Recreação Magazine - Fevereiro/Março 2010

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Editorial A Recreação Magazine inaugura uma nova fase em sua recente história. Uma nova roupagem, agora efetivamente com “cara” de revista, com páginas que viram, que podem ser folheadas livremente na tela de seu computador! Estamos cuidando de transformar as edições anteriores neste mesmo padrão que consideramos mais agradável e atraente e até mesmo mais lúdico, não acham? Firmes em nossa proposta sustentável, manteremos a edição apenas virtual, sem revistas impressas. Isto se deve à grande redução de impacto ambiental e econômico que esta versão digital permite, democratizando o conhecimento pela possibilidade de distribuição gratuita e sem fronteiras, afinal nosso país é terra de internautas. Somos mais de 40 milhões de computadores com acesso banda larga residencial. Isto sem falar que somos o maior país em acesso a rede via “lan house” ou postos públicos de acesso. Isto significa nossas mensagens chegando a mais gente e cada vez mais longe! Estamos também passando por um processo de redefinição de nossas áreas, partido para uma tendência de reservar um setor dedicado à leitura de pais interessados no desenvolvimento amplo de seus filhos. Um outro setor dedicado ao mercado de trabalho da recreação e a formação profissional, cursos, congressos, simpósios. Sempre com uma visão ampla de história, presente e propostas para o futuro. Em um terceiro segmento nos dedicaremos às práticas recreativas, com sugestões e dicas de como fazer jogos, canções, dobraduras, pinturas, etc. Ainda um setor dedicado às relações de recreação com a educação, seja formal ou informal, a recreação e a escola, a recreação e a formação integral do indivíduo. Fechando a revista, mas não com menor importância dedicararemos nossa página a elaboração da “Parada do Lazer”, um espaço para a divulgação de livros, cursos, escolas empresas, universidades, materiais didáticos, hotéis de lazer, buffets, programações culturais, atividades recreativas e de lazer, entre outras coisas ligadas ao tema.






A busca por garantias de uma vida tranqüila e cheia de realizações para nossos filhos é uma realidade constante na cabeça de cada pai e cada mãe. Acredito que não há nada que bons pais desejam mais do que tomar as decisões corretas que possam levar seus filhos a uma vida plena e feliz. Para garantir o futuro de seus filhos pais investem muito nas melhores escolas. Cada vez mais estas escolas acrescentam novos conteúdos para que as crianças saibam, quando adultas, muitas línguas, informática, estruturas multimídias, robótica, entre outras tecnologias, além de todo o conteúdo regular. Escolas divulgam suas “super formações” e se baseiam no número de alunos que passam no vestibular para documentar seu sucesso no ensino e formação. Cabe entretanto a reflexão: será que entrar numa boa universidade é um passo essencial para a felicidade, para a realização? Pelo que observamos na sociedade atual, a resposta a esta questão é: Não! Acompanhamos diariamente nos noticiários as barbaridades que são realizadas nas semanas de trote nas grandes universidades, geralmente nos cursos mais disputados. O perfil do aluno que realiza estas violências físicas e morais contra seus novos colegas de turma é de uma pessoa que estudou muito, em excelentes escolas –

enfim uma pessoa muito inteligente! Será que inteligência formal é o caminho certo para a felicidade? Nunca tivemos tantos casos de violência gratuita em nossa sociedade, principalmente se observarmos a parcela da sociedade que cursou as boas escolas. Observamos um grande número de problemas de personalidade, bloqueios, auto estima abalada, depressões, preconceito, solidão, neuroses, principalmente nas classes altas. Qual a vida que queremos para nossos filhos é que deve ser a questão. Hoje uma pessoa adulta considerada feliz é alguém que tem um bom emprego em uma área que gosta muito, uma boa casa, uma boa família, segue uma religião, tem atividades de lazer que o satisfazem, também tem muitos amigos sinceros com quem pode contar sempre que precisar. Se este também é o perfil que você acredita como de uma pessoa feliz e realizada atente-se bem nos passos que seus filhos devem trilhar para chegarem lá. Se observarmos pessoas realmente felizes veremos que são pessoas que aprenderam a resolver problemas, ao invés de se queixar deles. Aprenderam a conviver em sociedade, trabalhar em equipe, lutar por um objetivo,


com paciência e perseverança, apreciando a beleza do caminho, não apenas o resultado final. Pessoas de boa auto estima, que se relacionam bem com as pessoas, que sabem conversar, sabem ouvir e aprender com o outro. Estão abertos às novidades e encaram com tranqüilidade as mudanças. Aceitam as diferenças entre as pessoas, são tolerantes e lidam bem com a vitória e com a derrota. Apreciam as coisas boas e bonitas da vida. Afinal estas característica serão essenciais para se obter um bom emprego e ter um bom desempenho dentro dele, com uma vida profissional estável e bem sucedida. Também serão estas características essenciais a constituição de uma família bem estruturada e feliz. Igualmente para a formação de uma boa rede de amigos. Percebam que não estamos falando necessariamente de pessoas ricas. O conceito aqui apresentado de uma pessoa bem sucedida tem relação com todos os aspectos da vida, e não apenas com os aspectos financeiros, que no geral não criam a alegria, apenas criam o poder. Estas característica acima citadas são, em geral, estruturada no contato humano adequado. Crianças que durante toda sua formação brincaram de várias coisas, com várias pessoas, em várias situações, acompanhadas pelos pais ou por profissionais adequados, treinaram

estes comportamentos e aprenderam a ser assim. Se bem orientados, nas brincadeiras as crianças aprendem a se expor gradualmente, testando seus conhecimentos e a aceitação de suas idéias pelo grupo. Aprendem como falar e como apresentar suas opiniões. Aprendem a vencer e a perder. Aprendem a importância do trabalho em equipe, do fazer parte de um grupo, do valorizar as características individuais, as diferenças de habilidades, de conhecimentos, de capacidades. Brincando exercitam a criatividade e a observação do mundo e do outro. Observando e participando aprendem a solucionar problema. Se relacionando desenvolvem sua auto estima. No brincar a criança aprende a dividir o poder, delegar funções para pessoas mais capacitadas à questão. O objetivo de trabalhar juntos por um fim comum leva os participantes da brincadeira ao processo espontâneo de adaptação às regras, à observação da melhor estratégia para o resultado desejado pelo grupo. Desenvolve-se assim o senso de coletivo, a cidadania, o comprometimento com o bem comum. O desenvolvimento do caráter tem elementos próprios do indivíduo, mas em grande parte é desenvolvido nas relações humanas e com o meio. Não será sentado em uma sala de aula, realizando


exercícios individualmente que seu filho aprenderá estas questões. Por mais que muitas disciplinas escolares discutam estes assuntos, discutir muitas vezes não é o suficiente. Para moldar um caráter é necessário treino, prática. Não adianta pensar o que você deveria fazer em uma determinada situação. O aprendizado real acontece

quando você enfrenta a situação, mesmo que de maneira simulada, dentro de um jogo ou brincadeira e assim age, podendo depois analisar se aquela seria ou não a melhor atitude, baseado na reação dos outros, no resultado alcançado em várias esferas. Se faço isto com freqüência, acabo me tornando capaz de escolher mais corretamente minhas respostas de forma que esta me

leve ao fim que desejo. Passo ao controle de minha vida, no caminho da felicidade e da realização. Não estamos aqui falando contra a educação formal nem tão pouco contra a escola... muito pelo contrário. A inteligência, o conhecimento, o conteúdo formal da escola deve ser muito bem trabalhado com as crianças. Porém acreditamos que ele não deva ser o estímulo único, não deve substituir o ato de brincar, o tempo de recreação e lazer da criança, seja dentro das escolas ou no convívio familiar. Assim como os adultos, a criança deve ser submetida a um tempo máximo de 8 horas diárias relacionadas às atividades de formação intelectual e educação formal, incluindo as aulas de idiomas, informática e outras e ainda as tarefas domésticas. Outras oito horas devem ser dedicadas ao repouso e sono noturno. Deve ter ainda 8 horas dedicadas à satisfação de suas necessidades básicas de alimentação e higiene e atividades de lazer. É justamente neste período que a criança desenvolverá suas habilidades sociais e estruturará sua vida para o sucesso pessoal. Enfim, não adianta fazer com que nossos filhos estudem sobre a sociedade que viverão quando adultos e planejem a vida que querem ter. É necessário que nossos filhos experienciem cada situação da vida, de maneira controlada, adequadamente supervisionada e orientada para que possa efetivamente construir a vida que querem ter!



