elucidação minuciosa da molécula recombinante rFIX gerada.

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FLUXO DE CO2 DE VEGETAÇÃO INUNDADA POR REPRESAMENTO – QUANTIFICAÇÃO PRÉ ALAGAMENTO de André Luís Diniz dos Santos, Mauricio Felga Gobbi, Dornelles Vissotto Junior & Nelson Luis da Costa Dias Alguns estudos recentes indicam que lagos de usinas Hidrelétricas podem emitir quantidades significativas de gases de efeito estufa, pela liberação de dióxido de carbono oriundo da decomposição aeróbica de biomassa de floresta morta nos reservatórios que se projeta para fora da água, e pela liberação de metano oriundo da decomposição anaeróbica de matéria não-lignificada. No entanto, para quantificar a quantidade de gases de efeito estufa liberada para a atmosfera devido ao alagamento por barragens, é necessário quantificar também o fluxo de gás carbônico da vegetação que ali estava anteriormente ao represamento. Este trabalho procura descrever um método para calcular o fluxo de gás carbônico da vegetação antes de ser alagada, utilizando o SVAT de interação superfície vegetação-atmosfera conhecido como ISBA baseado em Noilhan e Planton (1989); Noilhan e Mahfouf (1996).

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL CARACTERÍSTICAS SÓCIODEMOGRÁFICAS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO RECANTO DA ESPERANÇA EM MOSSORÓ/RN de Maxione do Nascimento França Segundo & Maria José Costa Fernandes Este livro analisa os aspectos sóciodemográficos do Projeto de Assentamento Recanto da Esperança, situado no município de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte (RN).

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AGRICULTURA FAMILIAR E AGROECOLOGIA:

UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES E PRODUTORAS DA FEIRA AGROECOLÓGICA DE MOSSORÓ (APROFAM) - RN de Eriberto Pinto Moraes & Maria José Costa Fernandes Este livro faz uma análise da agricultura familiar e da agroecologia praticada pela Associação dos Produtores e Produtoras da Feira Agroecológica de Mossoró (APROFAM) no Município de Mossoró (RN).

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL Metodologia do ensino da matemática frente ao paradigma das novas tecnologias de informação e comunicação: A Internet como recurso no ensino da matemática de Paulo Marcelo Silva

Rodrigues Este livro analisa alguns exemplos de recursos encontrados na Internet, ligados a área da Matemática. Especialmente, os aspectos pedagógicos dos mesmos, com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento das relações entre professor e aluno.

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CONSTRUÇÕES GEOGRÁFICAS: teorizações, vivências e práticas

Organizadores: Josélia Carvalho de Araújo Maria José Costa Fernandes Otoniel Fernandes da Silva Júnior

Este livro pretende ser uma fonte na qual os profissionais da geografia podem encontrar diversas possibilidades de não apenas refletirem sobre, mas de serem efetivos sujeitos de novas práticas e novas vivências, frente às novas configurações territoriais que se apresentam no mundo atual, marcada por processos modernos e pós-modernos.

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O RINGUE ESCOLAR:

O AUMENTO DA BRIGA ENTRE MENINAS de Maíra Darido da Cunha

Esta obra contextualiza historicamente as relações de gênero ao longo da história; identificando em qual gênero há a maior ocorrência de brigas; assim como, elencar os motivos identificados pelos alunos para a ocorrência de violência no ambiente escolar.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL O HOMEM, A MORADIA E AS ÁGUAS: A CONDIÇÃO DO “MORAR NAS ÁGUAS” de Moacir Vieira da Silva & Josélia Carvalho de Araújo

Este livro é um estudo que objetiva analisar as imposições socioeconômicas inerentes à condição do “morar” numa área susceptível a alagamentos, no bairro Costa e Silva, Mossoró/Rio Grande do Norte.

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Mulheres Negras:

Histórias de Resistência, de Coragem, de Superação e sua Difícil Trajetória de Vida na Sociedade Brasileira de Adeildo Vila Nova & Edjan Alves dos Santos O desafio de estudar a trajetória de mulheres negras e pobres que em sua vida conseguiram romper as mais diversas adversidades e barreiras para garantir sua cidadania, sua vida, foi tratada pelos jovens pesquisadores com esmero, persistência e respeito àquelas mulheres “com quem se encontraram” para estabelecer o diálogo que este livro revela nas próximas páginas, resultado do Trabalho de Conclusão de Curso para graduação em Serviço Social.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE PIGMENTOS PRODUZIDOS POR BACTÉRIAS DO GÊNERO Serratia ISOLADAS DE SUBSTRATOS AMAZÔNICOS de Raimundo Felipe da Cruz Filho & Maria Francisca Simas Teixeira Existem diversos pigmentos naturais, principalmente de origem vegetal, mas poucos estão disponíveis para aproveitamento industrial, pois são de difícil extração, custo elevado no processo de extração ou toxicidade considerável para o homem ou meio ambiente. A atual tendência por produtos naturais promove o interesse em explorar novas fontes para a produção biotecnológica de pigmentos para aplicação na indústria. Este trabalho teve como objetivo a identificação de espécies de Serratia, e entre estas, selecionar uma produtora de maior quantitativo de pigmentos de importância para a indústria alimentícia e farmacêutica.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL Moluscos e Saúde Pública em Santa Catarina:

subsídios para a formulação estadual de políticas preventivas sanitaristas

de Aisur Ignacio Agudo-Padrón, Ricardo Wagner Ad-Víncula Veado & Kay Saalfeld O presente trabalho busca preencher uma lacuna nos estudos específicos e sistemáticos sobre a ocorrência e incidência/ emergência geral de doenças transmissíveis por moluscos continentais hospedeiros vetores no território do Estado de Santa Catarina/SC, relacionadas diretamente ao saneamento ambiental inadequado e outros impactos antrópicos negativos ao meio ambiente.

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Métodos de Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos: Aplicações em Dessalinização de Sandro Jucá & Paulo Carvalho A presente publicação apresenta uma descrição de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos autônomos com três métodos distintos. Tendo como base estes métodos, é disponibilizado um programa de dimensionamento e análise econômica de uma planta de dessalinização de água por eletrodiálise acionada por painéis fotovoltaicos com utilização de baterias. A publicação enfatiza a combinação da capacidade de geração elétrica proveniente da energia solar com o processo de dessalinização por eletrodiálise devido ao menor consumo específico de energia para concentrações de sais de até 5.000 ppm, com o intuito de contribuir para a diminuição da problemática do suprimento de água potável. O programa proposto de dimensionamento foi desenvolvido tendo como base operacional a plataforma Excel® e a interface Visual Basic®.

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A paisagem urbana a caminho da escola: leituras e nuances sob o olhar dos alunos THE URBAN LANDSCAPE SCHOOL PATH: READINGS AND SHADES UNDER THE LOOK OF STUDENTS

Josélia Carvalho de Araújo Licenciada, bacharel, mestre e doutoranda pela UFRN. Professora Assistente do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Ensino de Geografia e Geografia Humana). Atua na área de Geografia Urbana enquanto pesquisadora. Natal, RN. E-mail: joseliacarvalho@gmail.com Moacir Vieira da Silva Licenciado em Geografia pela UERN, especialista em Geografia e Gestão Ambiental pela FIP, mestrando em Geografia pela UFRN. Professor da rede estadual de ensino e professor supervisor do PIBID/GEOGRAFIA/UERN. Natal, RN. E-mail: moacirvs31@hotmail.com

ARAÚJO, J. C. de; SILVA, M. V. da. A paisagem urbana a caminho da escola: leituras e nuances sob o olhar dos alunos. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 28-39, abr.-maio, 2015.

RESUMO A paisagem, um dos conceitos fundantes da geografia, tem como uma das suas formas de apreensão, o olhar, apesar de poder ser apreendida igualmente por outros sentidos humanos. Assim, centrado no olhar dos alunos do Ensino Fundamental, Séries Finais, do Instituto Sonho Colorido, Mossoró, Rio Grande do Norte, esse trabalho desenvolveu experiências de apreensão da realidade urbana da Cidade de Mossoró (RN) por parte dos referidos alunos, em seu percurso entre a casa e a escola. O objetivo é evidenciar a capacidade de apreensão e elaboração de conteúdos por parte do estudante na Educação Geográfica, aportando tais apreensões em teoria que dê suporte à

construção deste conhecimento. A metodologia consistiu, num primeiro momento, no registro textual verbal e não verbal da apreensão da realidade, seguido de apresentação em sala de aula e discussão. Uma vez cumprida essa etapa, foram realizadas leituras sobre o conceito de paisagem, igualmente seguida de discussão em sala. Os resultados buscados foram parcialmente atingidos, uma vez que coloca em prática um projeto acadêmico sobre produção do conhecimento na escola, selando uma parceria entre o Estágio Supervisionado Obrigatório no Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado do RN e o seu campo de estágio. Da

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não substituído pelo professor –, é capaz de construir efetivamente conhecimento.

experiência, ficou evidenciada uma prática de ensino centrada no sujeito, o qual, uma vez estimulado e apenas acompanhado –

Palavras-chave: Paisagem Urbana. Estágio. Construção do Conhecimento. ABSTRACT The landscape, one of the fundamental concepts of geography, has as one of its forms of seizure, the look, although it can be perceived also by other human senses. So focused on the look of elementary school students, Final Series of the Instituto Sonho Colorido, Natal, Rio Grande do Norte, this work developed seizure of experiences of urban reality of the city of Mossoró (RN) by those students in their route between home and school. The goal is to show the seizure of capacity and development of contents by the student in Geographic Education, providing such seizures in theory that supports the construction of this knowledge. The methodology consisted, at first, in verbal and non-verbal verbatim record of the

apprehension of reality, followed by presentation and discussion in the class room. Once this step accomplished, there were readings on the concept of landscape, also followed by a discussion in class. The searched results were partially achieved, since it puts in place an academic project on production of knowledge in school, sealing a partnership between the Supervised Internship Required in Degree in Geography from the Universidade do Estado do RN and your training field. From experience, the authors emphasize a teaching practice centered on the subject, which, once stimulated and accompanied only – not replaced by teacher – is able to effectively build knowledge.

Keywords: Townscape. Stage. Building Knowledge.

1. INTRODUÇÃO

E

xpor as discussões atinentes ao conceito de paisagem em seu campo teórico, sua aplicabilidade para o ensino de geografia, algumas discussões sobre nuances metodológicas para o trabalho do conceito de paisagem na educação

básica, bem como os resultados da aplicação dessa metodologia, estas foram algumas das inquietações que nos conduziram à elaboração do presente trabalho.

Não é de hoje que, como vimos em algumas discussões teóricas, que o conceito de paisagem ganha relevo. E, em sendo um tão importante conceito, sendo um conceito fundante da geografia, como sabemos, há que ser devidamente trabalhado na educação básica, sobe pena de o professor não cumprir com a sua missão de lograr juntos aos seus alunos um efetivo processo de construção do conhecimento.

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2. A PROPÓSITO DO CONCEITO DE PAISAGEM

A

paisagem é apreendida, num primeiro momento, de forma estática, por meio

das formas concretas construídas pelo ser humano. Mas, mesmo sendo estáticas, guardam em si relações de produção que são dinâmicas e

contraditórias, e escondem em si processos conflitantes, porque o espaço urbano é resultado de relações conflitantes capital/trabalho, no qual a sociedade está inserida de forma fragmentada em camadas sociais.

Optamos por iniciar a discussão do conceito evocando esse aparente conflito entre as nuances estática e dinâmica da paisagem, mesmo porque, a própria trajetória do conceito adquiriu esse tratamento, ora sendo vista de forma estática; ora, de forma dinâmica. Aliás, até mesmo a apreensão da paisagem, que num primeiro momento das discussões, quase sempre, remete ao olhar, também traz em si essa dinâmica, visto que discussões metodológicas indicam a importância de outros sentidos humanos, que não apenas o olhar, para a apreensão da paisagem.

Podemos, para fomentar ainda mais o debate, dizer que, mesmo sendo apreendida, num primeiro momento, apenas por meio do olhar, esse ato de olhar é, por si só, dinâmico, haja vista conseguir apreender uma gama de informações que lhe são possível de acordo com a posição do sujeito na sociedade.

Desta forma, a faixa etária, a classe social, o nível de instrução, as experiências vividas, entre outros fatores, interferem naquilo que o sujeito é capaz de ver, se considerarmos a apreensão da paisagem até mesmo sob a perspectiva do olhar, da consagrada definição superficial de que paisagem “é tudo aquilo que o olhar humano alcança.”

Desde o século XIX o conceito de paisagem vem sendo discutido, no sentido de compreender as relações que se conformam no espaço geográfico, abrangendo tanto aspectos sociais quanto naturais.

Ora, do senso comum resultou a consagração do termo paisagem associado à visão de “fotográfica” de determinada porção do espaço cuja beleza produz um efeito prazeroso aos olhos do observador. Assim, o conceito de paisagem se apresenta em seu modo estático, e dessa forma, até mesmo no processo de elaboração do conceito

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foi influenciado, o qual é sempre tratado, num primeiro momento, referindo-se ao olhar.

