Comma Skate

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Raoni Ferreira

Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de graduado em Design Gráfico.

Orientadora: Profª Denise Bittencourt AN8DG São Paulo 2010



“A vida é tudo aquilo que acontece enquanto fazemos planos.” John Lennon



O que você mais fácil de ver hoje nas ruas de São Paulo: uma criança jogando bola ou um skatista? Se respondeu à segunda alternativa significa que você repara bem por onde anda, se respondeu à primeira, talvez você devesse prestar mais atenção nas coisas ao seu redor. A verdade é que o mundo do Skate chegou por aqui sem muita gente perceber. Essa pesquisa tem como principal objetivo conseguir conhecer esse mercado em que pretendemos abrir nossa empresa. Uma marca nova de shapes, aquela parte de madeira do skate. A intenção é fazer as pessoas interagirem com a marca, usando uma loja virtual onde eles possam expor suas criações e escolher entre as criações dos outros aquelas que eles mais gostam. Estamos sentindo uma falta de apoio nessa área. A pesquisa dirá se aquilo em que nós acreditamos é um fato ou apenas uma ideia. Palavras chave: skate, skateboard, São Paulo, pista de skate, shape, rock and roll, artistas, grafite, esportes, aternativo, loja virtual, site, interação, votação, vitrine, online.

What do you think it’s easier to find in the streets of São Paulo this days: a kid playing soccer or a skater? If you answered that with the second alternative means you are aware of where you are walking by, but if you choose the first one, perhaps you should pay more attention at things happening around you. The fact is that the world of Skateboarding has arrived without everyone’s councern. This research has as main objective to get to know the business that we are about to start our company. A new Shape brand, the part made of wood of the skate. The intention is to make people interact with our company, using a ecommerce where they can expose their creations and choose among other people creations the ones they like the most. We are feeling a lack of support at this area. The reasearch will tell us weather what we believe is a fact or just an ideia. Keywords: skate, skateboarding, São Paulo, skate park, shape, rock and roll, artists, graffiti, sports, alternative, web store, website, interaction, votation, shop window, online.



Sumário Introdução

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Pesquisa 1 História do Skate 1.1 O Deck e as Partes do Skate 1.2 Principais Nomes 1.3 Modalidades 2 Mercado Mundial 2.1 Principais Incentivos 3 Skate em São Paulo 3.1 Ponto de vista dos Skatistas 3.2 Ponto de vista das empresas 3.3 Ponto de vista dos influentes 3.4 Análise dos dados 4 Criação de uma nova marca 4.1 Preferência do público 4.2 Aceitação de uma nova marca

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Desenvolvimento 1 A escolha do projeto 2 Problematização 3 Público Alvo

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Conceituação 1 Conceitos 2 Cores e Família tipográfica

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Projeto 1 Naming e estudos preliminares 2 Artes Finais

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Considerações Finais Conclusão

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Bibliografia

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Índice de fotos

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I n t r o d ução Existe uma falha no mercado nacional de skate e nós estamos aqui para entrar nessa fresta e se tornar a maior empresa fabricantes de decks do país. Se vai ser fácil? Nem um pouco. Se iremos desistir? Nunca. Sonhos são pensamentos que não se tornam realidade, aqui vai ser um pouco diferente. Quando o pensamento se transforma em algo tangível, mesmo que seja um papel rabiscado ele ganha mais valor e a partir disso temos a luz do primeiro degrau acesa, só nos resta chegar no topo da escada. Não escolhemos gostar de skate nem muito menos gostar de design. Essas coisas vieram de dentro, não dava pra impedir, o que nos resta é juntar esses dois mundos e criar aquilo que ninguém espera de nós: um sonho real. Uma marca de skate tão grande quanto sua influência no segmento. Nós nascemos com isso e pretendemos carregar essa ideia até o fim. Esse trabalho limita a ideia inicial do projeto. Ele não acaba, no fim existe apenas uma vírgula que representa uma nova fase, onde realmente colocaremos a mão na massa. Aqui você encontra pensamentos e reflexões de algumas pessoas não muito diferentes de nós todos, apenas com olhares diferentes a respeito do mesmo mundo, o do skate. Agora é pra valer.

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P e sq u i sa



1 : H i stória do Skate Em 1960, os surfistas da Califórnia começaram a invenção de praticar o surf nas calçadas. A idéia era aproveitar as épocas de maré baixa e trazendo suas pranchas para o asfalto. Na década de 70, começou a revolução e Frank Naswortly inventou rodinhas de uretano para as pranchas do esporte até então chamado de sidewallk surf. A partir daí começou uma onda de campeonatos de skate patrocinados pela loja de Frank. Na mesma década, logo em 1975, surgiram os Z-boys, que era um grupo de garotos pioneiros em realizar as manobras do surf no asfalto, os meninos eram de Venice na Califórnia, lugar que chamavam de Dogtown. A primeira grande evolução foi a criação da manobra Ollie-air, pelo Alan Gelfand, que é a base de qualquer manobra e consiste em ultrapassar obstáculos elevados. A partir do ollie, foi aberta uma gama infinita de invenções para os skatistas, principalmente no estilo street. Nos anos 80, Rodney Mullen apareceu para revolucionar o esporte, principalmente na modalidade freestyle, desenvolveu manobras como o flip, entre muitas outras. A maioria das manobras de hoje são derivadas desta manobra, junto com Tony Hawk, inovaram a maneira como os skatistas devem abordar o half-pipe. Foi inaugurado o circuito brasileiro de skate profissional em 1993, realizado pela UBS (união brasileira de skate) e em 1995, Digo Menezes conquistou o primeiro título mundial de vertical para o Brasil. No final da década de 90, um brasileiro elaborou a ultima grande revolução. Era Bob Burnquist, inventando a técnica de praticar o skate com a base trocada, o switch stance vertical, e a partir disso, o skate passou a não ter mais um lado certo, ou seja, não xiste mais o lado da frente nem o lado de trás. No ano 2000, foi fundada em São Paulo, a associação brasileira de skate feminino, por skatistas mulheres. Seu primeiro circuito ocorreu em 2005. Alguns anos depois, em 2008, chega no Brasil a Mega Rampa, pela primeira vez no hemisfério sul, foi montada no sambódromo do anhembi, idealizada pelo skatista dos anos 80, George Rotatori. Hoje em dia, acontecem provas em vários estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Brasília, tudo realizado pela CBSk (Confederação Brasileira de Skate, fundada em março de 1999 em Curitiba), entidade que regulamenta todas as normas e políticas voltadas ao desenvolvimento do skateboard em território brasileiro. 15


1.1: O De c k e a s p a r t e s d o s k a te Deck ou Shape - É a tábua de madeira que serve como base para as manobras, feito de madeira leve e muito resistente disposta em folhas. Hoje existem várias vertentes do skate, então cada modalidade adaptou um modelo melhor para um desempenho mais satisfatório. Existem os com maior inclinação, os mais largos, maiores e menores. Os shapes possuem o tail, que é a extremidade traseira e o nose, a extremidade dianteira. Pouco antes do tail e do nose, existe o côncave do shape, que é a curvatura antes das extremidades, isso influencia no tipo de estilo da pessoa. O melhor shape é feito de maple canadense, mesmo material de tacos de baseball, ou seja, é uma madeira bem leve e muito resistente que quando associada a outros materiais, se torna bem rígida. Os decks podem ser fabricados também de fibra de vidro, bambu, resina, kevlar, fibra de carbono, alumínio e plástico.


Trucks - São os eixos do skate, aonde se encaixam as rodas, os rolamentos e o amortecedor. Geralmente são fabricados de alumínio, mas podem ser encontrados em material plástico ou até mesmo de poliuretano que é o mesmo material da rodas. Amortecedores - As vezes chega a existir quatro em cada skate montado, um par em cada truck, são responsáveis pela suavização dos impactos. Colocados na parte superior, dois de formato circular localizados entre a mesa e o truck e dois em formato irregular, uma parte maior que a outra, localizados entre o truck e a porca do parafuso central. Rodas - São inúmeros os tipos de rodas, de marcas e de tamanhos. O tamanho é muito importante na escolha, as maiores são mais estáveis porém menos velozes, são indicadas pra quem está iniciando no esporte, as rodinhas menores, atingem uma maior velocidade, porém não mantém a velocidade por muito tempo, além de serem menos estáveis e melhores para chãos lisos. A maciês da roda também é contestada, a mais comum é a 100A, quanto menos o valor, mais macia é a roda, o que influi muito na velocidade e no deslize. Rolamentos - São eles que permitem que as rodas girem livremente e por isso é responsável pelo deslize do skate no solo. Existem muitas marcas que confeccionam e na maioria das vezes são de ligas de aço ou de cerâmica. Parafusos - Fixam as partes do skate, são quatro em cada eixo, somando um total de quatorze parafusos. Oito ficam prendendo os dois eixos, metade em cada eixo, dois parafusos centrais em cada truck e mais um parafuso em cada roda, para garantir que ela não saia durante uma manobra. Lixa - Colada na superfície da tábua, aumentando o atrito entre o calçado e a tábua do skate, impedindo que o calçado deslize involuntariamente.

