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de ter virado a cabeça na minha direção. “Megumi, você se importaria de dividir um táxi com a minha mãe? Desculpa dar o cano desse jeito, mas não estou me sentindo bem.” “Ah, claro.” Ela me olhou e imediatamente percebeu que alguma coisa estava errada. “Sem problemas.” Minha mãe enfim resolveu me encarar, mas eu não tinha nada a dizer a ela. Fiquei enojada com o olhar de culpa no seu rosto, e também com a ideia de que ela tivesse traído Stanton. Se era para fazer isso, que pelo menos tivesse mais convicção. Meu pai escolheu justamente esse momento para se juntar a nós. Apareceu na sala de jeans e camiseta, com os pés descalços e os cabelos ainda molhados do chuveiro. Mais uma vez, a minha falta de sorte se fazia presente. “Pai, esta é Megumi, minha amiga. Megumi, este é meu pai, Victor Reyes.” Meu pai foi até Megumi para apertar sua mão, tentando fingir que não estava incomodado pela presença da minha mãe, uma precaução que nada valia, pois a eletricidade que pairava no ar entre os dois era palpável. “Achei que seria legal a gente sair pra fazer alguma coisa”, eu disse para ele ao sentir que um silêncio constrangedor havia se instalado, “mas estou me sentindo um pouco indisposta.” “Eu preciso ir”, minha mãe disse mais uma vez, e pegou sua bolsa. “Quer ir comigo, Megumi?” “Quero, sim.” Ela me deu um abraço de despedida. “Mais tarde eu ligo pra saber se você melhorou.” “Obrigada.” Eu apertei sua mão com força antes que ela fosse embora. Assim que a porta se fechou atrás delas, tomei o caminho do meu quarto. Meu pai veio atrás. “Eva.” “Eu não estou a fim de falar com você.” “Por favor, não seja infantil.” “Como é?” Eu me virei para ele. “É o meu padrasto que paga este apartamento. Ele fez questão que eu morasse num lugar seguro, onde Nathan não pudesse entrar. Você por acaso pensou nisso enquanto comia a mulher dele?” “Cuidado com o que diz. Eu sou seu pai.” “Verdade. E quer saber de uma coisa?” Eu dei as costas para ele. “Até hoje, eu nunca tinha sentido vergonha por causa disso.” Deitei na cama e fiquei olhando para o teto. Queria falar com Gideon, mas sabia que ele estava em uma consulta com o dr. Petersen. Decidi mandar uma mensagem para Cary. Preciso de vc. Vem pra casa. Eram quase sete horas quando ele bateu na porta do meu quarto. “Gata? Sou eu. Abre aqui.” Fui correndo até a porta dar um abraço nele. Ele me pegou no ar e me carregou para dentro do quarto, fechando a porta com o pé.


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