Ao fazer um resgate da trajetória do conceito de paisagem na geografia, Schier (2003, p. 80) nos lembra que: [...] o conceito de paisagem foi originalmente ligado ao positivismo, na escola alemã, numa forma mais estática, onde se focalizam os fatores geográficos agrupados em unidades espaciais e, num forma mais dinâmica, na geografia francesa, onde o caráter processual é mais importante. Ambas tratam a paisagem como uma face material do mundo, onde se imprimam atividades humanas.

A nosso ver, ao tratarmos o conceito de paisagem junto aos alunos da educação básica, há que optarmos por essa vertente “processual” da qual nos fala o autor supracitado. Isto porque entendemos que já não dá mais para admitirmos uma visão estática ou até mesmo estética de paisagem, quando o próprio cotidiano escolar revela uma dinâmica que lhe é inerente, até mesmo ampliando a concepção de paisagem para além da materialidade.

Atualizando o debate Schier (2003, p. 80) ainda nos diz que, atualmente, a idéia da paisagem “depende muito da cultura das pessoas que a percebem e a constroem. Ela é, assim, um produto cultural resultado do meio ambiente sob ação da atividade humana.” A partir do exposto pelo pensamento do autor, destacamos duas ações dos sujeitos em relação à paisagem: são os atos de construir e de perceber a paisagem. Isso mesmo, o ser humano, ao produzir sua própria sobrevivência, produz paisagem. E esta, uma vez produzida, passa então a ser percebida, ou melhor, apreendida por estes sujeitos.

E assim, entendendo que o ser humano produz paisagem, é que podemos identificar dois tipos de paisagem: a natural e a cultural, conforme defende Schier (2003, p. 80) que, Tradicionalmente, os geógrafos diferenciam entre a paisagem natural e a paisagem cultural. A paisagem natural refere-se aos elementos combinados de terrenos, vegetação, solo, rios e lagos, enquanto a paisagem cultural, humanizada, inclui todas as modificações feitas pelo homem, como nos espaços urbanos e rurais. De modo geral, o estudo da paisagem exige um enfoque, do qual se pretende fazer uma avaliação definindo o conjunto dos elementos envolvidos, a escala a ser considerada e a temporalidade da paisagem. Enfim, trata-se da apresentação do objeto em seu contexto geográfico e

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histórico, levando em conta a configuração social e os processos naturais e humanos.

Que a paisagem pode ser diferenciada entre a natural e a cultural já é uma discussão consagrada, e até mesmo de fácil apreensão, sem muito esforço metodológico ou cognitivo. Mas que a paisagem deve ser tratada em seu contexto espacial, segundo as diversas escalas geográficas; e temporal, considerando-a como uma acumulação de frações de tempo, como marcas da ação humana, é algo relevante quando empreendemos um processo de construção do conhecimento junto aos alunos da educação básica. Assim procedendo, os alunos apreenderão a paisagem cotidiana de forma processual e dinâmica, inclusive, identificando-se enquanto sujeitos dessa transformação.

Daí porque sabemos que não é só o olhar que apreende a paisagem, quando discutimos o termo em geografia, principalmente, quando o tratamos junto a alunos de faixa etária em tenra idade, os quais ainda estão se apropriando do saber universal construído, e elaborando seus referenciais. Nesse sentido, o professor de geografia precisa ter o cuidado para não tolher a capacidade de o aluno apreender a paisagem que o cerca, nem tampouco limitá-la a um lance de olhar. É preciso, assim, deixar que os referidos alunos manifestem suas mais singelas experiências, as quais podem ser lapidadas, aprofundadas e aperfeiçoadas, de acordo com as experiências que lhes forem oportunizadas no sentido da construção do conhecimento.

Isto porque o conhecimento é produzido continuamente. São igualmente renovadas as técnicas de obtenção deste conhecimento. É importante ressaltarmos que os conhecimentos dos professores e dos livros não bastam aos alunos, e que estes podem,

quando

incentivados

e

acompanhados

sistematicamente,

produzir

conhecimentos – ao seu nível, segundo o seu alcance.

Mas algo nos instiga a uma pergunta central nesta proposta de trabalho ora exposta: o que é, afinal, construção de conhecimento na educação básica? E esta, certamente, conduz-nos a outras, secundárias: quais experiências têm sido vivenciadas nas aulas de geografia na escola básica, que denotam efetivamente um processo de construção de conhecimento geográfico para o aluno? Em que medida esta prática tem sido exercitada, ou, quando não exercitada, o que tem contribuído para negligenciar uma orientação já tão consagrada no aporte teórico atinente a ensino, especificamente,

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ensino de geografia? Quais fatores concorrem para este quadro, seja de incipiente experiência de pesquisa na escola, seja de total ausência da mesma? Estas são inquietações a nós postas cada vez que nos aprofundamos em leituras e discussões que tenham como foco o ensino de geografia, nesse momento, voltado para o conceito de paisagem.

Mas quando estabelecemos contatos com escolas parceiras de Estágio Curricular Supervisionado em Geografia; e ainda mais, quando participamos de eventos acadêmicos que versam sobre a temática, identificamos um hiato abissal entre teoria e prática, entre discurso e postura; por fim, entre o acadêmico e o profissional. Eis que estamos diante de um quadro que demanda uma efetiva prática de pesquisa-ação, a qual encontra, no estágio supervisionado, uma oportunidade de os acadêmicos de geografia, aportados nas mais recentes discussões teórico-metodológicas poderão renovar a prática cotidiana do professor da educação básica; e, em contrapartida, adquirir com ele saberes que só a prática docente pode legar.

Ora, se o ser humano, que por sua capacidade de intervenção no meio em que vive, transforma-o para a sua sobrevivência, e o torna mais aprazível a ela, consegue evoluir a técnica em seu favor, e construir grandes obras de engenharia, descobertas para a convivência com fenômenos aparentemente inexplicáveis de imediato, por que o conhecimento, recurso primordial para esta interação entre o ser humano e o meio, poderá continuar relegado à simplória reprodução na escola, desvinculada de qualquer questionamento ou renovação?

Não é então de forma estática que o conceito de paisagem pode ser tratado. Há, sim, que enveredarmos por práticas docentes de interação professor-aluno, de relatos de experiências por parte dos alunos, até mesmo em seus percursos cotidianos, como aquele desenvolvido entre a casa e a escola, e entre a escola e a casa.

Certamente, até mesmo o nível de renda e o poder de consumo de alunos de diferentes estratos sociais interferem na possibilidade de apreensão da paisagem por parte dos alunos. Senão, vejamos dois exemplos. O de um aluno que, ao ir para a escola, entra no automóvel da família, ainda na garagem, com vidros fechados, película escura, ambiente climatizado, manuseando seus objetos eletrônicos de última geração. Daí, perguntamos: o que ele conseguirá apreender, ou quanto ele conseguirá apreender da paisagem que se descortina no percurso casa-escola? Quais as

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imagens, os movimentos, os sons, os cheiros, os gritos, entre outras manifestações de paisagem que ele poderá experienciar?

Um segundo exemplo é um aluno que mora num bairro popular, sai de casa a pé, fica num ponto de ônibus, faz o percurso até a escola neste ônibus. Ele está assim exposto a diversas experiências que podem ser captadas pelos seus sentidos, as quais remetem a paisagens que sua mente vai interpretando, tentando desvendar as relações que concorreram ou concorrem, naquele momento, para que aquele “quadro”, mesmo que provisório, esteja se configurando daquela forma.

Não cumpre a nós indicar uma entre essas duas experiências tão diversas como a mais ou a menos vantajosa para a apreensão, e consequentemente, a aprendizagem e a construção de conhecimento sobre a temática paisagem. Apenas julgamos mister evidenciar essas tão diferentes condições, as quais cumpre ao professor administrálas em sua sala de aula, a qual, algumas vezes, comporta alunos de diferentes estratos sociais.

Certamente, com o processo de renovação da escola, fundamentado em um novo modo de pensar a educação, tem desenvolvido experiências de produção de conhecimento, mesmo que pontuais, pouco expressivas, e muitas vezes, pouco valorizadas, pela simples falta de divulgação em eventos voltados para tal fim, os quais, quase sempre, limitam-se à academia.

Nesse contexto, interrogamos sobre o que tem feito a educação básica no sentido da construção do conhecimento geográfico pelo aluno, conforme defende Cavalcanti (2005, p. 137-166), em suas oito “Proposições metodológicas para a construção de conceitos geográficos no ensino escolar”, a saber:

1. Propiciar atividade mental e física dos alunos; 2. Considerar a vivência dos alunos como dimensão do conhecimento; 3. Estabelecer situações de interação e cooperação entre os alunos; 4. Contar com a intervenção do professor no processo de aprendizagem dos alunos; 5. Apresentar informações, conceitos e exercitar memorização de dados; 6. Manter relação dialógica com alunos e entre alunos; 7. Promover a autorreflexão e sociorreflexão dos alunos;

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8. Acompanhar e controlar resultados da construção de conhecimento pelos alunos.

Essas proposições são fundamentadas no pensamento de Vygotsky, as quais apontam para uma prática socio-interacionista na sala de aula, em detrimento daquela prática já tão consagrada, do conteudismo.

Daí, outra inquietação se nos descortina: qual o papel da academia na formação de professores, visto que esta forma novos profissionais a cada ano? Ora, se de um lado, a escola não está contribuindo para a reelaboração do conhecimento socialmente construído pela humanidade, por meio da descoberta de novos enfoques, diante de tantos novos desafios apresentados a cada dia, certamente, a academia também tem sua parcela de contribuição para este quadro. E é neste sentido que repensar e refazer a prática de Estágio Curricular Supervisionado no Ensino de Geografia, sob pena de o novo professor já entra “envelhecido” no processo, pelo fato de reproduzir práticas cristalizadas de ensino, baseadas quase que exclusivamente no ato de transcrever para o caderno o que é “ditado” pelo professor por meio da lousa; o qual, por sua vez, quase sempre é “ditado” pelo livro didático ao professor, que no afã de “bater” o conteúdo referente a determinado grupo de alunos, ocupa mais parte do tempo em copiar, negligenciando sobremaneira o seu ato de pensar e fazer seus alunos pensarem por meio de discussões, elaborações e exposições, num contínuo processo de interação em prol da construção do conhecimento. Faz-se mister, portanto, sair da condição de “bater” conteúdo, para, efetivamente produzir conhecimento. Onde estariam as concepções de ensino baseadas no conceito de “Zona de Desenvolvimento Proximal”, de Vygotsky? Estamos assim apontando para este conceito, pelo fato de ser leitura presente, proficuamente discutida e defendida por professores e alunos na academia. E isto se faz com o mais maduro ou experiente – seja o professor ou colegas de turma – conduzindo o estudante da condição real para a potencial do seu nível cognitivo. Ou seja, [...] a possibilidade de formar uma ‘zona’ entre si e seus alunos, com o intuito de trabalhar com funções e processos ainda não amadurecidos neles, mune o professor de um instrumento significativo na melhoria da qualidade de suas aulas, no tocante ao

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desenvolvimento intelectual dos alunos e, em conseqüência, propicia condições melhores de aprendizagem efetiva (CAVALCANTI, 2005, p. 140).

Entendemos então que a tarefa de construção de conhecimento pelos alunos na educação básica se faça por meio da prática da pesquisa, devidamente qualificada em seu significado etimológico, fugindo a práticas corriqueiras de busca, que ganham cada vez mais destaque no cumprimento de atividades. Neste sentido, Bagno (2000, p. 16) interpela: “O que é pesquisa para você, professor?” Isto para questionar o tipo de pesquisa ao qual estamos acostumados a presenciar.

Mas sabemos que é de grande importância o exercício de produção sistemática de conhecimentos por parte do aluno na educação básica, para o seu desenvolvimento intelectual e humano. Algo que certamente já ocorre: por meio das discussões em aulas, das atividades em geral, e até mesmo das provas escritas, apesar de nem sempre este ser considerado um momento para tal fim, dependendo da postura sóciofilosófica de educação que tenha o professor. Na verdade, este conhecimento produzido não é percebido porque não é publicado regularmente, não se materializa sob a forma de texto verbal, não-verbal, experiências e formas materiais (produtos).

Acrescentamos ainda o problema do demasiado número de atividades que se acumula a cada aula. Atividades estas que sobrecarregam professor e aluno, sem muitas vezes apresentar um produto final. Quase sempre o aluno é convocado a “pesquisar” uma infinidade de assuntos, sem aprofundar nenhum. Muitas vezes, em meio à pressa do fazer de última hora, a impressão de textos da Internet é o “recurso metodológico” do qual o aluno lança mão; e o professor, envolvido num grande número de atividades para avaliar, nem percebe a falta de originalidade do trabalho apresentado. Cumpre-se uma etapa (bimestre, trimestre ou semestre), e o aluno pouco ou nada escreveu sobre algo, pouco aprendeu, aprofundou ou expôs o seu ponto de vista sobre determinado assunto. É um sujeito passivo no processo de ensino-aprendizagem: faz trabalhos, não para desenvolver sua cognição, mas para atender ao pré-requisito de o professor aferir uma nota.

