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-2016-

O Ç PA ES


APRESENTAÇÃO Curadoria >>

Sobre pensar os papéis Quando me foi feito o convite, por parte dos artistas, para “curar” a exposição “A dimensão ideal do espaço”, logo surgiu um desafio: como atuar enquanto um especialista/pesquisador de conteúdos e desenvolvimento de processos artísticos, e organizar um material expositivo que levasse em consideração perspectivas pluridisciplinares relacionadas às pesquisas deste grupo de artistas?

Estandelau Artistas >>

Compreender o contexto de cada trabalho e fornecer uma resenha genérica sobre o todo, disfarçada de fio condutor, me pareceu uma tentativa bamba de validação de novos artistas e uma reação automatizada e leviana acerca do papel de um curador. Pautei-me em pensar o significado do termo curador, que provém das palavras latinas “curare”, que significa “cuidar” e “cura” que significa “cuidado”. Assim, meu trabalho no sentido de “curar” foi o de estabelecer metas e orientar os artistas em um lugar onde eles próprios identificam, analisam, classificam e apresentam seus trabalhos. Esse âmbito permite que novos artistas se posicionem e se responsabilizem sem “empurrões” para a sua validação enquanto propositores. A postura de autogestão de uma carreira, que diz respeito ao entendimento e a participação das etapas de pré-produção, produção e pós-produção de uma exposição, deve ser considerada no contexto de um posicionamento importante nas artes visuais, que diz respeito a uma mudança fundamental na relação que os artistas têm com o seu trabalho. A mesma pode ser resumida em uma frase: “Se você quer que aconteça, faça você mesmo”.

Alexsandro Trigger Beth Maluf Fatima Mansur Notgroeg Giordane Vasconcelos Lucia Valim Manoel Higino Rafael Boneco Sol Brito Valéria Dargère

Outro fator importante é a produção textual a cerca de uma pesquisa plástica que deve encarnar qualidades conceituais que demonstram relações, incluindo as revoltas, com um fluxo evolutivo sensível a produção artística contemporânea. Esse direcionamento oferta ao público uma posição mais ativa na vida dos trabalhos, pois o mesmo é mediado pelos artistas e em conjunto são construídas interpretações perfeitamente legítimas sobre a exposição. Não se trata de um manifesto contrário à aura de mistério que envolve cada trabalho, e sim um lugar para a troca de afetos que usa a generosidade discursiva como ferramenta, elaborada pelos próprios artistas, não para explicações achatadas, mas para a constituição de um espaço criticamente ativo. Por fim, o ato de organizar, combinar e apresentar os trabalhos seguiu a estratégia da autonomia. O meu papel foi o de apoiar os horizontes dos artistas sem arredondar as bordas para torná-los aptos a uma “receita formatada”. Em todas as oportunidades, pontuei a importância fundamental do grupo desenvolver discursivamente o teor e os motes das suas produções em conjunto com um algum rearranjo, quando julgavam necessário. O ponto que estou tentando chegar é, simplesmente, que os artistas são capazes de formular uma ideia relativamente clara sobre a razão de produzir seus trabalhos, de onde vêm seus referenciais históricos, e o que esses referenciais podem representar para sua evolução futura, além de sua capacidade de articular o processo envolvido na sua criação. A minha opinião enquanto curador permaneceu como deveria ser: a de um importante e necessário segundo ponto de vista. Na ausência desta percepção, por parte do artista, estas mesmas opiniões assumem uma importância desproporcional. Preferi me valer do papel de editor, coordenando todas as etapas da produção, conferindo ao conteúdo autonomia na sua função e a seu autor o poder que o emancipa e o responsabiliza pelo que apresenta.

Fotografia >> Cristiano Criss

FICHA TÉCNICA


Alexsandro Trigger Alexsandro Cláudio da Silva vulgo “TRIGGER” artista plástico desde 2012 iniciou sua carreira artística em 2010 com ações e intervenções urbanas, utilizando como ferramentas principais o lambe-lambe, sticker, stencil e a pixação. Com o passar do tempo expandiu seu campo de atuação agregan do a sua produção a escultura, desenho, instalação e pintura em tela. Apesar de ter englobado diversas práticas a sua pesquisa ele não deixou de lado suas origens e a pixação se faz constante de diversas formas em seus trabalhos.

