Experiências em linguagem: fazendo pesquisa na Amazônia

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o grau é flexão ou derivação, mas sim refletir sobre os usos de inho mostrando que este marcador de gradação em português pode apresentar-se em uma escala gradativa. A pesquisa de orientação funcionalista tem como objetivo o estudo da língua em uso. Por este motivo, se prioriza uma investigação linguística em situação comunicativa e descreve os fenômenos linguísticos explorando os componentes sintáticos, semânticos e pragmáticos. A linha teórica que sustenta a discussão aqui proposta tem como questão básica de interesse a verificação de como se obtém a comunicação através da linguagem ordinária. Neves (2007) afirma que a perspectiva funcionalista, descreve a estrutura gramatical e inclui, na análise, toda situação comunicativa: o propósito do evento da fala, seus participantes e seu contexto de uso. Esses critérios são basilares para a análise que será desenvolvida neste estudo. É considerando o propósito comunicativo, seus envolvidos e o contexto circundante do enunciado, que norteamos o grau numa perspectiva de contínuo. Para esta acepção consideramos que a gradação é um dos mecanismos mais ricos disponíveis aos usuários da língua que favorecem a intensificação da intenção do discurso. Neste sentido, consideramos a afirmação de Gonçalves (2008): A gradação é uma categoria semântica que se presta à indicação de atitudes subjetivas do falante em relação ao enunciado ou alguma de suas partes. Por este motivo, está diretamente vinculada à perspectiva do emissor, que ao dimensionar ou intensificar, orienta seu interlocutor para juízos de valor a respeito de algo ou alguém, conferindo ao item morfologicamente complexo relevância tamanha que o torna marcado. 43


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