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3. UMA EXPERIÊNCIA CHAMADA PAISAGEM

A

pós esse percurso de análise da prática docente de geografia entre a academia e a educação básica, entre o aluno e o professor dessa mesma educação básica, entre o livro e o aluno, e por fim, entre a paisagem e o

aluno, cumpre-nos a função de expor a experiência desenvolvida junto a um grupo de dezesseis alunos do Ensino Fundamental, Séries Finais, do Instituto Sonho Colorido. Partindo da prática de defendemos, a da interação professor-aluno, da posição de protagonismo do aluno enquanto sujeito no processo educativo, buscamos desenvolver estudos referentes ao conceito de paisagem, aproveitando o percurso desenvolvido por estes alunos entre a casa e a escola, e entre a escola e a casa.

Num primeiro momento, solicitamos aos mesmos que observassem, no dia seguinte, a paisagem encontrada no percurso entre sua residência e a escola; e que fizesse o mesmo ao retornar, empreendendo assim o percurso escola-casa.

Num segundo momento, os alunos foram instigados a expor o que viram, indicando o que julgavam ser paisagem. Orientamos que, ao final de cada percurso, fizesse o registro do que eu considerava ser paisagem, por meio de um desenho, em ambos os percursos. Considerando mais uma vez o aluno como protagonista, e tendo por base a tese da Zona de Desenvolvimento Proximal, procuramos fomentar a troca de experiências entre os alunos, ao exporem seus desenhos, explicarem sobre os mesmos e acolherem observações do professor, bem como dos demais colegas.

Em seguida, disponibilizamos aos mesmos um texto básico sobre paisagem, o qual foi lido e igualmente discutido. A partir do referido texto, e tendo por base a experiência da observação feita no percurso casa-escola e escola-casa, solicitamos que os alunos apresentassem uma definição elaborada em seu pensamento sobre paisagem. Alguns resultados foram surpreendentes, entre os quais, alguns que expomos a seguir, juntamente com a sua respectiva representação espacial: “Paisagem é tudo aquilo que podemos não só ver, mas também sentir, ouvir. É o que nos chama a atenção. É o que o homem constrói e destrói. Pode ser modificada ao longo de tempo, se não cuidamos” (Aluna do 6º Ano do Ensino Fundamental).

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Figura 01: Representação da paisagem (caminho de ida para escola)

Fonte: Pesquisa realizada com os alunos do ISC, 2014.

Como vemos, há, na fala dessa aluna (primeira análise), “erros” e acertos, os quais devem ser lapidados pelo professor, mas sem tolher a capacidade cognitiva do aluno, nem tampouco o direito que o mesmo tem de “errar”. Mas, se considerarmos a idade do aluno, admitiremos que há, em sua fala, mais acertos que alguma manifestação de erro, a qual pode aparecer apenas ao final, ao dizer que a paisagem se destrói se não for cuidada. Mas eis que o professor está na sala de aula exatamente para promover um processo cognitivo junto aos alunos, e saberá como lidar com essa situação. “Paisagem pra mim é tudo que ouvimos, vemos e tocamos, pode chegar a ser apenas um som (canto dos passarinhos), tocamos (árvores, flores) ou vemos (carro, pessoas, lugares) e com tudo isso a paisagem fica completa.” (Aluno do 9º ano do Ensino Fundamental). Figura 02: Representação da paisagem (caminho de ida para escola)

Fonte: Pesquisa realizada com os alunos do ISC, 2014

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Na segunda análise, percebemos elementos semelhantes entre os dois alunos. Entretanto, o segundo coloca em destaque, outro elemento, a materialidade da paisagem. O fato do tocar. Esse novo elemento abre um leque de discussão que poderia ser tratada com os alunos. Materialidades, imaterialidade, coexistência. A partir do conhecimento prévio, simples, do aluno, seria possível estabelecer diálogos mais amplos e significativos, no qual, a produção do conhecimento se efetivasse. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

E

nsinar é saber ensinar. Isso, em todos os ambientes de sala de aula, e mais especificamente, no estágio supervisionado do ensino de geografia. É com este pensamento que nos dispusemos a empreender esse processo

investigativo da construção do conhecimento na educação básica, o qual, nesse momento, discute mais uma etapa, qual seja, relativa ao estudo do conceito de paisagem.

Pelas experiências vivenciadas, reafirmamos a postura de que o aluno deve ser sempre protagonista no processo de ensino-aprendizagem. E ser protagonista, no caso do trabalho desenvolvido a partir do conceito de paisagem, consistiu em lhe orientações, caneta, papel, lápis de cor e muitas asas à imaginação.

REFERÊNCIAS BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2000.

2005. SCHIER, Raul Alfredo. Trajetórias do conceito de paisagem na geografia. Revista RA’E GA, Curitiba, n. 7, p. 7985, 2003. Editora UFPR.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas, Papirus,

ARAÚJO, J. C. de; SILVA, M. V. da. A paisagem urbana a caminho da escola: leituras e nuances sob o olhar dos alunos. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 28-39, abr.-maio, 2015.

Recebido em: 16 abr. 2015. Aprovado em: 19 abr. 2015.

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Comparação da arquitetura histórica italiana e brasileiracontexto histórico e influências: estudo de caso na Bahia COMPARISON OF BRAZILIAN AND ITALIAN HISTORIC ARCHITECTURES HISTORICAL CONTEXTO AND INFLUENCES: A CASE STUDY IN BAHIA

Jamille Freitas Fiuza Graduanda em Engenharia Civil/Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas /UFRB. Cruz das Almas, BA. E-mail: mille_fiuza@hotmail.com Francisco Gabriel Santos Silva MSc. Professor Assistente/Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas /UFRB Cruz das Almas, BA. E-mail: neam.ufrb@gmail.com

FIUZA; J. F.; SILVA, F. G. S. Comparação da arquitetura histórica italiana e brasileira – contexto histórico e influências: estudo de caso na Bahia. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 40-56, abr.-maio, 2015.

RESUMO O Brasil sempre foi um país marcado pela presença de estrangeiros desde a sua colonização. Foi possível aprender e aproveitar com os imigrantes, que vieram para o país técnicas, novos métodos e conhecimentos em geral, como aconteceu com a arquitetura brasileira. Para este trabalho analisa-se a interferência da imigração italiana. Divide-se essa presença italiana em dois momentos: em um primeiro momento marcado pelo período colonial na presença de fortificações, que foram utilizados conhecimento de engenheiros militares italianos para a sua construção; e

em outro momento que foi o período eclético, quando a população imigrante italiana se alojou em diversas regiões do Brasil e colaborou com o avanço e desenvolvimento da arquitetura brasileira influenciando-a do seu modo. Utilizou-se de modelos arquitetônicos do passado para se reproduzir desejos do presente, com estes modelos do passado vieram novas técnicas e modos de construir. Para preservar a arquitetura de uma época é necessário conhecer mais sobre ela, sobre o material empregado e o modo que foi aplicada.

Palavras-chave: Arquitetura. Itália. Brasil. Ecletismo.

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ABSTRACT Brazil has always been a country marked by the presence of foreigners since its colonization. It was possible to learn and enjoy the immigrants who came to the country, the techniques, new methods and knowledge in general, as happened in Brazilian architecture. This stronger Italian presence was divided in two stages: at first marked by the colonial period in the presence of fortifications, which were used knowledge of Italian military engineers for its construction, and at another time it was

the eclectic period, when the immigrant Italian population lodged in various regions of Brazil and collaborated with the advancement and development of Brazilian architecture influencing it their way, which used architectural models of the past to reproduce their current desires, these models of the past, with which came new techniques and ways to build. To preserve the architecture of a time you need to know more about it on the material used and the way it was applied.

Keywords: Architecture. Italy. Brazil. Eclecticism.

1. INTRODUÇÃO

O

descobrimento do Brasil foi no ano de 1500, no período da história mundial fez parte Renascimento e na história nacional deu início ao período colonial brasileiro, a partir de então, iniciaram as influências estrangeiras nas “novas

terras” brasileiras, dentre as quais encontramos a presença portuguesa, espanhola, holandesa e italiana.

Algumas influências da Itália serão descritas e serão divididas em dois períodos: o período colonial do Brasil entre os séculos XVI e XVII, com a presença das fortificações; e período eclético entre os séculos XIX e XX, presença de muitos imigrantes no país.

A Itália contribuiu muito com o que temos hoje no modelo de construção do Brasil. Os imigrantes que vieram ao Brasil de diferentes nacionalidades trouxeram seus conhecimentos e suas aplicações em técnicas construtivas, materiais, métodos, e compartilharam com os povos brasileiros. Ao longo dos anos estes modelos se integraram ao que melhor se adaptava à realidade do Brasil, resultando no nosso conhecimento atual.

Quando o país dava ainda seus primeiros passos, nos séculos XVI e XVII, aproveitouse o conhecimento de batalhas e resistência dos italianos nas construções de fortificações, e vieram para o Brasil engenheiros militares que possuíam conhecimento para construir estes fortes. Na Bahia, foram os engenheiros militares italianos os

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responsáveis pelos fortes de Santo Antônio da Barra e Nossa Senhora de Monserrat (OLIVEIRA, 2004).

Os motivos dos italianos imigrarem para o Brasil nos séculos XIX e XX, foi o momento vivido pela Itália, estava com a base econômica desestabilizada e sujeita a frequentes epidemias e guerras, o que ajudou na emigração dos italianos.

Na fase chamada de Ecletismo as obras que eram realizadas se inspiravam em modelos arquitetônicos do passado - ocorreu entre os séculos de XIX e XX - fase novamente marcada pela influência de engenheiros e arquitetos italianos. A partir de uma nova visão e com o grande leque de escolhas de diferentes períodos históricos, os arquitetos e engenheiros possuíam uma vasta variedade de referências (PEDONE, 2005).

Possuir dados sobre as técnicas e procedimentos aplicados em uma estrutura de uma determinada época é fundamental para poder mantê-la ao longo do tempo com a sua configuração inicial.

Este artigo visa compreender as influências italianas nas origens das construções brasileiras, a sua representação na Bahia, observar também quais os métodos e técnicas construtivas utilizadas pelos engenheiros e arquitetos italianos.

2. METODOLOGIA

F

oi realizado um trabalho de pesquisa bibliográfica na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, a delimitação do tema teve a Bahia, como campo de estudo, por ser o estado onde se desenvolve essa pesquisa. Desse modo,

optou-se por construções com características italianas em Salvador a exemplo do forte Monserrat, do Palácio Rio Branco, o Banco Francês Italiano, o antigo Mercado Modelo, o antigo teatro Kursaal-Bahiano, Corpo de Bombeiros, palacetes para a elite burguesa, entre outras obras. Utilizou-se a análise de conteúdo como metodologia, recorrendo a bancos de dados periódicos, Capes, Scielo, artigos, livros, revistas, teses e autores especialistas na área.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Histórico – Época colonial brasileira

É possível notar a presença da influência italiana desde o período colonial do Brasil, inicialmente com a vinda de muitos europeus que povoavam as terras brasileiras. Com o conhecimento das fortalezas trazidas de suas terras, eles construíam no Brasil, utilizando os materiais que possuía maior disponibilidade na região.

Como explana Oliveira (2004) alguns historiadores classificavam as fortalezas da Bahia em fortificações da Escola Italiana, aquelas fortalezas mais antigas e com ausência de baluartes em ponta de lança, como a de Santo Antônio da Barra e a de Nossa Senhora de Monserrate, e segundo Oliveira (2004) é uma definição que carece de exatidão, pois a fortificação abaluartada é invenção dos italianos.

As escolas mais reconhecidas da arte de fortificar segundo o autor Oliveira (2004) são a italiana, a holandesa e a francesa. A escola de fortificar italiana inicialmente tinha a ocupação de fortificar e era desenvolvida por arquitetos do Renascimento e do Barroco, depois que surgiram os engenheiros. Estes engenheiros italianos acabaram praticando suas ideias muito mais no exterior do que na própria Itália, em diversas nações da Europa e em colônias como o Brasil.

Os estudos na área e a sua aplicação prática na Itália para defender a sua península, sujeita a ameaças inimigas, estimularam o interesse por engenheiros italianos para prestar os serviços nas cortes estrangeiras devido a seu conhecimento na arte de defesa. Esta época de conhecimentos coincidiu com a época de expansão do oceano, assim, muitos engenheiros foram enviados para lidar com estes novos territórios e fortalecer os locais contra ataques inimigos (FINIZIO, 2006).

Era preferência dos italianos as estruturas em alvenaria de pedra ou tijolo nas fortificações, de acordo com a disponibilidade do material na região, que dava uma maior durabilidade às fortificações (OLIVEIRA, 2004).

O forte de Nossa Senhora de Monserrate possui uma grande importância na arquitetura do Brasil por ser um modelo mais arcaico de defesa que sobreviveu sem grandes transformações, o que o torna, talvez, o mais antigo existente do Brasil. Este

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forte é definido por Oliveira: “Os seus bastiões redondos eram muito a gosto da arquitetura italiana da transição, embora em escala infinitamente mais modesta.” (OLIVEIRA, 2004).

Segundo Finizio (2006) os primeiros engenheiros italianos a chegarem ao Brasil realizaram obras no Rio de Janeiro e na Bahia. Cita-se Battista Antonelli; Tiburzio Spannocchi; Baccio dei Filicaia e D. Francisco de Sousa. Este último foi denominado engenheiro-mor, e contribuiu com o desenho do Forte de Santo Antonio da Barra, Forte de São Alberto, Torre de Santiago em Água de Meninos e outros nas proximidades de Salvador. Sua principal obra foi o Forte de Nossa Senhora de Monserrate em Salvador.