“BECO:” O trabalho intitulado “Beco:” utiliza-se da técnica de Light painting como forma de documentação de alguns becos do Morro do Papagaio, local onde o artista cresceu e reside. Ele busca através dos registros apresentar visualidades das vielas onde poucos conseguem vê-la. “Neo Rapanui” No trabalho “Neo Rapanui” apresento uma escultura estilo totem com 41x1,5 centímetros cavados em cedro. Com essa série composta por duas peças, busco resignificar as tradicionais esculturas Moais presentes na Ilha de Páscoa. As imagens esculpidas apresentam referências de tribos urbanas, tais como, Rastas, Punks, Black Powers, etc. A pesquisa processual e prática visa construir totens contemporâneos a partir de estereótipos da cena underground.

"Beco:" - Fotografia - 30x45 cm - 2014.

"Desnorte" - Vídeo - 4' 20" - 2014.

“Desnorte” “Desnorte” é um vídeo que apresenta a constante apreensão e desconforto que são presentes nas noites de quem se arrisca para colocar seu nome nos muros e fachadas da cidade. A tensão está sempre ali, de variadas formas e cores. Não é algo tangível. O intuito do vídeo é projetar estes momentos e sentimentos numa forma visível porém não concreta.

"Neo Rapanui" - Entalhe sobre madeira - 41x1,5 e 60x6 cm - 2015


Beth Maluf Beth Maluf é aluna da Escola Livre de Artes, ELA, Fundação Municipal de Cultura, participou de exposições promovidas pelo espaço Arena da Cultura, em 2014 e da exposição “Ô di Casa” em 05/12/2015.

“Árvores da vida” O trabalho “Árvores da Vida” é Inspirado na paisagem, nele a artista investiga as árvores na natureza e as transpõe para composições fotográficas que são redesenhadas por fios de inox, cobre, ou linhas para bordar. Estes materiais são encontrados no cotidiano da artista e são também matéria prima a construção de peças tridimensionais. Ao desenhar árvores, entre galhos, entre fios há também as entrelinhas: toda árvore está impregnada de bons fluidos e, onde estiver dará bons frutos.

“Àrvores da vida” - Malha de aço inox trançada - Dimensões variáveis - 2015


Fátima Mansur Artista das artes visuais, mineira de Pirapora, nascida em 08/02/1956. Cursou a Escola Livre de Artes (ELA), participou da Virada Cultural em 2014 e da abertura do “Verão Arte Contemporânea” em 2016. Teve trabalhos nas seguintes mostras e exposições: Ô de casa/2015; Cidade dos Olhos-Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB)/2015; Consciência Negra - Centro cultural Barreiro e Urucuia 2013; Intervenção: Cupinzeiro, Praça do Papa 2014.

“Arquitetura Vernacular - Ninhos” Fatima Mansur apropria -se de materiais comuns da natureza e de princípios construtivos que ela nos oferece para elaborar seus projetos. Sua pesquisa tem como ponto de partida, formas e estruturas orgânicas construídas pelos animais; (ave, insetos) ou até mesmo por intempéries da natureza. A ampliação destas estruturas é uma das partes do processo de produção do seu trabalho. É ainda, oferecida ao expectador, a possibilidade de uma interação tátil com a obra.

Arquitetura Vernacular - Ninhos - Técnica mista- Dimensões variáveis - 2015/2016


Notgroeg Georgeton Dias

“Equilíbrio” O trabalho “Equilíbrio” trata-se de uma ação performática e uma instalação que abordam a ambiguidade do ser humano. Este possibilitou um desdobramento que será apresentado também como uma performance e uma intervenção no espaço. Neste trabalho o artista investiga materialidades, técnicas e usos. As possibilidades que vão sendo apontadas tencionam questões relacionadas a ambiguidade dos gêneros humanos. Os objetos presentes na performance são repletos de simbologias. São metáforas visuais, ferramentas importantes de uma sutil linguagem que se impõem aos sentidos. Sendo assim, o artista passaa envolver-se nos objetos, no espaço expositivo e com isso a ação desencadeia fluxos de significação. Performance e Instalação composta por vários objetos confeccionados a partir de uma técnica mista – Dimensões variáveis – 2016


Giordane Vasconcelos Giordane Vasconcelos natural de Carmópolis de Minas, concluiu o ciclo de projetos na Escola de Artes (ELA) em 2015 e atualmente sua pesquisa artística é voltada para esculturas de decomposição de partes do corpo, usando materiais diversos, inclusive os achados na rua.

“Decomposição de partes do corpo” O trabalho intitulado “Decomposição de partes do corpo”, tratase de uma representação que possui dimensão e escala humana, É um trabalho que além de visual nos convoca a percebê-lo de forma tátil. O jogo sim bólico tenciona relações sobre o real e imaginário. Ao decompor partes do corpo humano, estas ganham um sentido surreal que convoca o público a refletir sobre si mesmo.