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1.2: P r i n ci p a i s N o m e s Quem começou com tudo oficialmente foram os garotos que tinham o apoio de Skip, o proprietário da Zephyr na Califórnia, e acabaram virando o Zephyr Team, mais pra frente, os Z-Boys. Um grupo de meninos da década de 70 que andavam de skate e surfavam. Jay Adams, Stacy Peralta, Tony Alva, Shogo Kubo, Bob Biniak, Nathan Pratt, Jim Muir, Allen Sarlo, Chris Cahill, Paul Constantineau, Peggy Oki e Wentzle Ruml faziam parte desse grupo. Garotos humildes, apareciam nos campeonatos dos ricos para mostrar que estilo não se compra com dinheiro, revolucionando no esporte desde a primeira vez que apareceram. Responsáveis pela criação de pool riding, modalidade que os skatistam andam em piscinas vazias, até os donos das casas ou a polícia aparecer para acabar com a festa. Alan Gelfand já ganhava campeonatos com 14 anos de idade, mas sua fama ficou conhecida quando ele desenvolveu uma manobra que sem usar as mãos, ele saia do chão, nascia assim, o ollie air. Outro nome memorável é Rodney Mullen, que aos dez anos ganhou um skate do pai e um tempo depois desenvolveu várias manobras como flip, heelflip, hardflip, kickflip, casper, darkslide, rockslide, 50-50, body varial, nollieflip, underflip, primo, reemo, varialflip, inward heelflip, 360 flip, fs flip, bs flip, varial heelflip, fs heelflip, bs heelflip, etc, uma grande parte das manobras de hoje em dia são derivadas dessas manobras. Foi considerado o melhor skatista do mundo na sua categoria e foi muitas vezes o campeão mundial. Em dez anos, Rodney venceu trinta e quatro das trinta e cinco competições que participou e se juntou com Steve Rocco como sócio da World Industries, mantendo seu nível profissional como um skatista da companhia. Mullen foi campeão mundial oito vezes, mas foi vetado de continuar participando por fazer manobras que só ele conseguia, pra darem chance aos outros skatistas. Até que perdeu em 1994 para Tony em um X-games. Em 2003, Rodney Mullen foi votado como o maior atleta de esportes radicais de todos os tempos no Legends of the Extreme do Extreme Sports Channel. Tony Hawk. Revolução na modalidade vertical. Inovou a maneira de abordar o Half-Pipe. É considerado o maior skatista de todos os tempos nessa modalidade, além de dominar muito bem o street style. Tornou-se profissional aos 14 anos e foi membro da legendária equipe Bones Brigade da Powell Peralta. Em 1999, lançou pela empresa de jogos Activision o jogo Tony Hawk´s Pro Skater. Que foi o primeiro jogo de uma das mais bem sucedidas linhas de vídeo-game. O jogo teve seqüência em seis outros jogos, se tornan18


do um nome comercial. Criou a fundação ‘Tony Hawk’ e tem trabalhado pelo skate mundial, em troca de tudo que o esporte conseguiu para si mesmo. No ano de 1992, Tony fundou a Birdhouse Skateboards, sua própria marca de skate e a partir daí, Tony só usou skates de sua marca. Já no fim dos anos 90, foi um brasileiro que surpreendeu o mundo utilizando uma técnica revolucionária. Bob Burnquist mostrou o Switchstance vertical para os outros skatistas de uma forma que só ele conseguia fazer. Essa técnica baseia-se em andar de skate com os pés invertidos, ou seja, com a base trocada. As maiores mudanças após a virada do milênio foi o surgimento de skatistas muito jovens, como por exemplo Ryan Sheckler, que ganhou o X Games com 13 anos de idade apenas, se tornando o campeão mais novo da história do campeonato até então.

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1.3: M o d a l i d a d e s Vert ou Vertical (Half-pipe): Modalidade praticada em rampas de madeira ou concreto em formas de U. O que classifica a rampa como Vertical é o fato dela ter uma parte completamente vertical, ou seja, 90º do chão. Com a ajuda de um Ollie, o skatista praticamente voa chegando a subir alguns metros pra cima da rampa. As bordas feitas de canos de ferro também são muito utilizadas nessa categoria Pool: Modalidade praticada inicialmente em piscinas vazias de quintais abandonados e depois originando os Bowls. Hoje em dia já é mais difícil achar piscinas praticáveis no Brasil, assim o mais comum é achar rampas com formatos de bacia, por isso o nome Bowl. Certamente essa foi uma das primeiras modalidades do skate. Big Air: Criada recentemente, essa modalidade também é chamada de mega rampa. Trata-se de uma rampa muito maior do que o normal, com altura de quase 7 andares onde o atleta deve executar 2 manobras sequencialmente, sendo a primeira em um pulo em distância e a segunda em um salto em altura. De alguns anos pra cá, alguns obstáculos são adaptados durante o trajeto, como por exemplos corrimãos durante o salto em distância. Street: O berço do skate, sem dúvida alguma foram as ruas. Desde calçadas e plantas até bancos e escadas, tudo pode se tornar um obstáculo para o skatista. Geralmente é a modalidade praticada por todos os skatistas se tornando a porta de entrada para o mundo do skate. Freestyle: Surgiu logo no início do skate e é onde manobras são realizas em sequência, sem nunca encostar os pés no chão. A maior parte das manobras realizadas hoje nas ruas foi inicialmente usada no freestyle. Downhill: Modalidade praticada em ladeiras na maior parte de asfalto. O skatista deve realizar manobras em alta velocidade realizadas. Esse estilo foi muito difundido no Brasil durante a década de 80. Nessa classe também se enquadra os Longboards, skates maiores que os comuns, o que lembra muito o estilo do surf pelos movimentos e tamanho do deck. Mini-rampas: Categoria que ficou mundialmente conhecidas pelo fato de ser um half em menor escala, facilitando manobras e diminuindo o risco de acidentes graves. Manobras do street e do freestyle são facilmente realizadas nessas rampas que diferentemente dos halfs, não possuem a parte vertical da rampa.

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2 : M ercado do Skate Nada de futebol, estamos na era do skate. O pedaço de madeira com quatro rodinhas acabou conquistando várias pessoas a ponto de se tornar o segundo esporte mais praticado no país, de acordo com o IBGE. O ideal da pesquisa é estudar todas as características do público alvo, desde o comportamento, como a identidade e o estilo dos skatistas, a socialização no skatepark, tipos de interação entre os mesmos e até a deficiência do mercado skatista, traçando uma linha entre o mercado nacional e o internacional. Lá fora, o skate é visto normalmente como qualquer outro esporte, tendo campeonatos grandes e diversas organizações. O universo do skate é desenvolvido e as marcas faturam bastante dinheiro pois a demanda é grande. Não que aqui seja menor, mas o poder de aquisição é diferente no Brasil. Grande parte dos skatistas vem de classes sociais mais baixas e não possuem uma renda para gastar em algo que no começo é considerado um brinquedo. Mas ultimamente, devido a grande ascensão do esporte, o skate deixa de ser apenas a imagem estereotipada de um marginal e parte para um universo mais amplo que se desdobra em uma infinidade de coisas, se tornando um estilo de vida. Por aqui, Bob Burnquist é um dos grandes responsáveis pela visibilidade que o esporte ganhou após ter subido no alto do pódio várias vezes, conquistando fãs e admiradores. A pesquisa que envolve o presente trabalho, sobre marcas nacionais e internacionais consiste em buscar explicações sobre produtos que fazem parte do mundo do skate, sendo na maioria das vezes, produtos com preços acessíveis, porém de baixa qualidade, os quais acabam sendo ideais apenas para os iniciantes, que não procuram à devida qualidade e não se interessam em investir valores altos em um esporte que estão apenas aprendendo. Por outro lado, existem aqueles que começam a entender mais do esporte e a se dedicar mais a ele, procurando também produtos de maior qualidade, que durem mais e que possibilite a evolução no esporte. Esses produtos são normalmente importados, por não haver, no Brasil, nada comparado a qualidade dos comprados em outros países, o que faz com que seus preços sejam altos, restringindo a compra apenas para quem possui uma maior renda financeira capaz de sustentar o esportista nesta trajetória, tornando o skate um esporte elitizado e tirando de suas raízes, já que nasceu nas ruas e visa à integração das pessoas como um todo, sem haver restrição de classe social. 21


Já mencionamos que atualmente o segundo maior esporte praticado no Brasil, é o skate. Baseado neste fato, pesquisas relatam que o mercado de skate brasileiro gira em torno de trezentos milhões de reais anualmente, que é um número relativamente alto, para a baixa qualidade das marcas nacionais. As marcas brasileiras, apesar de possuírem mercado abrangente, não se empenham em proporcionar aos skatistas qualidade e preço justo, tendo como comparação marcas internacionais, o custo beneficio das peças produzidas no Brasil não são vantajosas, por isso grande parte dos esportistas preferem pagar mais caro em produtos importados com dificuldade em achar o que desejam a prestigiar marcas nacionais que não agregam qualidade e implicam na performance mais fraca. Entretanto, não são todos os skatistas que possuem condições financeiras para desfrutar destes produtos, na verdade, mais de 70% dos praticantes do esporte não tem esse privilégio e acabam tendo de usar produtos com baixa qualidade e preço acessível. O fato das empresas não fabricarem produtos de boa qualidade, está diretamente ligado ao uso de matérias primas de segunda linha, da falta de incentivo do governo ao esporte e principalmente a falta de concorrência. Além de todos esses fatores, as indústrias visam o lucro sem que seja levado em consideração conceitos do skate e o bem estar de quem consome. Não é de total responsabilidade das empresas, pois por ser o segundo maior esporte praticado no país, ele ainda tem pouca divulgação na mídia e incentivo na sociedade. É muito crescente a demanda de esportistas que migram para outros paises, onde o skate é mais valorizado, a grande maioria se concentra nos Estados Unidos, e isso se deve ao maior incentivo e reconhecimento, proporcionando ao esporte e ao praticante o seu devido valor e estrutura. O que é considerado uma boa estrutura para o esporte Brasil ainda é carente, este é dos grandes problemas que enfrentamos, são eles: a falta das competições de nível elevado, divulgação devida, estrutura física nas cidades como pistas, rampas e halfs de boa qualidade e uso gratuito, a falta de uma campanha de incentivo do governo, assim como é feito com tantos outros esportes. Nosso principal objetivo é trazer para os esportistas e os admiradores da prática, além de qualidade e preço, um conceito diferenciado das demais marcas já existentes. Com isso, pretendemos não só gerar olhares do público que já conhece e simpatiza, mas também de órgãos de maior poder como o governo, que possam ajudar no apoio do esporte definitivamente na sociedade brasileira. Isso daria ao skate seu devido reconhecimento o que certamente, diminuiria


a quantidade de esportistas migrantes para outros países e automaticamente, impulsionaria ainda mais o mercado deste esporte dentro do Brasil. Acreditamos na criatividade das pessoas e incentivaremos ao máximo a interação entre os clientes criando um vínculo entre o cliente e o vendedor. Nossa opinião é que assim impulsionaríamos nossas vendas e o reconhecimento do esporte nas terras brasileiras.


