Percy Jackson e a maldição dos titans

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Quando olhou a caneta, Quíron fez uma careta. “Não é surpresa Zoe não querer você por perto, suponho. Não enquanto você estiver carregando essa arma em particular.” Não entendi o que ele queria dizer com isso. Então me lembrei de algo que ele havia me dito há um longo tempo atrás, na primeira vez que me entregou a espada mágica: Ela tem uma história longa e trágica, que nós não precisamos entrar em detalhes. Queria perguntar a ele sobre isso, mas ele puxou um dracma de ouro de seu alforje e jogou para mim. “Ligue para sua mãe, Percy. Deixe-a saber que você está indo para casa pela manhã. E, ah, se vale a pena saber... Eu quase me voluntariei para essa missão. Teria ido, se não fosse pela última frase.” “E pelas mãos de um parente um perecerá. É.” Nem precisava perguntar. Eu sabia que o pai de Quíron era Cronos, o maligno Lorde Titã em pessoa. A frase faria perfeito sentido se Quíron fosse na missão. Cronos não se importava com ninguém, incluindo seus próprios filhos. “Quíron,” eu disse. “Você sabe o que é essa maldição do Titã, não sabe?” Sua face escureceu. Ele fez uma garra sobre seu coração e empurrou para fora — um antigo gesto para se proteger contra o mal. “Vamos torcer para que a profecia não signifique o que eu penso. Agora, boa noite, Percy. E sua vez irá chegar. Estou convencido disso. Não precisa ter pressa.” Ele disse sua vez do jeito que as pessoas falam quando querem dizer sua morte. Não sabia se Quíron fez de propósito, mas o brilho em seus olhos me deixou assustado para perguntar. Fiquei em pé junto à fonte de água salgada, esfregando a moeda de Quíron em minhas mãos. Eu realmente não estava disposto a ter outro adulto me falando que fazer nada era a melhor coisa que eu podia fazer, mas achei que minha mãe precisava de uma atualização. Finalmente, respirei fundo e arremessei a moeda. “Ó deusa, aceite minha oferenda.” A névoa cintilou. A luz do banheiro era suficiente para fazer um fraco arco-íris. “Mostre-me Sally Jackson,” eu disse. “Upper East Side, Manhattan.” E na névoa estava uma cena que eu não esperava. Minha mãe estava sentada em nossa cozinha com um... cara. Eles estavam rindo histericamente. Havia uma grande pilha de livros entre eles. O homem tinha, não sei, trinta e poucos anos, com longos cabelos grisalhos e uma jaqueta marrom por cima de uma camiseta preta. Ele parecia um ator — como um rapaz que atuaria como um policial disfarçado na televisão. Estava muito surpreso para dizer algo, e por sorte, minha mãe e o cara estavam muito ocupados rindo para notar minha mensagem de Íris. O rapaz disse, “Sally, você é uma bagunceira. Quer mais vinho?” “Ah, eu não devo. Pode continuar se quiser.” “Na verdade, acho que devo usar seu banheiro. Posso?” “No fim do corredor,” ela disse, tentando não rir. O cara ator sorriu, levantou-se e saiu. “Mãe!” eu disse. Ela pulou tão forte que quase derrubou os livros da mesa. Finalmente ela se concentrou em mim. “Percy! Oh, querido! Está tudo bem?” “O que você está fazendo?” eu exigi. Ela piscou. “Dever de casa.” Então parece que ela entendeu minha expressão facial. “Ah, querido, é apenas o Paul — hum, Sr. Bayck. Ele está no meu seminário de redação.” “Sr. Baiacu?”


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