Formação A Recreação é uma profissão e sendo assim exige do profissional que desempenha esta função uma formação específica. Mas qual é a formação exigida pelo mercado? O mercado de trabalho da recreação abrange muitas frentes com características bastante distintas que vão desde animação de festas infantis, animação de eventos, animação de navios e cruzeiros, recreação em clubes, recreação em escolas, recreação em parques e espaços públicos, recreação em acampamentos, recreação e animação em hotéis, monitoria em saídas e projetos pedagógicos e de meio ambiente, entre outras funções em nível mais operacional. Também abrange as áreas de gestão destes mesmos espaços e equipamentos de lazer além das empresas especializadas em prestar serviços recreativos. Esta grande diversidade de funções e consequentemente de perfis profissionais para a ocupação destas vagas deu margem a inúmeras discussões sobre qual a real formação esperada destes profissionais. Na prática esta dúvida persiste e o que podemos observar no mercado são grandes equipes multidisciplinares desenvolvendo excelentes trabalhos. Estas equipes vem abrangendo áreas ligadas a educação, com professores de educação física, arte educadores e pedagogos, principalmente no que tange o contato e a condução das atividades com crianças. Arquitetos, decoradores, artistas plásticos têm se dedicado ao imenso território das decorações, ambientações, atividades temáticas e atividades artísticas e artesanais. Também psicólogos e profissionais ligados à área de saúde tem dedicado atenção à este mercado. Com a

introdução de disciplinas sobre recreação e lazer em seus cursos de formação o mercado passou a receber também bastante profissionais ligados às áreas de turismo e hotelaria. Graças ao grande crescimento da área a cada dia novos profissionais observam na “recreação” um paralelo com sua áreas de formação e estudo e assim se agregam a esta enorme família multi disciplinar que é a “recreação”! Apesar desta indefinição e, talvez até justamente por este motivo o mercado se especializou e hoje cada estabelecimento ou empresa que atua neste segmento realiza um amplo trabalho de investigação e treinamento e seus profissionais.


Segundo a “Classificação Brasileira de Ocupações” (CBO) ser um “Recreador” ou um “Recreacionista” é uma ocupação registrada e descrita como segue: “Promovem atividades recreativas diversificadas, visando ao entretenimento, à integração social e ao desenvolvimento pessoal dos clientes. Para tanto, elaboram projetos e executam atividades recreativas; promovem atividades lúdicas, estimulantes à participação; atendem clientes, criam atividades recreativas e coordenam setores de recreação; administram equipamentos e materiais para recreação. As atividades são desenvolvidas segundo normas de segurança.”

Também encontramos um crescente número de associações que tem por finalidade a troca de experiências e a análise coletiva do setor, permitindo novas tomadas de decisões e até processos de certificações específicas para um determinado ramo da recreação, garantindo cada vez mais profissionalismo, segurança, tranqüilidade e garantias de um bom serviço. Como exemplos deste constante aperfeiçoamento profissional podemos citar a formação da ABAE – Associação dos Acampamentos Educativos que organiza o “Simpósio de Acampamentos Educativos”, que em 2010 realizou sua quinta edição.

Também é possível destacar o ENAREL - Encontro nacional de Recreação e Lazer, já em sua vigésima primeira edição, sempre focado na profissionalização do segmento da recreação e do lazer. Ainda podemos citar o ENAI – Encontro Nacional dos Animadores Infantis, realizado anualmente, já em sua quarta edição em 2010. Isto sem falar em uma grande quantidade de cursos livres de formação profissional sendo realizados com grande competência por empresas do setor, no intuito de formar profissionais para si e para o mercado. Veja mais sobre o assunto a seguir.




Formação ................................................................................................

Simpósio ABAE Foco na profissionalização e aperfeiçoamento da gestão, assim como do processo educativo dos acampamentos. Entre os dias 05 e 07 de março de 2010 diretores, coordenadores e monitores dos acampamentos educativos, diretores e membros da ABAE – Associação dos acampamentos educativos e profissionais convidados se reuniram em Brotas/SP para discutir o tema e trocar experiências

Profissionais renomados estiveram presentes Prof. Ms. Alan Queiroz da Costa, Prof. José Batista de Oliveira, Profa. Lilian

Gomes, Prof. Dr Marco Antonio Vivolo, Prof. Marco Castilhos Garcia,


O Simpósio contou com temas como: - Técnicas e atividades lúdicas em transportes rodoviários - In-gestão de grupos - Buillyng - assédio moral - Departamento de saúde no acampamento - Recreação aquática - Segurança no cotidiano e nas atividades de acordo com o processo de acreditação - Técnicas para condução de atividades recreativas - As seis áreas de um acampamento eficaz - Técnicas de campismo - Resgate aquático - Dicas de uma programação equilibrada para crianças e jovens com tendências a hábitos modernos - Grandes jogos - Gincanas: técnicas, tipos e tarefas - Administrando decisões nas equipes de trabalho - Jogos virtuais e acantonamentos – discutindo possibilidades educativas - Rodas Cantadas: é hora de educar a emoção Isto na programação oficial, mas é claro que em um evento como este, que reúne os maiores nomes na área, muita, mas muita informação foi trocada nos intervalos! É com iniciativas como esta que o mercado dos acampamentos esta ampliando sua visibilidade no Brasil e possibilitando que a prática do acampamento de férias se incorpore na cultura brasileira, como ocorre na cultura norte americana, por exemplo, sempre primando pela qualidade e segurança, possibilitando a tranqüilidade dos pais.

ministrando palestras e colaborando com seus conhecimentos Andreuccetti, Prof. Ms. Luiz Aurélio Chamlian, Prof. Marco Antonio B.

Prof. Ricardo Moraes, Prof. Ronaldo Tedesco Silveira, Prof. Sérgio Oliveira .


O Centro de Estudos do Lazer, Educação, Integração, Recreação e Ócio – CELEIRO também esteve presente no simpósio apresentando seu trabalho sobre a educação de emoção.

O Celeiro esteve presente no evento discutindo a importância da fundamentação de toda a prática recreativa. É importante que o monitor recreacionista, assim como o gestor do equipamento de lazer, tenha esta visão das possibilidades educacionais de cada nova atividade proposta para a criança, seja no acampamento ou em qualquer outro momento de lazer. Em toda brincadeira ou jogo ocorrerá uma grande movimentação interna na criança que estará exposta a um grupo, tendo que entender e seguir regras, com a possibilidade de vitória ou derrota, de se sair bem ou mal na atividade, de ser julgada ou não pelos demais participantes, de ser aceita ou não pelo grupo, entre muitos outros movimentos. Das conseqüências e acomodação das informações processadas durante esta

brincadeira ou jogo surgirão muitas aprendizagens concretas, que muitas vezes serão significativas por toda a vida. É assim essencial que o condutor da atividade tenha conhecimento e consciência destes movimentos possíveis em cada atividade e esteja no controle, escolhendo a prática correta para cada ocasião, para cada grupo, para cada característica específica do trabalho que está desenvolvendo. O aprendizado sempre ocorrerá, o importante é que conheçamos o mecanismo para que possamos escolher e direcionar a ênfase de aprendizado que queremos, caso contrário poderemos estar ensinando o oposto do que gostaríamos. Podemos educar para autonomia ou para a dependência, para o bem comum ou para a competição, para a realização ou para a frustração, para a liberdade ou para prisão do eu!

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Acampamento República Lago sediará o VI Simpósio de Acampamentos Educativos da ABAE em 2011 Foi apresentada, no encerramento das atividades do V Simpósio, a próxima sede do evento para o ano de 2011 - o Acampamento República Lago. Conheça melhor o espaço em seu site www.replago.com.br e programe desde já a sua presença no VI Simpósio de Acampamentos Educativos. Aproveite também para encaminhar sua sugestão, a equipe organizadora e a diretoria da ABAE se colocaram abertos para receber todo o tipo de sugestão, crítica e elogio.

