Como se pode notar na iconografia do nascimento deste exemplar oriundo de Jerusalém, a dimensão simbólica acentua a função catequética da representação através, por exemplo, da presença dos animais, o que alude à religião judaica, e aos gentios que Cristo veio suplantar. Na profecia de Isaías, lê-se: “o boi conhece o seu possuidor, e o jumento o estábulo do seu dono” (Isaías 1: 3), passagem que se estabilizou na iconografia das práticas
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MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO
devocionais e do sentimento religioso. O burro e o boi aqui participam do tema da adoração com vistas a aquecer o Menino, em que se incluem os Reis Magos à cena. A introdução dos Magos para homenagear o Menino, referidos em alguns textos apócrifos (Evangelho do Pseudo-Mateus 16: 1-2), são vistos também em Mateus (Mateus 2, 1-11): “Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns Magos vindos