HISTÓRIA DE SUCESSO
Para se tornar material nobre, o calcário precisa passar por transformações físicas e químicas. Só após ser exposto a grandes temperaturas e a alta pressão, se torna mármore. Material duro e resistente, ele esbanja uma beleza única, com a fluidez sutil e orgânica de seus veios. Como na transformação do mármore, a trajetória de Edmilson da Cruz foi trilhada entre situações que exigiam força e resistência, mas que culminaram em uma belíssima história de vida tanto no campo pessoal quanto profissional. Hoje empresário de sucesso no ramo da marmoraria, Edmilson se tornou exemplo de persistência para os jovens empreendedores da região dos Lagos (RJ). Sua experiência profissional começou na cidade do Rio de Janeiro, ainda como torneiro ferramenteiro. À convite de parentes, no entanto, se mudou para São Pedro da Aldeia (RJ), pedindo demissão da empresa onde trabalhava. Por lá se tornou feirante, investindo na venda de calçados. Com um carro Fusca levava alguns pares de tênis e meia dúzia de chinelos à feira, onde eram expostos em um tabuleiro de cerca de 1 m². Acreditando no potencial do mercado e na força do seu trabalho, no decorrer de 12 anos foi vendo os negócios crescendo e o tabuleiro tomando a forma de uma barraca de 6 m x 5 m. O Fusca? Esse se “transformou” em um caminhão-baú.
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Males que vem para o bem Com a crise na mudança da moeda corrente da época para o Real, Edmilson teve de se reinventar. A princípio investiu na compra de uma Kombi para trabalhar com a popularmente chamada “lotação” ou “lotada”. A informalidade, no entanto, fez com que o novo negócio não prosperasse. Mas seu espírito empreendedor, claro, não o deixou desistir. “Eu tinha um amigo que vendia para a marmoraria de um cunhado no Rio. Surgiu a ideia, então, de abrirmos nosso próprio negócio. Troquei a Kombi por uma serra e uma furadeira, e abrimos uma sociedade. O que, por vários motivos, acabou não dando certo. Mas, mais uma vez, não desisti”, conta o empresário. “Consegui comprar um terreno no bairro Balneário e comecei do zero novamente, com muito sacrifício e sempre contando com a ajuda do meu filho, Edmilson da Cruz Filho, que fazia o que podia para ajudar.” Todavia, como o filho era muito jovem, o pai inicialmente teve de encarar as responsabilidades sozinho. “De início eu produzia uma pia, ia para casa, tomava um banho, fazia a entrega, retornava à minha casa, vestia a roupa de trabalho e, então, voltava a fabricar.” Nesse vai e volta entre o acúmulo de funções, Edmilson percebeu algo que estava a todo momento “de baixo de seu nariz”: a região não contava com mão de obra especializada. “Foi aí que começamos realmente a nos profissionalizar na área da marmoraria e chegamos onde estamos”, conta demonstrando satisfação. Revista Nossa Cidade LAGOS | Edição 1 | INVERNO 2019