2.1: P r i n ci p a i s I n ce n t i v o s Dentro de nosso plano de pesquisa, um dos tópicos principais, ficou por conta do incentivo à prática, isso é, fomos mais perto para descobrir as áreas mais freqüentadas pelo público alvo, as condições de conservação desses locais, nível de segurança, freqüência e acesso. Obtivemos informações sobre o incentivo que os praticantes recebem, tanto por parte da família quanto por parte da sociedade e principalmente do governo e nossa resposta, não foi das mais satisfatórias. A falta de eventos no Brasil, além da desorganização do mercado e das federações ainda prejudicam muito a desenvoltura e a popularização do esporte, já que a modalidade é bem importante para inclusão social dos jovens, sendo além de um lazer, uma oportunidade de vida para os mesmos, pensando também no fato de uma criança no esporte é uma criança longe de drogas. Para grande parte dos atletas brasileiros, a falta de patrocínio, de pistas públicas em boas condições, de incentivo da mídia e a ausência de campeonatos profissionais são os fatores que mais atrapalham a expansão do esporte por aqui. Para tentar ajudar o esporte, em 2008, o governo aprovou os benefícios do Programa Bolsa Atleta para skatistas, sendo assim, os contemplados receberiam no próximo ano uma renda mensal em dinheiro de R$ 750,00 (na categoria nacional) ou R$ 1.500,00 (internacional), tanto para os homens quanto para as mulheres. O Programa Bolsa Atleta, foi gerado pelo Ministério do Esporte e visa garantir a manutenção pessoal aos atletas de alto rendimento que não possuem patrocínio em dinheiro. Com isso, buscaram gerar as condições necessárias para que dediquem-se ao treinamento esportivo e para que possam participar de competições que permitam o desenvolvimento de suas carreiras. Já em 2009, foi criado o Comitê Nacional de Esportes Radicais, com o intuito de promover a regulamentação dos esportes radicais e fortalecer o debate sobre a formação e desenvolvimento dessas modalidades. Além disso, as entidades querem realizar uma maior participação nas políticas públicas do governo federal assim, criando um canal de diálogo com o Ministério do Esporte. O Comitê é formado por atletas como o surfista Renan Rocha, os skatistas Bob Burnquist, Marcio Tarobinha e Cristiano Mateus, Fabíola da Silva do In-line, Marreco e Marito do wakeboard, entre outros. Mesmo tendo uma industria sólida e em crescimento, outro importante fato é a não valorização do skatista por parte das marcas, que deveriam 24


apoiar e incentivar muito mais o atleta. Ao que nos parece os empresários do skate, estão visando muito mais “comercialidade” e se esquecendo de alguns princípios que os skatistas dão muito valor. O skatista é a marca do skate, não adianta muitos empresários quererem criar uma marca, e esquecer que o skatista é a alma dela. A identidade de uma marca está fortemente ligada à personalidade e características que o praticante carrega com ele ao longo de sua vida. Nossa intenção é fazer uma marca com a cara dos skatistas e não tentar implantar ideais nas cabeças dos skatistas. Acreditamos que os produtos agregariam valor, uma vez que colocassem os nomes dos clientes ou criassem uma linha especial para os mesmos. Além do fato de estarem erguendo o nome da empresa, também estariam valorizando o artista e seu trabalho no meio.


3: Sk a t e e m S ã o P a u l o Entender o que se passa na cabeça de uma pessoa é quase impossível. Entender o que se passa na cabeça de um jovem é muito mais difícil ainda. Eles têm uma visão de mundo diferente daquela que estamos acostumados a ver na mídia e em conversas entre pessoas mais adultas, já com uma opinião formada a um tempo e com muita convicção naquilo que dizem. Os jovens dizem o que querem, quando querem e o pior ainda, do modo que querem, criando assim um jeito de pensar que só quem é jovem entende. Claro, sempre haverá exceções, procurando por aí conseguiremos encontrar algum cara de 25 anos que tem jeito de 40 anos, e não é difícil encontrar, porém essas pessoas são menos ativas no meio que estamos estudando, o do skate. Dizendo assim até parece uma ofensa, mas podemos sentar, por exemplo, em um bar da Rua Augusta e apenas observar o comportamento das pessoas que ali estão. É fácil dizer quais deles têm mais atitude para tentar mudar o mundo próprio. Outros, mais tímidos tendem a ser mais retraídos e menos extrovertidos e até mais inseguros. Meia hora em um bar na Rua Augusta pode nos ensinar muita coisa sobre os jovens. Em uma conversa rápida com um grupo deles, pudemos ter uma prévia de como o questionário que nós elaboramos fariam eles discutir sobre coisas que nós em 2 meses de pesquisa nem tínhamos pensado. O questionário foi feito com perguntas bem simples, porém, a idéia era tentar desenvolver bastante as respostas e, a parir, disso entender um pouco melhor a visão das pessoas em relação a problematização do nosso projeto. A intenção, de certa forma, era estudar as idéias das pessoas entrevistadas traçando uma linha de raciocínio que traduza aquilo que nós desejávamos saber. Na maioria dos casos, deu trabalho. Tentar extrair idéias de dentro de cabeças que vivem em um mundo de informações completamente caótico é difícil. Transformar essas idéias em frases que façam sentidos é ainda mais complicado, mas nós insistimos até conseguir um resultado interessante. Para facilitar um pouco as questões, resolvemos separá-las em categorias, já que não tem como fazer as mesmas perguntas para todo mundo. Separamos por perguntas feitas aos skatistas em geral (profissionais, amadores de fim de semana e até os simpatizantes), perguntas às empresas (fabricantes e lojas) e para algumas pessoas que estão acima dos skatistas que chamamos de influentes (blogueiros, videomakers, jornalistas, etc).

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3 . 1 : P onto de vista dos skatistas Começando de baixo para cima, sem pistas de como fazer o projeto funcionar, conversamos com vários skatistas que conhecíamos, os amigos deles e as pessoas que os amigos dos amigos conheciam. Ou seja, a intenção era criar um chão para começarmos a pensar nas perguntas que iríamos fazer. Demorou um bom tempo para conseguirmos sintetizarmos as questões em perguntas de fácil resposta, assim não atrapalharíamos as pessoas que respondessem ao questionário, uma vez que a maioria estaria andando de skate na rua. As perguntas eram simples como “qual era a marca favorita?” e “por que essa marca te apetece mais que a outra?”. Com o tempo fomos desenvolvendo perguntas mais a fundo no assunto e conseguimos elaborar um questionário eficaz e ao mesmo tempo simples e rápido. Com o questionário, percebemos que as respostas eram bem parecidas e sinceramente bem o que nós esperávamos que eles respondessem. Mesmo com idades bem diferentes (picos de 14 anos até 41 anos) as perguntas eram respondidas com sentidos parecidos. As justificativas eram diferentes, assim como os gostos mas questões como “a mídia afeta o gosto do skatista?” e “o que você espera de um shape, durabilidade ou preço?” tinham, na maioria das vezes, respostas iguais. Descobrimos que os skatistas daqui são muito influenciados pelos times de skatistas das grandes marcas americanas. Sempre que eram indagados do motivo pelo qual eles escolheram tal marca, umas das respostas era sempre “gosto dos skatistas dessa marca” ou algo desse significado. Cada marca de shape possui uma equipe que leva o nome da marca para os campeonatos, demonstrações e filmes, ou seja, os atletas da marca são a própria marca, falando em um sentido ampliado é claro. E o mais interessante é que os skatistas que responderam o questionário, na maioria das vezes, sabiam os nomes dos atletas da equipe que eles gostavam. Alguns não sabiam nem escrever os nomes, mas sabiam como se vestiam e até as manobras características dos profissionais em alguns filmes. Flip, Chocolate, Zero e Element foram as marcas mais escolhidas como prediletas. Todas essas são marcas americanas. Nenhuma dessas você consegue comprar um shape por menos de R$200,00 em qualquer loja de São Paulo. Coincidência ou não, apenas três dos vinte e um skatistas entrevistados naquela tarde usavam algumas dessas marcas e quando foram questionados o motivo eles responderam sem hesitar: “porque é melhor, dura mais”. Mas será mesmo que dura? Várias marcas nacionais usam os mesmo mate27


riais da maioria das marcas estrangeiras, o Bordo canadense ou, em inglês, maple. O maple canadense é um tipo de madeira bem leve e resistente que, quando você junta a outros materiais, o shape se torna bem resistente. Um ou outro skatista se dizia satisfeito com o próprio shape a ponto de não querer trocar, mas a maioria dizia que se tivesse um pouco mais de dinheiro compraria um shape dessas marcas ou de outras estrangeiras não relacionadas no questionário. Sempre a resposta era a mesma, “dura mais” ou “gosto mais” das marcas americanas. Mas e se os preços fossem os mesmo? A grande maioria respondeu que poderiam mudar de idéia pelo fato de que comprariam produtos diferentes que, mesmo as pessoas sendo atraídas pelo desenho do produto, ficam com o pé atrás por se tratar de uma marca desconhecida. Apesar de todo mundo saber que preço alto não condiz, obrigatoriamente, com qualidade alta, vários skatistas disseram que confiam no preço na hora de comprar um shape novo. Acreditam no fato de que o preço que estão pagando reflita na durabilidade do produto. Ainda comentaram que confiam menos que nem sempre acaba sendo assim. Algumas respostas diziam que metade da durabilidade do shape dependia de como você usa ele. Não importa o que você coloque entre as rodinhas e seus pés, seja um shape de R$400,00 ou uma tábua de passar roupas, caindo do jeito errado, vai quebrar. Mas havia uma pergunta em que todos que responderam ficaram meio recuados ao pensar um pouco mais no assunto. A pergunta era: “a falta de divulgação em grandes mídias interfere no gosto dos skatistas?”. Realmente, essa foi a questão que nos fez ouvir mais dos entrevistados. Talvez o mundo dos jovens tenha certa obrigação de deixar claro o seu ponto de vista para quem os questiona. A principal resposta era “não, claro que não!”, mas todos demoraram certo tempo para desenvolver uma justificativa coerente. Se fossemos escrever todas as declarações, demoraria para entender, então se colocarmos as mais importantes conseguiremos ver os lados dos entrevistados. Até certo ponto, as mídias interferem pra quem não entende muito de skate, as marcas mais fortes no Brasil são as que investem em meios de comunicação de quem corre atrás do assunto, as revistas de skate, os vídeos, as turnês dos atletas e essas coisas. Na verdade o skate sempre teve esse lado mais underground. Se tivesse propaganda da Sick Mind na TV provavelmente a marca ia perder o público de skatistas de verdade para um grupo mais família, mais mainstream. Talvez isso mude no futuro, mas hoje em dia é assim que funciona. O posicionamento de cada marca muda muito pouco se visto em um modo geral, por exemplo: lançamento de um vídeo novo? Vai ter anúncio em


