Querido Doutor - Rocco Bravo

Page 63

Ele passou a mão pela minha cintura e me puxou junto a seu corpo. A pressão fez minha pele queimar onde nossa pele se tocou. Olhei para cima, como pedia a cena – e também por Trace O'Hara ser maior do que eu. Ele se curvou um pouco deixando testa com testa. Ouvi risinhos do fundo do auditório. Ignorei. As folhas sulfites caíram da minha mão rumo ao piso de linóleo. Olhava nos olhos lindos de Trace. Ele me puxou mais um pouco, se aquilo era possível, minhas mãos se espremeram firmemente em seu peito largo. Sentia o coração dele batendo acelerado em minha mão. Sabia aquela parte de decor. — Você é a estrela que caiu do céu. — disse Trace. — Você iluminou a escuridão que havia em meu caminho. — E você é o Sol que ilumina o meu dia. — eu disse. — Eu sei. — sussurrou ele em meu ouvido. Não havia isso no texto. — Vamos firmar nossa marca. — isso havia. Ela passou a mão pela minha bochecha e levantou devagar a minha cabeça e selou nossos lábios. Tudo girou, não era um beijo de peça, era algo real, forte e verdadeiro, não de minha parte, mais sim vinda dele. Ele agarrou minhas bochechas e enfiou a língua dentro da minha boca. Eu pressionei a mão no peito dele para que se afastasse. Mais ele não se afastou. — Excelente meninos. — disse Prof.ª Lafaiete. Trace me soltou e saiu. Olhei para Prof.ª Lafaiete que tinha um sorriso de orelha a orelha. — Achamos Math e Hony. — ela disse. Como? Trace sorriu e sumiu na escuridão rumo aos amigos dele que riam e olhavam o celular. Olhei mais ao fundo ainda e estava Pietro ao lado da porta com uma pequena caixa de chocolates na mão, uma expressão de surpresa no rosto. Que burrada eu fiz.

63


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.