Puto!

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Charges Frases

Notícias

Estrela Desiste da Série B 10 Estrangeiros na UFES 11 Projeto Milton Santos 11

Cultura

Crônicas da Dja 12 Dupla Personalidade 14 Dica Ao Internauta 15 Livros, Prateleiras e Estantes 16 Os Mais Esperados de Dezembro 18

Reportagem

É possível se alimetar bem na Ufes? 22 O que é que a Feira Tem? 24

Entrevista Opinião

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Charges 6 Da Boca pra Fora 8

Saco de Risadas

Interno do Instituto Manassés 29 Vida de Hippie 32 Daiene Dias 33 $O$ Amazônia 34 Raposa Serra do Sol 35 Qual a Diferença 37

Tirinhas 39

Editorial. Fernando Poltronieri

Puto?

Editorial. Rafael Moura

É fato, sempre choveu e sempre choverá. Por se tratar de um fenômeno natural é difícil alterar a sua funcionalidade. Nesses últimos dias, contudo, a ocorrência das chuvas tem sido constante e às vezes incessante, em vários locais, e isso acarreta diversos transtornos. Dentre esses o mais visível se encontra nas estradas, indo mais a fundo, no sistema rodoviário brasileiro, que, por estar em péssimo estado de conservação enaltece aqueles transtornos provocados pelas chuvas. O sistema de transporte é um fator determinante do desenvolvimento industrial, e no Brasil a política econômica e industrial privilegiou e incentivou o transporte rodoviário em prejuízo dois demais meios de locomoção, isso é perceptível no slogan: “sem caminhão o Brasil pára”. Apesar de possuir extensa rede rodoviária, essa é ainda bastante precária, considerando-se o tipo (asfalto, terra) e qualidade. E é de conhecimento de todos que está longe a solução dos problemas rodoviários brasileiros. Poderia ser apontada como solução a maior diversificação do sistema de transporte já que o transporte de carga em hidrovia é cerca de 3 vezes mais barato que o ferroviário, 9 vezes mais barato que o rodoviário e 15 vezes mais barato que o rodoviário. Contudo os demais meios de transporte foram sucateados, ao longo de século XX, a favor de uma política de transporte que visava ao desenvolvimento da indústria automobilística nacional e, posteriormente, sob pressão dos grupos econômicos políticos vinculados ao setor. Medidas a curto prazo são inconstantes – concessão de rodovias a grupos privados sob cobranças de pedágio, operações “tapa buraco” – pois não resolvem de forma eficiente os problemas estruturais. A verdade é que medidas tomadas para serem vistas e apreciadas agora provocam inconvenientes posteriores, e mesmo que um dia pare de chover em todas as estradas do Brasil sempre haverá um buraco e um caminhão quebrado.

Todos os dias, nos deparamos com notícias, informações e opiniões. Somos bombardeados por todos os lados: televisão, jornais, revistas e, a novidade do século, a internet. São notícias da China, da crise econômica, da eleição dos EUA, de todas as partes do mundo. Tudo vem pronto e empacotado em pequenas partes para nossa conveniência. Será? Até onde toda essa informação “esmigalhada” nos é útil? Qual a procedência delas? A quem interessa que elas cheguem até você desta forma? Questões difíceis de dar respostas imediatas, com certeza. O grande problema, é que as pessoas se acostumaram a não pensar. Não pensar em nada e pra nada, tudo está ali, pronto, escrito, gravado, pra que pensar? Pra que pensar se já têm outros pra pensar por você? A novela já está pronta, o jornal já está pronto. As pessoas viram simples consumidoras e expectadores programados para aceitar tudo que lhes é oferecido. A criança quer o brinquedo que passa no intervalo do desenho animado, a adolescente quer a sandália da “tal” personagem da novela das oito, a mulher quer o vestido que passou no canal de vendas. Ao chegar ao trabalho, à escola ou à faculdade, o comentário é sempre aquele crime hediondo, aquele seqüestro que saiu no jornal, o capítulo da novela, ou o que aconteceu no Big Brother. Todo mundo comenta e dá opinião, mas ninguém pensa. Ninguém pensa por que os crimes acontecem; ninguém pensa por que a novela dita o estilo e o modo de vida da maioria das pessoas e ninguém pensa por que tem tanta sacanagem (no péssimo sentido da palavra) no Big Brother. E pior, ninguém pensa no que pode fazer pra mudar essa situação, ou em que isso afeta sua vida. Esses aspectos, tão mais importantes e tão mais úteis à vida e à sanidade de mental e intelectual de todos, são deixados sempre de lado. Às vezes um mais consciente pára e reflete, mas quando exprime sua opinião para os outros, é taxado de crítico (mais uma vez, no péssimo sentido da palavra), chato, aquele mala que reclama e vê defeito em tudo. Pois é minha gente, qualquer um que ouse questionar o que entra no seu cérebro todos os dias é o errado. Os que aceitam tudo que vêem, lêem e escutam estão “na moda”. E assim nos seguimos, cada vez mais bitolados com toda essa passividade que nos foi gentilmente oferecida, e usando cada vez menos o mais precioso dos dons que nos foi dado: Pensar.

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