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Assim, duas tradições mecânicas das artes do século XX são colocadas lado a lado: as máquinas de fazer som e as máquinas visuais. O balé mecânico das esculturas é acompanhado da música eletroacústica. Não por acaso, o artista assina suas exposições não com o próprio nome, embora confesse que a tendência é abandonar o pseudônimo, mas como Felix’s Machines. Como se fosse manipulador de um artista mecânico e artesanal. Os trabalhos que vi em 2009 estão cada vez menos parecidos com instrumentos musicais e cada vez mais parecidos com engrenagens, aparelhos e máquinas. Isso melhorou a obra do artista. Não se trata mais de instrumentos acionados por energia elétrica, mas dos sons da máquina a executar música. Na peça mostrada durante a exposição coletiva, Thorn apresentou uma escultura que só podia ser acionada pela presença física de quem visitasse a mostra. Através de sensores, a máquina tocava uma música diferente de acordo com os movimentos da pessoa na sala. Assim, foi possível incorporar algo de que ele sempre gostou, algo de indeterminado na ordem dos sons. Muito da arte do século XX tentou transformar o gesto singular e acidentado do homem em algo mais regular e controlado, tal como a máquina. Com um senso estético totalmente pensado a partir da máquina, Felix Thorn tenta o inverso. Como se brincasse na hora do trabalho. 3

2Saiba Mais www.felixsmachines.com Tiago Mesquita viajou a Londres a convite de Converse, para visitar a exposição coletiva de lançamento da campanha “Spark Creativity”, que reúne jovens artistas visionários do mundo todo. (*)

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