Universidade de São Paulo Instituto de Psicologia Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano
FRASSETO, Flávio Américo. Avaliação psicológica em adolescentes privados de liberdade: uma critica à execução da medida de internação. 2005. 153 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) – Universidade de São Paulo, São Paulo. Resumo: A pesquisa integra o debate atual sobre as práticas psicológicas aplicadas à Justiça, focando o trabalho de avaliação de adolescentes para subsidiar decisões de aplicação ou manutenção da medida sócio-educativa de internação. Após fixados os referenciais teóricos e metodológicos e delineado o contexto em que esse fazer psicológico se legitima e desenrola, propôs-se a leitura crítica de uma amostra de laudos com sugestão de internação. Apurou-se, de forma geral, a adoção de um tom categórico para afirmar, da história de vida dos jovens, características psicológicas - preditoras de reincidência - que devem ser tratadas com internação. Para cada uma das etapas lógicas do laudo, ressalvas do ponto de vista jurídico, ético profissional e técnico foram apontadas. Mostrou-se que o modelo vigente atribui ao saber psicológico valor de verdade que não tem, em especial quando aplicado ao diagnóstico de jovens aprisionados. Mostrou-se também que direitos básicos do adolescente à privacidade, à não confissão, ao respeito, à opinião, à voluntariedade, à ampla defesa, à não discriminação, à não internação, entre outros, são impunemente violados, senão na feitura dos laudos, a partir do uso que se faz deles. Ao final, buscando contornar as críticas, ensaiou-se a proposta de outro modelo de trabalho, redefinindo-se, dentro dele, um novo papel para o psicólogo e para a avaliação psicológica.
GARCIA, Heloísa Helena Genovese de Oliveira. Família e escola na educação infantil: um estudo sobre reuniões de pais. 2005. 208 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) –Universidade de São Paulo, São Paulo. Resumo: Esta pesquisa enfoca as relações entre famílias e escolas através de dois recortes. O primeiro define um período em particular da vida escolar: a educação infantil (especificamente na faixa de 4 a 6 anos) e o segundo elege uma atividade regular nas escolas: as reuniões de pais. O estudo foi desenvolvido em duas Escolas Municipais de Educação Infantil paulistanas durante o primeiro semestre de 2004. Seu objetivo geral foi analisar como se constituem as relações de cada escola com os familiares dos alunos durante as reuniões de pais. E os objetivos específicos foram: a) observar, descrever e examinar como são as reuniões de pais nas duas escolas; b) analisar o percurso construído por algumas professoras com os respectivos grupos de pais nas reuniões ao longo do semestre; c) identificar e analisar as opiniões das escolas (professores, coordenadores pedagógicos e diretores) e dos familiares sobre as reuniões; d) inferir, através de indicadores, aspectos das reuniões que sejam favoráveis ou desfavoráveis a uma relação de colaboração (interdependência) entre as escolas e as famílias. O referencial teórico do construtivismo piagetiano fundamentou a estruturação metodológica e as análises dos dados relativas aos observáveis das interdependências e significações produzidas no contexto das reuniões e das entrevistas. Foram realizadas quatorze observações de reuniões e quarenta e três entrevistas individuais. Os resultados evidenciaram uma multiplicidade de fatores influenciando na realização e nos significados atribuídos às reuniões de pais. A partir deles destacamos uma tendência moralizadora da escola sobre a educação no contexto familiar e interferências do contexto institucional e político no cotidiano das reuniões. Nos dois casos ocorreu uma descaracterização das reuniões enquanto espaços vinculados ao trabalho pedagógico 207