Uma Semana Para Se Perder - Spindle Cove Vol2 - Tessa Dare

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“Sério? Mas...” Kate bateu em um mosquito que a incomodava em seu pescoço. “Mas ele é tão grande. E rude. E grosseiro.” “Exatamente.” Sally lhe deu um sorriso de boa entendedora. Mas Kate não entendeu. “Até aqui, ninguém conseguiu nada. Puseram armadilhas para ele pela cidade, mas ele escapou de todas. O boato é que ele tem um combinado com uma viúva da cidade ao lado. Ele vai visitar a moça uma ou duas vezes por mês... se entende o que eu quero dizer.” Kate entendia o que Sally queria dizer. E aquilo a deixou repentina e inexplicavelmente nauseada. Claro que o Cabo Thorne tinha o direito de fazer o que quisesse com quem ele quisesse. Ela só não gostou de ficar sabendo. E gostou menos ainda de imaginar aquilo. Ela se chacoalhou mentalmente. “Bem, você pode espalhar...” e ela sabia que Sally espalharia, “que as mulheres de Spindle Cove não têm nada para invejar. Não existe absolutamente nada entre mim e o Cabo Thorne. Nada além de civilidade do meu lado, e certamente não há afeto por parte dele. Esse homem mal tolera minha existência.” Thorne pareceu ansioso para ver Kate ir embora, naquele dia. Ela lembrou da impaciência nos movimentos dele quando a acompanhou até o portão do castelo, depois que concluíram a conversa. Evidentemente, cavar um poço era mais interessante. Sally deu de ombros enquanto passava um pano de pó nas prateleiras atrás do balcão. “Nunca se sabe, Srta. Tay lor. Ninguém pensava, também, que houvesse algo entre a Srta. Minerva e Lorde Pay ne. E veja só.” “Isso é completamente diferente.” “Como?” “É... apenas é.” Kate foi salva pelo tropel de cascos e o ronco das rodas da carruagem que se aproximava. Em uma manobra acrobática, Sally segurou na prateleira com uma mão e inclinou seu peso para o outro lado, esticando o pescoço para olhar através da vitrine da loja. Após conseguir ver o que queria, ela largou o pano de pó. “Só um instante, Srta. Tay lor. É o correio. Eu tenho que atendê-los, ou eles ficam muito bravos. Esses condutores do correio são uns grosseirões. Eles não gostam nem mesmo de diminuir a velocidade.” Enquanto Sally pegava a correspondência, Kate recolhia em sua bolsa as moedas para pagar pela tinta. Aliás, não lhe restavam muitas moedas. O inverno e o início da primavera eram estações fracas para uma professora de música em uma vila de veraneio. Ela tinha que ser econômica constantemente. “Você tem troco para meia coroa?”, perguntou Kate quando Sally voltou. “Só um instante...” a jovem remexia em um pequeno pacote de cartas e envelopes. Ela pegou uma das cartas, que separou da pilha. “Céus. Está aqui.” “O que está aí?” “Uma carta da Srta. Minerva.” O coração de Kate deu um pulo dentro do peito. A vila toda estava esperando notícias de Minerva. Ela correu para o lado de Sally.


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