1º, 2º e 3º ANO
EXERCÍCIOS E
CICLO interdisciplinar
VERSÃO
ATIVIDADES
do ENSINO médio
INTEGRAL
SUMÁRIO apresentação pg.4 língua portuguesa................................. pg.12 matemática ................................................................... pg.24 ciências humanas ..................................... pg.52 ciências naturais pg.68
No ensino médio o aluno já atingiu um grau de maturidade e autonomia que possibilita o enfrentamento de situações-problema em que ele, com os colegas de turma, será estimulado a analisar e buscar soluções por intermédio da soma de saberes adquiridos no espaço escolar. Diante de uma situação concreta e uma pergunta desafiadora, os estudantes passam a agir em busca de conhecimento e ações que os tornem protagonistas na tentativa de encontrar soluções.
A aprendizagem baseada em projetos surge a partir de uma questão norteadora, que precisa ser ampla e instigante a ponto de incentivar os alunos na busca por respostas. A criatividade, o pensamento crítico e a colaboração são essenciais nesse modelo de prática pedagógica.
A pergunta proposta envolve o processo de investigação e permite conectar diferentes áreas do conhecimento, levando os estudantes a uma postura inquisidora, sempre com o apoio dos professores.
FOCO DA ATIVIDADE É A DISCUSSÃO
Para a melhor execução dessa prática, voltada para aprofundar a pesquisa ou elaborar a pesquisa inicial de um projeto, é importante que os professores executem e avaliem a proposta em conjunto. Dito isso, pressupõe-se, por parte da gestão escolar, o apoio para que os docentes tenham tempo de realizar esse planejamento coletivo e o pleno desenvolvimento das atividades.
Assim, as atividades recomendadas se baseiam no desenvolvimento de projetos que envolvem o uso de diversas fontes de informação e tecnologias. Quanto maior for o apoio da estrutura e gestão escolar, mais poderão ser exploradas as saídas a campo nos moldes de um estudo do meio para observação, coleta de dados e conhecimento prático in loco sobre as situações-problema estudadas.
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O
SOBRE COMO FUNCIONA A RECICLAGEM NO BRASIL, QUEM SÃO AS PESSOAS DIRETAMENTE ENVOLVIDAS NESSA ATIVIDADE E QUAL A IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA E AMBIENTAL QUE ELA DESEMPENHA.
Os alunos de ensino médio podem, inclusive, por um critério etário estabelecido pelas concessionárias que realizam a coleta de lixo no município de São Paulo (Loga e Ecourbis) realizar visitas monitoradas às centrais de triagem e aterros sanitários, atividades inacessíveis a estudantes com menos de 14 anos.
Tais atividades de visita monitorada podem certamente configurar a modalidade de ação multidisciplinar denominada estudo do meio, a qual amplia ohorizonte vivencial dos alunos ao colocá-los em contato direto com o objeto de pesquisa. Esse processo permite a visualização de tudo aquilo que, até então, pode estar sendo discutido e investigado apenas no âmbito teórico.
Assim, após a apresentação dos 20 exercícios multidisciplinares voltados ao Ciclo Interdisciplinar do Ensino Médio, propõe-se uma atividade de estudo do meio intitulada “Caminhos do lixo na cidade de São Paulo”, incisivamente recomendada à Secretaria Municipal de Educação (SME).
Sugere-se à SME o desenvolvimento de estratégias que permitam a realização de estudo do meio sobre os temas “lixo, reciclagem, Gases do Efeito Estufa (GEEs), mudanças climáticas e gestão estratégica dos resíduos sólidos” em parceria com a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de São Paulo (SP Regula) e suas concessionárias, uma vez que estas detêm uma diretriz de execução de ações de educação ambiental com as escolas que pode e deve ser mais bem explorada pela municipalidade.
As atividades propostas visam reforçar o desenvolvimento das habilidades descritas na Matriz de Saberes (comunicação; responsabilidade e participação; empatia e colaboração; autonomia e determinação; repertório cultural; pensamento científico, crítico e criativo; resolução de problemas etc.), assim como de competências específicas dos diferentes conteúdos pedagógicos, além de valorizar o desenvolvimento dos ODS (UNESCO, 2017) nas discussões e processos de aprendizagem escolar. Em relação aos ODS essas atividades permitem o desenvolvimento dos objetivos 3 (saúde e bem-estar), 4 (educação de qualidade), 11 (cidades e comunidades sustentáveis), 12 (consumo e produção responsáveis), 13 (ação contra a mudança global do clima), 14 (vida na água) e 17 (parcerias e meios de implantação), entre outros.
De forma a balizar as estratégias pedagógicas do professor, e com base na BNCC (BRASIL, 2017), foram elencados alguns objetivos de aprendizagem/ habilidades que podem ser trabalhados dentro de competências específicas das disciplinas do ensino médio por meio das atividades.
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO POSSÍVEIS DE SEREM TRABALHADOS NO CICLO
INTERDISCIPLINAR DO ENSINO MÉDIO (BNCC):
CIÊNCIAS NATURAIS (FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA)
Competência específica 1: analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos e minimizem impactos socioambientais (EM13CNT101, EM13CNT102, EM13CNT104, EM13CNT105, EM13CNT106); competência específica 2: construir e utilizar interpretações sobre a dinâmica da vida, da Terra e do cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões e fundamentar decisões éticas e responsáveis (EM13CNT202, EM13CNT203, EM13CNT206, EM13CNT207); e competência específica 3: analisar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo para propor soluções (EM13CNT301, EM13CNT302, EM13CNT303, EM13CNT304, EM13CNT305, EM13CNT306, EM13CNT307, EM13CNT309, EM13CNT310).
CIÊNCIAS HUMANAS (GEOGRAFIA E HISTÓRIA)
Competência específica 1: analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos (EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105); competência específica 2: analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais (EM13CHS202, EM13CHS204, EM13CHS205); competência específica 3: contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções (EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS303, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306); competência específica 4: analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e culturas e seu papel na construção, consolidação e transformação das sociedades (EM13CHS403, EM13CHS404); competência específica 5: reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência (M13CHS502, M13CHS504); e competência específica 6: participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania (EM13CHS601, EM13CHS602, EM13CHS603).
MATEMÁTICA Competência específica 1: utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar situações (EM13MAT101, EM13MAT102, EM13MAT103, EM13MAT104); competência específica 2: articular conhecimentos matemáticos ao propor e/ou participar de ações para investigar desafios do mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis (EM13MAT202, EM13MAT203); competência específica 3: utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos, em seus campos — aritmética, álgebra, grandezas e medidas, geometria, probabilidade e estatística — para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contextos (EM13MAT301, EM13MAT303,
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EM13MAT304, EM13MAT306, EM13MAT309, EM13MAT316); competência específica 4: compreender e utilizar, com flexibilidade e fluidez, diferentes registros de representação matemáticos na busca de solução e comunicação de resultados de problemas (EM13MAT408, EM13MAT409); e competência específica 5: investigar e estabelecer conjecturas a respeito de diferentes conceitos e propriedades matemáticas (EM13MAT501, EM13MAT502, EM13MAT5, EM13MAT507, EM13MAT508, EM13MAT510).
LÍNGUA PORTUGUESA Leitura, escuta, produção de textos e análise linguística/semiótica – campo de atuação social (EM13LP01, EM13LP02, EM13LP03 EM13LP04, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP08, EM13LP10, EM13LP11 EM13LP12, EM13LP13, EM13LP14, EM13LP15, EM13LP16, EM13LP177); leitura, escuta, produção de textos e análise linguística/ semiótica – campo da vida pessoal (EM13LP20); leitura, escuta, produção de textos e análise linguística/semiótica – campo de atuação na vida pública (EM13LP23, EM13LP24, EM13LP25, EM13LP26); leitura, escuta, produção de textos e análise linguística/semiótica – campo das práticas de estudo e pesquisa (EM13LP27, EM13LP28, EM13LP29, EM13LP30, EM13LP31, EM13LP32, EM13LP33, EM13LP34); e leitura, escuta, produção de textos e análise linguística/ semiótica – campo jornalístico-midiático (EM13LP35, EM13LP36, EM13LP37, EM13LP38, EM13LP39, EM13LP41, EM13LP42, EM13LP44).
SUGESTÕES DE TABELAS, FIGURAS E LINKS ÚTEIS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES PROPOSTAS PARA O ENSINO MÉDIO.
A seguir são compartilhados materiais para facilitar a interação entre professores e alunos, com base no conteúdo do Recicla Sampa. Vale lembrar que, usando a plataforma e colocando as palavras-chaves no campo de busca, as possibilidades exploratórias de textos, reportagens, entrevistas e vídeos é muito grande, assim como o acesso a outros sites interessantes para instrumentalizar o professor e os estudantes.
As palavras-chave “mudanças climáticas”, por exemplo, trazem uma reportagem sobre o livro Drawdown (“Declínio”, em tradução livre), que aborda as cem melhores ações sobre mudanças climáticas ao redor do planeta. Um link permite ao aluno acessar a plataforma digital do Project Drawdown 2020, que aborda todos os temas do livro e é constantemente atualizada. Vale lembrar que, por estar em inglês, ainda proporciona uma ótima oportunidade de atrair o professor dessa disciplina para colaborar com o trabalho dos estudantes e professores envolvidos no projeto.
A plataforma Recicla Sampa também compartilha, após busca da palavrachave “documentários” a lista de 12 documentários para quem deseja adotar práticas sustentáveis e uma sinopse sobre o assunto que abordam. Esses filmes podem ajudar o professor e os alunos a entender melhor a questão da geração de resíduos e quanto isso interfere nas mudanças climáticas que estão em curso.
Assim, o Recicla Sampa assume protagonismo nesta proposta como centro de busca de informações para aproveitamento nas atividades escolares. Ao longo desse trabalho, muitas outras possibilidades exploratórias serão indicadas para pesquisa de material de estudo e apoio para as mais diversas disciplinas, de modo a permitir uma abordagem multidisciplinar do tema.
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Figura 2: Ilustração sobre a retenção de calor que ocorre na atmosfera, denominada de efeito estufa.
Figura 1: Página inicial da plataforma Project DRAWDOWN 2020, que exemplifica ações descritas no livro homônimo (“Declínio”, em tradução livre).
Tabela 1: Principais gases associados à retenção de calor na atmosfera (efeito estufa) com exceção do vapor d’água (H2O).
130 anos no planeta Terra segundo dados coletados pela NASA (National Aeronautics and Space Administration)
de anomalias térmicas anuais globais e nos hemisférios Norte e Sul, respectivamente, presentes na publicação de Milani et al. (2014) na Revista Ciências do Ambiente On-Line de dezembro de 2014 (Volume 10, Número 2).
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Figura 3: Gráfico sobre o aumento da concentração de CO2 na atmosfera nos últimos 400.000 anos com dados coletados pela NASA (National Aeronautics and Space Administration) e obtidos no site do órgão norte-americano.
Figura 4: Gráfico indicando a temperatura média anual e a média quinquenal nos últimos
e obtidos no site do órgão norte-americano.
Figura 5: Gráfico
ENSINO MÉDIO
1º, 2º e 3º ANO
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando se fala na disciplina de língua portuguesa e seu papel na formação do aluno, pode-se dizer que ela é, simplesmente, o alicerce de todo o trajeto de aprendizado.
Saber ler, interpretar texto e escrever é a base para que o estudante trilhe as demais áreas do conhecimento.
Assim, quando as atividades dessa disciplina são propostas, o objetivo é, antes de tudo, deixar claro que ela está intrinsicamente correlacionada com todos os exercícios e atividades sugeridos anteriormente, uma vez que, para seu desenvolvimento, os estudantes terão de ler, interpretar textos, elaborar resumos e/ou resenhas para organizar os assuntos que estão sendo abordados e apresentá-los de diferentes maneiras para a comunidade escolar. Desse modo, espera-se que as atividades recomendadas a seguir colaborem para o exercício da escrita da língua portuguesa.
70% DAS PESSOAS QUE
TRABALHAM NO SETOR DE RECICLAGEM SÃO MULHERES
ATIVIDADES PROPOSTAS
APRESENTANDO O CONTEÚDO E
AS DIVERSAS FORMAS DE TEXTO
Todas as atividades listadas deverão ser introduzidas sob a forma de diferentes tipos de texto (relatório, mural, panfleto, resumo/resenha e narrativas explicativas para vídeo ou rádio). Assim, permite-se que os alunos desenvolvam a capacidade de comunicação escrita para diversas situações, aumentando seu poder de explanação textual em condições distintas de divulgação/dispersão de conhecimento.