3.2. Motivações da vinda dos italianos para o Brasil

Betocchi (2011) relata que entre 1875 e meados dos anos setenta do século XX chegaram cerca de um milhão e meio de italianos, com um maior fluxo entre os anos de 1887-1902 e interrompido na primeira guerra mundial, retomando esta imigração nos anos entre guerras de maneira singela e após a segunda guerra de forma mais intensa.

A Itália e o Brasil adotaram políticas que promoviam o fluxo imigratório vendo nele a solução das problemáticas da época, envolvendo fatores sociais e econômicos. O período que envolveu e unificação da Itália (1870) e os anos seguintes foi um período complicado, pois a unificação contribuiu para resolver a maior parte dos problemas de origem política, porém os problemas socioeconômicos ampliaram e tomaram proporções que eram preocupantes. Apesar da Itália se encontrar unificada, haviam barreiras e divisões internas de ordem social, devido à diferença que havia entre as diversas regiões. Após mais de 20 anos de luta pela unificação da Itália, a população enfrentava ainda grandes problemas de sobrevivência, tanto em áreas rurais, quanto em áreas urbanas (BETOCCHI, 2011).

O quadro social vivido na Itália durante a unificação era bastante crítico dentro do contexto politico, social e econômico. O auxílio financeiro de outros países ajudou a Itália a iniciar seu processo de industrialização, trazendo diversos problemas para o país como pobreza, desemprego, fome e miséria no período da unificação. (CAVALIERI, 2011).

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Badalotti (2013) comenta que as condições de pobreza em que os camponeses viviam foi uma das responsáveis pela emigração em massa desta classe. A presença de frequentes epidemias, as guerras que ocorriam na época da unificação do país e o serviço militar obrigatório que foram outros fatores que aumentaram a emigração.

Cavalieri (2011) confirma quando explica que o governo da Itália com o objeto de resolver os problemas ocorridos durante o período da unificação ajudava os italianos a saírem do país, de tal forma a tentar reverter à queda da economia. A emigração para os italianos seria uma solução tanto para política como para o social da região e com isso os emigrantes formariam colônias nos outros países, para assim o governo italiano no futuro poder aumentar seu mercado ao redor do mundo.

As classes dominantes do Brasil iniciaram o incentivo a imigração, pois responderia a necessidade de povoar o território brasileiro cultivando a maior quantidade de terras possível, cultivando em especial o café visando à exportação. Devido à abolição dos escravos tornava-se necessário encontrar mão de obra para a agricultura e grandes plantações (BETOCCHI, 2011). 3.3. Época eclética no Brasil

No século XIX ocorreram diversas reutilizações dos modelos de arquitetura do passado no cenário da época, estas reutilizações eram vinculadas à necessidade de criar e perpetuar instituições completamente novas. A revolução industrial e social ditou um novo cenário com novos temas edilícios e uma mudança significativa na infraestrutura. Os novos achados de técnicas beneficiaram o surgimento de uma arquitetura de natureza tecnológica e científica. Simultaneamente, agravou a separação que existia, naquela época, entre a arquitetura como ciência e a arquitetura como arte (PEDONE, 2005).

Claude Mignot (1994), citado por Correia (2011), aponta duas vertentes no ecletismo: o “ecletismo sintético” onde a arquitetura recorre à experiência arquitetônica do passado, buscando combinar os princípios, soluções e motivos de diferentes épocas de uma maneira nova; e o “ecletismo tipológico” que dependendo do estilo que deseja transmitir à construção, o arquiteto, baseando-se em modelos antigos, remodelam para as necessidades do presente. Estabeleceu-se uma conexão entre os estilos, acreditando então que a linguagem clássica se adaptava melhor nos prédios públicos

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– repartições, museus, tribunais etc - e também para os prédios residenciais; e os estilos gótico, românico ou bizantino, ficariam melhores nas igrejas.

Foi utilizado no ecletismo: a escolha do estilo, para que este expressasse a forma julgada mais apropriada ao “caráter do prédio”, dependente do seu uso, tornaria o prédio um estilo de severidade e sobriedade, ou cor e alegria. Com a quebra das barreiras da história os arquitetos possuíram um novo leque de referências e a grande quantidade de publicações do período expandiu o domínio da arquitetura. A partir de uma visão relativista da tradição pode-se atribuir um mesmo valor a diferentes períodos da história, tornando todo o passado como fonte de inspiração, abrindo novas opções e áreas de investigação, reconstruindo as suas referências (PEDONE, 2005).

Para Pedone (2005) pode-se considerar o Ecletismo na arquitetura como um método que se adapta a arquitetura dos novos tempos utilizando elementos e sistemas elegidos da história, buscando criar novas composições.

Segundo Andrade Junior (2007), a arquitetura eclética no Brasil está diretamente vinculada à República Velha (1889-1930) e isso representa um avanço para ruptura da interferência portuguesa que tanta esteve presente no Brasil na época do Império. A República também trouxe outras implicações do ponto de vista político, cultural e ideológico, questões que também acabam por interferir nas novas concepções de construções no país.

Buscando negar a origem portuguesa da cultura brasileira, esta nova fase buscava associar os trabalhos arquitetônicos a outros modelos europeus, como o francês e o italiano. Esta mudança cultural acontece com o advento da modernidade, com ampliação de ferrovias, princípio da industrialização e os avanços no campo da construção civil que passava a utilizar o ferro fundido e o concreto como materiais (ANDRADE JUNIOR, 2007).

Para Puppi (2010) é importante reconhecer o que os profissionais estrangeiros que passaram por Salvador deixaram como marca no rico centro histórico, o trabalho de inúmeros profissionais que colaboraram para a Salvador moderna do início do século XX.

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Após o declínio da cultura açucareira sem possuir uma diversificação produtiva, no século XX, Salvador era sustentada basicamente como porto escoador e centro financeiro da cultura cacaueira, apesar disto a cidade não foi impedida de realizar as obras urbanas de modernização. Estas obras transformaram os traços coloniais da arquitetura e deram um novo estilo o qual era desejado pela população burguesa que seguia o padrão europeu de sociedade (PUPPI, 2010).

Já existiam modelos de construções e reformas com características da arquitetura eclética com o “ex novo” desde 1870, porém, somente a partir de 1910 que a arquitetura eclética se transforma na expressão oficial arquitetônica do poder público e econômico, com construções mais grandiosas e expressivas de Salvador (ANDRADE JUNIOR, 2007).

O advento de inúmeros engenheiros, arquitetos e construtores imigrantes, em Salvador, especialmente italianos, se ocuparam trabalhando na construção de prédios institucionais e renovando antigos prédios, casas da burguesia baiana com os recursos provenientes do trabalho industrial, do fumo no Recôncavo e do cacau no sul da Bahia (ANDRADE JUNIOR, 2007).

É possível observar alguns desses trabalhadores imigrantes que, com todo seu estilo e trabalho, deixaram a sua marca nos edifícios brasileiros portadores de uma renovação arquitetônica no qual afirma Godofredo Filho: Os Chirico, os Conti, os Santoro, os Rossi, os Sercelli e tantos outros, diferentes entre si nos misteres e nos méritos, trabalharam com afinco, brindando a cidade ora de bronzes e mármores duradouros, ora de pinturas de salão mundano em igrejas austeras e, ainda, em edifícios públicos e particulares, da glace caricatural dos estuques, as grinaldas, os festões, as águias de bico voraz e asas abertas, e, até, de mulheres aladas ou de corpo natural inteiro, todas elas de seios duros e pontudos ede Dânae de Corregio, por onde se pudessem modelar, acaso, as taças cônicas jkdas festanças inaugurais. (GODOFREDO FILHO, 1984 apud ANDRADE JUNIOR, 2007).

De acordo com Andrade Junior (2007) e Puppi (2010) entre o período de 1910 e 1920, arquitetos, engenheiros e construtores como Júlio Conti, Alberto Borelli, Michele Caselli, Rossi Baptista e Filinto Santoro atuaram em Salvador, destacando-se os dois últimos como os mais importantes na época.

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Raphael Rebechi é um dos primeiros profissionais italianos que se sabe que chegou ao Brasil. Depois podemos destacar, Antônio Virzi, possuía um ateliê em Salvador que fabricava blocos de cimento balaustrados e peças em madeiras e projetou um teatro municipal para Salvador. Segundo Antonio Virzi a obra do teatro Virzi traria cimento armado e estrutura metálica que seria importada dos Estados Unidos, porém este edifício não foi construído, tendo somente a fundação construída, devido a problemas financeiros e políticos da época (PUPPI, 2010).

O italiano Alberto Borelli projetou poucas obras em Salvador, mas foi autor do Gabinete Português de Leitura e autor de um projeto para um prédio hospitalar. Júlio Conti era o responsável pelas obras governamentais em Salvador antes de Filinto Santoro. Ele participou da parte inicial de construções importantes como o palácio Rio Branco e o corpo de Bombeiros, responsável também pelo projeto da Igreja da Ajuda, da Impressa Oficial, do Instituto Histórico e

Geográfico e reformas e projetos de prédios entre os anos de 1917 e 1921, reformando e modernizando fachadas de ruas centrais (PUPPI, 2010).

Andrade Junior (2007) afirma que o destaque entre os projetistas italianos que atuaram nesta época na Bahia vão para Rossi Baptista e Filinto Santoro, que atuaram de forma massiva em Salvador entre os anos de 1910 ao início de 1920.

Filinto Santoro, formado na Real Escola de Aplicação em Nápoles na Itália, chegou ao Brasil em 1889, passando pela capital Federal, posteriormente no Espirito Santo, Amazonas e no Pará. Em cada lugar destes deixou o seu legado construtivo de forma importante (PUPPI, 2010).

Em 1913 Santoro se estabeleceu na Bahia. Seu primeiro trabalho foi no antigo Mercado Modelo, e logo depois no projeto do Quartel de Bombeiros. Entre os anos de 1916-1920 ele foi responsável por edifícios públicos. Santoro foi o substituto de outro italiano, Júlio Conti, que trabalhava no projeto eclético do Palácio Rio Branco (Figura 1) e também do Corpo de Bombeiros. Sendo assim, Filinto Santoro foi o responsável por finalizar os principais edifícios governamentais da cidade: o Palácio Rio Branco e o palácio da Aclamação. Filinto ainda projetou o antigo teatro Kursaal-Bahiano, na praça Castro Alves, onde antes seria construído o teatro de Virzi. O teatro de Filinto tinha a

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fachada principal tripartida e com predomínio da parte central, com presença da janela termal, elemento de vários edifícios ecléticos de Salvador (PUPPI, 2010).

Figura 1: Palácio Rio Branco

Fonte: (ANDRADE JUNIOR, 2007)

Rossi também construiu a Associação dos Empregados do Comércio e reformou o edifício da Companhia Aliança da Bahia (PUPPI, 2010).

Grande parte dos edifícios construídos pelos italianos no século XX possuía uma fachada tripartida tendo como referência o eixo vertical a partir da porta principal, para uma simetria perfeita. Com intenção de sempre destacar esta parte do prédio, reforçando a verticalidade. É possível notar este elemento no palácio Rio Branco, que possui a fachada principal tripartida e com valorização central, e também nota-se no palácio da Aclamação, obra resultante da reforma do edifício (PUPPI, 2010).

Na decoração das fachadas notam-se elementos como colunas, frontões, pilastras, frisos e elementos de flora e fauna, que vinham distribuídos de acordo com os desejos do arquiteto, aplicados sobre as áreas de fachada, comumente aplicada no ecletismo. Em fachadas principais, as decorações ocupavam mais espaços e, em fachadas secundárias espaços menores, definindo uma hierarquia de fachadas (PUPPI, 2010).

Correia (2011) explica que do mesmo modo que há a presença de ornatos nos interiores dos ambientes surgem também nas fachadas externas, que simboliza uma das expressões da fase eclética.

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3.4. Sobre as influências trazidas da Itália

Com o crescente esforço de pesquisadores sobre a preservação de bens históricos que representam o patrimônio histórico de uma nação, são maiores os estudos sobre a origem dos edifícios e das técnicas construtivas que foram aplicadas nele, e só então se consegue melhorar e buscar uma maneira de preservá-los com respectivas técnicas e respeitando o momento histórico no qual foi implantado que é de fundamental importância para a identidade do país. Diversos estudos têm ampliado este conhecimento sobre as técnicas utilizadas às quais serão apresentadas algumas da época eclética e possíveis presença da arquitetura italiana.

Os autores Peres (2008), Melo e Ribeiro (2007), Noble e Valentim (2011), Ribeiro (2003) e Santos (2007) realizaram pesquisas sobre a tecnologia construtiva difundida na Itália no século XIX e/ou tecnologia aplicada no Brasil. Na época eclética os trabalhos destes autores são baseados em outras regiões, porém pode-se analisar algumas técnicas utilizadas também em edifícios na Bahia devido a falta de materiais específicos para a Bahia, apesar da possibilidade de existir alguma mudança regional na técnica ou na forma de construir. Peres (2008) cita que se tratando da parte estrutural eram presentes: “paredes portantes de pedra ou tijolos, paredes não portantes de estuque e paredes não portantes nas platibandas”. O uso de alvenarias com tijolos cerâmicos nas paredes externas auxiliavam para reduzir as espessuras das paredes de pedra que eram utilizadas e facilitava a execução e ligação entre os elementos, com planos de assentamento regulares, devido as suas faces. A porosidade dos tijolos cerâmicos melhorava a coesão com a argamassa, logo um melhor acabamento do reboco.