Contatos: ABAE www.abae.org.br abae@abae.org.br Acampamento República Lago www.replago.com.br replago@replago.com.br


O Encontro Nacional de Recreação e Lazer – ENAREL é considerado um dos mais importantes eventos da área. Recebe em média 1500 participantes entre pesquisadores, professores, palestrantes, recreadores e profissionais do lazer em geral, além de acadêmicos, simpatizantes e profissionais de outras áreas que gostariam de conhecer melhor este universo encantador da recreação e do lazer. O ENAREL ocorre anualmente, sempre em uma nova cidade, com o objetivo de democratizar o acesso à informação. Com esta proposta será realizada em 2010 a vigésima segunda edição do evento, prevista para o

mês de novembro, sem data determinada até o fechamento desta revista, na cidade de Atibaia, no estado de São Paulo. A 22ª. edição do encontro trará como tema “LAZER E HOSPITALIDADE”, e terá como objetivo refletir, através de pesquisas e ações, sobre o lazer, a recreação, o turismo, a hotelaria enquanto espaços da hospitalidade humana, articulando indivíduos e natureza. O evento foi captado para Atibaia desde o ano retrasado pelo “ARC&VB –Atibaia e Região Convention & Visitors Bureau” através de um projeto de candidatura apresentado para a comissão organizadora. Detalhes ainda estão sendo concluídos e em breve divulgaremos aqui mais informações de como inscrever temas livres, palestrantes convidados, programação do evento, dicas de hospedagem e transporte, entre outras informações que possam ajudá-lo a acompanhar os preparativos do evento e incentivá-lo a fazer as malas e se preparar para estar em Atibais – SP em novembro deste ano!


Um pouco de história Para prestigiar este evento que é tão importante para nossa área de estudo e atuação a Recreação Magazine resolveu criar um espaço histórico do ENAREL. Afinal para nosso leitor que não acompanhou esta história passada mas quer entender este encontro, lembranças de como ocorreram as edições anteriores podem ser uma boa base de compreensão. Para tanto entramos em contato com o Professor LivreDocente da USP Ricardo Ricci Uvinha, um dos responsáveis pelo sucesso do XX ENAREL, ocorrido em São Paulo capital, no ano de 2008. Leia o que ele nos trouxe:

XX ENAREL

Por Ricardo R. Uvinha*

O Encontro Nacional

dez anos, onde em 1998 teve

de Recreação e Lazer chegou à

sua ocorrência concomitante ao

sua vigésima edição como um

V Congresso Mundial de Lazer e

reconhecido

que

ao II Encuentro Latinoamericano

agremia

de Tiempo Libre y Recreación.

evento

tradicionalmente

pesquisadores temáticos. Ao

Na

longo

trajetória,

importantes documentos como

verificou-se uma conjuntura

a “Declaração de São Paulo:

em que é apresentada uma

Lazer

notória

dessa

produção

acadêmica,

veiculada

em

Globalizada”,

comunicações diversas e apresentação de trabalhos

Organization.

endossada

ocasião,

foram

numa pela

World

gerados

Sociedade Leisure

científicos. Tão relevante quanto, tratou-se de uma

Na edição de 2008, o ENAREL foi realizado

oportunidade ímpar para a reunião de professores,

pelo SESI São Paulo em parceria com diversos

estudantes, gestores, animadores e demais atores

apoiadores, como universidades, associações classistas,

relacionados ao campo do lazer e recreação no país.

câmaras setoriais e secretarias de governo. Teve como

O ENAREL voltou à cidade de São Paulo após

tema geral a Gestão do Lazer, investigando as


necessárias competências e discutindo uma atuação realizada de forma multiprofissional. Foi proposta uma intensa programação durante os quatro dias do evento: conferências, painéis de debate, apresentação de comunicações orais e pôsteres, rodas de diálogo com os palestrantes, oficinas diversas, encontros institucionais dos professores, pesquisadores e animadores, lançamentos de livros e o Fórum

de

Gestores

Públicos

do

Lazer.

Foram

apresentados 303 trabalhos, sendo 13 como conferência e painel de debates, 95 como comunicações orais e 195

RICARDO RICCI UVINHA Professor Livre-docente e Coordenador do Bacharelado em Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo EACH/USP. Líder do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Lazer da Universidade de São Paulo (GIEL/USP/CNPq). Atuou como presidente do Comitê TécnicoCientífico do XX ENAREL, São Paulo, 2008. Contato: uvinha@usp.br

como pôsteres. O conteúdo dessas apresentações pode ser encontrados nos Anais do evento, distribuídos para

com a nossa produção, cada vez mais ampliada. Para

os participantes do mesmo e enviados para diversas

além da perspectiva científico-acadêmica, a presença

bibliotecas do país.

desses interlocutores internacionais permitiu um contato

Entre

os

conferencistas,

mediadores

e

singular com congressistas oriundos do setor profissional

membros da Comissão Científica, tivemos acadêmicos

vinculados a diversos setores, ampliando o leque de

brasileiros e estrangeiros de destaque, oriundos de

possibilidades da gestão temática ao reconhecer a

distintas formações, num evento nacional de lazer em

importância de uma compreensão mais global sobre o

sua essência contudo aberto ao “diálogo” também com a

fenômeno do lazer.

produção realizada internacionalmente, seja na América Latina, seja mundialmente.

Foi dessa forma uma grata oportunidade de debater academicamente o lazer,

Nesse sentido, entendo que a realização do

entendendo-o como relevante dimensão social para

XX ENAREL proporcionou uma importante oportunidade

além da sua concepção comodificada, demasiadamente

de articulação com algumas sociedades científicas de

atrelada ao consumo. Ao abordar ativamente no XX

destaque.

programação

ENAREL uma atuação multifacetada em lazer, espera-se

pesquisadores vinculados à World Leisure Organization,

ter colaborado para a superação de uma intervenção

Ao

considerar

em

sua

Fundación Colombiana de Tiempo Libre y

profissional temática irrefletida e recheada

Recreación e Foro Permanente de Tiempo

de tarefismos. Faço votos assim que o

Libre y Recreación, possibilitou-se que a

ENAREL continue sendo um possível espaço

comunidade acadêmica brasileira tomasse

acadêmico para os estudiosos em lazer,

contato com as propostas em nível

reconhecido

internacional nesse reconhecido encontro

temáticos como por gestores e profissionais

nacional, buscando as possíveis interfaces

em suas mais variadas atuações.

tanto

pelos

pesquisadores



Vem aí o

O encontro é realizado anualmente pela Empresa Tia Docinho Animações e já se encontra em sua quarta edição que se realizará nos dias 20,21 e 22 de JUNHO de 2010 no centro de convenções do hotel Novotel Center Norte em São Paulo, capital. O evento foi idealizado por Tia Docinho de Belém do Pará e Tia Lelê do Rio de Janeiro, ambas animadoras infantis, que

após pesquisas e estudos no setor de entretenimento infantil criaram o ENAI pensando na necessidade de reunir animadores infantis de todo o Brasil para trocarem experiências e propiciarem o crescimento do segmento. Sua 1ª Edição foi em 2007 na 18ª Feira Salex em São Paulo.


Graças ao grande sucesso o evento permanece sendo realizado anualmente em São Paulo, reunindo cerca de cem animadores e recreadores por edição. Os objetivos do ENAI são : Integrar animadores infantis de todo o Brasil e exterior; Promover troca de experiências entre animadores e empresas do setor de Festas Infantis; Apresentar as novidades e tendências do segmento da Animação Infantil;

Proporcionar momentos de formação e disseminação de técnicas para a atuação profissional, contribuindo com a formação dos animadores infantis;

Conheça mais sobre o ENAI 2010 em www.enaibrasil.com

CELEIRO no ENAI 2009

O Centro de Estudos do Lazer, Educação, Integração, Recreação e Ócio – CELEIRO teve a grande satisfação de ter participado do ENAI 2009. E em 2010 já está tudo certo... estaremos lá de novo! Não perca a oportunidade de participar você também... nós recomendamos!


Jogos Cooperativos Passado, Presente e Futuro... no Aqui-e-Agora!!! 1ª Parte PROJETO COOPERAÇÃO – Comunidade de Serviço Denise Jayme de Arimatéa, Eliana Rossetti Fausto e Fábio Otuzi Brotto.