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTANDO O CONTEÚDO EM FORMA DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS
O estudante deverá escolher uma das 15 atividades propostas às áreas de ciências naturais, ciências humanas ou matemática para reproduzir todo o assunto, conhecimento levantado e proposições de ação (caso tenham sido feitas) na forma de uma história em quadrinhos. Dessa maneira, o docente de língua portuguesa, em parceria com o professor de artes, poderá desenvolver um trabalho conjunto para ampliar as formas de narrativa escrita dos alunos dentro de um contexto artístico.
Na plataforma Recicla Sampa estão disponíveis estes e outros exercícios para download, além de materiais de apoio para preparação de aulas sobre o tema.
APRESENTANDO O CONTEÚDO
O estudante deverá escolher uma das 15 atividades propostas às áreas de ciências naturais, ciências humanas ou matemática para reproduzir todo o assunto, conhecimento levantado e proposições de ação (caso tenham sido feitas) na forma de conto.
LÍNGUA PORTUGUESA
atividade 2 ensino médio APRESENTANDO O CONTEÚDO EM FORMA DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS
EM FORMA DE CONTO
APRESENTANDO
O CONTEÚDO
EM FORMA DE RESENHA
O aluno deverá escolher uma das 15 atividades propostas às áreas de ciências naturais, ciências humanas ou matemática para reproduzir todo o assunto, conhecimento levantado e proposições de ação (caso tenham sido feitas) na forma de resenha.
O estudante deverá escolher uma das 15 atividades propostas às áreas de ciências naturais, ciências humanas ou matemática para reproduzir todo o assunto, conhecimento levantado e proposições de ação (caso tenham sido feitas) na forma de resumo histórico.
LÍNGUA PORTUGUESA
APRESENTANDO O CONTEÚDO EM FORMA DE RESUMO HISTÓRICO
ATIVIDADE DE ESTUDO
DO MEIO: “CAMINHOS DO LIXO NA CIDADE DE SÃO PAULO”
Visitando a Central de Triagem, o Aterro Sanitário e a Central de Geração de Energia existente em Perus (Aterro Bandeirantes/Aterro São João).
A educação ambiental se apresenta como uma proposta educacional que busca a mudança de hábitos, atitudes e práticas sociais que apontem uma solução para o quadro de degradação socioambiental que caracteriza a sociedade contemporânea.
Por essa razão, a educação ambiental demanda novas orientações pedagógicas que possam dar conta da complexidade das questões ambientais, como o método de ensino e pesquisa denominado estudo do meio.
O estudo do meio oferece uma oportunidade metodológica que permite superar a fragmentação dos saberes, de modo a revelar a complexidade da relação entre sociedade e meio ambiente. Os princípios norteadores do estudo do meio são interdisciplinaridade da pesquisa, necessidade de levantamento de testemunhos de tempos e espaços diferentes, coleta de dados e informações dos espaços físico e humano, troca de percepções e reflexões e construção coletiva de conhecimento (SULAIMAN, S. N., & TRISTÃO, V. T. V., 2012). Logo, entende-se que, tanto no Ciclo Autoral como no ensino médio (Ciclo Interdisciplinar), em que os alunos já dispõem de mais autonomia e capacidade cognitiva, essa proposta pode garantir uma discussão aprofundada e um aprendizado mais significativo sobre o tema. Portanto, o estudo do meio está elencado aqui como uma atividade extra com abordagem estritamente multidisciplinar, na qual os professores, com base nas indicações de material apresentadas nas atividades/exercícios anteriores, podem buscar subsídio para instrumentalizar os estudantes a desenvolver observações, análises e considerações sobre pontos de vista específicos e complementares aos das demais disciplinas envolvidas.
Para a preparação da atividade relacionada ao estudo do meio “Caminhos do lixo na cidade de São Paulo”, será necessário um esforço conjunto entre a Secretaria Municipal de Educação (SME), a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de São Paulo (SP Regula), as concessionárias Ecourbis e Loga e as empresas Biogás Energia Ambiental S/A e São João Energia Ambiental S/A, responsáveis pela captação e beneficiamento do biogás e pela geração de energia dos dois aterros desativados e administrados pela Loga.
Por se tratar de uma atividade multidisciplinar e interdisciplinar, é importante que toda a equipe da escola esteja envolvida no projeto do estudo do meio, para que os alunos percebam a relevância do tema.
19 LÍNGUA PORTUGUESA
A abordagem sobre o tema poderá ser iniciada com a visualização dos vídeos a seguir:
ILHA DAS FLORES
Curta-metragem de 1989 considerado um clássico sobre a questão do lixo, lixões e populações que vivem no entorno desses locais.
O IMPACTO DO LIXO
Vídeo de 15 minutos que conta a história da coleta de lixo em São Paulo e que integra o acervo de vídeos da plataforma Recicla Sampa.
MÁQUINA DE RECICLAR
Com pouco mais de sete minutos, este vídeo mostra como funcionam as duas centrais mecanizadas de reciclagem existentes no município. A peça compõe o acervo da plataforma Recicla Sampa.
DESCARTE CORRETO
Disponível na plataforma
Recicla Sampa, este vídeo de um minuto explica como separar o lixo e descartá-lo corretamente.
DOIS HÁBITOS, UMA CIDADE
Em um vídeo de três minutos, também integrante da plataforma Recicla Sampa, o enfoque nas consequências de mudanças de hábito, que podem afetar diretamente a quantidade de lixo produzida na cidade.
RESÍDUO SÓLIDOS VIRAM
ENERGIA NA PRIMEIRA USINA DE BIOGÁS DO BRASIL
Vídeo sobre a captação do metano para geração de energia. Disponível na plataforma Recicla Sampa.
COMPOSTAGEM FEIRA SUSTENTÁVEL
A transformação em adubo de resíduos orgânicos de feiras é o destaque deste vídeo de cerca de dois minutos que pode ser encontrado na plataforma Recicla Sampa.
20 LÍNGUA PORTUGUESA
Além dessa sincronicidade entre a equipe docente e administrativa da escola, é necessário que haja uma interlocução com a SME para obtenção e oferecimento de transporte e alimentação aos estudantes; da SME com a SP Regula e as concessionárias Ecourbis e Loga para agendamento e viabilização das visitas escolares com acompanhamento técnico ambiental; e da SME com a Biogás Energia Ambiental S/A e São João Energia Ambiental S/A para agendamentos simultâneos das visitas escolares a fim de otimizar a atividade de estudo do meio.
O estudo do meio é, na concepção, um trabalho que depende da preparação dos estudantes para as atividades de campo, uma vez que é imprescindível que tenham um conhecimento teórico consistente para possibilitar o desenvolvimento de uma visão crítica e construtiva sobre as questões que serão abordadas na atividade. Da mesma forma, após as visitas em campo, otrabalho deverá ter sua continuidade garantida no ambiente escolar com a elaboração de relatórios e trabalhos explicativos e/ou propositivos para consolidação do aprendizado relacionado ao estudo do meio. Assim, o conjunto de vídeos sugeridos dá início à preparação dos alunos para a discussão da temática relacionada à geração de lixo e sua destinação adequada sob a ótica ambiental. No entanto, é possível acrescentar uma série de outros vídeos para enriquecer o debate sobre a produção de resíduos e reciclagem avaliando aspectos socioeconômicos.
21 LÍNGUA PORTUGUESA
Simultaneamente à dinâmica inicial de vídeos sobre o tema, existe a possibilidade de o professor levar para a sala de aula uma série de documentos sobre geração de lixo no Brasil e no mundo para leitura e aprofundamento do assunto.
Na plataforma Recicla Sampa há um jogo interativo chamado Lixo do Mundo Dobrará de Volume até 2025. Nele, é possível clicar em vários países ao redor do globo e ter as informações de geração de lixo desde 2012 (dados reais) até 2025 (estimativa com base no crescimento da geração de lixo ano a ano).
Essa atividade interativa não só permite verificar que o aumento da geração de lixo é uma questão global, como possibilita que se tenha uma ideia de quais países são considerados os maiores e os menores geradores de resíduos do planeta (atualmente, o Brasil está entre os cinco maiores).
Mais especificamente sobre o Brasil, país de dimensões continentais, vale consultar o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que é possível acessar uma tabela interativa que informa a produção de resíduos sólidos domiciliares por cada um dos cerca de 5.570 municípios brasileiros e o tipo de local em que são descartados. Essa ferramenta, vinculada ao Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra), fornece os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico presentes na tabela
2.332 – Quantidade diária de lixo coletado por unidade de destinação final do lixo coletado. Destaca-se que, mesmo após a Lei Federal n° 12.305/2010,
LÍNGUA PORTUGUESA
O AUMENTO DA GERAÇÃO DE LIXO É UMA QUESTÃO GLOBAL, E O BRASIL ESTÁ ENTRE OS MAIORES GERADORES DE RESÍDUOS DO MUNDO
chamada Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que proibiu a existência de lixões, eles ainda estão presentes em muitas cidades brasileiras, mesmo que muitos municípios tenham construído aterros próprios ou sob a forma de consórcio para atender à legislação.
dia
Visita à central mecanizada de reciclagem e central de transbordo na parte da manhã e aterro sanitário (zona leste) à tarde.
Aterro Bandeirantes ou Aterro São João e central de produção de energia por captação e beneficiamento de biogás (parte da manhã ou tarde).
Nesta etapa, com apoio da SME, SP Regula e as concessionárias Loga e Ecourbis, é possível elaborar uma apostila com informações sobre o funcionamento da operação de coleta e destinação dos resíduos sólidos no município de São Paulo, com a qualificação e quantificação de resíduos e a descrição das centrais de transbordo e de reciclagem, assim como dados sobre os aterros em funcionamento e os já descomissionados que dispõem de captação de metano para geração de energia. A apostila também poderá ter um roteiro de observação e perguntas para serem respondidas como parte do trabalho vinculado ao estudo do meio.
Essas atividades permitem uma visão ampla de vários processos associados à questão da geração de resíduos sólidos. Além disso, possibilita o debate sobre aspectos ambientais como: uso dos recursos naturais renováveis e não renováveis; degradação de ecossistemas e suas consequências; contaminação do solo, água e atmosfera; mudanças climáticas e GEEs; sustentabilidade, consumismo, Revolução Industrial; produção e consumo de bens; capitalismo/socialismo; exclusão socioeconômica; desenvolvimento e subdesenvolvimento segundo parâmetros de industrialização e PIB; diferentes produtos/materiais e seu tempo de permanência no planeta; 5 Rs; veganismo e demais elementos que compõem modos de vida e consumo; e degradação de recursos do planeta.
A qualificação e quantificação dessas informações para além das abordagens físico-químicas e biológicas e dos aspectos histórico-geográficos, assim como a produção de textos ou de matérias de divulgação sobre o conteúdo discutido, permite um roteiro pluridisciplinar que pode ser desenvolvido ao longo do ano ou semestre.
Todas as perspectivas aqui abordadas e muitas outras estão disponíveis na plataforma Recicla Sampa. São mais de 700 materiais de consulta para uma profunda imersão no tema. Recomenda-se o esforço conjunto para que, durante o desenvolvimento do Ciclo Autoral, as escolas da rede municipal se organizem e se mobilizem, com o apoio da SME, em prol da atividade de estudo do meio.
23 LÍNGUA PORTUGUESA
As atividades de campo para o Estudo do Meio deverão ocorrer em dois dias com a seguinte dinâmica:
1 dia 2
1º, 2º e 3º ANO
MATEMÁTICA
ENSINO MÉDIO
kg DE LIXO NO MAR POR ANO 1 BRASILEIRO =
16
MATEMÁTICA
ATIVIDADES PROPOSTAS
QUANTIFICANDO OS GASES DO EFEITO ESTUFA (GEES) E SUA CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE CALOR DESDE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Com base em dados disponíveis nos gráficos e tabelas fornecidos no início do bloco de atividades (são apenas sugestões), assim como em outras informações obtidas após pesquisa coordenada pelo professor (há vários outros dados disponíveis de emissão de GEEs na internet, em livros, relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC ou do Observatório do Clima), é possível fazer inferências matemáticas sobre quantidade de GEEs e seu potencial de retenção de calor.
Com esses dados de aumento de temperatura pode-se cruzar as informações obtidas com os dados verificados do experimento do exercício 2 proposto para a área de ciências naturais (“Mudanças climáticas e aumento do nível do mar”). Assim, os alunos serão capazes de conectar informações para formar uma visão multidisciplinar de como as diferentes áreas da ciência se retroalimentam buscando entender os fenômenos que acontecem no planeta.