uma revista do segmento. Mas e se aparecesse no intervalo da Malhação? O mundo do skate é muito amplo, lembrando que o Censo já nos informou que é o segundo esporte mais praticado no país. A Teoria Hipodérmica foi muito clara explicando como cada indivíduo é um átomo isolado que reage isoladamente às ordens e às sugestões dos meios de comunicação de massa. Não tem como adiantarmos que os skatistas de verdade se sentirão constrangidos em ver aquilo que defendem sendo exposto para mais pessoas. Do mesmo jeito que as pessoas que gostam de uma banda enquanto ela é independente na cena underground passam a não gostar dessa banda quando ela toca nas rádios, a banda passa a ter acesso a muito mais ouvintes que se identificam o seu som e seus ideais. Com marcas de skate seria o mesmo. O problema é realmente esse. As marcas seguem suas visões e valores, algo que defendem com unhas e dentes e parece que generalizar seus ideais não esta dentro disso. Pode ser que um skatista que se torna dono de uma marca está bem longe de um designer ou um publicitário.


3.2: P o n t o d e v i s t a d a s e m p r e sas As grandes marcas do Brasil hoje são grande suficiente para contratar seus próprios designers, isso é fato mas nem todas devem ter uma boa equipe. A Red Nose, por exemplo, que é uma marca um pouco mais ampliada dentro do segmento de esportes de ação, foi criada a um bom tempo já (em 1996) e hoje já possui até seu próprio cartão de crédito. O posicionamento dela foi meio diferente das outras marcas de esporte do segmento. Ela focou apenas na gestão da marca e começou a licenciar o nome. Hoje eles contam com mais de 20 empresas licenciadas e muitos produtos dentro e perto da área do skate. É possível ver produtos da Red Nose desde cadernos até protetores labiais, claro, passando pelos produtos esportivos, como shapes de surf, decks de skate e uma própria linha de tênis. Outra marca grande dentro do segmento é a Sick Mind, já comentada antes no texto. Eles têm uma postura diferente da Red Nose. A Sick Mind tem um visual mais rock and roll e era voltada mais para os skatistas que curtem um som mais ‘paulera’, na gíria dos jovens. Recentemente, o posicionamento da marca vem sendo alterado para um rock mais leve, aquele dos coloridos que todos comentam por aí. Esse rock colorido faz parte da nova geração de jovens que chegou na segunda metade da primeira década do século 21. Esses são os novos clientes, que atualmente têm mais potencial de compra do que aqueles que já estão ficando mais velhos e com o filtro natural, vem tendo cada vez menos tempo para o skate. Foi uma sacada muito boa que a marca teve, já que um novo leque de compradores apareceu e vêm se identificando cada vez mais com a marca. Finalmente as lojas, que são as extensões das marcas, uma vez que são responsáveis diretamente pelas vendas dos produtos. Nas lojas que visitamos, a grande maioria dos atendentes eram skatista ou já foram alguma época de suas vidas. Todos entendiam muito bem as diferenças entre as marcas, os formatos dos decks e dos ideais das marcas. Para as lojas isso é bom, já que seu vendedor está bem treinado, mas visto do ponto de vista das marcas de skate, isso só aumenta a concorrência. Imagine se houver duas marcas com os mesmos valores? E o pior é que existe. Visitando as chamadas Skateshops, percebemos que algumas marcas eram praticamente a mesma, porém com o nome diferente. Comparadas lado a lado chega a ser vergonhoso, mas como não conhecemos a história das marcas, não podemos acusar nenhuma das duas. Mas ainda podemos comemorar o fato de que em todas as lojas que fomos, uma nova marca na30


cional era encontrada, ou seja, ainda tem bastante gente que acredita e vê um futuro nesse mercado. Bom para nós, já que quanto mais investimentos existir no nosso segmento, mais compradores aparecerão. Future, Perfect Line, Sick Mind e Agacê são as marcas mais comercializadas entre as lojas. Todas são marcas nacionais com uma média de preço de R$75,00 cada deck. Um preço razoavelmente bom, já que os shapes mais baratos que encontramos foram na faixa de R$50,00. Os vendedores nos informaram que nenhuma loja que esteja no mercado a certo tempo comercializa peças com preços inferiores a isso porque acreditam que os skatistas não podem ser tratados como “tontos” e serem enganados com um produto que certamente não atenderá a necessidade dos próprios compradores, isso nas palavras dos vendedores. Após pesquisarmos essas marcas, percebemos que elas têm desenhos mais interessantes mesmo. Alguns decks até desenhados por aristas conhecidos no mundo dos designers. Uma jogada de marketing legal, atraindo assim muito mais pessoas com a arte do skate. A faixa etária que os vendedores nos informaram chega a ser bem ampla, mas os principais clientes são entre 18 a 25 anos. Um gomo bem importante para os artistas da atualidade, visto que as pessoas dentro dessa zona serão os novos formadores de opinião daqui a algum tempo. O principal resultado que as lojas nos forneceram, é que os clientes ainda buscam preço à qualidade. Talvez esse seja o pior resultado que nós conseguimos durante a pesquisa. A intenção do projeto era ter qualidade a um preço acessível, mas precisamos estudar uma maneira de irar um pouco mais de dinheiro dos bolsos dos futuros clientes, ou então nosso projeto não terá fundamento.


3.3: P o n t o d e v i s t a d o s i n f l u e ntes Existe certo perfil de pessoas que tem uma influência maior no mundo do skate. São as pessoas que viveram o começo do skate no Brasil e conhecem bem o segmento. Pessoas que organizam competições pelo país possuem uma visão muito mais ampla que a nossa limitada a São Paulo. Alguns personagens importantes na hora de trazer atletas das marcas de fora. Trabalhadores da Confederação Brasileira de Skate. Reduzimos os nomes dessas pessoas para “influentes”. Como esses indivíduos são mais difíceis de conseguir um tempo para conversar, as perguntas foram sempre feitas correndo, sem muito tempo para pensar no rumo que a justificativa poderia ter. Foram apenas quatro pessoas que conseguimos conversar no prazo. Uma delas tinha mais tempo disponível e nos atendeu muito bem respondendo nossas dúvidas. Cesinha Chaves nasceu em 1955 e começou a andar de skate antes mesmo do skate aparecer por aqui. Ele fazia suas próprias tábuas com rodas de patins e anda na rua. Como começou com o surf, ele tinha facilidade para andar na rua e chamava o esporte de “surfinho”. Ele foi responsável por criar o primeiro campeonato de skate em pistas no Brasil e muitos outros depois. Também desenvolveu decks com seu próprio desenho. Em uma conversa descontraída, descobrimos um pouco mais sobre o que ele pensa a respeito do segmento atual do skate brasileiro. Cesinha não acredita que é o preço que faz algo vender mais ou menos e sim a imagem agregada ao produto. Ele também, juntamente com a maioria dos skatistas acha que a falta de divulgação em grandes mídias não interfere nem um pouco no gosto dos skatistas. “Temos o nosso próprio meio, com mídias especializadas que abrangem com muito mais eficácia os praticantes de skate”. Ele, como esperávamos que respondesse, prefere durabilidade e qualidade a preço. Ele sabe que, pagando um pouco mais por um deck, os materiais são de melhor qualidade. Mas ele usa um modelo estrangeiro hoje, baseado em um modelo antigo lançado na década de 80. Hoje em dia, o skate é muito mais profissional do que antigamente. Ganhou um profissionalismo e não é mais só um esporte marginalizado, a rebeldia sempre existiu e vai continuar existindo, mas não como uma característica, e sim como uma de suas vertentes, como diz o próprio Bob Burniquist em entrevista: “Não, a rebeldia, a delinquência existe sempre. Acho legal ter essa imagem hoje, de profissional, porque é positiva. Mas o skate nunca vai ser só isso, ele é como um polvo, tem tentáculos. Skate de megar32


rampa, piscina, street, campeonato, o skate rebelde de invadir as casas. E o skatista tem tudo isso dentro dele, por mais campeão que seja, ele nunca vai esquecer esse lado fundo de quintal, da rua.”. A essência no entando, está um pouco esquecida, algumas marcas dizem estar resgatando-a, porém, ela sempre esteve e sempre estará nas ruas. A evolução do skate é notória e tende a ser ainda maior, já que é um esporte promissor e que vem crescendo cada dia mais, trazendo consigo um mercado que gira milhões de reais anualmente, conforme foi divulgado no site da Confederação Brasileira de Skate. Porém, muitas pessoas querem ganhar e lucrar em cima do esporte, passando por cima de valores da própria cultura, mas toda evolução também tem seu lado positivo. Hoje é muito mais fácil encontrar uma criança sonhando em ser skatista. O aparecimento na mídia e a explosão do esporte fazem com que o sonho de um garoto possa se tornar possível, algo que no surgimento do skate não seria viavel, já que existia uma dificuldade muito maior. Graças aos skatistas de antigamente, que abriram portas, já que tiveram que fazer tudo acontecer, para o esporte chegar no patamar em que atingiu na atualidade, e esperamos que o skate tenha um futuro ainda melhor, com muito mais atletas em condições de viver somente da prática do mesmo, como por exemplo no futebol. Mais sempre existindo os skatistas de rua e não só os de campeonato, que são os que realmente fazem o skate ser o que é.