Para Melo e Ribeiro (2007) de forma estrutural, o emprego de ferro laminado ou fundido era associado ao interior da construção, inserido em alicerces e/ou para conformar colunas e vigas de sustentação, geralmente encontrado dentro de alvenarias, sendo exposto somente em alguns casos pontuais, os quais alcançam maiores vãos e possuem um caráter decorativo.

Melo e Ribeiro (2007) explica que, de maneira geral, já se encontrava a presença do concreto em fundações quando a importação do cimento Portland permitia a execução destas estruturas. Normalmente um concreto mais bruto que utilizava pedras de

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maiores dimensões. Com relação às fundações, Ribeiro (2003) relata que elas podiam ser rasas em concreto do tipo vala e que circundassem as paredes perimetrais da construção. Ainda ocorria de o empreiteiro prever a possibilidade das fundações serem profundas e para isso tinha como solução a introdução de toras de madeira para trabalhar como estacas de atrito, que era um método utilizado pelos antigos romanos.

Com relação às paredes não portantes divisórias que utilizavam o estuque a autora Peres esclarece: O termo da língua italiana conhecido como “stucco”, cujo plural é “stucchi” foi empregado até o séc. XVI para rebocos a base de cal aérea e pó de mármore utilizados no preenchimento de vazios ou fendas de uma superfície, na criação de ornatos em relevo, ou simplesmente para dar acabamento em uma parede plana. A partir daí, o termo foi empregado indiferentemente às argamassas à base de cal e às argamassas a base de gesso para fazer ornatos, cornijas, pilastras, mísulas, capitéis e “cassetoni per soffitti” (quadros decorativos nos tetos) (PERES, 2008).

A autora relata que esta técnica era utilizada também em outros países europeus, mas que não recebia esta denominação.

Para Noble e Valentim (2011), o estuque presente nas paredes internas e externas se difere quanto à composição das argamassas. Nas paredes exteriores de estuque, a argamassa proveniente da mistura de cal, areia e água, pode ser acrescentada a uma pequena quantidade de pó de mármore, que garantia uma maior resistência. Com a chegada do cimento este foi incorporado a essa mistura. Nas paredes internas de estuque, a técnica construtiva é descrita pelos autores: “dava-se a partir da justaposição horizontal de fasquias de madeira, seja bambu ou palmeira, presos a uma estrutura vertical composta por barrotes de madeira, que unidos com a argamassa, vinham a substituir os tijolos.” Nas ornamentações internas de estuque o material utilizado é requintado, delicado e sensível a intempéries - o gesso. Já nas ornamentações externas de estuques são um material resistente, durável e menos sensível as intempéries.

Melo e Ribeiro (2007) acrescenta ainda que os estuques eram empregados também em forros, aplicados em ambientes mais nobres com possibilidades decorativas na execução de ornatos.

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Os autores Peres (2008), Noble e Valentim (2011) relatam ornatos de argamassa em relevo no exterior e interior das edificações deveriam ser executados com cuidados para a colocação das armaduras nos ornatos. São necessárias armaduras de sustentação, ancoradas com pinos de ferro ou fios de arame, quando há a presença de ornatos maiores e mais pesados como capitéis, festões e modernaturas. Os ornatos menores eram colados com massa de estuque.

As estátuas eram moldadas em cimento ou em cerâmica alouçada montadas sobre as platibandas ou frontões das construções. Esses elementos enriqueciam e davam imponência às construções e atendia aos interesses da classe burguesa em exteriorizar as suas ideologias e poder econômico (SANTOS, 2007).

Os acabamentos das estruturas eram em alvenarias revestidas com argamassa de cal. A argamassa mais utilizada era a base de cal, tanto no emboço e no reboco, e do leite de cal usado na pintura, uma técnica recorrente. O cimento Portland já era presente nas construções, mas era um produto importado e não muito utilizado ainda (MELO e RIBEIRO, 2007).

Com relação aos arcos que geram a cúpula serem semicirculares, pode-se dizer que a abóbada é esférica e, se estes arcos forem abaulados, pode-se dizer que é uma cúpula abaulada. As abóbadas podem ser construídas com “pedras, tijolos cerâmicos, argamassa aplicada sobre tramado de madeira, canas ou telas metálicas fixadas no madeiramento”. As abóbadas que são feitas com estuque são apenas decorativas, os arcos em estruturas de madeira recebem o estuque na superfície interna. As abóbadas de tijolos ou de pedras podem receber ou não revestimento, possuindo variadas formas (Peres, 2008).

A cobertura da edificação deveria resistir às influências atmosféricas e aos perigos de incêndio, sendo geralmente superfícies planas inclinadas intencionadas pela cumeeira, a forma mais simples de estrutura de sustentação é a tesouras em italiano chamadas de “capriata” (Peres, 2008).

A facilidade de importação de diferentes materiais ampliava as possíveis soluções de telhados podendo ter diferentes aspectos. Em construções mais modestas, a mudança é limitada nas peças de madeira que obtinham um acabamento mais perfeito, com a execução de tesouras que eram características marcantes do período. O uso de

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platibandas decoradas era comum a fim de esconder o telhado. Foram possíveis maiores inclinações do telhado com a presença da ardósia e de revestimentos metálicos na construção (MELO; RIBEIRO, 2007).

A época eclética foi marcada pela presença e a facilidade de utilizar novos materiais importados, principalmente elementos metálicos e o cimento Portland. Neste período eclético a utilização do concreto ainda era muito rudimentar, apenas empregada de forma pontual, geralmente um concreto mais bruto (MELO; RIBEIRO, 2007).

O autor Oliveira (1983) realizou um trabalho de pesquisa de um dos locais de Salvador-BA, no edifício do Palácio Rio Branco, um dos mais importantes do seu centro histórico, analisando a estrutura do Palácio, descrito brevemente abaixo.

Com um breve histórico, pode-se analisar que em 1549 foi construído o primeiro edifício em taipa e barro. Em 1647 o arquiteto Philippe Guiteau atribui pedra e cal ao segundo palácio. Em 1661 é substituído pelo arquiteto Pedro Garim que participa da versão seiscentista do Palácio Rio Branco. Em 1900 assumem a obra o engenheiro Alexandre Maia Freire Bittencourt e o arquiteto Antônio Lopes Rodrigues. Em 1912 teve um bombardeio na cidade de Salvador que danificou a construção, onde abrigava a Biblioteca Pública do Estado, a primeira do Brasil, que foi destruída pelo fogo. As reformas foram iniciadas pelo arquiteto italiano Júlio Conti e o engenheiro Arlindo Cardoso Coelho. Em 1916 houve a segunda etapa da reforma do Palácio e quem assume é o engenheiro-arquiteto italiano Filinto Santoro, com a explosão da primeira grande guerra. Em 1914 inibiu o andamento das obras devido à quantidade de material que era importado da Europa. Em 1919 foi inaugurada a reforma do Palácio Rio Branco. Em 1978 houve um desabamento do forro de estuque e com ele os elementos decorativos que adornavam este forro foram substituídos por uma moldagem em fibra de vidro. Em 1981 houve um outro desabamento, agora do forro da escadaria principal, e foi previsto um projeto para que restaurasse e consolidasse o forro original do início do século que é este estudo de Oliveira.

Oliveira (1983) comenta sobre a composição da fachada, com presença de pórtico toscano, um elemento clássico. A escadaria é nobre, em metal e vidro totalmente importada da Europa, os pisos e espelhos do degrau são de vidro armado internamente com uma tela romboidal, que caracterizam uma obra de caráter eclético.

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Todo o espaço monumental da escada possuía um forro de estuques com modernaturas e pintado com alegorias.

Oliveira (1983) em seu estudo encontrou com toda probabilidade que o aglomerante utilizado na argamassa de estuque foi o cimento, com uma coloração muito mais clara que as argamassas de cimento atual, provavelmente a utilização de cimentos importados da Europa que eram mais claros devido ao teor e qualidades usados na época. A figura abaixo mostram o palácio Rio Branco entre 1910 e 1912.

Sobre o período colonial no Brasil, sobre as fortificações, foram encontrados poucos registros sobre as construções na Bahia nesta época, mas pelo que se sabe sobre as técnicas que já eram utilizadas em países europeus, que enfrentavam guerras muito antes do surgimento do Brasil, os engenheiros militares estrangeiros vinham geralmente dos países da Holanda, França e Itália.

A fase do ecletismo foi marcada pelo desejo de mudar, foi em uma época de transição entre períodos, o país saía do período colonial para a República e a elite burguesa queria mudar o estilo das fachadas, perdendo um pouco da herança colonial Portuguesa. Observa-se que a fase eclética deixou aberta aos arquitetos e engenheiros um leque de escolhas sobre estilos em épocas anteriores, que coincidiram com a fase em que muitos italianos chegavam ao Brasil, a troca de mão de obra que saía da época escravista para a presença de mão de obra assalariada. Comprovou-se através desse estudo que os imigrantes são portadores de novas técnicas e conhecimentos diferenciados, que foram aproveitados pelos brasileiros, além da mão de obra, entre a grande variedade de estilos a escolher, muitos gostavam de seguir a linha italiana. 4. CONCLUSÃO

A

s construções no Brasil sofreram forte influência das técnicas italianas desde o período colonial com as técnicas para construção de importantes fortificações.

No entanto, destaca-se a influência exercida pelos italianos no período eclético, com o uso de blocos de cimento balaustrados e peças em madeiras, composição em arcos e

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cúpula, fachada tripartida tendo como referência o eixo vertical a partir da porta principal, para uma simetria perfeita, entre outros.

Nas obras avaliadas neste trabalho - a exemplo do Gabinete Português de Leitura, Palácio Rio Branco, Palácio da Aclamação e o Corpo de Bombeiro entre outras – observa-se traços italianos que ainda permanecem conservados como elementos de estuques como colunas, frontões, pilastras, frisos.

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ANDRADE JUNIOR, Nivaldo Vieira de Andrade. A Influência Italiana na Modernidade Baiana: o caráter público, urbano e monumental da arquitetura de Filinto Santoro. 19&20, Rio de Janeiro, v. I, n. 4, out. 2007. Disponível em: <http://www.dezenovevinte.net/arte%20 decorativa/ad_fs_vnaj.htm>. Acesso em: 10 out. 2014.

MELO, Carina Mendes dos Santos; RIBEIRO, Rosina Trevisan M. Técnicas construtivas do período eclético no Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Arqueometria, Restauração e Conservação, Olinda: Ed. AERPA, vol. 1, n. 3, 2007. p. 80-85.

BADALOTTI, Claudine Machado. Arquitetura e etnicidade: patrimônios materiais e imateriais na rota turística Caminhos de Pedra. In: I SIMPÓSIO DE PATRIMÔNIO CULTURAL DE SANTA CATARINA - “Patrimônio Cultural: Saberes e Fazeres Partilhados”, Periódico. Florianópolis, SC, 21 e 22 de novembro de 2013.

NOBLE, André Winter; VALENTIM, Jailson dos Santos. Elementos funcionais e ornamentais das fachadas ecléticas pelotenses: 1870-1931. Estuques. Um olhar sobre o banco nacional do comércio. X Seminário de História da Arte, Pelotas, v. 1, n. 1, 2011.

BETOCCHI, Margherita. Tra integrazione e mantenimento dell’identità: la cultura italiana nel Rio Grande do Sul e il Correio Riograndense. Verona, 2011.

OLIVEIRA, Mario Mendonça de. Um sistema para a consolidação de estuque no Palácio Rio Branco. Salvador, CNPQ/FNPM, 1983. 166p.

CAVALIERI, Daniel Gonçalves. Os imigrantes italianos e os ítalodescendentes em belo horizonte: identidade e sociabilidade (1897-1942). Mariana, 2011. 130f.

OLIVEIRA, Mario Mendonça de. As fortificações portuguesas de Salvador quando cabeça do Brasil. Salvador: Omar G., 2004. 264 p. :il.

CORREIA, Telma de Barros. Ornato e despojamento no mundo fabril. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.19. n.1. p. 11-79 jan.- jun. 2011

PEDONE, Jaqueline Viel Caberlon. O espírito eclético na arquitetura. Revista ARQTEXTO. Rio Grande do Sul, 2005. p. 127-137.

55


PERES, Rosilena Martins. Legado da Tecnologia Construtiva de Imigrantes Italianos ao Patrimônio Arquitetônico de Pelotas. Porto Alegre, 2008.

RIBEIRO, Nelson Pôrto. Técnicas construtivas tradicionais das alvenarias no Brasil. In: BRAGA, Márcia (org.). Conservação e restauro: arquitetura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Rio, 2003. p. 53-84.

PUPPI, Suely de Oliveira Figueirêdo. Profissionais Italianos na Salvador Eclética. Oitocentos - Arte Brasileira do Império à República - Tomo 2. / Organização Arthur Valle, Camila Dazzi. Rio de Janeiro: EDURUFRRJ/DezenoveVinte, 2010.

SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Ecletismo na fronteira meridional do Brasil: 1870-1931. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo – Área de Conservação e Restauro) Universidade Federal da Bahia, 2007.