Atendendo ao chamado feito por nosso querido

natural e normal da sociedade humana, a

Ronaldo, editor desta tão importante Revista

competição tem sido adotada como uma regra

Recreação Magazine, iniciamos uma série de

em praticamente todos os setores da vida

três artigos para compartilhar o movimento dos

social. Temos competido em lugares e em

Jogos Cooperativos no Brasil.

momentos que não precisaríamos, e, muito

Inicialmente, recorremos ao trabalho já publicado no livro ”Jogos Cooperativos: O Jogo

menos, deveríamos. Temos agido assim como se fosse a única opção.

e o Esporte como um exercício de convivência”1

Os estudos de Weinstein & Goodman

para apresentar um breve histórico como ponto

(1993) indicam claramente que: “existe a

de partida para esta nossa com-versa-ação,

necessidade para criar modelos cooperativos de jogar

focalizando desde 1950 até o ano 2000.

juntos, para oferecer um equilíbrio diante da

Em nosso próximo artigo dialogaremos

competição que nos envolve. Sem alternativas

sobre as realizações e os impactos dos Jogos

cooperativas as quais

Cooperativos na sociedade brasileira nesta

possamos

primeira década do século XXI. E finalmente,

nós

não

saberemos

em nosso terceiro artigo, abordaremos as

discernir

sobre

tendências

Jogos

quando a competição

para

é o modo apropriado.”

e

Cooperativos

perspectivas e

sua

dos

contribuição

escolher,

De

manifestar nosso Futuro Como-Um. Será um prazer bater esta bolinha com

com Terry Orlick (1989),

você... Sigamos Juntos!

acordo nós

ensinamos crianças Origem e Evolução. Os

Jogos

prazer Cooperativos

surgiram

da

preocupação com a excessiva valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada existente na sociedade moderna, mais especificamente, na cultura ocidental. Considerada como um valor

em

conhecimento, ensinamos esforçarem

não nossas

a

terem

buscar nós a

o as se

para

conseguir notas altas. Da mesma forma, não as


ensinamos a gostar dos esportes, nós as ensinamos a vencer jogos. A

hiper

valorização

da

competição

se

manifesta nos jogos por meio da ênfase no resultado numérico e na vitória. Os jogos tornaram-se rígidos e altamente organizados, dando a ilusão que só existe uma maneira de jogar. Para Spencer Kagan (1994, p.23:1), “as crianças não jogam jogos competitivos, elas os obedecem”. Isto porque, provavelmente, a orientação transmitida por uma parcela significativa de professores, pais e meios de comunicação, não oferece alternativa a serem experimentadas. Sem opções, não há escolha real. Existe apenas a obediência e submissão ao que já existe. Grande parte dos jogos conhecidos estimula o confronto ao invés do encontro. São situações capazes de eliminar a diversão e a pura alegria de jogar. Sendo estruturados para a eliminação de pessoas e para produzir mais perdedores do que vencedores, os jogos tornaram-se um espaço de tensão e ilusão. Se

fizermos

um

balanço

de

nossas

experiências de jogar, na escola ou fora dela,


verificaremos que pendem muito para o lado dos Jogos Competitivos. Nem sempre os programas de Educação Física, Esporte ou Recreação, enfatizam atividades dirigidas para que a competição deixe de ser um comportamento condicionado e para que sejam experimentadas outras formas de jogar e de se relacionar com os outros, com a natureza e consigo mesmo. Com isso, os Jogos Cooperativos foram criados com o objetivo de promover a auto-estima e o desenvolvimento de habilidades interpessoais positivas. Muitos deles são orientados para a prevenção de problemas sociais, antes de se tornarem problemas reais. A esse respeito, Orlick (1989, p.04) comenta que “apesar de Jogos Cooperativos existirem em muitas culturas há séculos, em nossa cultura ocidental existem poucos jogos que são desenhados de forma a unir os jogadores em direção a uma meta comum e desejável a todos.” Nesse sentido, resgatar, recriar e difundir os de

O Jogo Cooperativo não é a única e nem a

potencialização de valores e atitudes, capaz de

melhor maneira para promover qualidade de vida e

favorecer o desenvolvimento da sociedade humana

bem-estar. Tampouco é uma novidade, coisa recente

como um todo integrado. Uma sociedade nem ideal,

ou alternativa apenas para uns e outros inadaptados

nem “normal”. Não uma vida sem conflitos,

ao status quo. Mas, é algo que, conforme Orlick

problemas e aspirações, mas, sim, uma Comum-

(1982, p.04) “começou há milhares de anos, quando

Unidade Real, com Seres Humanos dispostos a lidar

membros das comunidades tribais se uniam para celebrar

com conflitos e objetivos de um modo diferente.

a vida”.

Jogos

Cooperativos

é

um

exercício

Baseado no respeito e confiança mútua, no

Segundo esse mesmo autor, alguns povos

reconhecimento da importância de todos e focando

ancestrais como os Inuit (Alaska), os Aborígenes

o bem-estar comum, podemos ser uma sociedade

(Austrália), os Tasaday (Africa), os Arapesh (Nova

altamente

de

Guiné) e os índios norte-americanos, entre outros,

extremamente competitiva) para lidar positivamente

ainda praticam a vida cooperativamente através da

com as crises atuais e futuras e encontrar, a partir

dança, do jogo e outros rituais. Aqui no Brasil temos

delas, os diferentes caminhos para uma melhor

muitos exemplos dessa Cooperação Essencial, tal

qualidade de vida para todos.

como é a tradicional “Corrida das Toras”, dos índios

competente

(que

é

diferente

Kanela. 2. Os primeiros movimentos.

De um modo ou de outro, a experiência do Jogo Cooperativo tem acompanhado nossa história.


dos pioneiros no desenvolvimento de Jogos Cooperativos. Vejamos a seguir, alguns dos mais destacados precursores citados por Orlick e também, alguns outros incluídos como resultado de outras investigações:  (1950) - Ted Lentz, não apenas atuou na linha de frente do movimento de pesquisas para a paz, em meados da década de 50, como foi também um pioneiro na área dos Jogos Cooperativos. Ele e Ruth

Cornelius

apresentaram

algumas

importantes estruturas de Jogos Cooperativos, descritos num manual intitulado “All together”.  (1972) – Jim e Ruth Deacove da Family Pastimes, de Perth, Ontário-Canadá, inventaram Jogos Cooperativos realmente inovadores. Para eles os jogos não precisam ser de confronto e podem envolver valores positivos e atitudes de ajuda aos outros. Os jogos de salão ou de tabuleiro podem também ser reformulados para incentivar a cooperação e o espírito de ajuda. A abordagem Seria maravilhoso poder investigar profundamente o assunto nessa perspectiva filogenética. Contudo, dada a delimitação deste estudo, reconheceremos a evolução dos Jogos Cooperativos  tendo como referência básica algumas pesquisas, publicações e experiências realizadas a partir da década de 50 no mundo ocidental e em particular, também aquelas realizadas no Brasil. 2.1 - No Mundo Ocidental. Terry Orlick publicou em 1978, o livro “Winning through Cooperation”. Pela riqueza de informações e amplitude da abordagem, essa obra é  reconhecida mundialmente como uma das principais fontes de inspiração para a compreensão dos Jogos Cooperativos e para a produção de novas pesquisas e trabalhos sobre o assunto. Esta importante publicação apresenta alguns

básica

de

todos

os

jogos

dos

Deacove

é

completamente diferente da dos outros jogos encontrados no comércio. Estimulam o espírito de cooperação e a idéia de vencer em conjunto. (1974) - David Earl Platts, Mary Inglis, Joy Drake e Alexis Edwards, como membros do Departamento de Educação, da Findhorn Foundation criada em 1962, na Escócia, desenvolveram um método para promover a confiança pessoal e grupal, totalmente baseado em jogos. Esse método, chamado Group Discovery

(Descoberta

Grupal),

influenciou

os

estudos e trabalhos de muitas pessoas no mundo inteiro, particularmente, os de Terry Orlick, Andrew Fluegelman e Dale LeFevre. (1975) - Jack Coberly, um professor de percepção motora da South Bay School, Eureka, CalifórniaEUA, tinha seu programa baseado no sucesso: “Onde as crianças têm uma chance de ter sucesso em cada tarefa que recebem” (Orlick, 1989, p.157).