3.4: A a n á l i se d o s d a d o s Talvez já não seja suficiente conversar sobre como construir uma marca, mas sim refletir se a marca é de alguma forma necessária. E esse é o ponto de partida da nossa pesquisa. O objetivo de pesquisarmos o skate em si, foi descobrir as lacunas deixadas pelas marcas para que possamos de maneira mais eficaz entende-las. Ao invés, de desperdiçar tempo e dinheiro tentando ser inovador e criar atrativos capazes de impactar o público-alvo. Ou seja, produtos e serviços que as pessoas compram porque resolvem seus problemas e melhoram suas vidas acreditamos ser a chave para o sucesso no mercado. Além disso, estamos cientes que existem maneiras diferentes de conceber nossa marca e também há outras formas de colocá-la no mercado. Como consumidores, estamos diante de um número crescente de escolhas que fazem cada vez menos sentido óbvio para nós. Fazemos compras, interagimos, contemplamos e tomamos decisões diferentemente do que fazíamos no século XX. Então, estamos buscando através da pesquisa, explorar os indutores comuns das mudanças que impactam positivamente as marcas, o nosso comportamento do dia a dia em nossa vida, o que, quando e por que consumidores e clientes agem. E, só então, aplicar esses conhecimentos ao modo como enxergamos e operacionalizamos o branding. Primeiramente, estamos pesquisando nosso público alvo, pois pelo que estamos vendo, os skatistas não se identificam com o que temos no Mercado atual. Já percebemos em nossa pesquisa, que para sobreviver, as grandes marcas de skate precisam criar nos consumidores uma fidelidade além da razão, as empresas precisam criar uma conexão emocional com seus consumidores. E o skatista quer ser visto como muito mais do que a imagem estereotipada de um marginal. O skate no mundo moderno é um esporte que se tornou ponto de partida para universo mais amplo que se desdobra para uma infinidade de coisas que vão além do mero esporte, tornando-se um estilo de vida. O segundo passo de nossa pesquisa, foi verificar as marcas já existentes no mercado. Buscar uma resposta a grande demanda dos produtos com preços acessíveis, porém de baixa qualidade, que acabam sendo produtos apenas para os iniciantes. Esses consumidores novos, não visam qualidade e também não tem necessidade de investir, pois estão apenas iniciando a prática. Aos que passam a entender melhor o esporte e a se dedicar mais 34


a ele, inicia-se uma procura por produtos de maior qualidade e maior durabilidade o que os possibilitaria, evolução no esporte. Tais produtos, são normalmente importados, pois no Brasil atualmente não existe produtos que possam ser comparados nos quesitos qualidade e durabilidade, aos concorrentes estrangeiros. O que faz com que os preços sejam cotados em outra moeda, e somados a importação o que gera um custo relativamente alto. Tal fato, restringe o consumo apenas aos que possuem maior renda financeira que seriam os que conseguem sustentar a pratica do esporte. Esses fatores financeiros, agregados a falta de estímulo do governo, tornaram o skate um esporte elitizado o que tira arte da essência do esporte, que nasceu nas ruas e visa a integração das pessoas como um todo, sem haver restrição de classe social. Afinal, “Grandes marcas sempre estiveram cercadas de grandes histórias”, cita Kevin Roberts em seu livro. E é um fato, a marca que consegue manter uma relação emocional com os consumidores é aquela que consegue perpetuar uma história, uma lenda. Quando se consegue contar uma história daquela marca você estará no caminho certo para transformá-la em relevante no mercado. Como terceiro passo da pesquisa, teremos informações desde roupas, acessórios, shapes, tênis, tendências deste seguimento e até lugares ideais para a prática e reunião dos praticantes. Com as informações de base, que adquirimos com os livros, sites, pesquisas de rua, revistas, entrevistas com consumidores/ esportistas / iniciantes do esporte, conseguiremos organizar melhor nossas idéias e assim definir uma reta final de nossa pesquisa. Feito isso, descobrimos também as áreas mais freqüentadas pelo público alvo, as condições de conservação desses locais, nível de segurança, freqüência e acesso. Obtivemos informações sobre o incentivo que os praticantes recebem, tanto por parte da família quanto por parte da sociedade e principalmente do governo. Como último passo da pesquisa, contamos com o design e a inovação que certamente, não poderiam ficar esquecidos. O design passou a ter uma força grande no momento em que os produtos passaram a ter maior concorrência. É um fator decisivo para garantir a percepção do diferencial. Seria uma inovação que não faz quase nenhuma diferença em termos de custo, entretanto torna o produto mais functional e atrativo.

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4: C r i a ç ã o d e u m a n o v a m a r c a Pronto. Agora com todos os dados na mão, a única coisa que falta é realmente por a mão na massa e tocar o projeto para frente. Mas antes disso, ainda precisamos filtrar todas as opiniões e tentar achar o elemento em comum entre todas as escolhas dos skatistas que entrevistamos. Começar uma nova marca, assim como qualquer marca é muito fácil, juntar um dinheirinho e um ou dois documentos é tudo que precisaríamos para ter um cadastro de pessoa jurídica. Porém, fechar uma empresa leva tempo, dinheiro e tudo que se pode tirar de uma pessoa. Para isso não acontecer, errar não é uma opção e atirar no nosso próprio pé não está nos nossos planos. Com certeza as pessoas que trouxeram o surf para o asfalto não imaginavam a expansão que o esporte teria em tão pouco tempo. Bastou menos de trinta anos para o esporte se espalhar das ruas da Califórnia para o resto do mundo. Neste período surgiram grandes nomes, grandes marcas e acessórios cada vez mais tecnológicos para ajudar na performace. Entretanto tudo isso gera um custo, um estudo a respeito e principalmente um plano financeiro quando se trata de uma marca com intenções de se desenvolver neste mercado tão promissor. É necessário saber quanto será o gasto com o investimento inicial para que possamos nos lançar como uma nova marca no mercado. É preciso incluir gastos com os testes iniciais de aceitação dos produtos , que é desde o tipo de madeira que pode ser usada, a publicidade para que haja a divulgação da marca, gastos com pesquisa de materiais inovadores, compra de matérias primas, contratação de funcionários, compra de maquinaria, registro da marca, aluguel de estabelecimento e gastos extras, como taxas tributárias e etc. Além dos principais gastos, tentamos pensar uma maneira de contra atacar o mercado. A viabilização que encontramos para tal, seria inserir os produtos, diretamente no público que consumiria e também que é formador de opinião, os quais: blogeiros, skatistas amadores, donos de rede de lojas, marketing de revistas e músicos que são praticantes do esporte. Mesmo se conversássemos com todos os skatistas de São Paulo e seguissemos tudo aquilo que a maioria pede, não seria suficiente. Levando em conta o fator idade, temos, hoje, os ciclos das coisas que estão em alta entre os jovens atuais extremamente curto, ou seja, tudo que aparece da noite pro dia também desaparece da noite pro dia entre as pessoas de 15 a 20 anos. Não que esse seja nosso principal público alvo, mas é começando por ali que 36


atingiremos as pessoas mais velhas, defendendo e levando durante anos as visões da nossa marca. Pode não parecer verdade mas a parte mais difícil de todo projeto de qualquer espécie é a última. Não importa do que se trate a pesquisa ou o trabalho, sempre o final é a parte mais difícil. Além disso, é a última chance que temos para encontrar um possível erro durante a pesquisa e caso seja necessário, é a última chance de começar tudo de novo. Trata-se da porta que temos que atravessar, onde resumimos antes e depois do projeto finalizado. Nesta última parte do nosso projeto, tentaremos resumir o gosto dos usuários em um texto. Pretendemos traduzir de uma forma simples e direta tudo que será de grande importância para que nosso projeto de certo e vá de apenas uma idéia para algo tangível.


4.1: P r e f e r ê n ci a d o p ú b l i co Não é simplesmente o deck do skate em si que importa, já entendemos que todo os conceitos da marca é que realmente faz vender um produto. Mas partindo do princípio básico que as pessoas que usam os produtos da marca é que fazem a marca, precisamos escolher bem as pessoas que irão representá-la no começo, na primeira impressão que o mundo terá da marca. A intenção é achar alguém que represente aquilo que as pessoas esperam não só de uma empresa do ramo mas de toda uma série de atitudes que expressem o que os skatistas sentem em relação à sociedade. Celebridades também entrariam nessa lista, mas obviamente tudo deve ser pensado e calculado previamente. Hoje em dia é muito fácil dividir os perfis dos skatistas de São Paulo e talvez esses pontos se enquadrem até no resto do mundo. Primeiramente observando e depois disso até conversando com os skatistas nos lugares de entrevista, conseguimos distinguir três tipos de atletas, deixando a idade de lado: rockeiros, reggaeiros e neutros. Esses, obviamente, não são os nomes que os skatistas usam mas podemos usá-los só para exemplificá-los. Rockeiros são os skatistas mais agressivos, que normalmente usam calças bem justas e se preocupam um pouco mais com o visual em si. Esse visual deriva-se da explosão cultural que o rock teve durante as últimas décadas, principalmente nos anos 80. Esse conjunto de referências influenciou nas cores, estampas, tatuagens, piercings, comportamentos, etc. Alguns seguidores desse movimento, principalmente os mais velhos, parecem que pararam no tempo. Ainda utilizam as mesmas roupas surradas dos anos 80, aquelas com desenhos de banda e na maioria das vezes da cor preta. Os reaggaeiros sempre foram mais tranquilos durante as conversas. São aqueles que usam roupas mais folgadas ou bem mais folgadas e não têm tanta preocupação com o visual. Talvez a única preocupação seja com o cabelo que, alguns trançam no estilo rastafári ou mesmo colado à cabeça. Muitas vezes esse estilo é comparado ao estilo rapper dos Estados Unidos, mas com uma filosofia diferente, pregando o movimento rastafari. Todos aqueles que não se enquadravam aos dois rótulos anteriores era colocados de lado. Como vimos que esse número de pessoas, de um certo modo, iguais entre si (pelo menos na idéia de não seguir os movimentos dos rockeiros ou dos reggaeiros), decidimos criar uma nova separação para eles, criando assim, a divisão dos neutros. 38


Segundo nossa pesquisa, tendo em vista nosso público alvo, chegamos a um consenso básico, os skatista querem qualidade a um preço acessível. Por ser um esporte de impacto, onde ocorre um desgaste natural do produto, por quedas, batidas e escorregadas, o skate necessita de uma boa durabilidade, tendo de ser resistente e leve ao mesmo tempo, para facilitar as manobras. Mesmo com todo o cuidado e menobras não tão ousadas, sua troca com o passar do tempo é inevitável. Por isso, a preferência dos skatistas, sendo rockeiros ou reggaeiros, por um produto com um bom custo beneficio com um pop bom. Os skatistas chamam de “pop” o movimento de bater o tail do skate no chão para faze-lo subir, quanto melhor o pop, mais alto o skate vai em uma manobra. O que ocorre com frequência no Brasil, é o fato das marcas nacionais terem um preço razoavelmente bom, porém sua qualidade não é das melhores, porque os empresários do meio do skate, só estão querendo o giro dos produtos, não se importanto com a qualidade da matéria prima usada na confecção dos skates. Ao contrário de produtos importados, que tem ótima durablidade, pois usam as melhores madeiras do mercado (o já comentado Mapple canadense) e também testando os produtos de uma maneira mais eficaz, antes que chegue ao consumidor final, entretanto, com preços inviáveis para a maioria dos praticantes do esporte no Brasil, pois além do “shape” ser mais caro, também somamos a importação e as absurdas taxas tributárias brasileiras, chegando nas lojas a preços exorbitantes.


