Molecagens com a marca Garnero Já adolescentes, os três irmãos viram a família crescer. Em 1983, Mario Garnero se casou com Maria Antonietta do Amaral Prestes. Além de mais um irmão, Antonio (conhecido como Pippo), eles ganharam a companhia de Fernando e Luís, filhos de “Dona Teta” (Como Antonietta é carinhosamente chamada). Se lidar com três garotos já era uma tarefa complicada, com seis ela poderia se tornar hercúlea. Não para Mario Garnero: sempre usando o diálogo como base, ele soube orientar os filhos sobre cada uma de suas necessidades individuais e durante momentos difíceis enfrentados pela família. Mas, se o carinho e a conversa sempre foram as ferramentas favoritas do Mario Garnero pai, isso não significa que seus filhos estavam isentos dos castigos. “Quando a gente tirava meu pai do sério, ele vinha com a cinta. Mas é claro que não nos machucava, era só pra assustar. E funcionava!”, brinca Fernando. E colocar ordem na garotada era, definitivamente, difícil. Em uma viagem, eles resolveram brincar de corrida nos corredores do hotel onde estavam hospedados vários chefes de Estado. Em outra, para Palm Beach, nos EUA, eles subiram no telhado do hotel e a brincadeira só acabou com a chegada da polícia. As estripulias dos irmãos Garnero nesta cidade da Flórida, aliás, se tornaram tão notórias que eles ficaram conhecidos por lá como “Boys from Brazil”. Quem relembra as saudáveis molecagens, e se diverte com as lembranças, é Álvaro Garnero: “Já quebramos uma estátua de milhares de dólares e colamos com chiclete, estragamos um móvel de não sei quantas centenas de anos. Meu pai mantinha a gente na linha, mas tinha trabalho!”
Mario Garnero and Maria Antonietta do Amaral Prestes with Antonio, in 1983 Mario Garnero e Maria Antonietta do Amaral Prestes com Antonio, em 1983
meu pai sempre ter gostado de política e ter se envolvido com ela”, acredita Álvaro. Para Mario Bernardo, o mais velho, foi a integridade. Já para Pippo, o gosto pelas leituras e o estudo foi a contribuição mais marcante do pai. Além disso, ele acredita que a grande diferença de idade entre ele e os irmãos acabou se tornando vantajosa: “Acho que, depois de tudo o que ele passou pra criar meus irmãos, foi mais fácil lidar comigo. Ele estava mais calminho, e eu não posso reclamar das regalias que tive por ser o irmão mais novo”, diz Pippo, risonho.
Naturalmente, cada filho apontou uma das várias qualidades de Mario Garnero como a mais marcante. Mas uma delas está acima das demais, sempre iluminando a trajetória da família: a de superar dificuldades e, assim, vencer desafios e atingir metas. “Eu nunca vou esquecer que, um dia antes de começar aquela fase difícil do Brasilinvest, meu pai reuniu todo mundo e falou: isso vai passar. Em poucos anos, estaremos de pé de novo. E ele cumpriu o prometido”, revela Fernando, emocionado.
A herança de cada um, e a de todos Se, para Fernando, a maior contribuição do pai foi a noção de humildade, para Álvaro a maior herança paterna foi o carisma. “Essa habilidade do meu pai em dialogar com todos, em ser sociável, foi aquilo que eu mais puxei. Isso, aliás, explica o porquê do Mario Garnero and Ana Maria Monteiro de Carvalho, with her sons Álvaro (1968), Mario Bernardo (1965) and Fernando (1970) Mario Garnero e Ana Maria Monteiro de Carvalho, com os filhos Álvaro (1968), Mario Bernardo (1965) e Fernando (1970)
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