(1975) - Dan Davis, diretor de recreação e desenvolvimento de coordenação motora lenta da Benhaven School, New Haven, Connecticut-EUA, usava atividades cooperativas com crianças que tinham problemas especiais.

(1976) - Marta Harrison e os membros do “Comitê Amigos da Paz” e outras pessoas que contribuíram para o livreto “For the fun of it”, criaram excelentes Jogos Cooperativos.

(1976) - Andrew Fluegelman escreveu o “New Games Book” (Livro de Novos Jogos), registrando uma série de jogos (cooperativos e competitivos) realizados durante os três primeiros Torneios de Novos Jogos da New Games Foundation.

(1987)

O

Educador

Popular

venezuelano

Guillermo Brown, através da Guarura Ediciones, publica o primeiro livro sobre Jogos Cooperativos, na

América

Latina,

intitulado:

“Qué

tal

si

jugamos?”. 

(1992) – É publicado nos Estados Unidos o livro “Cooperative Learning”, de autoria do Dr. Spencer Kagan, criador do “Kagan Cooperative Learnig”, um

centro

de

pesquisa

e

formação

sobre

Aprendizagem Cooperativa. Estes foram alguns dos primeiros passos para a sistematização do conhecimento e experiência em Jogos Cooperativos. Desde então, muitos estudos e trabalhos vêm se realizando no mundo inteiro, demonstrando

que

a

proposta

de

Jogos

Cooperativos vai muito além de um simples conjunto de atividades alternativas. 2.2 - No Brasil. A partir de 1980, algumas ações localizadas começaram a integrar os Jogos Cooperativos no Brasil. Atualmente, existe uma ampla e significativa difusão dessa proposta em nosso país, influenciando


 (1988) – A Universidade Espiritual Mundial Brahma Kumaris apresenta uma edição piloto do manual “Cooperação na sala de aula:

um

trazendo

pacote uma

para

série

professores”, de

atividades

cooperativas para a construção de um Mundo Melhor.  (1989) – Publicado em São Paulo, pela editora Círculo do Livro, a primeira obra sobre

Jogos

“Vencendo

Cooperativos

no

Brasil:

a Competição”, de Terry

Orlick.  (1989) – A Comunidade Bahá’i do Brasil encaminha uma proposta para inclusão de Jogos Cooperativos no programa “Xou da Xuxa”, da Rede Globo de Televisão.  (1990) – Fábio Brotto apresenta no III reflexões e transformações em diferentes segmentos

Simpósio Internacional de Psicologia do Esporte, em

da sociedade brasileira, especialmente, na Formação

Belo Horizonte-MG, o tema livre: “Competir ou

de Educadores e de Gestores Organizacionais.

Cooperar, qual a melhor jogada?”, iniciando um

Um dos indicadores da inserção dos Jogos

diálogo que mais tarde resultaria na produção de

Cooperativos no cenário nacional é a presença desse

outras publicações e realização de programas em

tema dentro de programas de graduação e pós-

Jogos Cooperativos.

graduação em diferentes universidades. Nesse contexto, temos observado o crescimento do

(1991) – No Centro de Práticas Esportivas da USP

interesse em pesquisar e produzir acadêmica e

Jofre Cabral de Menezes oferecem um programa

cientificamente

semestral

sobre

o

assunto.

Em

breve,

poderemos desfrutar de um conjunto bem mais amplo de monografias, dissertações e teses do que aquele que temos disponível até este momento. Por

trás

Cooperativos

da em

presença diferentes

dos

Jogos

setores

e

dimensões da vida nacional existe uma história, uma cronologia que marcou o caminho percorrido até aqui.

Conhecê-la

pode nos ajudar a descobrir por onde seguir, deste ponto para frente. (1980) - A Escola das Nações é fundada em Brasília, tendo como filosofia a Educação para a Paz e como um de seus principais pressupostos

pedagógicos

os

Jogos

Cooperativos e a Aprendizagem Cooperativa.

(CEPEUSP), em São Paulo, os Profs. Fábio Brotto e de

Jogos

Cooperativos

comunidade universitária.

aberto

à


(1992)

É

criado

Comunidade plenamente

de

o

Projeto

Serviços,

dedicada

à

Cooperação

uma

difusão

organização Jogos

dos

por Neyde Marques de Suryalaya - Centro de Pesquisas Transdisciplinares e Projeto Cooperação. (1995) – Com o propósito de reunir estudos e

Cooperativos e da Ética de Cooperação, através de

experiências realizadas no Brasil, é realizada pelo

oficinas, palestras, eventos, publicações e produção

CEPEUSP (Centro de Práticas Esportivas da USP) a

de materiais didáticos.

“I Clínica de Jogos Cooperativos: Educando para a

(1992) – É realizada a primeira “Oficina de Jogos

Uni-Diversidade”. Simultaneamente é lançada a

Cooperativos para Educadores”, promovida pelo

“Rede de Jogos Cooperativos”.

Projeto Cooperação e Athenas Promoções, em

(1995) - Publicação do primeiro livro de autoria

Santos-SP.

nacional: “Jogos Cooperativos: se o importante é

(1993) - No IV Congresso Holístico Brasileiro, em

competir, o fundamental é cooperar”, de Fábio

Salvador-BA, acontece a convite da Profa. Neyde

Otuzi Brotto, pelo CEPEUSP. Mais tarde, em 1997,

Marques a primeira realização de uma “Oficina de

esta

Jogos Cooperativos”, em um evento nacional.

Cooperação.

(1994) - Publicação do segundo livro no Brasil:

(1995) – O livro “Jogos Cooperativos: se o

Jogos

de

importante é competir, o fundamental é cooperar”,

Guilhermo Brown, em São Leopoldo-RS, pela

é indicado como uma das referências teóricas do

editora Sinodal.

Programa

(1994) – É promovido em Salvador-BA, o “I

Nacional para o Desenvolvimento do Esporte

Encontro Jogos Cooperativos e Jogos Essenciais”,

(INDESP).

Cooperativos:

teoria

e

pr{tica”,

Denise Jayme de Arimatéa

obra

é

reeditada

Esporte

pela

Editora

Educacional,

do

Projeto

Instituto

 (1995) – Apresentação pela Secretaria de Esportes de Santos-SP, o projeto piloto dos “Jogos Escolares Cooperativos”, que mais

 Integrante

do

Projeto

tarde influenciou outras experiências em

Cooperação – Comunidade

diferentes localidades, como por exemplo, o

de Serviço Ltda.

projeto “Jogos Cooperativos: uma proposta

 Coordenadora do curso de

experimental”, da Secretaria de Estado da Educação de Rondônia.

Pós-graduação em

Jogos Cooperativos –  (1996) – Através de um intercâmbio com o grupo canadense Family Pastimes, liderado Turma de Brasília-DF.  Coordenadora

do

por Jim Deacove, o Projeto Cooperação lança

Departamento de Educação

o “Jogo da Terra” e o “Lugar Bonito”,

Física da Escola das Nações

primeiros Jogos Cooperativos de Tabuleiro

– Brasília/DF.

produzidos no Brasil.

 Pós-graduada em Educação Física Escolar – Univ.  (1998) - O livro “Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é Gama Filho/RJ.  Facilitadora certificada em Jogos Cooperativos – Projeto Cooperação.  Focalizadora credenciada em Danças Circulares – Rodas da Lua.  Professora de Educação Física.

cooperar”, é adotado como bibliografia básica no Concurso Público para Professor


de Educação Básica II, na disciplina de

Eliana Rossetti Fausto (Lili)

Educação Física, pela Secretaria de Educação

 Sócia e Facilitadora do Projeto

do Estado de São Paulo.

Cooperação –

(1999) – É realizado pelo Sesc-Taubaté, Projeto

Cooperação

e

Cooperando,

Comunidade

o

Serviço Ltda.

“Festival de Jogos Cooperativos”, reunindo

 Coordenadora do curso de

300 participantes do Brasil e América do Sul.

Pós-Graduação em

(2000) – A Unimonte (Centro Universitário

Jogos Cooperativos -

Monte Serrat) e o Projeto Cooperação,

Unimonte / Projeto

iniciam em Santos-SP, o primeiro “Curso de Pós-Graduação

Lato

Sensu

em

Cooperação.