A coleta de dados, sua quantificação e posterior análise são a base da interpretação de fenômenos e integram o método científico que embasa o conhecimento da humanidade. Sem a quantificação adequada de processos e fenômenos observáveis, não há consistência para afirmações sobre o que foi analisado e há chance de se incorrer no erro de julgar algo que, na verdade, não corresponde aos fatos.
INFORMAÇÕES DE FUNDO
É importante, antes de analisar acontecimentos relacionados em outros países, entender como as emissões de GEEs vêm ocorrendo no Brasil. Para isso, o relatório do Observatório do Clima (OC-SEEG, 2021) traça um panorama das emissões de GEEs no Brasil de 1970 a 2020 nos diferentes setores da economia.
Os dados apresentados em gráficos e tabelas permitem uma análise anual, por década e setor produtivo, entre outras informações que podem ser trabalhadas matematicamente. Esses dados podem ser aproveitados em discussões nas áreas de ciências naturais e humanas do ensino médio.
PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
MATEMÁTICA
NAS EMISSÕES BRUTAS DE GEES NO BRASIL ENTRE 1990 E 2020 FONTE: OBSERVATÓRIO DO CLIMA (SEEG 9). 2020 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 0% 25% 50% 75% 100% Agropecuária Transporte Energia Comercial, residencial e setor público Indústria
MATEMÁTICA
A maior parte das emissões de GEEs no Brasil é decorrente direta ou indiretamente de atividades agropecuárias e do desmatamento. Esse dado traz uma informação essencial quanto à forma predominante de geração de GEEs no país, principalmente aos habitantes da cidade de São Paulo, acostumados a um espaço urbanizado e industrializado e a uma enorme frota de veículos. Se compararmos apenas a cidade de São Paulo e suas emissões, esse panorama mudaria? Em caso positivo, as atividades econômicas mais relevantes na emissão de GEEs poderiam ser comparadas às de países industrializados? Essa comparação pode ser feita com informações compartilhadas na plataforma Seeg-Eco, que traz dados referentes ao município de São Paulo.
As possibilidades de qualificação e quantificação por meios matemáticos ampliam os horizontes do entendimento sobre o tema para professores e alunos, permitindo a construção, cada vez maior, de um significado para sua utilidade na compreensão de temas atuais e cotidianos.
Outra informação complementar importante para essa discussão vem dos dados divulgados pelo Instituto Humanitas Unisinos (IHU, 2018), que apontam que o Brasil emitia 46,9 milhões de toneladas de CO2 em 1960 (representando 0,5% do total mundial) e passou a emitir 487,4 milhões de toneladas em 2016 (1,3%). O aumento foi de 10,4 vezes em 56 anos. Assim como o Brasil, proporcionalmente, outros países emergentes tiveram um acréscimo considerável de emissões de GEEs nas últimas décadas, ainda que os três maiores geradores continuem sendo China, Estados Unidos e Índia.
Observar a evolução do gráfico de emissões e quantificar a cada intervalo de tempo (décadas, por exemplo) permite o entendimento da evolução dos padrões de contribuição para o efeito estufa de diferentes nações e do Brasil.
QUANTIFICAR OS GASES SOB
A ÓTICA DA MATEMÁTICA PERMITE
ALIMENTAR TRABALHOS NAS ÁREAS DE CIÊNCIAS (BIOLOGIA, FÍSICA E QUÍMICA),
ASSIM COMO DISCUSSÕES DAS ÁREAS DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA. ALÉM DISSO, AJUDAM A COMPOR OS CONTEÚDOS QUE
SÃO APRESENTADOS EM FÓRUNS, PAINÉIS
E DEMAIS ATIVIDADES PLANEJADAS
MULTIDISCIPLINARMENTE.
LIXO NO MAR: QUANTIFICANDO O TAMANHO DO PROBLEMA
A atividade proposta se inicia com o vídeo “Mancha de lixo do Pacífico é 16 vezes maior que o esperado – 80 mil toneladas flutuam na maior concentração de plástico no mar do planeta”, disponível no site do Recicla Sampa. Qual a estimativa atual da quantidade de lixo nos oceanos? Quais países são os maiores responsáveis por esse resíduo?
O RECICLA SAMPA OFERECE UMA SÉRIE DE CONTEÚDOS
QUE PODEM SER
UTILIZADOS
PARA PROMOVER A REFLEXÃO
SOBRE O LIXO NOS OCEANOS
QUATRO ITENS PLÁSTICOS SÃO RESPONSÁVEIS POR
METADE DO LIXO NOS OCEANOS
SE NADA FOR FEITO, LIXO PLÁSTICO NOS OCEANOS DEVE TRIPLICAR ATÉ 2040
BRASIL ESTÁ ENTRE OS PAÍSES QUE MAIS POLUEM OS OCEANOS
LIXO NAS PRAIAS: UM PROBLEMA QUE TEM SOLUÇÃO
31 MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
BAÍA DE GUANABARA: MAIOR CONCENTRAÇÃO DE MICROPLÁSTICOS DO MUNDO
LIXO PLÁSTICO
NO OCEANO VIRA PARAÍSO DE ESPÉCIES INVASORAS
NOVA TECNOLOGIA RETIRA 100 MIL TONELADAS DE LIXO DO OCEANO
OCEAN CLEANUP BATE RECORDE DE LIXO RETIRADO DOS OCEANOS
NATIONAL GEOGRAPHIC: DADOS E EVIDÊNCIAS SOBRE O LIXO PLÁSTICO
VELEIRO VAI COLETAR PLÁSTICO DO OCEANO E TRANSFORMAR EM ENERGIA
MATTEL PRODUZ BARBIES COM PLÁSTICO RETIRADO DO OCEANO
32
COM OS DADOS COLETADOS E DISTRIBUÍDOS NO PAINEL, OS ALUNOS PODERÃO VISUALIZAR PONTOS INTERESSANTES SOBRE A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E A QUANTIDADE DE MATERIAL
DESCARTADO DE CADA UM DOS PRINCIPAIS GERADORES.
DIVERSOS
CONTEÚDOS NA
WEB PERMITEM
UMA LEITURA
DIRETA SOBRE O LIXO
NOS OCEANOS.
AQUI SÃO INDICADOS
ALGUNS DELES
PARA SUBSIDIAR
A DISCUSSÃO:
CHINELOS JOGADOS
NAS PRAIAS VIRAM OBRA DE ARTE
MAR DE PLÁSTICO
MANCHA DE LIXO DO PACÍFICO – DISPOSITIVO INICIA LIMPEZA
SANTO DOMINGO DECLARA ESTADO DE EMERGÊNCIA POR
CAUSA DO LIXO PLÁSTICO
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INFORMAÇÕES DE FUNDO
Fazer com que os alunos mergulhem nesse tema é fundamental para que possam entender suas responsabilidades socioambientais com o planeta em que vivem, pois boa parte do lixo que flutua nos oceanos não é produzida nas cidades localizadas em zonas costeiras.
A composição desse resíduo, suas origens (ponto de geração) e o caminho que percorre até o mar indicam que grande parcela do lixo não vem sendo destinada corretamente aos aterros ou sistemas de reciclagem existentes. Existem dados alarmantes quanto à real quantidade de lixo sendo jogado nos mares e viajando pelas correntes oceânicas ao redor do mundo. Atualmente, há cinco grandes ilhas de resíduos, também conhecidas como vórtices de lixo, espalhadas pelos oceanos Pacífico (Giro do Pacífico Norte e Giro do Pacífico Sul), Atlântico (Giro do Atlântico Norte e Giro do Atlântico Sul) e Índico (Giro do Oceano Índico).
A quantidade estimada de plástico flutuando nos oceanos, segundo dados do eCycle, é de 5,25 trilhões de embalagens, pesando em torno de 268.940 toneladas. Caso seja mantida a mesma quantidade de descarte realizada hoje, calcula-se que, em 2050, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos.
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Ainda segundo o eCycle, 90% do plástico encontrado nos oceanos vem de dez rios, sendo oito deles da Ásia (Yangtze, Indo, Amarelo, Hai, Ganges, das Pérolas, Amur, Mekong) e dois da África (Nilo e Níger).
Em relação a outros materiais de consulta sobre a poluição decorrente dos plásticos, recomenda-se: 1. o relatório “Solucionar a poluição plástica –transparência e responsabilização”, elaborado pelo WWF (2019), que permite uma discussão aprofundada sobre o tema; 2. o documento “What a waste 2.0: a global snapshot of solid waste management to 2050”, produzido, em 2018, pelo Banco Mundial, em parceria com o WWF. O estudo apresenta dados que mostram o Brasil como o quarto maior produtor de plástico do mundo, atrás apenas de EUA, China e Índia.
Essa constatação leva a pensar quão importante é a implantação de ações e políticas públicas para equacionar a questão. Assim, a abordagem desse tema é de extrema relevância dentro do espaço escolar, sendo o enfoque multidisciplinar a melhor estratégia de aproveitamento para alunos de ensino médio.
A qualificação e quantificação dos dados sobre o lixo no mar dará subsídio às discussões das demais áreas (ciências naturais e humanas), que também poderão desenvolver atividades sobre o tema.
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QUALIFICANDO E QUANTIFICANDO A GERAÇÃO DE LIXO: EM QUE CIDADE VOCÊ MORA?
Com base em quatro vídeos disponíveis na plataforma Recicla Sampa listados a seguir, o professor de matemática poderá ajudar os estudantes a entender seus hábitos de consumo e como diminuir os impactos causados por eles.
RECICLÁVEIS X LIXO COMUM
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RECICLAGEM DE HÁBITOS
IMPACTO DO LIXO
O CAMINHO DO LIXO
O professor poderá sugerir que os alunos, individualmente ou em grupo, façam por uma semana (ou um mês) a contagem e pesagem do lixo gerado em casa para ter uma ideia do quanto produzem de resíduos por dia e quanto desse lixo é reciclável ou comum.
Com os dados individuais (ou do grupo), eles poderão começar a elaborar uma série de cálculos e estimativas sobre a geração média diária por pessoa e bairro e confrontar as informações com aquelas compartilhadas no site da SP Regula, cobrindo os anos de 2016 a 2020.
Ao longo do tempo, os 3 Rs (reduzir, reciclar e reutilizar) passaram a ser compostos por 5 Rs, acrescentando as ações de repensar e recusar com o intuito de diminuir os padrões de consumo (evitando supérfluos ou compras por impulso, por exemplo). Assim, utilizando as informações coletadas nos experimentos individuais/coletivos, qual porcentagem do lixo gerado poderia ter sido evitada com base nos 5 Rs?
Na plataforma Recicla Sampa você encontra estes e outros exercícios para download, além de materiais de apoio para preparação de aulas sobre o tema.
INFORMAÇÕES DE FUNDO
Ainda que a sociedade esteja cada vez mais tecnológica e as descobertas científicas permitam o avanço em áreas de conhecimento mais elaboradas, oser humano continua dependendo dos recursos naturais finitos do planeta. Os hábitos de consumo seguem pressionando as reservas de bens naturais, e o mau uso desses recursos muitas vezes pode ser associado fazendo-se uma correlação direta com a geração de lixo. Nas últimas décadas, além do crescimento populacional, mesmo com todas as invenções humanas, houve um aumento no nível de consumo e na geração de lixo se comparados às sociedades anteriores.
A animação A História das Coisas, disponível na plataforma da escola digital do governo do Amapá, pode ser utilizada sob a perspectiva de diversas outras disciplinas — aqui auxilia todos no que diz respeito à compreensão dos hábitos de consumo. O vídeo está no YouTube.
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atividade 3
• 1º, 2º e 3º anos do ensino médio façam a contagem e a pesagem do lixo gerado em suas casas para terem uma ideia do quanto geram de lixo por dia, e quanto desse lixo é reciclável ou lixo comum tipo de lixopeso data tipo de lixopeso data
COM OS DADOS SOBRE O VOLUME MENSAL DE LIXO QUE VAI PARAR NOS ATERROS, OS ALUNOS PODERÃO CALCULAR
QUANTIDADES SEMANAIS E DIÁRIAS. SE A COLETA SELETIVA
REALIZADA NO MUNICÍPIO FOR DOBRADA OU TRIPLICADA, QUANTO DEIXARÁ DE SER ENCAMINHADO AOS ATERROS?