Com a pesquisa específica da preferência e preço das marcas nacionais e importadas, chegamos ao seguinte resultado:

Marcas Nacionais:

Marcas importadas:

Eleven: R$73,90 Sick Mind: R$69,90 Agacê: R$71,70 Future: R$ 70,90 Drop Dead: R$105,80 Child: R$75,00 Black Sheep: R$69,90 Anti Action: R$79,90 Crail: R$149,90 Doce: R$69,90

Element: R$255,00 Plan B: R$249,90 Flip: R$250,00 Anti Hero: R$199,00 5Boro: R$150,00 Darkstar: R$199,00 Santa Cruz: R$169,00 World Industries: R$150,00 Black Label: R$250,00 Almost: R$199,00

Com esses números comprovados por pesquisa, temos a certeza de que os skatistas de média e baixa renda procuram unir o custo ao benefício. Isso é, eles visam a qualidade do produto e o preço que se pode pagar, mesmo não sendo o skate que eles acreditam ser o ideal, pois não vai durar tanto quanto eles gostariam e nem vai dar desenvoltura suficiente para as manobras mais especificas, mas é o que esta dentro do orçamento desses esportistas. Por isso, chegamos a conclusão de que, as marcas mais baratas que são as nacionais caem ao gosto dos atletas, sendo as preferidas, por se encaixarem no perfil de compra. Já para skatistas de melhor poder aquisitivo, onde o fator preço não interfere na escolha, podemos ver que a marca mais cara e de maior destaque é a que mais agrada aos mesmos. Não só pelos desenhos, mas sim pelo desempenho que um produto de maior qualidade proporciona, também pelo design, leveza e durabilidade.

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4 . 2 : Aceitação de uma nova marca O mercado nunca vai saturar, pelo menos certamente não nesse segmento, visto que com certeza é o esporte que mais cresce nas metrópoles. De São Paulo até Tokio, o mundo do skate vem dominando cada centímetro quadrado das ruas e convertendo cada vez mais jovens para sua religião. Os tais devotos dessa arte já escolheram seus deuses e a maioria desses ainda está viva. Qualquer coisa que eles façam, haverá centenas de milhares de seguidores e adeptos às novas marcas, assim como foi a Birdhouse de Tony Hawk, Alva de Tony Alva, entre outras. O segredo do sucesso está em trazer o sagrado de volta então. Nada de catolicismo, espiritismo, evangélicos nem rastafaris, o que devemos fazer é tornar algo sagrado, assim como foi feito com objetos de valor como uma bolsa da Louis Vitton ou uma Ferrari. Essas duas marcas têm em comum o fator desejo entre as pessoas que não possuem um desses produtos. Quando alguém ve uma Ferrari passando na rua, impreterivelmente ela vai reparar no carro. Não importa sua classe social, essa pessoa coloca a Ferrari em um patamar diferente do que qualquer outro objeto com quatro rodas que leva pessoas ou coisas de um lugar ao outro em menos tempo do que se estivessem a pé. Traduzindo, é apenas um carro. Mas é um carro que teve valores agregados ao ponto de se tornar um carro sagrado, como se fosse um objeto de devoção. Obviamente sabemos que existem inúmeros motivos para o carro atingir um valor de venda elevado, como motor e sua complexibilidade. A mesma coisa acontece com a bolsa, mas provavelmente só pelo lado das mulheres é claro. Um homem olha para uma bolsa Louis Vitton e diz ser apenas uma bolsa como qualquer outra, o que seria um insulto para qualquer mulher que tenha uma bolsa dessa marca. Pode ser que se invertemos a situação, as mulheres não saberiam dizer qual é a diferença de uma Ferrari para outras marcas, claro, generalizando. O sagrado continua em todos os lugares, não importa a religião da pessoa. Nossa meta é fazer uma marca de skate com esses princípios, tentando atingir um patamar onde as pessoas vanglorizem a marca a ponto de defender os interesses e visões da empresa. Uma das explicações que temos atualmente para que os homens da época de glória do Egito pudessem construir coisas sumptuosas como as próprias pirâmides é que eles estariam fazendo algo para louvar os deuses, diferente das idéias antigas que eram escravos que obedeciam aos faraós. Nossa intenção não é competir com algum tipo de Deus ou qualquer outra coisa que substitua a religião, temos como meta atingir algo que seja


venerado como uma religião, levando sempre em consideração nossos ideais. Acreditamos que uma marca que devemos usar sempre como referência é uma marca americana chamada Element. Talvez de todas as marcas de skate que já foram criadas, a Element é a que tem demonstrado e aplicado melhor seus valores durante o tempo em que está em atividade. Não existe um skatista que não associa conceitos de natureza ou de ecologia à marca. Hoje em dia existem várias marcas que defendem esse lado de sustentabilidade e preocupação ambiental mas a Element existe desde o início da década de 90 e sempre seguiu essa linha, antes mesmo de surgir toda essa questão ambiental a respeito do aquecimento global e tudo que vem junto com esse coletivo de problemas. Essa empresa passou direto pelo simples “marca de skate” e até hoje se encontra como uma empresa que sempre se destacou mais pela consciencientização humana, levando em consideração as ações que ela faz e as posições que tomam em relação aos outros problemas no mundo, assim como faz o Greenpeace e outras entidades como essa. Voltando ao nosso projeto, seguir um foco como o da Element seria o ideal. Conseguir seguidores pelo nosso jeito de agir e pensar, além de ser uma estratégia de marketing mais que perfeita, seria algo fácil de conseguir manter, pelo menos entre nós, já que sempre mantivemos a consciência limpa quando o tema é atos ambientais. Obviamente copiar algo pronto está completamente fora de cogitação. O mundo já está repleto de coisas iguais e nossa intenção não é refazer uma idéia que deu certo e sim pintar o quadro com nossas próprias cores. Como também já vimos, a análise dos dados de preço e a pesquisa junto ao público alvo, encontramos a carência no mercado brasileiro de uma marca nacional que traga a qualidade de um produto importado por um preço razoavelmente acessível, que seja durável e que ao mesmo tempo tenha qualidade proporcionado ainda um bom desempenho e que tenha uma visão diferente da sociedade. Tendo em vista esse fato, é onde buscaremos atender a esses quesitos e temos a certeza de que a nova marca será bem aceita pelos skatistas pois suprirá todas as suas espectativas com relação a qualidade e custo, sem deixar de trazer as raizes do esporte caminhando junto a um desenvolvimento ambiental e uma causa social nobre, seja ajudando a tirar crianças das ruas ou promovendo campeonatos para arrecadar fundos para alguma entidade social. Além de tudo queremos buscar novos conceitos que nos diferencie entre as outras empresas e que, sobretudo, elevem o padrão do esporte nacional, nos colocando em destaque até mesmo no mercado mundial. 42


Nesse momento, o custo benefício que temos em mente leva para o skatista um produto que seja diferenciado também pelo seu design, criando uma identidade com o consumidor para que possamos ser reconhecidos como sinônimo de qualidade, funcioinalidade, design diferenciado e ideais extremamente necessários no mundo atual. Por sermos também interessados no esporte e até eventualmente praticantes, não pensamos só em comercialidade como os demais empreendedores da área. Pretendemos ser uma empresa que surge para mudar o mercado, dar suporte aos esportistas, como organização de campeonatos, patrocínio de profissionais, apoio aos atletas amadores e iniciantes, sem nunca parar de incentivar a prática entre as crianças e principalmente a utilizar a divulgação para espandir e popularizar ainda mais o esporte no Brasil. Sendo assim, temos a pretenção de entrar no mercado com a certeza de que seremos inovadores e que podemos melhorar a qualidade do esporte por aqui, dando melhor estrutura para todos que andam ou gostam de skate.