Jogos

 Pós-Graduada

Cooperativos”.

em

Jogos

Cooperativos

Unimonte/Projeto Cooperação.  Bacharel e Licenciada em Educação Física.

Evidentemente, muitas outras ações e

 Facilitadora credenciada em Danças Circulares

colaboradores(as) ajudaram na difusão dos

Sagradas – TRIOM.

Jogos Cooperativos desde os seus primeiros movimentos. apresentadas

de

As são

referências apenas

 Experiência de 30 anos na área Educacional

aqui

algumas

 Voluntária do PROJETO 26 LETRAS – Educação

das

para Adultos na Escola Carandá – São Paulo/ SP.

muitas marcas que indicam o caminho percorrido pelos Jogos Cooperativos no

mundo e em nosso país. Sinais que apontam

Fábio Otuzi Brotto  Sócio-Fundador

do

Projeto

Cooperação – Ltda.  Mestre em Ciências do Esporte (UNICAMP).

“Jogo

Assim, contamos com sua participação e apoio para honrar o passado, desfrutar o presente e sonhar o futuro dos Jogos vidas.

 Bacharel em Psicologia. do

jogando juntos para cultivar um mundo

Cooperativos no Aqui-e-Agora de nossas

 Professor de Educação Física. Credenciado

repleto de possibilidades para seguirmos onde todos(as) podem VenSer!!!

Comunidade de Serviço

 Facilitador

para um Futuro Como-Um muito animador e

da

Agradecemos sua companhia e com-

Transformação” – InnerLinks (EUA) e Findhorn

fiamos encontrar você no próximo Jogo!

Foundation (Escócia).

Até já!

Autor dos livros: “Jogos Cooperativos: se o importante é competir,

o

fundamental

é

cooperar”;

Cooperativos: O Jogo e o Esporte como

Abraços Cooperativos

“Jogos

Denise, Lili e Fábio.


ORIGAMI

Criatividade e o Origami Essa arte desenvolve sem que possamos perceber inúmeras habilidades como: memória, concentração, psicomotricidade fina, habilidades sociais, criatividade, entre outras. Falarei sobre a criatividade, como o origami pode ajudar. Estatisticamente quase todas as crianças quando pegam um papel para dobrar não se limitam apenas em seguir os passos do diagrama ou do professor, elas inventam a partir de outros modelos. Para ela é muito facil, o contrario acontece com os adultos, onde pouquissimos quando seguem o livro ou o professor resolvem desenvolver algo por si só, sem que ninguem peça para que o faça. Em alguns cursos que ministrei, inseri um capitulo sobre a criatividade e nele eu estimulava os alunos (adultos), da seguinte forma: • ensinava um modelo bem simples, depois dobravamos novamente e pedia para que parassem em um passo especifico, então a partir deste passo eles teriam que inventar algo

BRUNO FERRAZ

wwww.ferrazorigami.com.br contato@ferrazorigami.com.br TEL: (21) 9681.9313 9466.8971 3717.4123

novo, abstrato ou com uma forma definida (animal, flor...). • Para os mais avançados pedia para começar do inicio, papel sem dobras. • Ao final, todos davam um nome para o objeto criado Esse é apenas um tópico que pode ser desenvolvido em uma ou mais aulas. Vocês irão se surpreender com alguns alunos, outros demorarão um pouco mais para soltar a imaginação.


Pr贸ximo livro de origami de Bruno Ferraz Lan莽amento em abril de 2010


Rodas Cantadas Em comemoração ao nosso novo projeto, com visual novo e moderno, decidimos publicar uma coletânea de nossos ensaios sobre o tema, para então, a partir de abril, voltar a publicar novas reflexões. Assim, boa leitura!

A roda cantada é uma prática educacional que permite exercitar vários aspectos do desenvolvimento humano. Nesta edição daremos atenção especial ao aspecto físico, orgânico e funcional, dentro do universo do brincar de cantar e dançar.

Por "rodas cantadas" entenderemos em nossos estudos como os trabalhos musicais que possam ser realizados com crianças, jovens e adultos apenas com o uso de voz, ritmo e movimento, com objetivos recreativos, sem uso de acompanhamentos instrumentais e sem a necessidade de preocupar-se com a métrica musical, divisão correta de tempos e compassos ou regras semelhantes. Podem ser propostos por um dinamizador, como um recreacionista ou professor, ou podem surgir por iniciativa do próprio grupo em um momento de lazer, não sendo obrigatório que se realizem em posição de roda.

Vale a pena saber! Existe

muita confusão por aí, principalmente na internet, no que diz respeito a termos como “rodas cantadas”, “cantigas de rodas”, “brincadeiras de roda”, “brincadeira cantada”, “dança circular”, “cirandinhas”, entre outros que nos remetem a um grupo de pessoas, em roda (ou não), brincando e cantando. É neste sentido que o CELEIRO (um centro de estudos dedicado à temas relacionados ao lazer, recreação e educação) vem levantando informações que possam nos auxiliar a esclarecer estes nomes aparentemente parecidos, mas com seus contextos tão diferentes. Saber o que se diz, como se expressar na apresentação de um projeto, de um programa de aulas, de uma sequência pedagógica ou

de uma programação recreativa é essencial para que todos estejam falando a mesma coisa, interlocutor e receptor percebam o mesmo significado na mesma expressão.

Iniciando

pelas “cantigas de roda” que são uma manifestação do brincar infantil onde tipicamente as crianças formam uma roda de mãos dadas e cantam melodias simples e folclóricas, de ritmo limpo e rápido. As letras destas canções contam com características da cultura local, com letras de fácil compreensão e assimilação quase que imediata. Em sua maioria foram aprendidas com os pais, avós ou colegas de brincadeira. Acredita-se que tais melodias podem ter origem em músicas modificadas de um autor popular, muitas vezes surgindo através de autoria coletiva, iniciando anonimamente entre a população.

As “cantigas de roda” estão incluídas entre as tradições orais em inúmeras culturas. No Brasil, fazem parte do folclore brasileiro, incorporando elementos das culturas africana, européia (principalmente portuguesa e espanhola) e índia. Hoje já não mantém as características de sua


características culturais Como exemplo temos:

locais.

Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos , dar a meia volta, volta e meia vamos dar... o anel que tu me deras, era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou, origem, divido às mais curiosas deformações de suas letras e melodia, seja pela dificuldade do idioma original, pela assimilação das características locais ou pelo esquecimento e releitura característico da transmissão informal e pela própria inconsciência com que são proferidas pelas bocas infantis. Entre as cantigas de roda mais conhecidas estão Roda pião, O cravo e a rosa e Atirei o pau no gato. Já a “Ciranda” é uma dança típica das praias que começou a aparecer no litoral norte de Pernambuco. Surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata Norte do Estado. É muito comum no Brasil definir ciranda como uma brincadeira de roda infantil, porém na região Nordeste e, principalmente, em Pernambuco ela é conhecida como uma dança de rodas de adultos. Os participantes podem ser de várias faixas etárias, não havendo impedimentos para a participação de crianças também. Caracteriza-se pela formação de uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido. Uma das cirandas mais conhecidas é a de Antônio Baracho da Silva:

Estava Na beira da praia Ouvindo as pancadas Das águas do mar Esta ciranda Quem me deu foi Lia Que mora na ilha De Itamaracá

As “Cirandinhas” como o próprio nome sugere são um grupo de canções que surgiram à partir das adaptações das canções adultas, como as cirandas, e passaram pela adaptação para o universo infantil, seja pela própria interação com a criança, seja pela características de pais e avós que às usam no ninar de pequenos e às infantilizam para tanto. É comum que estas canções se unam e se fundam umas às outras, sofrendo alterações de acordo com a região e

As

“cantigas de ninar” também são uma manifestação derivada das cantigas de roda e tinham (e em muitos lugares ainda têm) a utilidade de acalentar as crianças pequenas na hora de dormir. Suas letras muitas vezes expressam o medo e os receios das mães, irmãs mais velhas, tias ou avós que, sozinhas em casa, precisavam cuidar dos pequenos. Esta característica muitas vezes lhe acarretou letras pesadas e de ameaça, como na cantiga “Boi da Cara Preta”: Boi, boi, boi boi da cara preta, pega esta menina que tem medo de careta!

as “Rodas Cantadas” são uma brincadeira que envolve a música, o corpo, o ritmo, e por vezes um desafio, uma piada, um tema que envolve e diverte. É uma manifestação da recreação, atividade lúdica, que produz prazer e alegria. Também é amplamente utilizada em ambiente educacional para estimular, sensibilizar, “quebrar o gelo”, integrar, alegrar. As rodas cantadas são capazes de estimular a memória, desenvolver o ritmo, melhorar as capacidades


físicas, a coordenação motora, também por não se basear em movimentos corretos ou errados, nem em performance do canto ou do gesto, são capazes de melhorar a auto-estima, possibilitar o prazer de fazer parte de algo, ser parte de um grupo, realizar coletivamente.