A evolução do uso/produção de plástico nas últimas décadas e a busca por soluções para diminuir os efeitos ambientais nocivos de seu descarte inadequado têm colocado o material no centro das atenções e se tornado uma preocupante questão de dimensão mundial. O volume de produção, a reciclagem insipiente e o descarte inadequado têm, inclusive, originado imensas “ilhas de plástico” nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
Com os dados de produção de plástico existentes e com base na população mundial atual, é possível calcular o consumo por habitante e propor ações de mitigação desse problema ambiental.
Quem são os maiores produtores mundiais de plástico? Quanto do material que produzem é reciclado? Quais são os itens plásticos
Assim, o professor de matemática poderá instrumentalizar os alunos a qualificar e quantificar a questão, tornando os dados importante fonte de debate para essas perguntas e proposição de ações voltadas a soluções.
VÍDEOS AO LADO APRESENTAM DADOS E ESTATÍSTICAS SOBRE A GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM SP
OS
MATEMÁTICA
O CAMINHO DO LIXO Entenda o caminho do lixo na cidade de SP e saiba como são processados os materiais recicláveis.
O IMPACTO DO LIXO SP gera 12 mil toneladas de resíduos por ano. Conheça o impacto do lixo na cidade.
MATEMÁTICA
NO RECICLA SAMPA VOCÊ encontra vídeos e outros conteúdos relacionados aos temas propostos nas atividades.
PESQUISA APONTA QUE 90% DOS BRINQUEDOS DO MUNDO SÃO FEITOS DE PLÁSTICOS
CIENTISTAS ENCONTRAM MICROPLÁSTICOS EM FRUTAS E LEGUMES
QUENIANO CONSTRÓI VELEIRO COM PLÁSTICOS COLETADOS NO MAR
PINGUINS DA ANTÁRTICA JÁ POSSUEM MICROPLÁSTICO NO ORGANISMO
SÃO PAULO PROÍBE FORNECIMENTO DE PRODUTOS DESCARTÁVEIS DE PLÁSTICO
VÍDEO MOSTRA GARRAFA DE PLÁSTICO SE DECOMPONDO EM TEMPO REAL
MÉDICO RECICLA TAMPAS DE PLÁSTICO PARA ALIMENTAR CRIANÇAS CARENTES
BRASIL RECICLA QUASE 25% DO LIXO PLÁSTICO, MAS AINDA É POUCO
FATOS E ESTATÍSTICAS SOBRE A RECICLAGEM DE PLÁSTICO
Mais dados sobre a produção de plástico podem ser acessados no WWF –World Wildlife Fund.
Outros sobre os diferentes tipos do material e as possibilidades de reciclagem podem ser encontrados no site da Recicloteca (link nesta página)
No endereço eletrônico da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast) existem algumas publicações que o professor poderá utilizar em sala de aula das quais selecionamos três:
> CARTILHA DE RECICLABILIDADE DE MATERIAIS PLÁSTICOS PÓS-CONSUMO
> EBOOK – PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE RECICLAGEM DE PLÁSTICO
> ECONOMIA CIRCULAR
São inúmeras as abordagens que podem ser exploradas por professores e alunos de modo a quantificar, comparar e estimar a geração, durabilidade e reciclagem do plástico com os dados disponíveis nas fontes citadas.
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É essencial analisar de onde vem o plástico, como ele é produzido, quais os diferentes tipos do material, quais podem, ou não, ser reciclados e como isso ocorre. Muitas dessas informações podem ser obtidas no site da Recicloteca. É imprescindível que as pessoas deixem de pensar que todo plástico é igual e entendam a problemática de não o reciclar e sua permanência no ambiente, além de compreender como se dá o processo de degradação. O vídeo “Os caminhos do plástico”, na plataforma Recicla Sampa, é uma ferramenta interessante para ser explorada, assim como os da central de triagem e a reportagem intitulada “Vídeo mostra garrafa de plástico se decompondo em tempo real”, que conta a experiência da maior live streaming já produzida (calcula-se que ela durará 450 anos) para dar a ideia de quanto tempo esse material, se descartado erroneamente, vai interferir nos recursos naturais do planeta.
MATEMÁTICA
QUANTIFICANDO A “PEGADA ECOLÓGICA” DOS ALUNOS
A pegada ecológica (ecological footprint, em inglês) é um método que avalia os padrões de consumo de uma pessoa, cidade ou país e a capacidade ecológica da Terra. Isso quer dizer que, analisando a pegada ecológica, é possível perceber se o planeta suporta ou não o estilo de vida que o ser humano leva. O termo foi primeiramente usado em 1992, por William Rees, ecologista e professor canadense da universidade de British Columbia. Em 1995, Rees e o coautor Mathis Wackernagel publicaram o livro Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolveu a cartilha Pegada Ecológica – Qual É a Sua?, que explica como surgiu essa preocupação e quais suas bases de cálculo. Na web é possível acessar a cartilha e realizar em classe um experimento para que professor e estudantes vejam como os hábitos de consumo de cada um podem impactar, mais ou menos, os recursos do planeta.
A cartilha apresenta um questionário e os valores a serem aplicados para cada resposta, a fim de quantificar o impacto — um exercício fácil e muito elucidativo para entender quais hábitos são mais danosos ao planeta. Existem variações em relação ao questionário e ao tipo de resposta, mas o objetivo é sempre o mesmo: medir o impacto que os hábitos de consumo individuais causam à Terra. Outra fonte, o WWF, dispõe de uma série de publicações e uma versão on-line do questionário, além da calculadora de pegada ecológica.
Com base nesses cálculos, o professor terá à disposição conteúdos que devem ser abordados sob óticas distintas, uma vez que a questão do consumo envolve aspectos sociais, econômicos e culturais que precisam ser discutidos para que se perceba o quanto, atualmente, determinados comportamentos induzem ao consumismo como forma de status. Nesse sentido, torna-se relevante trazer para o debate coletivo aspectos do ser e do ter para que as pessoas não associem o consumo e a posse de bens a um parâmetro primordial de felicidade, afinal a maioria dos recursos naturais é finita.
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As sete questões a seguir ajudam a balizar as discussões a serem desenvolvidas nessa atividade.
1. COMO SE CALCULA A PEGADA ECOLÓGICA?
A pegada ecológica mede a quantidade de terra biologicamente produtiva e área aquática necessárias para produzir os recursos que um indivíduo, população ou atividade consome para absorver os resíduos que gera, considerando a tecnologia e o gerenciamento de recursos prevalecentes.
A área é expressa em hectares globais (hectares com produtividade biológica na média mundial). Os cálculos da pegada usam fatores de rendimento para normalizar a produtividade biológica de países com as médias mundiais (por exemplo, comparação de toneladas de trigo por hectare no Reino Unido versus a média mundial por hectare) e fatores de equivalência para levar em consideração as diferenças de produtividade média mundial entre tipos de terra (por exemplo, média mundial para florestas versus média mundial para áreas de cultivo).
Os resultados da pegada e da biocapacidade para os países são calculados anualmente pela Global Footprint Network (Rede Global da Pegada Ecológica, em tradução livre). Colaborações com governos nacionais são incentivadas e servem para aprimorar os dados e a metodologia utilizada para os balanços da pegada ecológica. Até a presente data, a Suíça completou uma revisão, e Bélgica, Equador, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Japão e EUA revisaram parcialmente ou estão revisando seus balanços. O desenvolvimento metodológico contínuo dos balanços de pegadas nacionais é supervisionado por um comitê formal de revisão. Uma publicação detalhada sobre métodos e cópias de modelos de planilhas de cálculos pode ser encontrada no site footprintnetwork.org.
MATEMÁTICA
As análises de pegadas podem ser conduzidas em qualquer escala. Há o reconhecimento crescente da necessidade de padronizar aplicações subnacionais da pegada para aumentar a comparabilidade entre estudos em diferentes locais e anos. Atualmente, os métodos e abordagens para calcular a pegada de municípios, organizações e produtos estão sendo alinhados por meio de uma iniciativa global de padrões de pegada ecológica. Para mais informações a respeito, consulte: footprintstandards.org.
2. O QUE A PEGADA ECOLÓGICA INCLUI? O QUE EXCLUI?
Para evitar o exagero da demanda humana sobre a natureza, a pegada ecológica inclui somente aspectos do consumo de recursos e da produção de resíduos para os quais a Terra tem capacidade regenerativa, e onde existam dados que permitam que essa demanda seja expressa em termos de área produtiva. Por exemplo, descargas tóxicas não são contabilizadas em balanços de pegada ecológica, tampouco a captação de água doce, apesar de a energia usada para bombear ou tratar a água ser incluída. Os balanços de pegada ecológica fornecem dados instantâneos da demanda e oferta de recursos no passado, no entanto, não preveem o futuro. Assim, ainda que a pegada não estime perdas futuras causadas pela degradação atual dos ecossistemas, se esse fenômeno persistir, poderá ser refletido em balanços posteriores como uma redução na biocapacidade. Os balanços de pegada ecológica também indicam a intensidade com que uma área biologicamente produtiva está sendo utilizada. Por ser uma medida biofísica, porém, não avalia as dimensões sociais e econômicas essenciais da sustentabilidade.
MATEMÁTICA
3. COMO O COMÉRCIO INTERNACIONAL É LEVADO EM CONSIDERAÇÃO?
Os balanços nacionais calculam a pegada ecológica relacionada ao consumo total de cada país somando a pegada das importações e sua produção e subtraindo a das exportações. Isso significa que o uso de recursos e as emissões relacionadas à produção de um carro fabricado no Japão, mas vendido e utilizado na Índia, contribuirão mais para a pegada de consumo da Índia do que para a do Japão. As pegadas de consumo nacionais podem ser distorcidas quando os recursos utilizados e os resíduos gerados na manufatura de produtos para exportação não são bem documentados. De modo geral, as imprecisões mencionadas podem afetar significativamente as estimativas de pegada para países em que o fluxo de comércio é intenso em comparação com o consumo total. Entretanto, isso não afeta a pegada total global.4. COMO A PEGADA ECOLÓGICA CONTABILIZA
IMPORTANTE: TRAZER PARA O DEBATE ASPECTOS DO
4. COMO A PEGADA ECOLÓGICA CONTABILIZA O USO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS?
Combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural são extraídos da crosta terrestre e não são renováveis em lapsos de tempo ecológicos. Quando esses combustíveis queimam, emitem dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera. Esse gás pode ser armazenado de duas maneiras: com o sequestro das emissões por meio de tecnologia humana, como injeções em poços profundos, ou o sequestro natural. Este último ocorre quando os ecossistemas absorvem CO2 e o armazenam na forma de biomassa, como as árvores, ou no solo. A pegada de carbono (carbon footprint, em inglês) é calculada estimando-se a quantidade de sequestro natural que seria necessária para manter uma concentração constante de CO2 na atmosfera. Depois de subtrair a quantidade de CO2 absorvida pelos oceanos, os balanços de pegada ecológica calculam a área necessária para absorver e reter o carbono remanescente com base na taxa média de sequestro das florestas de todo o mundo. O CO2 sequestrado por meios artificiais também seria subtraído da pegada ecológica total, mas atualmente essa quantidade não é significativa. Em 2007, um hectare global era capaz de absorver o CO2 liberado pela queima de aproximadamente 1.450 litros de gasolina.
Expressar emissões de CO2 em termos de uma área bioprodutiva equivalente não implica que o sequestro de carbono em biomassa seja a chave para a solução das mudanças climáticas. Pelo contrário, mostra que a biosfera não tem capacidade suficiente para amortizar as atuais taxas de emissões antropogênicas de CO2. A contribuição das emissões de CO2 para a pegada ecológica total está fundamentada em uma estimativa das produtividades florestais médias mundiais, contudo, essa capacidade de sequestro pode mudar ao longo do tempo.
Conforme as florestas amadurecem, suas taxas de sequestro de CO2 tendem
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SER E DO TER PARA QUE AS PESSOAS NÃO ASSOCIEM O CONSUMO E A POSSE DE BENS A UM PARÂMETRO PRIMORDIAL DE FELICIDADE.
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
EMISSÕES DE CARBONO DE FONTES DE ENERGIA
LIMPA SÃO INCORPORADAS
AOS BALANÇOS NACIONAIS DE PEGADA ECOLÓGICA EM NÍVEL GLOBAL.
