No entanto, o uso prático dos advérbios pelos falantes mostra-nos que eles podem atuar em outras classes de palavras, como, por exemplo, pronome, numeral, substantivos, conjunções, assim como também podem modificar uma sentença inteira. Nesse sentido, Neves (2000), em sua gramática de usos do português, reconhece que os advérbios, na verdade, possuem um comportamento bastante heterogêneo, e recomenda uma revisão dessa classe de palavras, dividindo-a em: advérbios modificadores e advérbios não modificadores. Dentro da classe dos modificadores estão os advérbios modalizadores, que, na maioria das vezes, não atuam sobre um determinado constituinte em particular, e sim sobre a sentença como um todo, operando sobre o conteúdo do enunciado, modificando o sentido dele. Tendo feito as considerações sobre essa classe, passamos agora para a classificação dos advérbios modalizadores segundo Castilho e Castilho (1993). 5.1 Advérbios modalizadores Os advérbios modalizadores têm como principal função na língua expressar uma avaliação prévia do falante com relação ao conteúdo do enunciado que produz. Esses advérbios estão distribuídos em diferentes classes, que comportam outras subclasses. Segundo a classificação proposta por Castilho e Castilho (1993, p. 222), os advérbios modalizadores estão distribuídos em três tipos: epistêmicos, deônticos e afetivos. Os advérbios modalizadores epistêmicos são os que expressam uma avaliação do falante sobre o valor de verdade do enunciado. Esses modalizadores possuem três subclasses: os
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