Em

questões históricas, as rodas cantadas são manifestações mais contemporâneas, são sempre atualizadas para que possam acompanhar a linguagem e os interesses da atualidade. Anualmente são compostas novas rodas ou são trazidas de outros países através de intercâmbios. Segundo Silveira (R,T, 2009) rodas cantadas são: (...) trabalhos musicais que possam ser realizados com crianças, jovens e adultos apenas com o uso de voz, ritmo e movimento, com objetivos recreativos, sem uso de acompanhamentos instrumentais e sem a necessidade de preocupar-se com a métrica musical, divisão correta de tempos e compassos ou regras semelhantes. Podem ser propostos por um dinamizador, como um recreacionista ou professor, ou podem surgir por iniciativa do próprio grupo em um momento de lazer, não sendo obrigatório que se realizem em posição de roda. Um exemplo desta manifestação é:

Era um cavalo, guloso comia capim, (o grupo repete) De tanto comer capim, sua perninha ficou assim – (faz-se um gesto, o grupo repete a letra e faz seu gesto) assim, bem assim, assim, assim, assim, hey, assim, assim, assim, hey Era um cavalo, guloso comia capim, (o grupo repete) De tanto comer capim, sua outra perninha ficou assim – (faz-se um gesto, o grupo repete a letra e faz seu gesto) assim, bem assim, assim, assim, assim, hey, assim, assim, assim, hey (e assim por diante com várias partes do corpo)

Algumas referências:

ABRINCANTES. lgumas referências: Recife: PCR, Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2000. p. 108-112. LIMA, Claudia. História junina. Recife: PCR, BRINCANTES. Recife: PCR, Fundação de Cultura Secretaria de Turismo, 1997. p. 18. Edição Cidade do Recife, 2000. p. 108-112. Especial. LIMA, Claudia. História junina. Recife: PCR, Secretaria PELLEGRINI de Turismo, FILHO, Américo. 1997. p.Danças 18. Edição folclóricas. Especial. PELLEGRINI FILHO, Américo. Danças folclóricas. São São Paulo: Universidade Mackenzie, 1980. p. 47Paulo: Universidade Mackenzie, 1980. p. 47-51. 51. RABELLO, Evandro. Ciranda. In: SOUTO MAIOR, RABELLO, Evandro. Ciranda. In: SOUTO MAIOR, Mário; VALENTE, Waldemar (Org.). Antologia Mário; VALENTE, Waldemar (Org.).Fundaj, Antologia pernambucana de folclore 1. Recife: Ed. pernambucana de p. folclore 1. Recife: Fundaj, Ed. Massangana, 1988. 55-61. Massangana, 1988. 55-61. SILVEIRA, Ronaldo T. p. Rodas Cantadas. www.rodascantadas.com.br SILVEIRA, Ronaldo T. Rodas Cantadas. www.rodascantadas.com.br

Rodas Cantadas... educando a emoção!

Você lembra de quando freqüentava a escola, as aulas que o prepararam para uma vida emocional equilibrada? Eu também não! Acho que poucos tiveram esta possibilidade desenvolvida dentro da proposta curricular de sua escola. As escolas acabam se preocupando mais em desenvolver os aspectos cognitivos, as expertises para o trabalho. Mas como desenvolver estes temas em um aluno emocionalmente desestabilizado? Como preparar para o trabalho um aluno que não tem perspectivas de longo prazo, que não aprendeu a sonhar? Nosso grupo de alunos, não só no Brasil, mas em todo o mundo, apresenta uma quantidade cada vez maior de

quadros de transtornos ligados à emoção... e cada vez de maneira mais precoce. Encontramos cada vez mais, e com maior intensidade, crianças passando por depressões, fobias, intolerâncias, insegurança, baixa perseverança, pouca solidariedade, incapacidade de se sociabilizar, de fazer amigos, instabilidades de humor, agitação, agressividade, baixa auto-estima, entre outros. Um aluno com algumas destas características terá problemas em sua vida escolar e em sua capacidade de aprender e utilizar o conhecimento recebido da escola, por melhor que sejam os professores e métodos de ensino. Agitado, em atrito com outros colegas, acuado,


com medo, intimidado ou sem perspectivas... seja lá em que estado de desequilíbrio se encontre, este aluno não aprenderá bem. O trabalho com o corpo, com o movimento, com os gestos dotados de significado, o ritmo e a música, propiciam uma série de estímulos que ajudam no desenvolvimento e amadurecimento dos aspectos emocionais do indivíduo. Claro que também propiciam incrementos em outras área como o desenvolvimento físico, cognitivo e social, mas neste ensaio analisaremos com ênfase os incrementos emocionais. Gostaríamos ainda de ressaltar que o desenvolvimento humano ocorre de maneira integrada e é indivisível e que nossa segmentação ocorre apenas sob aspectos didáticos, facilitando a análise e observação. Iniciamos então analisando o fato das crianças serem excessivamente agitadas e pouco concentradas no processo de ensino aprendizagem escolar. Isto está em grande parte relacionado ao crescente número de estímulos que nossas crianças recebem hoje em dia, quase que simultaneamente, da televisão, que concentra imagem, movimento, som, informações em uma sucessão de quadros e assuntos, diferentemente dos livros. O computador também, que traz o mundo todo até você em alguns cliques. Isto combinado a um grande número de outdoors e luminosos, a velocidade do transporte motorizado, que nos permite ver muito mais rapidamente o mundo, em se comparando com o andar. Também o número de brinquedos eletrônicos, que fazem muita coisa quase sem a participação da criança, mas com muito movimento, som e luzes. Dentro deste universo se desenvolve uma mente acostumada à velocidade e a pouca profundidade. "Sabemos sobre quase tudo, mas quase tudo mal" diz a canção. Isto propicia a ansiedade e o baixo envolvimento, ou comprometimento. Nossos alunos começam cada atividade pensando em qual será a próxima, no que faremos depois. Não há entrega. Quando trabalhamos com música e movimento conseguimos desacelerar este pensamento. O cantar e mover-se, independentemente da intensidade dos gestos e altura da voz, promove uma canalização do pensar, ocupando todos os canais do cérebro, não sobrando espaço para pensamentos paralelos. Experimente você, cantar, dançar e pensar em outras coisas. Esta característica do trabalho é capaz de desacelerar o pensamento simultâneo, que é prejudicial ao desenvolvimento, treinando assim a concentração, o envolvimento, a participação integral da atividade e do grupo.

O corpo sente então o prazer da integralidade. Se o aluno é exposto com constância a esta situação pode desenvolver aos poucos um maior poder de observação, notar detalhes, se concentrar, aumentar seu comprometimento com o fazer presente. Isto pode gerar uma segunda conseqüência. Com o aumento do envolvimento surgem sinais de maior estabilidade emocional. Participar de algo, integralmente, fazendo parte de um grupo, promove uma maior segurança, uma sensação de proteção por parte do grupo, possibilitando o aumento gradual de exposição e a diminuição do medo quanto a julgamentos. Nesta questão a prática de rodas cantadas também auxiliará bastante. Como a atividade é complexa e envolve muitos setores da inteligência da criança, esta não tem muito tempo de observar detalhadamente o outro, tendo poucas possibilidades de julgar o movimento ou a performance deste outro. Não julgando e não se sentindo julgado o aluno vai pouco a pouco aumentando sua coragem de expressar-se. Como o processo se dá de maneira coletiva, esta segurança se desenvolve no seio do grupo, permitindo um incremento social. A socialização permite maiores amizades, maior contato, enquanto que o não julgamento gera, a longo prazo, cooperação e tolerância. Como as canções envolvem personagens, animais, histórias impossíveis, entre outros temas divertidos, a criança inicia um processo de representação, onde fará de conta que é algo, ou algum animal, ou outra pessoa. Sei corpo e suas partes representarão objetos e formas. Neste exercício, a criança começa a observar o mundo que está fora de si, observar que existe um outro, se passar por ele, representar. Com isto desenvolve uma inteligência particular, além de muita criatividade. Estes elementos juntos possibilitam um maior possibilidade de apreciação do que existe no mundo, de como as coisas são belas, e aumenta o poder de sonhar.