MATEMÁTICA
a decrescer. Caso sejam degradadas ou desmatadas, podem se tornar emissoras líquidas de CO2. As emissões de carbono de fontes que não sejam as queimas de combustíveis fósseis são incorporadas aos balanços nacionais de pegada ecológica em nível global e incluem emissões fugitivas da queima de gás durante a produção de petróleo e gás natural, o carbono liberado por reações químicas na produção de cimento e as emissões das queimadas em florestas tropicais.5. A PEGADA ECOLÓGICA LEVA OUTRAS ESPÉCIES EM
5. A PEGADA ECOLÓGICA LEVA OUTRAS ESPÉCIES EM CONSIDERAÇÃO?
A pegada ecológica compara a demanda humana sobre a natureza com a capacidade da natureza de atender a essa demanda. Portanto, serve como um indicador da pressão humana sobre ecossistemas locais e globais. Em 2007, a demanda da humanidade excedeu a taxa de regeneração da biosfera em mais de 50%. Essa sobrecarga pode causar a saturação dos sumidouros de resíduos e o esgotamento dos ecossistemas, gerando impacto negativo sobre a biodiversidade. Entretanto, a pegada não mede este impacto diretamente, tampouco especifica o índice de redução da sobrecarga para evitá-lo.6. A
6. A PEGADA ECOLÓGICA DEFINE O QUE É UM USO “JUSTO” OU “IGUALITÁRIO” DOS RECURSOS?
A pegada ecológica documenta o que aconteceu no passado. Pode descrever quantitativamente os recursos usados por um indivíduo ou uma população, mas não estabelece o que deveriam utilizar. A distribuição de recursos é uma questão de políticas públicas, baseada em crenças da sociedade sobre o que é ou não igualitário. Apesar de a contabilização da pegada ser capaz de determinar a biocapacidade média disponível per capita, ela não estipula como essa biocapacidade deveria ser distribuída entre indivíduos ou países. Ainda assim, oferece amplo contexto para essas discussões.
7. QUAL É A RELEVÂNCIA DA PEGADA ECOLÓGICA, JÁ QUE A OFERTA DE RECURSOS RENOVÁVEIS PODE SER AUMENTADA E OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS PODEM DESACELERAR O ESGOTAMENTO DOS RECURSOS NÃO RENOVÁVEIS?
A pegada ecológica mede o estado atual do uso dos recursos e da geração de resíduos. Ela questiona: em determinado ano, as demandas humanas sobre os ecossistemas excedem a capacidade dos ecossistemas de atendê-las?
A análise da pegada reflete tanto aumentos na produtividade dos recursos renováveis como inovações tecnológicas (por exemplo, se a indústria de papel dobrar a eficiência geral da produção, a pegada por tonelada de papel será reduzida pela metade). Os balanços de pegada ecológica capturam essas mudanças assim que ocorrem e podem determinar até que ponto essas inovações foram bem-sucedidas em restringir a demanda humana aos limites da capacidade dos ecossistemas do planeta. Se houver crescimento suficiente na oferta ecológica e redução na demanda humana em virtude de avanços tecnológicos ou outros fatores, os balanços vão retratar como eliminação da sobrecarga global.
Para obter mais informações sobre a metodologia atual, fontes de dados, princípios e resultados da pegada ecológica, visite: footprintnetwork.org
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MATEMÁTICA
ENSINO MÉDIO
1º, 2º e 3º ANO
CIÊNCIAS HUMANAS
A META DO ACORDO DE PARIS É MANTER O
AUMENTO DA TEMPERATURA
MÉDIA GLOBAL INFERIOR A
2°C
PROPOSTAS
GASES DO EFEITO ESTUFA (GEEs) E O
AQUECIMENTO GLOBAL: QUAL O PAPEL DA ATIVIDADE HUMANA NO DESEQUILÍBRIO DA
CONCENTRAÇÃO DESSAS SUBSTÂNCIAS E COMO
Há a possibilidade de se contextualizar os aspectos referentes à atividade humana com a produção de Gases do Efeito Estufa (GEEs) e o desenvolvimento histórico das diferentes sociedades (principalmente entre os séculos 18 e 21), além de abordar como esses cenários influenciaram, principalmente nos últimos 250 anos, a transformação da Terra pela busca de recursos naturais e espaços para viver.
Como o processo de industrialização está relacionado com o aumento da produção de GEEs uma vez que muitos deles não são gerados naturalmente? Como, em termos sociais, a industrialização e o consumismo se relacionam e de que modo isso acentuou a geração de resíduos e o processo de exclusão socioeconômica de parte da população? Como e por que as mudanças climáticas podem agravar a oferta de recursos básicos de água e alimentos para subsistência e ocasionar um êxodo migratório em várias partes do planeta? Quais seriam as áreas mais afetadas do mundo e sob qual aspecto geográfico elas seriam prejudicadas? E no Brasil em particular?
A TECNOLOGIA PODE SER FUNDAMENTAL PARA CONTROLAR SUA EMISSÃO
ATIVIDADES
CIÊNCIAS HUMANAS
INFORMAÇÕES DE FUNDO
O fenômeno da globalização tem, entre outras características, a distribuição planetária dos efeitos da poluição, tenham eles sido gerados dentro do país ou em outras regiões do globo. Enquanto algumas nações produzem os GEEs majoritariamente pela atividade industrial, outras o fazem por ações ligadas a atividades agropecuárias e desmatamento.
No Brasil, segundo o relatório do Observatório do Clima (OC-SEEG, 2019), mais de 70% das emissões de GEEs estão vinculadas a atividade agropecuária (produção de alimentos e desmatamento), o que demonstra uma peculiaridade em relação aos países mais industrializados. Como funcionam as correntes atmosféricas que dispersam os poluentes pelo planeta? Como a derrubada de florestas afeta a geração e/ou a neutralização dos GEEs? Por que ecossistemas como os que compõem a Amazônia e outras florestas tropicais pluviais são tão importantes para colaborar com o controle dos efeitos das mudanças climáticas?
O estudo sobre a história da evolução socioeconômica do Brasil e suas estratégias desenvolvimentistas é fundamental para que o professor e os alunos elaborem um olhar crítico sobre o modelo de desenvolvimento existente no Brasil atual e as consequências para o compromisso de combate às mudanças climáticas postulado pela ONU.
CIÊNCIAS HUMANAS
O CLIMA E AS VARIAÇÕES DE TEMPERATURA
O clima da Terra é quente perto da Linha do Equador e frio nos polos. A diversidade de temperatura e ambientes faz com que o planeta seja capaz de abrigar uma variedade enorme de seres vivos.
Ao longo da história geológica da Terra, o clima global (constituído pela média de todas as regiões) esfriou e esquentou pelas razões mais distintas. Ainda assim, o aquecimento rápido como o que é observado hoje é incomum. O consenso científico é de que o clima está esquentando como resultado da adição de GEEs, que retêm o calor drasticamente na atmosfera e são provenientes de atividades humanas.
Com base na figura a seguir, é possível observar a temperatura média da Terra nos últimos anos analisando-se a linha preta. As previsões de aquecimento no futuro são apresentadas pelas linhas vermelha, verde e roxa. Tais estimativas, desenvolvidas com modelos de computador, fazem suposições diferentes sobre a quantidade de GEEs que futuramente será liberada pela humanidade na atmosfera.
INFORMAÇÕES DE FUNDO
O clima da Terra está esquentando. Durante o século 20, a temperatura média do planeta aumentou 0,6°C (1,1° F). Os cientistas estão descobrindo que a mudança na temperatura tem causado variações em outros aspectos da Terra e que os efeitos do aquecimento global são de longo alcance. Entre outros desdobramentos, provocam a elevação da temperatura da atmosfera e dos oceanos e, consequentemente, o derretimento de mais neve e gelo das regiões polares, ocasionando o aumento do nível do mar.
Efeitos diferentes do aquecimento global foram vistos em escalas continentais. No século 20, as temperaturas do Ártico aumentaram duas vezes mais do que a média global e a quantidade de precipitação em diferentes regiões do planeta mudou, assim como a ocorrência de eventos climáticos extremos (secas, ondas de calor e intensidade de furacões e tufões), tem se tornado mais frequente.
58 CIÊNCIAS HUMANAS
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De acordo com os resultados dos modelos de computador resumidos pelo IPCC, haverá mais aquecimento global no futuro. Para as próximas duas décadas, projeta-se um aumento de cerca de pelo menos 0,2°C. Se ações humanas continuarem a emitir tantos ou mais Gases do Efeito Estufa, isso causará mais aquecimento durante todo o século 21 do que o que foi visto no século passado. Atualmente, vários modelos de computador preveem que, ao longo deste século, a temperatura média da Terra poderá aumentar entre 1,8° e 4,0°C (3,2°F e 7,2°F) dependendo, em grande parte, de como a sociedade controlará as emissões de GEE.
Embora em termos globais a humanidade não tenha, até o momento, atingido as metas do Protocolo de Kyoto (redigido e assinado, em 1997, no Japão), em que os países se comprometeram a reduzir a emissão de GEEs em 5,2% na comparação com os níveis de 1990, há várias estratégias sendo implantadas em diferentes regiões do planeta. Recentemente, muitas empresas têm tentado neutralizar emissões com mecanismos denominados “créditos de carbono”, visando equacionar estratégias em que os GEEs produzidos sejam capturados por florestas plantadas ou naturais, sempre certificadas. Hoje, há um mercado que movimenta milhões de dólares em créditos de carbono para companhias que ainda usam como matriz energética derivados de petróleo ou carvão.
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QUAL A RELAÇÃO ENTRE A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS/BENS DE CONSUMO, A GERAÇÃO DE LIXO, OS LIXÕES E/OU ATERROS SANITÁRIOS E OS GASES DO EFEITO ESTUFA? QUAIS PROCESSOS NATURAIS E ARTIFICIAIS ESTÃO ENVOLVIDOS E COMO PODEM SER CONTROLADOS?
A produção de alimentos e bens de consumo para a manutenção das necessidades da humanidade, que está prestes a ultrapassar 8 bilhões de habitantes, é um importante fator de pressão sobre os recursos naturais renováveis e não renováveis.
Os esforços de coleta seletiva e reciclagem vêm crescendo no Brasil e no mundo, mas, apesar de novas tecnologias estarem disponíveis, ainda há um longo caminho a percorrer para que ocorram aumentos significativos nos índices de reciclagem dos resíduos como um todo.
A plataforma Recicla Sampa tem uma série de conteúdos sobre reciclagem que podem servir de referência para professores e alunos entenderem o que vem sendo feito, de modo a permitir uma abordagem histórica e socioeconômica sobre o tema.
Há materiais sobre reciclagem de vidro, plástico, metal, papel, tecidos; ações no Brasil e ao redor do mundo de coleta seletiva; e vídeos sobre cooperativas, centrais de triagem e ações socioambientais que proporcionam ao professor um universo amplo de temáticas para o desenvolvimento da atividade. Com base nesse material, os estudantes podem desenvolver trabalhos sob diferentes abordagens: produção agrícola x produção industrial; países industrializados x países em desenvolvimento; e regiões do Brasil de diferentes perfis (agrícola ou industrializado), seu papel na produção de alimentos/bens de consumo e na emissão de GEEs de acordo com sua situação socioeconômica.
Em países de forte produção agropecuária como o Brasil, é possível diminuir a geração de GEEs associados à atividade com métodos produtivos de caráter concessionário entre os ecossistemas e a produção agrícola. Essas estratégias passam por agricultura sinantrópica, sistemas agroflorestais, sistemas baseados em agricultura familiar, orgânica e biodinâmica e sistemas de policultivo. Neste há o rodízio de culturas em contrapartida aos grandes sistemas de monocultura dependentes de agroquímicos e sementes híbridas. Neste caso, a produção normalmente é composta por insumos como soja, cana e algodão, entre outros itens de origem vegetal que, em sua maioria, não se transformam em alimentos para a população.
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INFORMAÇÕES DE FUNDO
Como ocorre a reciclagem no Brasil? Qual o potencial econômico e social da reciclagem para geração de renda e inserção de pessoas na trama social economicamente ativa?
No Recicla Sampa existem inúmeros conteúdos, entre matérias, entrevistas e vídeos, que contam como funciona o universo da reciclagem em São Paulo, no Brasil e no mundo e sobre o potencial socioambiental e econômico dessa atividade. Com a reciclagem assumindo mais relevância, há uma diminuição da pressão sobre os recursos naturais extraídos e a possibilidade de a cadeia produtiva reintroduzir esses materiais por meio de processos industriais menos impactantes no que diz respeito à produção de GEEs.