De s e n v o l v i m e n t o


1: A e sco l h a d o p r o j e t o Não tem como esconder a escolha do tema do nosso trabalho, o skate vive em nós a muito tempo e com tudo aquilo que aprendemos durante os anos de faculdade, não tentar desenvolver um projeto voltado a esse segmento seria praticamente um insulto àquilo que gostamos. Após o grupo ter se separado no meio do ano, não hesitei e continuei o projeto sozinho, mesmo sabendo que seria muito mais complicado pelo fato da carga de trabalho ser muito pesada, pois eu tinha certeza que no final, o resultado seria tudo aquilo que tínhamos pensado. Ha um bom tempo, mesmo antes de entrar na faculdade, eu já pensava em como ganhar dinheiro trabalhando com skate. Desenvolvia projetos de pistas de skate para amigos, desenhava nos decks e tentava organizar campeonatos na escola. Ainda acho que foi por isso que busquei a faculdade de design gráfico, mesmo sem saber muito bem o que esperar da Belas Artes. Foram 3 anos sem ao menos tocar no assunto “skate” nos trabalhos desenvolvidos durante a faculdade, talvez por medo de não impressionar todos que viam os projetos ou talvez por achar que ainda não estava pronto suficiente para tentar desenvolver alguma coisa relacionada ao esporte. Agora, estamos na última oportunidade de criar alguma ideia sem sermos cobrados por chefes ou qualquer pessoa em algum emprego fora da faculdade. Provavelmente, se durante os 3 anos anteriores tivéssemos projetado algo, eu não teria tanta dúvida que nem tive durante este projeto, mas com certeza, vale a pena toda a correria. Durante um bom tempo, eu companhei o crescimento de marcas do segmento, mesmo de longe, seja lendo resvistas ou até na internet, com lançamentos de vídeos ou lendo em sites relacionados ao assunto do skate em geral. Mas mesmo assim, eu e meus amigos achavamos que as marcas extrangeiras pareciam muito melhores do que as nacionais e, se você usasse marcas extrangeiras, teria mais chance de ficar bom no esporte. Hoje eu já não penso em ser um skatista profissional e entendo um pouco mais como funciona o mercado do skate, sei também que se eu quiser ser bom naquilo que eu faço, é só me dedicar a isso. Porém, atualmente venho pensando que se as pessoas tiverem um incentivo, elas vão mais longe. Imagine se uma daquelas marcas extrangeiras que todos nós achavamos legal a uns 5 anos atrás desse um super apoio ao esporte aqui no Brasil? Foi ai que pensei em criar uma marca e tentar bolar um esquema para incentivar as pessoas do país a andar mais de skate. As opções eram 46


“decks”, “tênis”, “roupas” ou “periféricos” (rolamentos, rodas, ceras e etc). Dentre todas essas opções, as mais fortes eram ou uma empresa de decks, ou uma empresa de algum acessório periférico, pois elas dependeriam totalmente dos skatistas para se manterem ativas. Escolhemos uma marca de decks porque a melhor forma de nos expressarmos é mostrando nossa arte, e o deck agirá como uma tela em branco.


2: Pr o b l e m a t i z a ç ã o Vamos ao projeto em si. A intenção então é criar uma empresa que desenvolve decks de skate. Bom, até aí não é nada de mais. Criaremos a identidade visual da marca e os produtos. Mas e depois? O problema começou a partir disso, no fechamento do briefing, iríamos desenvolver somente uma marca sem diferencial nenhum? Hoje em dia a internet deixou de ser apenas uma ferramenta de divulgação dos seus serviços ou produtos e passou a ser uma plataforma de venda, onde é possível ter o feedback dos clientes e saber o que mais chama atenção em sua loja. O futuro da internet é certamente se tornar uma rede de interação entre as empresas e seus clientes, que estão cada vez mais ativos no mercado. Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que não são mais as empresas que oferecem produtos aos clientes, são os clientes que solicitam produtos às empresas. Isso significa uma nova área de mercado onde o lucro deixa de ser um “talvez” e passa a ser uma “certeza”.

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Algumas lojas utilizam essa fórmula hoje em dia, como por exemplo a renomada loja de camisetas “Threadless” e sua versão brasileira “Camiseteria”. Ambas são lojas virtuais que vendem roupas com estampas desenvolvidas por pessoas comuns, sejam designers, grafiteiros, desenhistas, pintores ou qualquer um que saiba utilizar um programa de desenho no computador. As artes são expostas no próprio site da loja e são avaliadas pelas pessoas que visitam a loja virtual com uma votação simples e fácil. As artes mais qualificadas são escolhidas para estamparem as camisetas. Não existe um estoque de produtos armazenados esperando um cliente comprar, as camisetas lisas estão lá esperando alguém fechar o pedido no site e serem estampas com a arte escolhida pelo cliente. Simples, barato e rápido. Claro que com o passar do tempo o sistema evolui e por motivos óbvios, algumas camisetas já estão prontas, mas isso é um caso à parte. Essa é uma fórmula que ainda não é muito utilizada por aqui, mas é apenas uma questão de tempo para se difundir melhor nas terras do Brasil. Mas por que alguém gastaria tempo para fazer uma arte para uma empresa que nem conhece e que não se importa. Precisávamos de um incentivo para as pessoas, e o que é melhor para um artista do que o prazer que ele tem desenhando? O que é melhor para um skatista do que acertar uma manobra nova? Nada, claro, mas então a única opção que nos resta é dinheiro. Sim, para cada desenho aprovado, a pessoa ganhará um valor em dinheiro, que no começo será R$500,00 mais o seu desenho estampado em um deck de verdade. Talvez isso vá contra os princípios do artísta, mas ninguém sobrevive sem comprar comida ou comprar roupas. Então, dinheiro é algo que incentivará bastante as pessoas a desenharem. Assim teremos um fluxo grande de artes para serem analisadas pelos próprios clientes. Esse será o nosso diferencial, nenhuma companhia de decks de skate tem uma política de interatividade tão grande com os clientes como nossa empresa. Só na nossa marca as pessoas verão skatistas professionais utilizando decks com desenhos feitos por elas e dizer “foi eu que fiz esse desenho” e sentir que realmente está fazendo parte daquele momento. Serão no início 2 desenhos por mês que se tornarão estampas de camisetas e decks para serem comercializados na loja. Além da linha criada pelas pessoas frequentadoras do site, existirá também uma linha assinada por um artista urbano já conhecido no mercado, mais para ajudar na divulgação do que para girar lucro mesmo, já que o especial da marca será a parte de criação dos clientes. A linha de produtos assinada pelo artista será trocada de 6 em 6 meses, assim dando tempo para divulgação do conteúdo enquanto a linha dos


produtos dos clientes ficará exposta por 1 ano, tempo suficiente do produto atingir o ápice de vendas e cair a demanda o que normalmente ocorre quando novos produtos são lançados no mercado e, nesse tempo, o produto circulou por todos as datas comemorativas como dia das crianças, natal e até mesmo durante as férias de julho e verão. A concorrência no Brasil é bem grande, isso porque o skate é um esporte em ascenção e novas marcas aparecem toda hora no cenário brasileiro com novas ideias e novos diferenciais e não cabe somente ao público julgar se a empresa deve ou não continuar com suas portas abertas, para isso existe a maior ferramenta do design, o marketing. O ponto de partida é fácil, agora precisamos definir o nosso destino, até aonde queremos chegar. A ideia é simples, ser uma marca que os usuários dela se sintam orgulhosos de fazer parte desse coletivo, onde eles digam “eu ajudei a construir essa empresa com minha arte”. Queremos iniciar uma nova era do esporte no país, ajudando cidades a construirem skate parks e promovendo campeonatos atrás de campeonatos, tudo para incentivar o crescimento do esporte por aqui. Outra coisa que queremos fazer é criar laços com empresas amigas se tornando parceiros delas, como por exemplo empresas de rodas ou de tênis do segmento do skate, unindo forças para que o mercado cresça e para ganharmos novos clientes. Isso é uma forma sadia de dar um salto maior e começar na frente de outras empresas que concorrem diretamente com a nossa, usando as parcerias como atalho até a fama.


3 : P ù blico Alvo Categorizar clientes é uma tarefa difícil, sempre vamos querer abraçar o mundo em uma tacada só, mas realmente sabemos que isso não adianta, nunca iremos agradar a todos. Mas sinceramente o público alvo que pretendemos atingir é um tanto diferente, pois será difícil achá-los. Se tivéssemos que colocar em uma linha só a definição do nosso público alvo seria algo como: a geração Y. Essa é uma conotação para as pessoas nascidas após 1980 e antes da metade da década de 90, onde o mundo sofreu a revolução da internet, que é normalmente aproximada para 1995. A geração Y são pessoas que nasceram em uma época de transição, onde o mundo estava calmo e a economia crescia por todos os cantos. As crianças foram criadas por pais que aumentavam suas auto estimas e que não repetiram o abandono que antes foram lhe aplicado. São jovens ambiciosos que cresceram praticando muitas atividades mas também acompanhando a tecnologia desde cedo. São pessoas que se acostumaram com a liberdade de expressão e batalham pelos seus direitos desde cedo, visam empregos com alto salários desde jovens e se preucupam com valores antes esquecidos pelos seus pais, tais como o meio ambiente e o bem estar próprio. Designers, desenhistas, projetistas, cartoonistas, quadrinista, publicitários, músicos, pintores, artistas em geral, esportistas de ação como skate, wakeboard, bmx, patins inline, base jump, motocros, etc. A lista é grande e o espaço é pequeno, todas essas pessoas fazem parte do nosso público alvo, mas focamos mais na idade, que varia de 30 à 15 anos, mesmo sabendo que hoje uma criança de 10 anos já consegue navegar na internet melhor do que um adulto de 50. Não podemos negar que somos uma loja e pra existirmos precisamos lucrar também, e pessoas sem poder aquisitivo não estão na nossa lista de alvo. A 10 anos atrás ainda podíamos discutir o gênero do público alvo, hoje não podemos afirmar que a maioria dos skatistas é homem e focar nisso. O mundo feminino já é uma realidade no skate e elas não podem ficar de fora no nosso projeto. Agora que temos a fórmula do sucesso ao nosso alcance, é só testar e por a mão na massa para chegarmos aonde queremos e se tornar a maior empresa do ramo no país, quem sabe a gente chegue lá fora também, o mundo é pequeno demais pra quem tem 4 rodinhas em baixo dos pés.

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C o n ce i t u a รง รฃ o



1 : O s conceitos Não precisamos de Brainstorming ou discutir palavras chaves para o projeto, é um trabalho de skate e o público alvo é fácil de ser atingido, correto? Óbvio que não, pular uma etapa do processo de criação não ajuda em nada, só atrapalha uma linha de raciocínio pré desenvolvida para unicamente te guiar em um processo de criação da projeto. Opa, exagero. Vamos manter o foco no trabalho e tentar entender o que é necessário discutir. Precisamos estipular palavras chaves que conceituarão a marca, são essas emoções que o cliente deverá sentir quando olhar para a identidade visual da marca. São sentimentos ou vontades que decidimos estimular nas pessoas no intuito de fazer elas se sentirem próximas daquilo estão olhando. Já discutimos o público alvo anteriormente, então vamos decifrar aquilo que eles se identificam, aquilo com que eles se parecem ou querem parecer. Acima de tudo, algumas palavras certamente definem o público alvo melhor que outras: União: a palavra chave de todo o projeto, o conceito mais alto entre todos e aquele que guiará todo o resto do trabalho. Estará presente em toda a identidade visual, remetendo à interação que a marca terá com seus seguidores e clientes. Liberdade: conceito que simplifica aquilo que está na cabeça do nosso público alvo, seja um skatista andando nas ruas ou um pintor fazendo uma tela, ou seja, uma expressão daquilo que vem de dentro da pessoa, aquilo que faz ela se sentir livre e da sentido a tudo que tem em volta. Urbano: refere-se ao espaço onde tudo acontece no mundo do skate, infelizmente (ou pra alguns felizmente) o esporte depende de obstáculos da cidade, seja guias na rua ou corrimãos em escadas. Ecológico: fator importante quando nos referimos à geração Y, que sempre está preucupada com o seu futuro. Eles sabem que estarão vivos quando o “logo, logo”, que todos nós ouvimos nos noticiários quando alguma floresta vai acabar ou alguma ilha desaparecer, chegar.