Vivendo um personagem o indivíduo pode se deparar com novas emoções e entender o processo de ser o que se quer ser. Canções infantis muitas vezes envolvem ainda um grande desafio, na letra, nos gestos, nas longas seqüências de palavras que devem ser lembradas e repetidas em ordem. Como há um prazer em cantar e participar, o aluno tenta vencer, continuamente os desafios das canções, sendo motivado pelo profissional que conduz a atividade e/ou por seus companheiros, treinando sua perseverança e tolerância ao erro. Nesta atividades errar é engraçado. Todos erram, uma vez que os desafios são difíceis mesmo. Muitas vezes até o

As Rodas Cantadas e o Desenvolvimento Físico. Estou aqui novamente para prosseguir em nossos ensaios sobre a manifestação das "rodas cantadas" e de suas implicações no contexto educacional, seja ele escolar ou da educação informal. Se você não tem acompanhado esta seção da revista, venho tratando deste tema há duas edições, onde abordei os aspectos gerais do trabalho com rodas cantadas e depois, mais particularmente sobre o desenvolvimento e amadurecimento dos aspectos emocionais, através da prática das rodas. Neste mês, dando sequência à proposta, abordarei os aspectos físicos do trabalho com rodas cantadas, lembrando sempre que esta divisão só se justifica sob os aspectos pedagógicos de facilitar a compreensão e

condutor erra, e se desculpa, e ri, e mostra como errar é normal! Uma atividade de roda cantada bem conduzida nos levará a um aumento crescente da auto estima do participante, uma vez que une características artísticas, de canto e representação, que causam exposição das crianças a situações fora de suas zonas de conforto. A dança quebra barreiras de preconceitos. O bom profissional saberá como conduzir estas quebras de paradigmas passo a passo, aumentando gradativamente a exposição do aluno, com dificuldades crescentes, permitindo que todos se soltem, se permitam participar, mesmo que timidamente, da dinâmica, e se tornem seguros de seus corpos, gestos, olhares, postura. Permitindo que se relacionem dentro do grupo de maneira leve e descontraída, permitindo a sociabilização, a estabilidade, a tolerância. Em um próximo nível permitirá a afirmação do fazer livre de julgamento criando segurança e, por fim, incrementando a auto estima da criança, que se torna capaz de agir, falar e olhar o mundo de frente. Este é o processo que acreditamos e que queremos difundir, a partir da prática pedagógica das rodas cantadas no ambiente educacional como estratégia de apoio para um programa de fortalecimento dos aspectos emocionais de nossos alunos e recreandos, seja nas esferas formais ou informais de ensino.

que o desenvolvimento que provem da experiência ocorre de maneira integral. Para iniciarmos esta conversa precisamos primeiro entender o paradigma corpo-educação. A educação física, por não se enquadrar no modelo de educação atual, com uma processo de ensino voltado para o futuro, focada no educar para o amanhã, não recebe adequada atenção. Esta visão de educar não valoriza atividades que tenham ganhos ou objetivos em si mesmo, voltadas ao hoje, ao momento. O que parece estranho é que as pessoas vêm esquecendo que o futuro se constrói concretamente hoje. O abandono do hoje pode prejudicar seriamente a construção do amanhã. Precisamos colher algo para continuarmos plantando. Principalmente nas idades iniciais e adolescência, nosso cérebro não está pronto para o


planejamento de longo prazo e, assim, o plantar sem nunca colher cria uma perda de perspectivas. Os sonhos se enfraquecem e por vezes morrem. Ninguém continua por muito tempo em um túnel que não apresenta nenhuma luz em seu final! É preciso de respostas, satisfação, prazer no fazer de hoje, para que eu possa continuar a fazer amanhã. No entanto este esquecimento da importância do agora, do trabalhar com o equipamento, do lubrificar a máquina que gera todos os nossos movimentos, tem causado grave consequências... a perda da visão integral, a diminuição da identidade, o enfraquecimento do ser para poder pertencer. Se não me fortaleço no que sou, como posso fazer parte de algo, de um grupo, de uma comunidade. As rotinas mecânicas do dia a dia, dos deslocamentos de carro, ônibus, trem, em oposição ao andar, os elevadores no lugar das escadas, o apertar de botões, com baixo envolvimento muscular, com pequenas necessidades de coordenação ou habilidades físicas, em contraponto com o fazer manual, têm criado corpos enferrujados. À isto une-se as interferências culturais que trazem corpos totalmente cobertos, escondidos entre mangas longas, calças compridas, meias e sapatos, mesmo que no calor! Isto provoca uma crescente perda da imagem corporal, da sensibilidade, da expressão, do contato, do toque, do sentir o abraço na pele! Consequentemente uma perda de parte importante de nosso ser... "somos" o nosso corpo e não "temos" um corpo. Gera-se assim pessoas com pouca atitude, inseguras, sem falar nos transtornos de imagem como a anorexia, bulimia, obesidade, etc, e os transtornos cinestésicos e ortopédicos, ligados a baixa percepção de movimento, baixa coordenação óculo-segmentar, má postura da coluna, ombros, quadris e pernas. Como segundo ponto, gostaria de destacar questões relacionadas à comunicação. Nosso corpo é ferramenta responsável também por transmitir informações, o movimento é uma linguagem que apresenta ao mundo constantes informações sobre nossa personalidade,

sobre nossas emoções e também sobre o que queremos ou estamos falando. Um corpo treinado, com gestos expressivos, cheios de significado, é capaz de se fazer entender muito mais rapidamente e com maior qualidade. Por vezes sem nem necessitar falar. Uma boa expressividade corporal auxilia na auto-confiança e consequentemente facilita os contatos sociais.. Pode observar, no geral, pessoas que trabalham com o corpo têm bastante amizades, vivem cercados de pessoas. Já pessoas com poucas amizades, comumente apresentam características de bloqueios corporais. Por fim uma outra análise em que podemos nos deter é com relação à saúde e o desenvolvimento funcional do corpo. A roda cantada, enquanto atividade física, se caracteriza como atividade aeróbia, uma vez que o participante se movimenta com baixa intensidade por um tempo razoavelmente longo, mobilizando muitos segmentos do corpo, como braços, pernas e tronco. Este tipo de exercício provoca estimulação de sistema cardio vascular podendo, quando feito com constância, trazer melhorias nas funções circulatórias, respiratórias, musculares, articulares e até digestivas. A produção de endorfinas provenientes do movimento em combinação com a tenção provocada pelos desafios das atividades pode causar ainda grande sensação de prazer e de relaxamento, auxiliando no controle do stress. Podemos concluir então que o brincar, o movimento, o cantar, o desafio característico das atividades de roda cantada, devido aos elementos rítmicos e de coordenação, podem provocar grandes melhorias físicas em seus participantes, sejam alunos ou recreandos. Justifica-se assim uma inserção deste conteúdo em atividades recreativas, assim como em atividades educacionais, tanto no contexto próprio da Educação Física Escolar, como no próprio dia a dia da sala de aula, integrando-se com o aprender para hoje e amanhã, de maneira integral. Ronaldo Tedesco Silveira


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A “Parada do Lazer” é um espaço ao mesmo tempo democrático, pois o anúncio básico é gratuito, permitindo que todas as pessoas em empresas possam veicular aqui seus produtos, idéias, serviços, etc, além de um ponto de encontro para locais que procuram profissionais como para profissionais que procuram uma colocação no mercado de trabalho. Mas também é um espaço que visa manter as atividades da revista de maneira auto sustentável, através da venda de anúncios em desta que. Assim, se você gostou de nossa revista, se acredita nesta idéia, divulgue aqui seu produto, espaço ou serviço. Entre em contato conosco pelo contato@recreacaomagazine.com.br


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