Há, ainda, a opção pouco explorada, ao menos no Brasil, de reciclagem de material orgânico para produção de adubo, que pode retornar à agricultura como importante fonte de recuperação nutricional do solo. Outro aspecto fundamental em relação aos aterros sanitários que recebem os resíduos domésticos dos municípios, em que majoritariamente são descartados resíduos orgânicos, é a captação de gases para geração de energia, como é feito no Aterro Bandeirantes, em Perus. Gerenciado pela concessionária Loga, que atua na coleta de lixo nas regiões norte e oeste do município de São Paulo, é um local em que se desenvolve importante estratégia de controle de emissão dos GEEs e geração de créditos de carbono.
Os resíduos domiciliares das zonas sul e leste de São Paulo são coletados pela concessionária Ecourbis, que faz a sua destinação final no aterro sanitário Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL). Esse aterro, além de estar funcionando, dispõe de uma central de visitação que permite aos alunos acompanhar o funcionamento da operação de disposição adequada de resíduos. Nas operações de coleta e destinação de lixo, ambas as concessionárias (Loga e Ecourbis) são integradas por modernas instalações de centrais de reciclagem abertas à visitação de estudantes do ensino médio, o que torna a vivência mais real e significativa.
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LIXO NO MAR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
A atividade proposta se inicia com o vídeo “Mancha de lixo do Pacífico é 16 vezes maior que o esperado – 80 mil toneladas flutuam na maior concentração de plástico no mar do planeta”, disponível no Recicla Sampa.
Que lixo é esse? De onde ele vem? Como esses materiais chegam até os oceanos? Por que não tiveram a destinação adequada?
Essas e outras perguntas sobre a produção de bens de consumo e sua transformação em lixo descartado inadequadamente ao redor do planeta são objeto desse projeto investigativo a ser transformado em um fórum de debate em que os alunos apresentarão suas descobertas e propostas de solução. O resultado dessa pesquisa e do fórum poderão ser compartilhados em apresentações multimídia, podcasts, cartazes e outras opções de divulgação que a escola julgar interessantes para estimular os estudantes.
CIÊNCIAS HUMANAS
CIÊNCIAS HUMANAS
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Fazer com que os alunos mergulhem no tema é fundamental para que possam entender suas responsabilidades socioambientais com o planeta em que vivemos, pois boa parte do lixo que hoje flutua nos oceanos não é produzida nas cidades localizadas em zonas costeiras.
Segundo dados do eCycle, a quantidade estimada de plástico nos oceanos é de 5,25 trilhões de embalagens, pesando em torno de 268.940 toneladas. Atualmente, 90% do plástico encontrado nesse ambiente vem de dez rios, sendo oito deles da Ásia (Yangtze, Indo, Amarelo, Hai, Ganges, das Pérolas, Amur e Mekong) e dois da África (Nilo e Níger).
Se for mantida a mesma quantidade de descarte de resíduos plásticos realizada hoje, estima-se que, em 2050, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. Em relação a outros materiais de consulta sobre a poluição decorrente dos plásticos, recomenda-se:
1. O relatório “Solucionar a poluição plástica – transparência e responsabilização”, elaborado pelo WWF (2019), que permite uma discussão profunda sobre o tema;
2. O documento “What a waste 2.0: a global snapshot of solid waste management to 2050”, produzido, em 2018, pelo Banco Mundial, em parceria com o WWF. O estudo apresenta dados que mostram o Brasil como o quarto maior produtor de plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Como o material está em inglês, é importante a presença do professor do idioma para viabilizar o entendimento do conteúdo e demonstrar aos alunos o quanto essa língua pode abrir opções de estudo e conhecimento ao permitir a imersão em textos ainda não disponíveis em português. As questões socioeconômicas e da falta de infraestrutura de serviços públicos em distintas regiões do Brasil podem alavancar parte da discussão, mostrando as diferenças regionais existentes no país, quais aspectos sociopolíticos estão envolvidos e quais soluções podem ser pensadas para que isso deixe de ocorrer.
Há duas vertentes para se trilhar o caminho das discussões: uma delas passa pela evolução histórica da sociedade pré e pós-Revolução Industrial até hoje, envolvendo também os aspectos culturais e valores de distintas regiões/ países ao redor do planeta. A outra, sob o viés da geografia, pode explorar as questões das diferenças socioeconômicas entre nações e dentro de um mesmo país (Brasil) com base nas características regionais — essa abordagem pode ser implantada em relação ao município de São Paulo e às suas diferenças internas, verificadas entre as prefeituras regionais conforme as composições demográficas e socioeconômicas de cada uma delas.
O CAMINHO DO LIXO: COMO A HUMANIDADE, AO LONGO DOS SÉCULOS, AUMENTOU SEU POTENCIAL DE PRODUÇÃO E CONSUMO DE BENS, ASSIM COMO A GERAÇÃO DE LIXO
Para começar a entender a questão do lixo no município de São Paulo, a plataforma Recicla Sampa tem um conjunto de vídeos que abordam essa questão.
É SUGERIDA A EXIBIÇÃO DOS VÍDEOS A SEGUIR ANTES DO INÍCIO DAS ATIVIDADES:
RECICLAGEM DE VIDAS
REDE DE SOLIDARIEDADE
RECICLÁVEIS X LIXO COMUM
DOIS HÁBITOS, UMA CIDADE MÁQUINA
DE RECICLAR
IMPACTO DO LIXO
O CAMINHO
MENOS É MAIS
DO LIXO
HUMANAS
CIÊNCIAS
INFORMAÇÕES DE FUNDO
Um balanço da quantidade e da composição do lixo produzido nos últimos cinco anos no município de São Paulo pode ser encontrado no site da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de São Paulo (SP Regula) e traz informações interessantes para embasar a atividade. Até que ponto os seres humanos consomem por necessidade ou por impulso? A questão da globalização vem sendo abordada nas últimas décadas e também está diretamente ligada ao aumento do consumo de bens essenciais e supérfluos.
O vídeo A História das Coisas, disponível no YouTube, é uma animação que pode ser utilizada sob a ótica de diversas outras disciplinas e, neste caso, poderia auxiliar no que diz respeito aos hábitos de consumo. Com ele os alunos podem problematizar sobre quais são os aspectos geográficos e socioeconômicos envolvidos na produção de bens de consumo em determinadas regiões do planeta e que, posteriormente, são distribuídos para todo o mundo. Como um produto fabricado do outro lado da Terra chega ao Brasil a um preço tão baixo a ponto de competir com a indústria nacional?
O que é computado — e o que não é — para valorar um bem de consumo de maneira a torná-lo economicamente acessível? Como isso impacta os recursos naturais do planeta?
Essas e outras questões irão guiar os estudantes na busca de informações sobre o caminho do lixo, tema que poderá ser objeto de um trabalho escrito a ser apresentado ao professor ou compartilhado na internet no qual os docentes de informática e língua portuguesa serão parceiros de viagem dos professores de história e/ou geografia.
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CIÊNCIAS HUMANAS
E
A ABORDAGEM PODE SER IMPLANTADA EM RELAÇÃO AO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
ÀS SUAS DIFERENÇAS INTERNAS
1º, 2º e 3º ANO
CIÊNCIAS NATURAIS
ENSINO MÉDIO
1,2°C AUMENTO DA TEMPERATURA ENTRE A ERA PRÉ-INDUSTRIAL (1880) E HOJE
CIÊNCIAS NATURAIS
ATIVIDADES PROPOSTAS
OS GASES DO EFEITO ESTUFA
E O AQUECIMENTO GLOBAL
As tabelas e os gráficos apresentados podem ser exibidos aos alunos para análise e direcionamento das atividades do projeto a ser implantado, com base na abordagem dos aspectos biológicos ligados à produção dos Gases do Efeito Estufa (GEEs). Essa perspectiva se dá pelo comportamento físico-químico do fenômeno, que contribui para o aumento da temperatura atmosférica e, consequentemente, altera as condições ambientais nos diferentes ecossistemas do planeta. Dessa maneira, compromete a sobrevivência de plantas, microrganismos e animais, o que reflete diretamente na biodiversidade.
Como o efeito estufa garante a abundância de vida na Terra e simultaneamente pode causar extinção em massa de espécies existentes? Quais são e de onde vêm esses gases? Por que eles “aquecem” a atmosfera e qual o efeito benéfico para a vida na Terra? Se o fenômeno é vital, por que atualmente tem se transformado em uma das maiores preocupações do nosso século? Existem estratégias biológicas ou físico-químicas para controlar a emissão desses gases? Eles têm origem biológica ou são produzidos industrialmente?
Nessa etapa, uma atividade multidisciplinar, como um Projeto Mudanças Climáticas, pode permitir uma imersão dos estudantes na busca por esse entendimento sob várias óticas. Como sugestão, a proposta pode culminar com uma demonstração das informações coletadas utilizando tecnologias digitais, apresentação oral, teatro e/ou conjunto de painéis autoexplicativos voltada a toda a comunidade escolar e o entorno.
Dentro da tríade biologia-física-química, os professores dessas disciplinas têm uma gama de abordagens para tratar o assunto. A plataforma Recicla Sampa reúne um rico acervo de vídeos e textos que podem auxiliar o corpo docente e os alunos a aprofundar a questão. Em biologia, por exemplo, o professor pode fazer explanações sobre transformação de recursos naturais, destruição de ecossistemas, produção de alimentos e bens de consumo, decomposição anaeróbica e aeróbica (e os gases produzidos), lixões, aterros sanitários e alterações climáticas, entre tantos outros temas. Em química, alguns dos possíveis caminhos a percorrer envolvem a composição dos gases atmosféricos e suas características, assim como a formação de outras substâncias materiais líquidas e sólidas existentes na Terra e que, transformadas por processos anaeróbicos, aeróbicos ou físico-químicos, tornam-se gases nocivos aos seres vivos e afetam o equilíbrio térmico da atmosfera. Do mesmo modo, pode-se tratar da problemática dos poluentes gerados durante essas transformações: como esses resíduos podem afetar a vida na Terra? De onde vêm e quais os processos necessários para produção de bens de consumo? Por que a reciclagem ajuda a proteger os recursos naturais do planeta? A questão do alumínio, do vidro e de outros materiais que podem ser reaproveitados pode ser apresentada nesse momento.
CIÊNCIAS NATURAIS
CIÊNCIAS NATURAIS
Conversando com outras disciplinas, a física pode estimular os estudantes a entender as capacidades térmicas distintas das substâncias em seus diferentes estados de matéria. Os alunos podem ser instigados a explorar o porquê de cada elemento reter mais ou menos calor ou demorar mais ou menos tempo para ser transformado por reações físico-químicas, por exemplo. Como funciona a propagação de calor na atmosfera e por que em determinadas situações os raios infravermelhos incidem em maior ou menor quantidade na superfície terrestre? O que ocorre com a temperatura da atmosfera nessas situações? Há também a possibilidade de apontar para descobertas da área da física que podem ser aplicadas para neutralizar os efeitos nocivos de gases e substâncias tóxicas.
INFORMAÇÕES DE FUNDO
As emissões de GEEs têm aumentado desde o advento da Revolução Industrial, ocorrida entre o fim do século 18 e início do 19. A queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, alavancou a produção industrial e desencadeou um aumento expressivo de CO2 e outros gases responsáveis pela retenção de calor na atmosfera.
Apesar de fundamental para a atual distribuição de espécies em diferentes ecossistemas terrestres e aquáticos, essa condição atmosférica pode ser prejudicial quando intensificada. A entrada de mais GEEs na atmosfera nos últimos 250 anos, decorrente de ações humanas que utilizam combustíveis fósseis e envolvem a expansão de áreas para agricultura em locais em que há ecossistemas naturais, está ocasionando um aumento da temperatura média global. Por consequência, ocorre derretimento de geleiras e elevação da temperatura dos oceanos.
Alguns dos desdobramentos desses processos são a alteração no padrão mundial de chuvas, na taxa de reflexão de luz solar (albedo) nas áreas mais frias (zonas subpolares e polares), na concentração de sais e temperatura de massas de água oceânicas e no aumento do nível do mar. Reunidas e em escala global, essas mudanças interferem na atual condição de ecossistemas, dificultando a sobrevivência de diversos organismos vegetais e animais e reduzindo áreas costeiras onde vive boa parte da população mundial. Ao compreender essas questões, os alunos podem aprofundar a discussão sobre as consequências ambientais associadas ao atual modelo de desenvolvimento e quanto isso pode comprometer a biodiversidade do planeta.