FIUZA; J. F.; SILVA, F. G. S. Comparação da arquitetura histórica italiana e brasileira – contexto histórico e influências: estudo de caso na Bahia. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 40-56, abr.-maio, 2015.

Recebido em: 16 abr. 2015. Aprovado em: 21 abr. 2015.

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Avaliando a acessibilidade de portais de notícias online com o software ASES (Avaliador e Simulador para a Acessibilidade de Sítios) ASSESSING THE ACCESSIBILITY OF ONLINE NEWS PORTALS WITH ASES SOFTWARE (ASSESSOR AND SIMULATOR FOR SITES OF ACCESSIBILITY)

Carlos Estevão Bastos Sousa Graduado em Sistemas de Informação pela Faculdade Ieducare (FIED) Ubajara, CE E-mail: carlosestevao1@hotmail.com Juliana Gomes Fontinele Graduanda em Letras – Português pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Ubajara, CE E-mail: jujufontinele09@gmail.com Marques Jordão Santos da Silveira Graduado em Administração pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) São Benedito, CE E-mail: marques.jordao1@hotmail.com

SOUSA, C. E. B.; FONTINELE, J. G.; SILVEIRA, M. J. S. Avaliando a acessibilidade de portais de notícias online com o software ASES (Avaliador e Simulador para a Acessibilidade de Sítios). Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 57-65, abr.-maio, 2015.

RESUMO A informação é um fator de grande importância para todos e é algo que não deve ser restrito. De acordo com a Lei nº. 7.724, art. 8º: Os sítios na Internet dos órgãos e entidades deverão, em cumprimento às normas estabelecidas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, atender aos seguintes requisitos, entre outros: [...] VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas

com deficiência. Pensando desta forma, o presente artigo tem o objetivo de testar não apenas os sítios dos órgãos e entidades, mas os principais portais de notícias, que como o próprio nome já informa, são fontes de informação e assim, também de grande importância para todos. É fato de que na maioria dos casos, o programador/designer elabora um sítio eletrônico e acaba, por muitas vezes, esquecendo que a

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informação é direito da população em sua totalidade. No entanto, pessoas com problemas/deficiências como: hipermetropia, miopia, daltonismo, catarata, glaucoma e retinopatia acabam por serem excluídas deste direito. Pensando nesta problematização, o presente artigo documentará o teste de vários sites de notícias utilizando o software do governo

ASES com o intuito de que o leitor deste documento possa conhecer seus direitos ou de outrem e para os profissionais/empresas que criam estes portais possam garantir o direito de informação a essa parcela da sociedade, independente das especificidades de cada um.

Palavras-chave: Testes. Acessibilidade. Sites. Deficiência visual. ABSTRACT Information is a big factor of importance for everyone and is something that should not be restricted. According to Law nº. 7724, art. 8: The websites of the agencies and entities shall, in compliance with the standards established by the Ministry of Planning, Budget and Management, meet the following requirements, among others: [...] VIII - ensure the accessibility of content for people with disabilities. Thinking this way, this article aims to test not only the sites of bodies and agencies, but the main news portals, which as its name tells, are sources of information and thus also of great importance for everyone. It is a fact that in most cases, the programmer/designer prepares an

electronic site and over, many times, forgetting that the right information is the population as a whole. However, people with problems / deficiencies as hyperopia, myopia, color blindness, cataracts, glaucoma and retinopathy end up being excluded from this right. Thinking about this questioning, this article will document the test of various news sites using the software ASES government in order that the reader of this document to know their rights or of others and for professionals / companies that create these portals can guarantee right to information to this segment of society, regardless of the specifics of each.

Keywords: Tests. Accessibility. Websites. Visual impairment.

1. INTRODUÇÃO

D

e acordo com a Lei nº 7.724 de 2012, art. 8º: Os sítios na Internet dos órgãos e entidades deverão, em cumprimento às normas estabelecidas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, atender aos seguintes

requisitos, entre outros: [...] VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência.

Segundo o Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004: Art. 47. No prazo de até doze meses a contar da data de publicação deste Decreto, será obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial de computadores (internet), para o uso das pessoas portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às informações disponíveis.

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§ 1º Nos portais e sítios de grande porte, desde que seja demonstrada a inviabilidade técnica de se concluir os procedimentos para alcançar integralmente a acessibilidade, o prazo definido no caput será estendido por igual período. § 2º Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas portadoras de deficiência conterão símbolo que represente a acessibilidade na rede mundial de computadores (internet), a ser adotado nas respectivas páginas de entrada. § 3º Os telecentros comunitários instalados ou custeados pelos Governos Federal, Estadual, Municipal ou do Distrito Federal devem possuir instalações plenamente acessíveis e, pelo menos, um computador com sistema de som instalado, para uso preferencial por pessoas portadoras de deficiência visual. Art. 48. Após doze meses da edição deste Decreto, a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos de interesse público na rede mundial de computadores (internet), deverá ser observada para obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 2º. Se confeccionarmos páginas navegáveis via teclado pelas [consequentes] teclas de atalho, e se criarmos uma boa usabilidade das mesmas, atingiremos um percentual de acessibilidade bastante bom para a navegação por pessoas com deficiência, como cegos, tetraplégicos, alguns níveis de paralisia cerebral e outros, além de podermos deixar a navegação mais rápida, fácil e eficiente para todos, com o chamado desenho universal, o que inclui pessoas sem deficiências sensoriais, motoras ou cognitivas (QUEIROZ, 2006).

Faz-se necessário que os desenvolvedores, programadores e interessados em geral na criação de sítios virtuais, procurem colocar a acessibilidade como requisito para as respectivas criações voltadas para a informação e comunicação, dessa

maneira,

a

tecnologia alcançará o máximo possível de pessoas, sem excluir ninguém, consequentemente, atingirá ao proposto pela Lei e facilitará a convivência entre todos. 2. EMBASAMENTO TEÓRICO

T

endo em vista as leis citadas no tópico anterior o governo federal brasileiro lançou o software ASUS (Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios) que surgiu para avaliar, simular e corrigir páginas dos órgãos do governo

levando em consideração a acessibilidade das mesmas. O programa possui no Brasil licença LGPL (GNU Lesser General Public License) – licença para software livre e de código semiaberto. Ao desenvolver ou redesenhar um site, a avaliação da acessibilidade logo no início e ao longo do trabalho detectará itens de acessibilidade que se tornarão mais fáceis de corrigir do que se deixarmos o trabalho de avaliação para o final do projeto. Técnicas simples, tais como alterar as 'setagem' do browser (resolução, tamanho da janela,

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tamanhos de fontes, etc...) podem determinar conformidades com alguns itens de acessibilidade. Uma avaliação acurada para determinar se um site está conforme as diretrizes de acessibilidade é uma tarefa mais complexa (HENRY, 2005). Figura 1: Software ASES (Avaliador e Simulador para Acessibilidade de Sítios)

Fonte: (GOV.BR, [20-?]a)

Como podemos perceber nas imagens abaixo o software ASES também simula diversos problemas de visão, tais como: hipermetropia (visão desfocada), miopia (vista curta), daltonismo (anomalia na visão de cores), catarata (visão nublada), glaucoma (diminuição da acuidade visual) e retinopatia (qualquer patologia da retina). Figura 2: Portal UOL à direita vista por uma pessoa sem problemas de visão e a esquerda por uma pessoa com retinopatia

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Figura 3: Portal Globo.com à direita vista por uma pessoa sem problemas de visão e a esquerda por uma pessoa com hipermetropia

O software ASES divide o teste de níveis de acessibilidade em três prioridades onde cada uma possui peculiaridades como podemos ver abaixo:

Prioridade 1: Verifica se o sítio fornece algum texto ou palavra a um elemento não textual (imagens ou vídeos), informações como idiomas, cores, organização semântica da página, atualização de conteúdos dinâmicos, etc;

Prioridade 2: cores na página, utilização de Doctypes, valores em propriedades CSS, cabeçalhos, citações, listas e pontos enumeradores, redirecionamentos, etc.

Prioridade 3: abreviaturas e siglas, ordem de tabulação, links adjacentes, tipos de documentos, etc.

Além das prioridades citadas anteriormente, o programa também divide as mesmas em avisos e erros, assim: os erros são códigos que irão dificultar/impossibilitar o acesso ao conteúdo aos usuários e os avisos são, de acordo com (SOARES, 2005), verificações/recomendações

feitas

pelo

avaliador

em

função

da

impossibilidade destes softwares testarem e assegurarem a acessibilidade em muitos ítens, como, por exemplo: a identificação clara do destino de cada link, a utilização de linguagem mais clara e simples possível ou ainda de assegurar que todas as informações veiculadas com cor estejam também disponíveis sem cor.

Os tipos de avaliação do software ASES se dividem em WACG 2.0 e E-MAG 3.0 onde a primeira representa Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web da W3C e a segunda o Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico do Governo Federal Brasileiro.

61


Existem milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais que tem o seu acesso a Web restrito. Atualmente a maioria dos Web sites têm barreiras de acessibilidade que dificultam ou mesmo tornam impossível para estas pessoas, acessar o site. Contudo, se os Web sites e Web software foram projetados acessíveis, estas pessoas poderão usar os sites efetivamente (HENRY, 2005).

3. METODOLOGIA DO TRABALHO

D

e acordo com (SACCHITIELLO, 2013) o ranking dos portais de notícias de maior audiência no Brasil são UOL (35.801 milhões), Globo.com (30.529 milhões), R7 (27.432 milhões), Terra (26.981 milhões) e iG (19.603 milhões).

Levando em consideração os dados citados, estes portais foram escolhidos para os testes, tendo em vista a grande quantidade de acessos nos mesmos. Figura 4: Teste realizado com o portal R7 utilizando o software ASES

4. ANÁLISE DOS DADOS

Legenda: Avisos P1: avisos de prioridade 1 Erros P1: erros de prioridade 1

62


Avisos P2: avisos de prioridade 2 Erros P2: erros de prioridade 2 Avisos P3: avisos de prioridade 3 Erros P3: erros de prioridade 3

Figura 5: Gráfico destacando erros (vermelho) e avisos (amarelo)

5. DISCUSSÃO DOS DADOS

omo podemos perceber, os portais analisados não são de órgãos do

C

governo, o que não os obriga a seguir a Lei da Acessibilidade, desta forma, conforme analisado no tópico anterior, apesar de serem os maiores portais

de notícias do Brasil, os mesmos possuem muitos erros e avisos relacionados a acessibilidade, assim podemos afirmar que o portal com mais erros de prioridade é o portal R7 (3º portal de notícias mais acessado do país) e que dentre os sítios testados nenhum deles continha erros de prioridade 3.

Em todos os portais testados até a data de construção do presente artigo o software ASES informou os seguintes avisos/erros: 

A página deve continuar legível e funcional quando redimensionada para até 200%. Assim, é preciso garantir que, quando a página for redimensionada, não ocorram sobreposições de texto nem o aparecimento de uma barra horizontal;

Links Adjacentes devem ser separador por mais do que simples espaços, para que não fiquem confusos, em especial para usuários que utilizam leitor de tela.

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Para isso, é recomendado o uso de listas, onde cada elemento dentro da lista é um link. As listas podem ser estilizadas em CSS para que os itens sejam mostrados de maneira desejada, como um ao lado do outro por exemplo; 

Deve-se identificar claramente o destino de cada link, informando, inclusive, se o link remete a outro sítio. Além disso, é preciso que o texto do link faça sentindo mesmo quando isolado do contexto da página. É preciso tomar cuidado para não utilizar o mesmo título para dois ou mais links que apontem para destinos diferentes;

Deve ser fornecida uma descrição para as imagens da página, utilizando-se o atributo alt. Imagens que não transmitem conteúdo, ou seja, imagens decorativas, devem ser inseridas por CSS;

Entre outros.

6. CONCLUSÃO

omo podemos perceber, até os principais portais de notícias de nosso país

C

não estão totalmente acessíveis aos portadores de deficiências visuais. O software ASES (Avaliador e Simulador para a Acessibilidade de Sítios) surge

como uma ótima ferramenta para os desenvolvedores, pois, traz uma nova visão de testes e leva em consideração não só a codificação/funcionalidade, mas também o direito de informação a todos, às pessoas que não desenvolvem sites é válido lembrar que os mesmos precisam conhecer seus direitos ou de outrem para que possam garantir o direito de informação a todos independente de ser um portal do governo ou não. Há a necessidade de que todos os envolvidos no processo tenham consciência da importância da acessibilidade e de suas regras, e dessa maneira, criem sites e projetos capazes de incluir os indivíduos que ás vezes são excluídos da sociedade por serem considerados “incapazes”.

REFERÊNCIAS BRANDT, B. Lei de Acessibilidade. Já ouviu falar? [S.l.], jun. 2010. Disponível em: <http://www.bergbrandt.com/2010/06/1 7/lei-de-acessibilidade-ja-ouviu-falar//>. Acesso em dez. 2014.

GOV.BR. Acessibilidade web, Usabilidade, Teclado e Leitores de Tela. [S.l.], [20-?]b. Disponível em: <http://acessodigital.net/art_maq_noco es.html/>. Acesso em jan. 2015. GOV.BR. ASES - Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios.

