Ela ouviu a própria voz como se de muito longe. - Por que eu? Ela sussurrou. - Por mim, Will? Ele hesitou. - Depois que a trouxe para cá, depois de Charlotte encontrar suas cartas para seu irmão, eu as li. Tessa ouviu-se dizer, com muita calma: - Eu sei que você fez. Encontrei-os no seu quarto quando eu estava lá com Jem. Ele olhou assustado. - Você não me disse nada sobre isso. - No começo eu estava com raiva, ela admitiu. - Mas isso foi na noite em que o encontrei na com os ifrit. Eu me senti mal por você, eu suponho. Eu disse a mim mesma que tinha sido apenas curiosidade, ou que Charlotte tinha lhe pedido para lê-las. - Ela não pediu, disse ele. - Eu as tirei antes dela jogar no fogo. Eu li todas elas. Cada palavra que você escreveu. Você e eu, Tess, nós somos iguais. Vivemos e respiramos palavras. Foram os livros que me impediu de tirar minha própria vida depois que eu pensei que nunca poderia amar alguém, nunca ser amado por ninguém. Foram os livros que fez me sentir que talvez eu não estivesse completamente sozinho. Eles poderiam ser honestos comigo, e eu com eles. Lendo suas palavras, o que você escreveu quando estava solitária e com medo às vezes, mas sempre valente, a maneira de ver o mundo, suas cores e texturas e sons, senti-me do jeito que você em pensamento. Eu senti que estava sonhando e pensando e sentindo com você. Sonhei o que você sonhava, queria o que você queria e então eu percebi que realmente eu só queria você. A menina atrás das letras rabiscadas. Eu te amei desde o momento em lia. Eu ainda amo você. Tessa tinha começado a se tremer. Isso foi o que ela sempre quis que alguém dissesse. O que ela tinha sempre no canto mais escuro de seu coração, Will disse. Will, o garoto que amava os mesmos livros que ela, a mesma poesia, que a fazia rir, mesmo quando ela estava furiosa. E aqui ele estava em pé em frente a ela, dizendo-lhe que amava as palavras de seu coração, a forma de sua alma. Dizendo-lhe algo que ela nunca tinha imaginado que ninguém jamais iria dizer a ela. Dizendo-lhe algo que ela nunca iria ouvir de novo, não desta forma. E não por ele. - É tarde demais, disse ela. - Não diga isso. Sua voz era um sussurro. - Eu amo você, Tessa. Eu te amo. Ela balançou a cabeça. - Will. . . pare. Ele tomou uma respiração irregular. - Eu sabia que você estaria relutante em confiar em mim, disse ele. - Tessa, por favor, você não acredita em mim ou é que você não pode imaginar que algum dia me amar de volta? Porque se for o segundo. - Will. Não importa - Nada é mais importante! Sua voz cresceu com força. - Eu sei que se você me odeia, é porque eu te obriguei. Eu sei que você não tem nenhuma razão para me da uma segunda chance de ser considerado com você em uma luz diferente. Mas eu estou implorando para esta possibilidade. Eu farei qualquer coisa. Qualquer coisa. Sua voz falhou, e ela ouviu o eco de outra voz dentro dela. Ela viu Jem, olhando para ela, todo o amor e luz, esperança e expectativa no mundo apanhados em seus olhos. - Não, ela sussurrou. - Não é possível.