Percy Jackson e a maldição dos titans

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Agora, eu não sabia nada sobre D.C., mas não via como todo o seu sistema de metrô poderia ter menos de doze anos. Acho que todos estavam pensando a mesma coisa, porque eles pareciam bem confusos. “Bianca,” disse Zoe. “Há quanto tempo atrás...” A voz dela esmoreceu. O barulho do helicóptero estava ficando mais alto de novo. “Precisamos trocar de trem,” eu disse. “Próxima estação.” Durante a próxima meia hora, tudo no que pensávamos era escapar em segurança. Trocamos de trem duas vezes. Eu não tinha idéia para onde estávamos indo, mas depois de um tempo despistamos o helicóptero. Infelizmente, quando finalmente saímos do trem nos encontrávamos no fim da linha, em uma área industrial com nada além de armazéns e trilhos de ferrovias. E neve. Muita neve. Aparentava estar mais frio aqui. Eu estava contente pelo meu novo casaco de pele de leão. Vagamos pelo pátio da ferrovia, pensando que poderia haver outro trem de viagem em algum lugar, mas havia apenas fileiras e fileiras de carros de carregamento, a maioria coberta de neve, como se não tivessem se mexido em anos. Um sem-teto estava junto a uma fogueira acesa em uma lata de lixo. Nós devemos ter parecido bem patéticos, porque ele nos deu um sorriso banguela e disse, “Tão precisando se aquecer? Venham pra cá!” Nós nos amontoamos ao redor da fogueira dele, Thalia estava batendo os dentes. Ela disse, “Bem, isso é ó-ó-ótimo.” “Meus cascos estão congelados,” Grover se lamentou. “Pés,” eu corrigi, por causa do sem-teto. “Talvez devêssemos comunicar o acampamento,” Bianca disse. “Quíron —”

“Não,” disse Zoe. “Eles não podem mais nos ajudar. Nós devemos terminar a missão.” Fixei o olhar miseravelmente no pátio da ferrovia. Em algum lugar, no extremo oeste, Annabeth estava em perigo. Ártemis estava acorrentada. Um monstro do juízo final estava solto. E nós estávamos presos nas periferias da capital, dividindo a fogueira com um sem-teto. “Sabe,” o sem-teto disse, “você nunca está completamente sem amigos.” Seu rosto estava encardido e sua barba emaranhada, mas sua expressão parecia amigável. “Vocês crianças precisam de um trem que vai para oeste?” “Sim, senhor,” eu disse. “Você sabe de algum?” Ele apontou uma mão sebosa. De repente percebi um trem de carregamento, brilhando e sem neve. Era um daqueles trens que carregam automóveis, com cortinas de malha de aço e três andares de carros dentro. Ao lado do trem de carga dizia LINHAS SOL OESTE. “Isso é... conveniente,” disse Thalia. “Obrigado, hã...” Ela se virou para o homem sem-teto, mas ele tinha sumido. A lata de lixo à nossa frente estava fria e vazia, como se ele tivesse levado as chamas consigo. Uma hora depois estávamos nos deslocando ruidosamente para oeste. Não houve problema sobre quem iria dirigir agora, porque todos nós pegamos nossos próprios carros de luxo. Zoe e Bianca estavam esparramadas em um Lexus no andar de cima. Grover estava brincando de piloto de corrida atrás do volante de uma Lamborghini. E Thalia tinha feito ligação direta no rádio de uma Mercedes SLK preta para poder escutar as estações de rádio de rock alternativo da capital. “Posso me juntar a você?” perguntei a ela.


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