64


Brasília, [20-?]a. Disponível em: <http://www.governoeletronico.gov.br/a coes-e-projetos/e-MAG/ases-avaliadore-simulador-de-acessibilidade-sitios/>. Acesso em dez. 2014.

<http://www.meioemensagem.com.br/h ome/midia/noticias/2013/03/11/R7passa-terra-no-ranking-dosportais.html/>. Acesso em dez. 2014. SOARES, H. O Selo não garante a acessibilidade. [Rio de Janeiro], jun. 2005. Disponível em: <http://acessodigital.net/art_o_selo.html >. Acesso em jan. 2015.

HENRY, S. L. Introdução à Acessibilidade na Web. [S.l.], [20-?]. Disponível em: <http://www.maujor.com/w3c/introwac.h tml/>. Acesso em jan. 2015.

TI INSIDE ONLINE. Governo disponibiliza software para testar acessibilidade de sites. [S.l.], dez. 2007. Disponível em: <http://convergecom.com.br/tiinside/21/ 12/2007/governo-disponibilizasoftware-para-testar-acessibilidade-desites/#.VLRitSvF_Wd/>. Acesso em jan. 2015.

QUEIROZ, M. A. Legislação. Brasília, [20-?]. Disponível em: <http://www.governoeletronico.gov.br/a coes-e-projetos/e-MAG/legislacao/>. Acesso em jan. 2015. SACCHITIELLO, B. R7 passa Terra no ranking dos portais. São Paulo, mar. 2013. Disponível em:

SOUSA, C. E. B.; FONTINELE, J. G.; SILVEIRA, M. J. S. Avaliando a acessibilidade de portais de notícias online com o software ASES (Avaliador e Simulador para a Acessibilidade de Sítios). Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 57-65, abr.-maio, 2015.

Recebido em: 20 jan. 2015. Aprovado em: 10 fev. 2015.

65


Elicitação de requisitos de software: uma abordagem bibliográfica entre prototipação e entrevista ELICITATION SOFTWARE REQUIREMENTS: APPROACH BETWEEN LITERATURE AND PROTOTYPING INTERVIEW

Janaide Nogueira de Sousa Ximenes Bacharel em Sistemas de Informação. Faculdade Ieducare - FIED. Tianguá, CE. E-mail: janaide@hotmail.com Rosaria Olivindo dos Santos Graduanda em Sistemas de Informação. Faculdade Ieducare - FIED. Tianguá, CE. E-mail: rolivindo@gmail.com Rhyan Ximenes de Brito Bacharel em Ciências da Computação. Faculdade Ieducare - FIED. Tianguá, CE. E-mail: rxbrito@gmail.com Fábio José Gomes de Sousa Bacharel em Ciências da Computação. Instituto Federal do Ceará (IFCE). Aracati, CE. E-mail: prof.fabiojose@gmail.com

XIMENES, J. N. de S. et al. Elicitação de requisitos de software: uma abordagem bibliográfica entre prototipação e entrevista. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 66-76, abr.-maio, 2015.

RESUMO A elicitação dos requisitos corresponde a fase inicial da engenharia de requisitos e envolve algumas atividades de descoberta dos requisitos. A elicitação de requisitos possui várias técnicas que auxiliam este processo, já que é um processo onde possui muitas dificuldades, dentre elas estão: os usuários podem não ter conhecimento suficiente para definir as necessidades do sistema, não existir tempo suficiente para o processo, alguns usuários podem sentir aversão ao novo sistema e

fornecer informações errôneas ou até mesmo negarem-se a participar do processo de análise, entre outras dificuldades. Podemos assim observar que a elicitação de requisitos é fundamental no processo de desenvolvimento de qualquer software, dessa forma o presente trabalho abordará uma comparação entre duas técnicas que são as mais relevantes e utilizadas pelo engenheiro de requisitos ou analista de sistemas. As técnicas de elicitação surgiram para ajudar a identificar

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os requisitos junto aos usuários. Uma técnica deve explorar características específicas do problema sendo tratado no desenvolvimento de um sistema. Existem técnicas próprias para se chegar a um entendimento sólido sobre o que o sistema deve ter e fazer, mas o passo inicial é saber se já existe um, e se existe, o que

existe nele que funciona bem e o que não funciona, assim, evita-se o retrabalho, diminuindo os custos e o tempo. Ainda que a elicitação de requisitos seja a primeira atividade a ser realizada, esta não ocorre exclusivamente uma vez, ou seja, as demais etapas da engenharia de requisitos podem conter a elicitação de requisitos.

Palavras-chave: Requisitos. Prototipação. Entrevista. ABSTRACT The elicitation of requirements corresponds to the initial phase of engineering requirements and involves some discovery activities requirements. The requirements elicitation has several techniques that assist this process, since it is a process which has many difficulties, among them are: users may not have enough knowledge to define the system requirements, there is not enough time for the process, some users may feel aversion to the new system and provide erroneous information or even refusing to participate in the review process, among other difficulties. We can also observe that the elicitation of requirements is essential in any software development process, so discuss a comparison of two techniques that are the most relevant and used by the

requirements engineer or systems analyst. The elicitation techniques have emerged to help identify the requirements with users. One technique is to exploit specific characteristics of the problem being addressed in the development of a system. There are proper techniques to reach a solid understanding of what the system should have and do, but the first step is to know if there is already one, and if there is, what is it that works well and what does not work as well, avoids rework, reducing the costs and time. Although the requirements elicitation is the first activity to be held, this does not occur exclusively once, that is, the remaining steps of the engineering requirements may contain the requirements elicitation.

Keywords: Requirements. Prototyping. Interview.

1. INTRODUÇÃO

abe-se que o processo de gerência de requisitos envolve as atividades que

S

ajudam as equipes de desenvolvimento a identificar, controlar e rastrear requisitos e gerenciar mudanças de requisitos em qualquer momento ao longo

do ciclo de vida do software. Nesse contexto existem dois tipos de requisitos em relação ao tipo de informação documentada: Requisitos funcionais que descrevem as funcionalidades ou os serviços que são esperados do sistema e os requisitos não funcionais que são aqueles requisitos não diretamente relacionados às funções essenciais do sistema. Sabe-se que o modo como o levantamento de requisitos é feito influencia o software desenvolvido. Os requisitos elicitados são um indicador importante para o sucesso ou fracasso do produto desenvolvido. A elicitação dos requisitos corresponde à fase inicial da engenharia de requisitos e envolve algumas atividades de descoberta dos requisitos. Nessa perspectiva este trabalho tem como

67


objetivo investigar a eficácia da análise de requisitos através de métodos de coleta de dados que propiciem a construção de softwares de qualidade, de modo a satisfazer as exigências do mercado de T.I (Tecnologia da Informação).

Vale salientar que a Engenharia de Software apresenta-se como uma importante ferramenta no processo de desenvolvimento de softwares, oferecendo uma vasta gama de opções no tocante a técnicas, metodologias e modelos de processos. (SOMMERVILLE, 2007) Dentro dessa perspectiva o presente trabalho propõe um estudo bibliográfico sobre algumas dessas técnicas com ênfase na prototipação e entrevista.

Salientando

suas

características

e

usabilidade

no

mercado

de

desenvolvimento de softwares.

2. ENGENHARIA DE SOFTWARE

A

engenharia de software é uma área da computação voltada à especificação,

desenvolvimento e manutenção de sistemas, com a aplicação de tecnologias e práticas de gerência de projetos.

Sommerville (2007) escreve que a engenharia de software:

É uma disciplina da engenharia que se ocupa de todos os aspectos da produção de software, desde os estágios inicias de especificação do sistema até a manutenção desse sistema, depois que ele entrou em operação. Pressman (2006) define que “a engenharia de software como uma abordagem sistemática e disciplinada para o desenvolvimento de software”.

Jalote (2005) afirma que: A base da engenharia de software são conjuntos de atividades para o processo de desenvolvimento de software. A existência de vários tipos de processo de desenvolvimento de software e podemos dizer para resolver o problema do software usam estas atividades tais como: analise de requisito, design do software, código e teste.

A engenharia de software possui alguns desafios como, por exemplo, realizar manutenção de sistemas que foram desenvolvidos há muitos anos, diminuir o tempo para o fornecimento de sistemas complexos e grandes, sem que a qualidade seja

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comprometida e desenvolver técnicas para construir softwares que possam lidar com plataformas heterogêneas.

2.1. Elicitação de requisitos

O processo de engenharia de requisitos é influenciado por fatores sociais, organizacionais e humanos. Envolve áreas de conhecimento diferentes, com objetivos diferentes. Todos os problemas e conflitos nos requisitos devem ser evidenciados, que devem ser discutidos a fim de chegar a um comum acordo, observando as necessidades da organização. De acordo com Sommerville (2007) “requisitos de um sistema são descrições dos serviços que devem ser fornecidos por esse sistema e as suas restrições operacionais”. Pfleeger (2004) confirma a definição anterior concluindo que “um requisito de um sistema é uma característica do sistema ou a descrição de algo que o sistema é capaz de realizar para atingir seus objetivos”.

Os requisitos possuem um papel fundamental para o desenvolvimento de software, já que uma das principais medidas de qualidade, ou seja, sucesso do software é o grau no qual ele atende aos objetivos e requisitos para os quais o mesmo foi construído. Podemos considerar que os requisitos são a base para todo o ciclo de vida do software, como, a modelagem, projeto, implementação, testes e manutenção do software.

Os requisitos possuem uma classificação quanto ao tipo de informação documentada, faz uma distinção entre requisitos funcionais e requisitos não funcionais. 

Requisitos Funcionais: Descrevem as funcionalidades ou os serviços que são esperados do sistema. Nesse sentido Pfleeger (2004) afirma que “um requisito funcional descreve uma interação entre o sistema e o seu ambiente”.

Requisitos

Não-Funcionais:

São

aqueles

requisitos

não

diretamente

relacionados às funções essenciais do sistema. Podemos exemplificar com os requisitos de eficiência, segurança e confiabilidade.

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Barbosa et al.(2009) afirma que: A forma como a elicitação de requisitos é feita influencia o produto desenvolvido. Os requisitos levantados são um indicador importante para o fracasso ou sucesso do projeto de um software. Requisitos mal levantados ou mal interpretados geram retrabalho, custos e prazos extras, além de insatisfação do cliente.

Existem diversas técnicas de elicitação de requisitos e o profissional responsável deve fazer a seleção das técnicas utilizadas e estabelecer de que maneira elas serão integradas. 2.1.1. Entrevista

Na entrevista a comunicação é de extrema importância, pois trata-se de uma das técnicas mais usadas e frequentemente é a primeira a ser utilizada.

Entre as

vantagens está o contato direto com o usuário e validação imediata dos requisitos, porém existe a desvantagem da diferença de cultura entre o profissional e os stakeholders (são organização ou funcionários que terão sua rotina influenciada e possui o poder de decisão nos requisitos do sistema) e principalmente o conhecimento tácito. Durante a entrevista o engenheiro de requisitos deve estar de “cabeça aberta” e realizar a todo o processo sem noções pré-concebidas sobre o que será necessário, o entrevistador deve estar ciente da política organizacional da empresa.

De acordo com Sommerville (2007), entrevistas são usadas em quase todos os esforços de levantamento de requisitos. Nelas, os analistas formulam questões para os interessados e os requisitos são derivados das respostas a essas perguntas.

Como visto sem dúvida alguma a entrevista é uma das fontes mais valiosas para a obtenção das informações de que o analista precisa. No entanto, essa metodologia exige uma série de cuidados e que não devem ser negligenciados nem mesmo pelos profissionais mais experientes.

Antes mesmo de iniciar os levantamentos preliminares, o analista deve fazer um planejamento de todo o seu trabalho, inviabilizando improvisações desnecessárias, sempre importantes o trabalho racional e metódico.

70


Ante o exposto, um dos fatores que merece destaque nas entrevistas é o bom relacionamento humano do analista de sistemas com os usuários.

Caso sejam negligenciadas as técnicas de relacionamento humano, o levantamento de dados poderá ser um verdadeiro desastre, pois as informações podem ser comprometidas. Dessa forma as informações necessárias só serão obtidas, se o analista possuir um “um verdadeiro jogo de cintura” para conseguir conviver com ideias muitas vezes divergentes, sem entrar em confronto com usuários, sejam eles de quaisquer níveis da empresa, caso contrário o seu trabalho nessa fase poderá ser inútil. A humildade deve ser dosada, evitando-se a ingenuidade e, por conseguinte a subordinação do analista aos usuários, o que pode comprometer todo o projeto do sistema em andamento.

Dessa forma no decorrer das primeiras entrevistas, o analista coletará uma grande quantidade de informações, todavia de forma não muito clara e por isso deverão ser analisadas para se ter uma visão geral do sistema em operação.

Com efeito, as entrevistas de uma forma geral, têm um objetivo análogo, pois a maioria delas busca informações de natureza específica para cada caso. Quando se trata de analisar o sistema existente e descobrir as reais necessidades da empresa em termos de dados e informações, as entrevistas devem ser bem direcionadas as suas finalidades e não deve ser esquecido nenhum dos seguintes pontos: Marcar data e horário para a entrevista; a preparação do entrevistador; comportamento do entrevistador; separar fatos e opiniões; distinguir necessidades da empresa das necessidades dos usuários. 2.1.2. Prototipação

Na prototipação se desenvolve uma versão rápida e inicial do sistema a fim de auxiliar os usuários na validação e no levantamento dos requisitos. A prototipagem concede deter os comportamentos iniciais dos usuários em relação ao sistema a ser desenvolvido. Segundo Sommerville e Sawyer (1997) “um protótipo pode ser usado como meio de comunicação entre os diversos membros da equipe de desenvolvimento ou mesmo como meio de testar ideias”.