CIÊNCIAS NATURAIS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AUMENTO DO NÍVEL DO MAR
Como a fabricação de bens de consumo pela indústria e a geração de lixo são responsáveis pela produção dos GEEs e de que maneira isso pode interferir na perda de áreas habitáveis/agriculturáveis ao redor do planeta? Quais são os processos de geração de GEEs ligados à produção de alimentos e bens de consumo que influenciam na retenção de calor na atmosfera?
Essa atividade procura estimular o debate relacionado à interferência do efeito estufa no aumento do nível do mar e, para isso, é proposto o exercício presente no site Windows to the Universe, com duração de uma aula, aproximadamente. Os alunos poderão avaliar como a expansão térmica da água é capaz de afetar o nível dos oceanos, além de analisar como esse processo atua nos ecossistemas e seres vivos que nele habitam. O experimento foi adaptado da publicação “Global climates - past, present and future”. Relatório EPA/600/R-93/126.
CIÊNCIAS NATURAIS
Materiais
• Frasco cônico (Erlenmeyer)
• Rolha de dois furos para frasco
• Tubo de vidro fino
• Termômetro longo
INSTRUÇÕES:
4 7
• Lâmpada para refletor portátil de fixação
• Holofote 150 watts
• Corante
• Água
• Marcador
Encha completamente o frasco com água muito fria (para melhorar a visibilidade, adicione corante).
Peça a um aluno que relate a temperatura e assinale o nível da água no tubo de vidro com um marcador.
Ligue a lâmpada. Dentro de 5 a 10 minutos, o nível de água no tubo de vidro terá aumentado.
5
Coloque o termômetro e o tubo de vidro na rolha.
Insira a rolha (com tubo e termômetro) na boca do frasco. A água deve subir um pouco pelo tubo de vidro.
Solicite aos estudantes que prevejam o que acontecerá com o nível da água quando exposta ao calor. Forme uma ou várias hipóteses.
1 2 3 6 8
Coloque o frasco sob a lâmpada. (Esta deve ser apontada para a água, não para o topo.)
Discuta os resultados e hipóteses e como esse exemplo se relaciona com o efeito do aquecimento global no nível do mar (apontando a diferença entre o balão e as bacias oceânicas).
INFORMAÇÕES DE FUNDO
Se a temperatura atmosférica global aumentar, muitos cientistas acreditam que a elevação no nível do mar será um dos efeitos secundários mais prováveis, sendo que dois fatores contribuirão para isso. Em primeiro lugar, embora os oceanos tenham enorme capacidade de armazenamento de calor, se houver um acréscimo de temperatura, eles absorverão calor e se expandirão. A isso se dá o nome de expansão térmica, processo que colabora para um maior volume de água do oceano, o que, por sua vez, levará ao aumento do nível do mar. Em segundo lugar, a elevação das temperaturas fará com que os campos de gelo e neve derretam, aumentando, também, a quantidade de água nos oceanos. Deve-se notar que apenas o derretimento de gelo e neve terrestres provocará alterações no nível do mar — isso não ocorre no caso do gelo flutuante. Esse fato pode ser demonstrado aos alunos enchendo parcialmente um recipiente de vidro com gelo e água e marcando o nível da água no copo. Quando os cubos de gelo derretem, o nível da água não muda.
77 CIÊNCIAS NATURAIS
CIÊNCIAS NATURAIS
Ao longo da história da Terra, houve períodos de glaciação seguidos por tendências de aquecimento, nos quais as geleiras recuaram para latitudes e altitudes mais altas. Atualmente, as geleiras em todo o mundo estão diminuindo, assim como a quantidade de neve e gelo nos polos.
O presente período interglacial quente começou há cerca de 14 mil anos. Naquela época, o nível do mar estava em torno de 75 a 100 metros mais baixo do que hoje, mas essa marca subiu rapidamente (até um metro por século), à medida que grandes volumes de neve e gelo derretiam. Atualmente, a taxa de aumento do nível do mar é muito menor, de 15 a 17 centímetros por século, no entanto, vem crescendo de acordo com a intensificação do aquecimento global.
Uma taxa acelerada de aumento do nível do mar inundaria as terras úmidas e planícies costeiras, aumentaria os lençóis freáticos e a salinidade de rios, baías e aquíferos, pioraria a erosão nas costas e ameaçaria as estruturas próximas aos oceanos.
CONTEÚDOS
AUXILIARES
DISPONÍVEIS NA
PLATAFORMA
RECICLA SAMPA QUE
PODEM SER UTILIZADOS EM SALA DE AULA
PARA DESPERTAR
INTERESSE NO TEMA
RELATÓRIO DA ONU DESTACA INFLUÊNCIA HUMANA NO AQUECIMENTO GLOBAL
RECICLAGEM DE RECURSOS NATURAIS PODE DETER AQUECIMENTO GLOBAL
RECICLAGEM E DESIGUALDADE: OS PONTOS CEGOS DA COP26
MANUAL ENSINA COMO CAPTAR E REAPROVEITAR ÁGUA DA CHUVA
SUÉCIA INDICA
CAMINHO PARA SALVAR O MUNDO DO DESASTRE AMBIENTAL
Em relação a possíveis cenários de aumento do nível do mar e perda de áreas atualmente utilizadas para agricultura e moradia, recomenda-se ao professor que dedique uma aula para a exibição do filme Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore (ambientalista e ex-vice-presidente dos Estados Unidos). Na obra, a temática das mudanças climáticas é amplamente discutida e ilustrada, facilitando o entendimento dos estudantes.
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QUAL A RELAÇÃO ENTRE A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, A GERAÇÃO DE LIXO, OS LIXÕES
E/OU ATERROS SANITÁRIOS E OS GASES DO EFEITO ESTUFA (GEES)? QUAIS PROCESSOS NATURAIS ESTÃO ENVOLVIDOS E COMO PODEM SER CONTROLADOS?
Com a população humana prestes a ultrapassar a marca de 8 bilhões de habitantes, e mais da metade destes vivendo em áreas urbanas, a produção de alimentos é uma atividade que gera, direta e indiretamente, Gases do Efeito Estufa (GEEs).
Como a atividade agropecuária está ligada à produção de GEEs e de que maneira pode diminuir seu impacto em relação ao efeito estufa?
No Brasil, segundo o relatório do Observatório do Clima (OC-SEEG, 2019), mais de 70% das emissões de GEEs estão vinculadas à atividade agropecuária (produção de alimentos e desmatamento), o que demonstra uma peculiaridade do Brasil em relação a países mais industrializados.
Essa atividade tem como objetivo estimular a criação de um fórum entre os alunos para discussão do tema e compilação de dados levantados em painéis explicativos para toda a comunidade escolar. Principalmente no que diz respeito à leitura e interpretação dos textos, à elaboração textual dos painéis e aos demais materiais escritos, é importante o apoio da área de língua portuguesa, além do envolvimento do professor de biologia. Um aspecto interessante dessa atividade é que ela também pode, dependendo do viés da abordagem, ser explorada pelos docentes de geografia e história.
Por intermédio dos processos de decomposição anaeróbica, a matéria orgânica descartada e direcionada a lixões e aterros sanitários tem grande potencial de geração de gás metano (CH4), que retém calor, comparado ao CO2, em quantidade 20 vezes maior.
Hoje, existem usinas de captação de metano instaladas sobre aterros sanitários que transformam, pela queima, os gases em energia elétrica, como no caso de Perus (administrado pela Loga), em São Paulo. Outras soluções também estão sendo implantadas em micro e macroescala para evitar o descarte excessivo de matéria orgânica. Composteiras domésticas, minhocários e espaços para transformação de matéria orgânica em adubo vêm se multiplicando no Brasil e no mundo.
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CIÊNCIAS NATURAIS
CONTEÚDOS AUXILIARES
DISPONÍVEIS NA
PLATAFORMA RECICLA SAMPA QUE PODEM SER UTILIZADOS
EM SALA DE AULA
PARA DESPERTAR INTERESSE NO TEMA
VOCÊ SABIA QUE LIXO ORGÂNICO TAMBÉM É RECICLÁVEL?
CARREFOUR TRANSFORMA RESTOS DE ALIMENTOS EM COMPOSTO ORGÂNICO
PROJETO DE COMPOSTAGEM DE SP FICA ENTRE OS CINCO MELHORES DO MUNDO
EMPRESA REUTILIZA CASCAS DE COCO PARA PRODUÇÃO DE PALETES ECOLÓGICOS
HORTA SUBTERRÂNEA É ADUBADA COM RESÍDUOS DO PRÓPRIO CONDOMÍNIO
APRENDA A FAZER ADUBO
NATURAL EM CASA COM RESÍDUO ORGÂNICO
INICIATIVA BRASILEIRA DE COMPOSTAGEM É PREMIADA NA ALEMANHA
ESCOLAS DE ILHABELA TÊM ATIVIDADES DE COMPOSTAGEM COM ALUNOS
ESTADO NORTE-AMERICANO DE VERMONT PROÍBE DESCARTE DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
LIXO PODE SER COMBUSTÍVEL PARA A ECONOMIA, APONTA PESQUISADOR
LIXO NO MAR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
A atividade proposta se inicia com o vídeo “Mancha de lixo do Pacífico é 16 vezes maior que o esperado – 80 mil toneladas flutuam na maior concentração de plástico no mar do planeta”, disponível no site do Recicla Sampa. Que lixo é esse? Como esse material pode interferir na vida marinha? Como isso pode desequilibrar as condições físico-químicas do ambiente aquático e o que esse processo acarreta aos organismos que lá vivem?
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CIÊNCIAS NATURAIS + NOTÍCIAS E REPORTAGENS QUE PODEM
SER UTILIZADAS PELO PROFESSOR VISANDO ESTIMULAR A DISCUSSÃO
SOBRE O LIXO NOS OCEANOS:
SE NADA FOR FEITO, LIXO PLÁSTICO NOS OCEANOS DEVE TRIPLICAR ATÉ 2040
QUATRO ITENS PLÁSTICOS SÃO RESPONSÁVEIS POR METADE DO LIXO NOS OCEANOS
BRASIL ESTÁ ENTRE OS PAÍSES QUE MAIS POLUEM OS OCEANOS
LIXO NAS PRAIAS: UM PROBLEMA QUE TEM SOLUÇÃO
LIXO PLÁSTICO NO OCEANO VIRA PARAÍSO DE ESPÉCIES INVASORAS
NOVA TECNOLOGIA RETIRA 100 MIL TONELADAS DE LIXO DO OCEANO
OCEAN CLEANUP BATE RECORDE DE LIXO RETIRADO DOS OCEANOS
NATIONAL GEOGRAPHIC: DADOS E EVIDÊNCIAS SOBRE O LIXO PLÁSTICO
MATTEL PRODUZ BARBIES COM PLÁSTICO RETIRADO DO OCEANO
CHINELOS JOGADOS NAS PRAIAS VIRAM OBRA DE ARTE
A ideia da atividade é que os estudantes montem um mapa conceitual sobre o lixo nos oceanos em que, a partir do conceito do que é lixo, ampliem o entendimento sobre quais são os materiais encontrados (e sua natureza), onde foram gerados e por que acabaram nos oceanos, e não em locais adequados (aterros sanitários e centrais de reciclagem). Com o mapa conceitual, os alunos poderão visualizar pontos do processo aos quais podem propor ações corretivas/mitigadoras para que os materiais tenham destinação correta. Por exemplo, se o professor direcionar os estudos à produção desses materiais, sejam eles de origem orgânica e não processada industrialmente, sejam eles transformados industrialmente, como, além do fato de estarem poluindo os oceanos, esses processos estão diretamente ligados às mudanças climáticas e alterações do nível do mar e a condições físico-químicas dos oceanos que prejudicam a biodiversidade?
INFORMAÇÕES DE FUNDO
Fazer com que os alunos mergulhem nesse tema é fundamental para que possam entender suas responsabilidades socioambientais com o planeta em que vivem, pois boa parte do lixo que flutua nos oceanos não é produzida nas cidades localizadas em zonas costeiras. A composição desse resíduo, suas origens (ponto de geração) e o caminho que percorre até o mar indicam que grande parcela do lixo não vem sendo destinada corretamente aos aterros ou sistemas de reciclagem existentes.
OUTROS SITES PARA AMPLIAR A DISCUSSÃO SOBRE O TEMA:
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MAR SEM FIM
ECODEBATE
REVISTA PLANETA
NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL CONEXÃO PLANETA
Existem dados alarmantes quanto à real quantidade de lixo sendo jogado nos mares e viajando pelas correntes oceânicas ao redor do mundo. Atualmente, há cinco grandes ilhas de resíduos, também conhecidas como vórtices de lixo, espalhadas pelos oceanos Pacífico (Giro do Pacífico Norte e Giro do Pacífico Sul), Atlântico (Giro do Atlântico Norte e Giro do Atlântico Sul) e Índico (Giro do Oceano Índico).