“Decomposição de partes do corpo” - Técnica Escultura/mista - Dimensões variáveis - 2015/2016


Lucia Valim Lucia Valim é aluna da Escola Livre de Artes, (ELA), participou de exposições promovidas pelo espaço Arena da Cultura, desde o Módulo de iniciação em artes Visuais em 2011 participou também da Virada cultural de 2013 e 2014 e da exposição Ô de Casa em 2015.

“Lembranças” Com inspiração na natureza, sua diversidade de matéria-prima, a artista se apropria de materiais geralmente descartáveis pelas pessoas, como jornal, revistas, papelão e outros. Neste trabalho a artista resignifica estes materiais transformando-os em objetos que dialogam com os temas de paisagens e naturezas mortas. Os temas são representações de cenas autobiográficas de memórias que representam fatos simples e rotineiros vividos no passado em idade precoce. São cenas simples impregnadas de emoções, sentimentos e experiências pessoais únicas.

“Lembranças” - Composições visuais tridimensionais, papietagem, papel machê e tinta acrílica Dimensões variadas - 2016


Manoel Higino

“Estudo de rostos humanos em argila” No trabalho “Estudo de rostos humanos em argila”. Busco experimentar através da modelagem em argila, formas que de uma maneira geral representam a anatomia humana. Ao trabalhar com esta materialidade, lembro-me dos tempos de infância, onde eu modelava animais, carrinhos e casas. O material sempre foi recorrente em minhas brincadeiras de forma que ao retornar a essa prática, rememoro tempos em que as represava com barro a chuva e fazia barcos de caule de milho e papel e jangadas com bambu.

Manoel Higino - “Estudo de rostos humanos em argila” – Modelagens em argila e pintura em tinta óleo – Dimensões variáveis – 2015


Rafael Boneco Grafiteiro/artista/plástico/designer/belo-horizontino. Começou sua trajetória nas artes rabiscando paredes por meio da pixação, posteriormente conheceu o universo das colagens,os stickers e lambe-lambes, juntamente com a cultura hip-hop que acabou o direcionando a ser escritor de graffiti. Estudou design de produto, mas, e, continua rabiscando paredes.

“Recortes” O trabalho intitulado “Recortes”, pretende evidenciar aspectos relativos ao diálogo entre o cheio, vazio , o ritmo e a cor no espaço. A pesquisa artística desenvolvida pelo artista no campo do graffiti busca, através de intervenções e realocação dos suportes, jogar graficamente com a lacuna, o limpo, a interrupção, o livre, o vazado, o espaço e o recorte.

Título: “Recortes” - Técnica: Spray e marcador sobre parede/tela - Tamanho: Dimensões variáveis - Ano: 2016


Sol Brito

“InterLaxus” O Totem aqui representado assume uma identidade visual, que se distancia da ideia de proteção da simbologia tribal impregnada nas culturas indígenas, africanas, colombianas e outras da antiguidade egípcia e asteca, por exemplo. As figuras representadas não se sobrepõem. Elas se revelam diretamente no ambiente ocupando o espaço e convidam o observador a interagir com estas presenças individualizadas e suas narrativas ocultas. As cores utilizadas remetem à natureza em padronizações que vão do terra queimado ao azul escuro, sem a preocupação de seguir uma escala tonal específica. As cores simplesmente foram misturadas para causar impacto, ou não. A pesquisa da artista se vale da técnica de papietagem para criar formas orgânicas tridimensionais.

“InterLaxus” - Técnica: Papietagem - Dimensões variáveis – Ano: 2016


Valéria Dargère

“Animal Poético” Este trabalho propõe uma conexão entre elementos primitivos e a cultura contemporânea, expressa aqui na produção artística de poetas do nosso tempo, tais como: Fabrício Carpinejar, Caio Fernando Abreu, Paulo Leminsky, Hilda Hilst, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade entre outros. O homem é um animal poético. Vai além do simples reagir. Ele é capaz de expressar seu universo interior, seu ser subjetivo através da arte. Assim, ele deixa falar sua alma fazendo poesia. A escultura apresentada é feita de papel jornal e pintada com tinta artesanal a base de minério de ferro. O jornal faz alusão à tecnologia da informação, enquanto que o minério nos remete as origens à Mãe-terra, habitat natural do ANIMAL.

Valéria Dargère - “Animal Poético” - Escultura e papietagem, tinta artesanal a base de minério de ferro e interferências poéticas – 40 x 135 cm - Ano: 2015


Agradecimentos


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