71


Existem dois tipos de protótipos podem ser desenvolvidos, quanto a utilização futura do protótipo como base para o sistema real, pode ser: 

Protótipo descartável: é um protótipo apenas exploratório, não se pretende utilizá-lo como uma parte no sistema, sendo descartado após a fase de validação de requisitos. Estes protótipos enfatizam o desenvolvimento rápido, sendo mais apropriado para projetos onde a equipe defronta-se com incertezas, imprecisão nos requisitos e ambiguidade.

Protótipo evolutivo: é parte do produto final e deve prover uma base para construir o produto de forma incremental, portanto deve ser considerado os princípios de qualidade e engenharia de software.

2.1.3. JAD (Joint Application Development)

Esta técnica foi desenvolvida pela IBM nos anos 70, envolve a participação de diferentes interessados na investigação, através de discussões, a fim de resolver problemas apresentando soluções possíveis. Em uma sessão JAD as metas já estão definidas e o foco destas sessões são as necessidades e desejos de usuários e os detalhes técnicos não são discutidos. De acordo com (DAMIAN, 1997)”JAD consiste de 5 fases: definição do projeto, pesquisa, preparação para a sessão JAD, a sessão JAD, o documento final.” 2.1.4. Observação

Os usuários geralmente têm dificuldades de expor com clareza detalhes dos requisitos, no entanto o contexto organizacional e social da empresa é extremamente importante para o desenvolvimento de um sistema e pode originar requisitos e restrições. A observação é uma técnica que deve ser combinada com outras, pois ela pode ser usada para negar ou confirmar informações. Esta técnica é importante ser utilizada, pois as informações que normalmente passam despercebidas quando usadas outras técnicas serão observadas, já que o analista estará observando como os processos estão sendo feitos e quais os meios utilizados em situações delicadas.

72


2.1.5. Questionários

Ao ser aplicado, cada usuário responde o questionário individualmente e posteriormente são identificados os requisitos por intermédio da análise das respostas fornecidas. É bastante utilizado quando os profissionais identificam a necessidade de obter informações de muitos usuários simultaneamente.

Isso levaria a crer que podem ser aplicados em grupos de numerosos usuários onde a ideia ou pensamento geral deva ser pormenorizado ou investigado. Pode e deve ser combinada com outras técnicas. Ante o exposto as perguntas devem ser sucintas, objetivas e sem duplicidade.

2.1.6. Brainstorming

Há várias técnicas de reuniões. Como exemplo Brainstorming e Reuniões, sendo essa última rápida e prática. Qualquer que seja o tipo, deve ser conduzida Por mediador atento e hábil suficiente para não deixar que a pauta escolhida divague, aliás fato corriqueiro.

Nesse sentido o brainstorming é uma técnica bastante eficiente para grupos desenvolverem ideias criativas. A ideia principal dessa técnica é unir os envolvidos no projeto, ou seja, profissionais e cliente para que cada um possa criar ideias que auxiliem a encontrar a melhor solução do problema. 2.1.7. Pesquisas

Embora a entrevista seja uma das técnicas mais difundidas atualmente para o levantamento de dados e fatos, é fundamental que o futuro analista de sistemas também saiba que esta não é a única. As pesquisas à documentação da empresa também constituem uma grande fonte de informações para o trabalho. Na fase de levantamento de dados e fatos, se o analista fizer opção pela metodologia de pesquisa, deve começar solicitando a todos os departamentos envolvidos cópias de todos os documentos utilizados.

Essa coletânea de documentos deverá conter um mínimo de dois jogos de cada documento, sendo um preenchido e outro em branco.

73


Além da análise de relatórios em geral, manuais de procedimento administrativos e operacionais, o analista deverá fazer uma análise de todos os arquivos existentes nos setores envolvidos.

Na maioria das vezes, a análise de dados e fatos é procedida utilizando-se de uma metodologia de trabalho mista, isto é, entrevistas e pesquisas de forma basicamente simultânea.

Explicando melhor, toda documentação existente dever ser analisada de forma bem detalhada e criteriosa, evitando-se a perda de alguma informação de grande importância. É bom lembrar que para se fazer essa avaliação, recomenda-se dividir a mesma em duas partes: análise de relatórios e análise de arquivos.

3. COMPARATIVO ENTRE AS TÉCNICAS DE ELICITAÇÃO

P

ode-se dizer que escolher e empregar uma técnica de elicitação não é uma tarefa comum, contudo diminuir a fase de elicitação de requisitos à utilização somente de técnicas não garante que os requisitos identificados satisfaçam o

cliente. De acordo com os estudos realizados, percebe-se que uma possível solução seria intercalar algumas técnicas dependendo das necessidades de cada projeto, a fim de, promover um trabalho colaborativo entre a equipe e os usuários, contribuindo para este processo tão importante que é a elicitação de requisitos. Sendo assim é útil utilizar várias das técnicas citadas concomitantemente, de modo a resultar em um levantamento de requisitos mais eficaz.

Com os estudos realizados podemos observar que os processos podem variar muito de uma organização para outra. Porém a decisão de um processo apropriado ao projeto gera muitos benefícios. Segue abaixo tabela comparativa entre as técnicas abordadas.

74


Tabela 1: Quadro Resumo Prototipação, Entrevista

CARACTERÍSTICAS

PROTOTIPAÇÃO

ENTREVISTA

Contato direto com o usuário

Não

Sim

Validação imediata dos requisitos

Sim

Não

Sim

Não

Permite que o usuário experimente o software

Sim

Não

Processo de elicitação mais rápido

Não

Sim

Estabelece a utilidade e a viabilidade do projeto

5. CONCLUSÃO

omo visto as técnicas de elicitação de requisitos no âmbito da Engenharia de

C

Software configura-se como um importante instrumento de coleta de dados para a construção de softwares, tendo em vista que embora existam várias

técnicas, algumas delas como a prototipação e a entrevista mostram-se como as mais comumente utilizadas, proporcionando uma estratégia de desenvolvimento baseada na construção de uma versão rápida tendo como finalidade auxiliar os usuários na validação e no levantamento de requisitos como, por exemplo, a prototipação. Já a entrevista detém os comportamentos iniciais dos usuários em relação ao sistema a ser desenvolvido. Nesses termos a entrevista é uma forma de comunicação de extrema importância, trata-se de uma das técnicas mais usadas e frequentemente a primeira a ser utilizada. Fica evidente que todas as técnicas utilizadas visam a busca na qualidade de softwares que tanto é almejada pelo mercado de T.I (Tecnologia da Informação).

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em: <http://www.cpsc.ucalgary.ca/~pand/se ng/613/report.html>. Acesso em: 16 jul. 2013. JALOTE, Pankaj. An Integrated Approach to Software Engineering. 3. ed. New York: Springer, 2005, 566p.

BUENO, C. F. S. CAMPELO, G. B. Qualidade de Software, p. 2, 2013.

KOTONYA, G.; SOMMERVILLE, I., Requirements engineering: processes and techniques. Chichester, England: John Wiley, 1998.

DAMIAN, Adrian, et al. Joint Application Development and Participatory Design.1997. Disponível

75


PFLEEGER, S. L. Engenharia de Software: Teoria e Prática. São Paulo: Prentice Hall, 2ª edição, 2004.

SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Software. 8. ed. São Paulo: Pearson, 2007.

PRESSMAN, Roger S. Engenharia de Software. 6. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006, 720p.

_____; SAWYER, Pete. Requirements Engineering - A good practice guide - Wiley 1997.

XIMENES, J. N. de S. et al. Elicitação de requisitos de software: uma abordagem bibliográfica entre prototipação e entrevista. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 66-76, abr.-maio, 2015.

Recebido em: 12 mar. 2015. Aprovado em: 26 mar. 2015.

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14º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO De 15 a 17 de junho de 2015. Local: São Paulo, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFTL

XVI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA De 28 de junho a 04 de julho de 2015. Local: Teresina, PI. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TKNQ

DOUTORADO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS/UFRN Até 30 de junho de 2015. Local: Natal/RN. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TKPJ

IX Congresso Latino Americano de Biomatemática De 13 a 17 de julho de 2015. Local: Botucatu, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/1XDD1

CONGRESSO BRASILEIRO DO AÇO De 12 a 14 de julho de 2015. Local: São Paulo, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFTN

XI CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA EM INICIAÇÃO CIENTÍFICA De 19 a 22 de julho de 2015. Local: Campinas, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFTQ

DOUTORADO EM MATEMÁTICA/UFPE Até 31 de julho de 2015. Local: Recife, PE. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TKQW

DOUTORADO EM QUÍMICA/UFRN Até 31 de julho de 2015. Local: Natal/RN. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TKPJ

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IV SBQP – SIMPÓSIO BRASILEIRO DE QUALIDADE DO PROJETO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO De 19 a 21 de agosto de 2015. Local: Viçosa, MG. Saiba mais em: http://boo-box.link/1XDE7

XLVII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA OPERACIONAL De 25 a 28 de agosto de 2015. Local: Porto de Galinhas, PE. Saiba mais em: http://boo-box.link/1XDD8

XX SIMPÓSIO NACIONAL DE BIOPROCESSOS & XI SIMPÓSIO DE HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DE BIOMASSA De 01 a 04 de setembro de 2015. Local: Fortaleza, CE. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFU9

CONGRESSO DE MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL De 05 a 08 de setembro de 2015. Local: Vitória, ES. Saiba mais em: http://boo-box.link/1XDDQ

2º CONGRESSO NACIONAL DE MATEMÁTICA APLICADA A INDÚSTRIA, 1º ENCONTRO REGIONAL DE MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL DA REGIONAL 2 E 4ª SEMANA DE MATEMÁTICA INDUSTRIAL DA UFC De 05 a 09 de outubro de 2015. Local: Fortaleza, CE. Saiba mais em: http://boo-box.link/1XDDC

9º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO De 07 a 09 de outubro de 2015. Local: São Carlos, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/1XDDV

15º CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA E AMBIENTAL De 18 a 21 de outubro de 2015. Local: Bento Gonçalves, RS. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUA

57º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO De 27 a 30 de outubro de 2015. Local: Bonito, MS. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUD

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EVENTOS ACADÊMICOS: CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

V ENCONTRO LUDOVICENSE DE FENOMENOLOGIA, PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA E FILOSOFIAS DA EXISTÊNCIA De 27 a 29 de abril de 2015. Local: São Luís, MA Saiba mais em: https://sites.google.com/site/vencdefenpsifenfildaexistencia/

II ENC. INTERN. PARTICIPAÇÃO, DEMOCRACIA E POLÍTICAS PÚBLICAS De 27 a 30 de abril de 2015. Local: Campinas, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TJ8A

VIII ENCONTRO MARANHENSE DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO De 12 a 15 de maio de 2015. Local: São Luís, MA. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUI

III SIMP. INTERN. LAVITS: VIGILÂNCIA, TECNOPOLÍTICAS, TERRITÓRIOS De 13 a 15 de maio de 2015. Local: Rio de Janeiro, RJ. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUK

8º CONGRESSO DO INSTITUTO FRANCO-BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS De 18 a 19 de maio de 2015. Local: Gramado, RS. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUL

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VI SEMINÁRIO NACIONAL SOCIOLOGIA & POLÍTICA/UFPR De 20 a 22 de maio de 2015. Local: Curitiba, PR. Saiba mais em: http://boo-box.link/1U6QE

VI SEMINÁRIO NACIONAL SOCIOLOGIA & POLÍTICA: "RELEITURAS CONTEMPORÂNEAS: O BRASIL NA PERSPECTIVA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS" De 20 a 22 de maio de 2015. Local: Curitiba, PR. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUU

I CONGRESSO NACIONAL DE PROGRAMAS EDUCATIVOS PARA JOVENS, ADULTOS E IDOSOS De 20 a 23 de maio de 2015. Local: Campos dos Goytacazes, RJ. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUS

V SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA De 26 a 28 de maio de 2015. Local: Rio de Janeiro, RJ. Saiba mais em: http://boo-box.link/1XDES

VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO De 29 de junho a 02 de julho de 2015. Local: Maringá, PR. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUW

XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA: “SOCIOLOGIA EM DIÁLOGOS TRANSNACIONAIS” De 20 a 23 de julho de 2015. Local: Porto Alegre, RS. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUX

XXVIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA De 27 a 31 de julho de 2015. Local: Florianópolis, SC. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TFUZ

VII JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS De 25 a 28 de agosto de 2015. Local: São Luís, MA. Saiba mais em: http://boo-box.link/1TJ7T

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DIVULGUE SEU EVENTO Saiba como divulgar na Revista Espaço Científico Livre eventos acadêmicos como: congressos, semanas acadêmicas, seminários, simpósios entre outros. Para divulgação de eventos acadêmicos envie um e-mail para espacocientificolivre@yahoo.com.br para receber maiores informações.


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“Na vida, não existe nada a temer, mas a entender.” Marie Curie

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