A quantidade estimada de plástico flutuando nos oceanos, segundo dados do eCycle, é de 5,25 trilhões de embalagens, pesando em torno de 268.940 toneladas. Caso seja mantida a mesma quantidade de descarte realizada hoje, calcula-se que, em 2050, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. Ainda segundo o eCycle, 90% do plástico encontrado nos oceanos vem de dez rios, sendo oito deles da Ásia (Yangtze, Indo, Amarelo, Hai, Ganges, das Pérolas, Amur, Mekong) e dois da África (Nilo e Níger).
Em relação a outros materiais de consulta sobre a poluição decorrente dos plásticos, recomenda-se: 1. o relatório “Solucionar a poluição plástica –transparência e responsabilização”, elaborado pelo WWF (2019), que permite uma discussão aprofundada sobre o tema; 2. o documento “What a waste 2.0: a global snapshot of solid waste management to 2050”, produzido, em 2018, pelo Banco Mundial, em parceria com o WWF. O estudo apresenta dados que mostram o Brasil como o quarto maior produtor de plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Essa constatação leva a pensar quão importante é a implantação de ações e políticas públicas para equacionar a questão. Assim, a abordagem desse tema é de extrema relevância dentro do espaço escolar, sendo o enfoque multidisciplinar a melhor estratégia de aproveitamento para alunos de ensino médio.
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HÁBITOS DE CONSUMO E A “PEGADA ECOLÓGICA”:
A História das Coisas é uma animação que pode ser utilizada sob a ótica de diversas disciplinas no que diz respeito aos hábitos de consumo. A versão em português está disponível no YouTube. Outra fonte essencial de conteúdo para a atividade é a plataforma Recicla Sampa, na qual os alunos podem, com base nas reportagens e vídeos disponíveis, aprofundar o conhecimento sobre o impacto do lixo, as diferentes estratégias para reciclagem de resíduos (vidro, alumínio, papel, plástico, pneu, matéria orgânica e tecido), as questões referentes aos hábitos de consumo e os 5 Rs.
A ideia é que os estudantes façam painéis sobre o impacto ambiental da produção e consumo de diferentes materiais, o tempo que eles permanecem na natureza e como isso pode interferir nas condições ambientais dos ecossistemas e o que pode ser feito para diminuir a geração de lixo.
Essa atividade pode ser complementada com a aplicação do questionário individual da pegada ecológica. Dessa maneira, os alunos conseguem perceber como os hábitos de consumo comprometem a oferta de recursos naturais e podem repensar o próprio comportamento.
CIÊNCIAS NATURAIS
COMO O COMPORTAMENTO DOS SERES HUMANOS INFLUENCIA NA OFERTA DE RECURSOS NATURAIS E BIODIVERSIDADE DOS ECOSSISTEMAS?
INFORMAÇÕES DE FUNDO
A pegada ecológica (ecological footprint, em inglês) é um método que avalia os padrões de consumo de uma pessoa, cidade ou país e a capacidade ecológica da Terra. Isso quer dizer que, analisando a pegada ecológica, é possível perceber se o planeta suporta ou não o estilo de vida que o ser humano leva. O termo foi primeiramente usado em 1992, por William Rees, ecologista e professor canadense da universidade de British Columbia. Em 1995, Rees e o coautor Mathis Wackernagel publicaram o livro Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth.
Sete questões ajudam a balizar as discussões sobre os hábitos de consumo e seus impactos. Elas são o ponto central dessa atividade.
1. COMO SE CALCULA A PEGADA ECOLÓGICA?
A pegada ecológica mede a quantidade de terra biologicamente produtiva e área aquática necessárias para produzir os recursos que um indivíduo, população ou atividade consome para absorver os resíduos que gera, considerando a tecnologia e o gerenciamento de recursos prevalecentes. A área é expressa em hectares globais (hectares com produtividade biológica na média mundial). Os cálculos da pegada usam fatores de rendimento para normalizar a produtividade biológica de países com as médias mundiais (por exemplo, comparação de toneladas de trigo por hectare no Reino Unido versus a média mundial por
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hectare) e fatores de equivalência para levar em consideração as diferenças de produtividade média mundial entre tipos de terra (por exemplo, média mundial para florestas versus média mundial para áreas de cultivo).
Os resultados da pegada e da biocapacidade para os países são calculados anualmente pela Global Footprint Network (Rede Global da Pegada Ecológica, em tradução livre). Colaborações com governos nacionais são incentivadas e servem para aprimorar os dados e a metodologia utilizada para os balanços da pegada ecológica. Até a presente data, a Suíça completou uma revisão, e Bélgica, Equador, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Japão e EUA revisaram parcialmente ou estão revisando seus balanços. O desenvolvimento metodológico contínuo dos balanços de pegadas nacionais é supervisionado por um comitê formal de revisão. Uma publicação detalhada sobre métodos e cópias de modelos de planilhas de cálculos pode ser encontrada no site footprintnetwork.org.
As análises de pegadas podem ser conduzidas em qualquer escala. Há o reconhecimento crescente da necessidade de padronizar aplicações subnacionais da pegada para aumentar a comparabilidade entre estudos em diferentes locais e anos. Atualmente, os métodos e abordagens para calcular a pegada de municípios, organizações e produtos estão sendo alinhados por meio de uma iniciativa global de padrões de pegada ecológica. Para mais informações a respeito, consulte: footprintstandards.org.
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2. O QUE A PEGADA ECOLÓGICA INCLUI? O QUE EXCLUI?
Para evitar o exagero da demanda humana sobre a natureza, a pegada ecológica inclui somente aspectos do consumo de recursos e da produção de resíduos para os quais a Terra tem capacidade regenerativa, e onde existam dados que permitam que essa demanda seja expressa em termos de área produtiva. Por exemplo, descargas tóxicas não são contabilizadas em balanços de pegada ecológica, tampouco a captação de água doce, apesar de a energia usada para bombear ou tratar a água ser incluída.
Os balanços de pegada ecológica fornecem dados instantâneos da demanda e oferta de recursos no passado, no entanto, não preveem o futuro. Assim, ainda que a pegada não estime perdas futuras causadas pela degradação atual dos ecossistemas, se esse fenômeno persistir, poderá ser refletido em balanços posteriores como uma redução na biocapacidade. Os balanços de pegada ecológica também indicam a intensidade com que uma área biologicamente produtiva está sendo utilizada. Por ser uma medida biofísica, porém, não avalia as dimensões sociais e econômicas essenciais da sustentabilidade.
3. COMO O COMÉRCIO INTERNACIONAL É LEVADO EM CONSIDERAÇÃO?
Os balanços nacionais calculam a pegada ecológica relacionada ao consumo total de cada país somando a pegada das importações e sua produção e subtraindo a das exportações. Isso significa que o uso de recursos e as emissões relacionadas à produção de um carro fabricado no Japão, mas vendido e utilizado na Índia, contribuirão mais para a pegada de consumo da Índia do que para a do Japão. As pegadas de consumo nacionais podem ser distorcidas quando os recursos utilizados e os resíduos gerados na manufatura de produtos para exportação não são bem documentados. De modo geral, as imprecisões mencionadas podem afetar significativamente as estimativas de pegada para países em que o fluxo de comércio é intenso em comparação com o consumo total. Entretanto, isso não afeta a pegada total global.
Combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural são extraídos da crosta terrestre e não são renováveis em lapsos de tempo ecológicos. Quando esses combustíveis queimam, emitem dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera. Esse gás pode ser armazenado de duas maneiras: com o sequestro das emissões por meio de tecnologia humana, como injeções em poços profundos, ou o sequestro natural. Este último ocorre quando os ecossistemas absorvem CO2 e o armazenam na forma de biomassa, como as árvores, ou no solo. A pegada de carbono (carbon footprint, em inglês) é calculada estimando-se a quantidade de sequestro natural que seria necessária para manter uma concentração constante de CO2 na atmosfera. Depois de subtrair a quantidade de CO2 absorvida pelos oceanos, os balanços de pegada ecológica calculam a área necessária para absorver e reter o
CIÊNCIAS NATURAIS
4. COMO A PEGADA ECOLÓGICA CONTABILIZA O USO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS?
CIÊNCIAS NATURAIS
CIÊNCIAS NATURAIS
carbono remanescente com base na taxa média de sequestro das florestas de todo o mundo. O CO2 sequestrado por meios artificiais também seria subtraído da pegada ecológica total, mas atualmente essa quantidade não é significativa. Em 2007, um hectare global era capaz de absorver o CO2 liberado pela queima de aproximadamente 1.450 litros de gasolina.
Expressar emissões de CO2 em termos de uma área bioprodutiva equivalente não implica que o sequestro de carbono em biomassa seja a chave para a solução das mudanças climáticas. Pelo contrário, mostra que a biosfera não tem capacidade suficiente para amortizar as atuais taxas de emissões antropogênicas de CO2. A contribuição das emissões de CO2 para a pegada ecológica total está fundamentada em uma estimativa das produtividades florestais médias mundiais, contudo, essa capacidade de sequestro pode mudar ao longo do tempo. Conforme as florestas amadurecem, suas taxas de sequestro de CO2 tendem a decrescer. Caso sejam degradadas ou desmatadas, podem se tornar emissoras líquidas de CO2. As emissões de carbono de fontes que não sejam as queimas de combustíveis fósseis são incorporadas aos balanços nacionais de pegada ecológica em nível global e incluem emissões fugitivas da queima de gás durante a produção de petróleo e gás natural, o carbono liberado por reações químicas na produção de cimento e as emissões das queimadas em florestas tropicais.
5.
A pegada ecológica compara a demanda humana sobre a natureza com a capacidade da natureza de atender a essa demanda. Portanto, serve como um indicador da pressão humana sobre ecossistemas locais e globais. Em 2007, a demanda da humanidade excedeu a taxa de regeneração da biosfera em mais de 50%. Essa sobrecarga pode causar a saturação dos sumidouros de resíduos e o esgotamento dos ecossistemas, gerando impacto negativo sobre a biodiversidade. Entretanto, a pegada não mede este impacto diretamente, tampouco especifica o índice de redução da sobrecarga para evitá-lo.
A PEGADA ECOLÓGICA LEVA OUTRAS ESPÉCIES EM CONSIDERAÇÃO?
6. A PEGADA ECOLÓGICA DEFINE O QUE É UM USO
“JUSTO” OU “IGUALITÁRIO” DOS RECURSOS?
A pegada ecológica documenta o que aconteceu no passado. Pode descrever quantitativamente os recursos usados por um indivíduo ou uma população, mas não estabelece o que deveriam utilizar. A distribuição de recursos é uma questão de políticas públicas, baseada em crenças da sociedade sobre o que é ou não igualitário. Apesar de a contabilização da pegada ser capaz de determinar a biocapacidade média disponível per capita, ela não estipula como essa biocapacidade deveria ser distribuída entre indivíduos ou países. Ainda assim, oferece amplo contexto para essas discussões.DA PEGADA ECOLÓGICA, JÁ QUE A OFERTA
7. QUAL É A RELEVÂNCIA DA PEGADA ECOLÓGICA, JÁ QUE A OFERTA DE RECURSOS RENOVÁVEIS PODE SER AUMENTADA E OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS PODEM DESACELERAR O ESGOTAMENTO DOS RECURSOS NÃO RENOVÁVEIS?
A pegada ecológica mede o estado atual do uso dos recursos e da geração de resíduos. Ela questiona: em determinado ano, as demandas humanas sobre os ecossistemas excedem a capacidade dos ecossistemas de atendê-las?
A análise da pegada reflete tanto aumentos na produtividade dos recursos renováveis como inovações tecnológicas (por exemplo, se a indústria de papel dobrar a eficiência geral da produção, a pegada por tonelada de papel será reduzida pela metade). Os balanços de pegada ecológica capturam essas mudanças assim que ocorrem e podem determinar até que ponto essas inovações foram bem-sucedidas em restringir a demanda humana aos limites da capacidade dos ecossistemas do planeta. Se houver crescimento suficiente na oferta ecológica e redução na demanda humana em virtude de avanços tecnológicos ou outros fatores, os balanços vão retratar como eliminação da sobrecarga global.
Para obter mais informações sobre a metodologia atual, fontes de dados, princípios e resultados da pegada ecológica, visite: footprintnetwork.org/atlas.
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