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2: Es ca l a cr o m á t i c a e t i p o g r a fia Não tivemos tantos problemas nesta parte como imaginamos que teríamos. As cores foram escolhidas praticamente sozinhas, pois não tínhamos como escolher outras cores, como por exemplo um tom verde para o conceito “ecológico” ou um tom preto para o conceito “urbano”. A tipografia, por um outro lado, foi bem difícil e demorou muito tempo para ser escolhida. Foram necessárias algumas adaptações pois nenhuma fonte pronta satisfazia aquilo que tínhamos em mente. Se nenhuma fonte expressava aquilo que os conceitos pediam, a solução era utilizar uma fonte escrita, pois retrataria uma mão comum, sem nada de perfeição. A partir daí o processo ficou mais fácil.




Projeto


skate

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1 : N a ming e estudos preliminares A escolha do nome não foi uma tarefa fácil. O skate é um esporte que atinge todas as camadas econômicas no país, logo, pessoas com baixo nível escolar terão contato com a marca, mesmo não sendo o principal foco das nossas campanhas publicitárias. Basicamente, o nome teria que ser de simples leitura para todos. Outro ponto importante é pensar no futuro da empresa. Pensar que um dia poderemos vender para empresas e pessoas de outros países significa que nosso nome também deveria ser uma palavra “universal”, que tenha pronúncia igual nas principais línguas. Depois de muito tempo pesquisando palavras que se enquadrariam nesses dois quesitos, escolhemos três melhores nomes: Soda: um nome bem jovem, que com certeza agradaria muito as gerações que andam de skate, porém é um nome já utilizado. Solo: é um nome forte e chega até a ser imponente mas também já foi utilizado em alguns lugares. Comma: único que não foi utilizado por nenhuma outra empresa do ramo, um nome que agrega perfeitamente o conceito de união e soa igual em qualquer língua. Comma em inglês significa vírgula, e na pontuação a vírgula é utilizada para retratar algo a mais, por exemplo: “fui na feira comprar salsa, alface, tomate e couve.”. O texto todo escrito em caixa baixa dá a ideia de liberdade pois retrata uma forma menos formal de escrever um nome, sem tirar todo o peso da palavra, mas sim dando um ar de independência para ela. A tipografia reflete bem um conceito urbano, uma vez que faz uma ponte até o grafite, principal plataforma da arte urbana atual. O conceito de ecologia está presente no tom verde do símbolo da vírgula presente por trás do texto escuro, firmando claramente nossa preocupação com o meio ambiente. Mais uma vez o conceito de união é exposto com a junção das duas letras “m”, sugerindo não só uma parceria de duas pessoas, mas vários pilares expressos pelas hastes da letra.

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2: Ar t e s f i n a i s Com o logo pronto, caminhamos para o desenvolvimento do site que será o veículo de divulgação da marca. Pensando sempre em expor os conceitos pré definidos, decidimos montar um site um pouco diferente dos outros. Além de institucional, o site é também uma loja virtual, o que dificulta ainda mais o processo de criação, já que existe uma série de estudos completamente diferentes para desenvolver um ecommerce visualmente e estruturalmente agradável para os clientes, nada muito carregado nem muito chamativo. A ideia é manter uma relação com o cliente que está navegando na nossa loja, manter ele próximo do nosso trabalho. Após uma longa pesquisada, conseguimos diminuir essa distância entre a empresa (marca) e a pessoa que está na loja (cliente) com uma estrutura visual baseada em detalhes feitos à mão e um realismo das fotos. A melhor forma de demonstrar isso é acessando o site diretamente na internet. Basicamente sobrepusemos uma folha de papel como corpo do site e um fundo de madeira um tanto machucada, o que lembra muito o skate. A folha de papel aproxima o virtual ao “mundo real” da pessoa que está navegando por tudo que está escrito nela, diminuindo essa distância criada pela internet. Quanto mais próximo o cliente se sentir da nossa marca, melhor.

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Considerações Finais



C o n cl usão É difícil criticar um projeto que é criação sua, mas com o passar dos meses consegui fazer as escolhas certas e desenvolvi um projeto que realmente me agradou, teoricamente e na prática. Demorou 3 anos para desenvolver um trabalho voltado ao skate e agora posso dizer que superei minhas espectativas, não pela criatividade ou inovação, já que a fórmula da marca já existe em outros ramos, mas pelo fato de chegar até aqui com escolhas próprias e arriscando tudo para um tema bastante complicado, uma vez que o público alvo é o mais crítico atualmente. Jovens que defendem seus ideais e batalham por um futuro melhor cada vez mais cedo. Foram muitos meses de pesquisa que obviamente não teria conseguido realizar sem meu grupo mas infelizmente eles abandonaram o projeto no meio do ano, a partir dalí, foi necessários passos de gigantes. Consilhar uma empresa própria e faculdade é bem difícil, ainda mais um projeto desse porte. Mas tudo valeu a pena, cada centavo investido e cada minuto de frente para o computador ou nas ruas, seja pesquisando ou durante uma sessão mesmo, tirando foto ou até mesmo arriscando algumas manobras. O skate sempre esteve ao meu lado e considerando que eu ainda posso escolher meu futuro, garanto que ele ainda vai estar por muito tempo ainda. Mesmo que esse trabalho não chegue a lugar algum, tenho orgulho de dizer que um pedaço de mim está escrito nesse projeto.

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B i b l i o grafia LUPTON, Ellen. Novos fundamentos do design. São Paulo: Cosac Naify, 2008. BRITTO, Eduardo. A onda dura. Parada Inglesa, 2000. BROOKE, Michael. The Concrete Wave, the History of Skateboarding. EUA: Warwick Publishing, 1999. PALLADINI, Doug. Vans: Off the Wall: Stories of Sole from Vans Originals. EUA: Abrams, 2009. CARVALHO, Alex. Aprendendo metodologia científica : uma orientação para os alunos de graduação. São Paulo : O Nome da Rosa, 2000. MUNHOZ, Marcela. Skate é o segundo esporte mais praticado em São Paulo. Disponível em: < http://www.vooz.com.br/noticias/skate-e-o-segundo-esporte-mais-praticado-em-sao-paulo-29932.html >. Acesso em Março de 2010. FEITOSA, Marcos Antonio. Brasil: o país do futebol e agora do Skate! Disponível em: < http://www.educacaofisica.com.br/colunas_mostra_artigo. asp?id=230>. Acesso em Março de 2010. Confederação Brasileira de Skate. Dados do Esporte. São Paulo. Disponível em: <http://www.cbsk.com.br/asp/dados.htm>. Acesso em Março de 2010. Pesquisa de Informações Básicas Municipais - MUNIC. Perfil dos Municípios Brasileiros Esporte 2003. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Relatório. Rio de Janeiro 2006. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/esporte2003/esporte2003.pdf>. Acesso em Março de 2010.

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Índice d e f o t os

Foto retirada do acervo público do site www.cgtextures.com.

Pré Foto retirada do acervo público do site www.cgtextures.com.

Sumário Skatista: Fábio Ayrosa Foto: Raoni Ferreira

Introdução Skatista: Fábio Ayrosa Foto: Raoni Ferreira

Pág 12 Local: Pista de skate de São Bernardo Foto: Natália Balladas Pág 14 Local: SKATEBOARD, Evolution and Art in California no California Heritage Museum.

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Pág 16 Linha de skates da Ruthless Or Toothless, pode ser encontrata no site: http://www.ruthless-toothless.com/


Índice de fotos

Pág 19 Skatista: Tony Alva

Pág 20 Skatista: Raoni Ferreira Foto: Renata Morrone

Pág 20 Foto de divulgação da marca ÉS.

Pág 21 Foto do acervo virtual da Uptown Skate School, localizada em NY.

Pág 23 Foto de divulgação do pódio dos Xgames XIV (2008)

Pág 25 Foto do acervo Funky Skateboards

Pág 26 Skatista: Giancarlo Naccarato Local: São Paulo

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Índice d e f o t os

Pág. 28 Skatista: Raoni Ferreira Foto: Renata Morrone

Pág. 31 Acervo Stock.XCHNG Foto: Prole Design

Pág. 33 Acervo Cesinha Chaves

Pág. 35 Skatista: Fábio Ayrosa Foto: Raoni Ferreira

Pág 37 Acervo Stock.XCHNG Foto: Zsuzsanna Kilian

Pág 39 Acervo Stock.XCHNG Foto: Lars Sundstrom

Pág 40 Logo oficial Element Skateboards 72


Índice de fotos

Pág. 43 Skatista: Raoni Ferreira Foto: Renata Morrone

Pág 44 Acervo Stock.XCHNG Foto: Gilles Van Leeuwen

Pág 47 Foto: Raoni Ferreira

Pág 48 Foto de divulgação da exposição no Mount Currie Coffee Company

Pág 50 Acervo Stock.XCHNG Foto: Henk L

Pág 52 Foto: Raoni Ferreira

Pág 54 Acervo Stock.XCHNG Foto: Troy Stoi

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Índice d e f o t os

Pág. 56 Foto: Raoni Ferreira

Pág. 58 Foto: Raoni Ferreira Tratamento: Raoni Ferreira

Pág. 62 Layout do site da Comma Skateboards, pode ser acessado também pelo site: www.commaskate.com.br

Pág 64 Skatista: Fabio Ayrosa Foto: Raoni Ferreira

Pág 66 Foto: Renata Morrone

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Pág 68 Acervo Stock.XCHNG Foto: Ove Tøpfer


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