Boletim A Boa Mãe

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A BOA

Nº 115 Ano 29º

Boletim Trimestral julho | agosto | setembro 2018

MÃE

Venerável Irmã Wilson CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS FRANCISCANAS DE NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS

UM PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO COMO O FERMENTO NA MASSA Sabemos que o agente principal da mudança transformadora é o Espírito Santo que nos fortalece para a edificação do Reino. O que muitas vezes está em causa é a qualidade da fonte que nos alimenta, que nos sustenta e que é o suporte da nossa vida diária. O processo de transformação e de crescimento no início da vida cristã, não estava tanto nos acontecimentos faustosos, mas principalmente na experiência do encontro pessoal, transformador e fascinante da amizade com Jesus Cristo. Este encantamento levou ao vigor apostólico do testemunho, do anúncio, da ação caritativa e da transformação social. Foi este também, o princípio e a fonte que sustentou e dinamizou a vida e a ação da Venerável Irmã Wilson. Um princípio modesto, como são os começos de todas as coisas que se tornam grandes com o tempo. Uma forte abertura e experiência do Espírito Santo, por Quem se deixou iluminar e conduzir, mantendo constantemente esta ligação e comunhão. Desta experiência brota o amor que impulsiona ao serviço do Reino, do qual também fazem parte a promoção humana a libertação e o respeito pela dignidade da pessoa. Uma transformação que se amplia pelo contágio do testemunho e que atua como fermento na massa (Lc 13, 20). O fermento faz o seu trabalho sem chamar a atenção, de forma escondida e silenciosa, e sem perder a identidade, porque a massa levedada, pode por sua vez, ser pão e tornar-se também fermento. A Transformação dá-se na docilidado ao Espírito Santo, porque é Ele Quem transforma.

Deste modo também podemos ser fermento; trata-se de um caminho que começa pela transformação interior, silencioso e exigente que leva á vida plena, até à perfeição no Amor, ao que Jesus chama ter vida em abundância (Jo 10). Um projeto maravilhoso que Deus preparou para cada um de nós; e é um grande desperdício ir perdendo pelo caminho algo tão precioso que nos foi oferecido. (Ef 2, 10). Para que o fermento não perca a sua qualidade, tem de ter a força de Deus. Só quando permanecemos unidos a Ele somos verdadeiramente fermento e testemunho de santidade. É uma questão de caminho diário no qual acontece a transformação. Será «a docilidade ao Espírito Santo que nos fará crescer, ser testemunho e transformar como o fermento». Nestes processos fascinam-nos as transformações vistosas e apreciamos menos as silenciosas; aquelas que nos chegam sem ruídos, sem espetáculo e mudam o nosso modo de perceber, de pensar e de atuar. Estas últimas são as que têm sabor a Evangelho, como a da levedura que leveda a massa (Lc 13, 20-21), ou como o germinar da semente. (Mc 4,26-27), ou ainda como o grão de mostarda (Lc 13, 18-19). Deus também se esconde no que é pequeno, para transformar o grande. No Evangelho e no testemunho de vida da Irmã Wilson encontramos o método, a programação, as ferramentas, os critérios e a inspiração para uma vida transformada. Irmã Ângela Martins Superiora Geral


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"FAÇAMOS TODO O BEM QUE NOS É PERMITIDO FAZER" A nossa querida Boa Mãe, Mary Jane Wilson, estando no exílio na Inglaterra (1910-1911), acompanhava todos os factos que aconteciam em Portugal e apelava às suas filhas para que encontrassem toda a consolação necessária no Senhor. Estava consciente de que, ninguém mais forte que o Senhor as poderia valer e suster em todas as suas necessidades, tribulações e dificuldades pelas quais estivessem a passar e a viver. Do exílio continuou sempre a ensinar e a mostrar o caminho por onde deveriam trilhar as suas filhas. É desse período o grande pensamento, sobejamente conhecido por nós, “façamos todo o bem que nos é permitido fazer…” e que eu neste momento gostaria de tecer a minha singela partilha. “Fazer todo o bem que nos é possível” consiste em fazer brilhar as boas obras que estão ao nosso alcance e através das mesmas elevarem-se louvores ao Pai que está nos céus como podemos encontrar em Mt 5,16 “…brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. “Fazer todo o bem que nos é possível” é ser no meio onde cada um se encontrao reflexo da presença de Deus, revelando mediante a vida, o ser, o estar e o fazer que Deus é o Bem por excelência e que somos chamados a continuar o bem que recebemos do próprio Deus. De facto, o bem não consiste em fazer somente coisas boas para as pessoas que estão à nossa volta ou mais necessitadas; é sobre tudo uma forma de ser e viver sempre sintonizado com Deus, que nos capacita a fazermos todo o bem que nos é possível, que esteja ao nosso lado e que nos desperta a vermos as necessidades

que nos circundam, e consequentemente, a tomar uma decisão de ser e fazer o bem. A chave, o segredo de fazer todo o bem que nos é possível é o viver em íntima comunhão com Deus como nos diz Jo 15, 1-8 “…. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. A nossa vida de seguidores da Venerável Irmã Wilson é chamada a ter um brilho especial, diferente, particular, enquanto a diferença reside na forma e no modo como esse bem possível é realizado; o espírito novo que deve estar na raiz de tudo o que se faz e torna fecundo todo o bem feito, porque é fruto da experiência da intimidade com o “Bem” por excelência. Não nos devemos sentir felizes e satisfeitos com a consciência de missão e dever cumpridos enquanto não nos empenhamos por sermos como a Irmã Wilson nos recomenda nesta Carta nº 50 “façamos todo o bem que nos é permitido fazer…”. Temos que descobrir neste momento, no aqui e agora, onde quer que nos encontremos, seja qual for a nossa condição: qual é o bem possível que está ao meu alcance realizar? Conscientes de que há sempre o bem por ser feito, e se não o faço, o que me impede? Não estarei fora do ramo e a secar? Que a Boa Mãe, lá do Céu, continue a interceder por nós e que o bem nunca fique por se fazer. Ir. Cacilda Rosa Gamboa, PNSF


A IRMÃ WILSON, ÍNTIMA A Irmã Wilson chamava a Deus “Pai e Amigo”. Linguagem que me faz lembrar a prece do poeta espanhol José Maria Pemán: “Quero que me concedas o mais belo nome pela sua infinita e clara luz: Amigo”. Não há nome tão revestido de claridade solar. Fomos criados por Deus para sermos seus amigos. Com efeito, Ele não nos criou porque precisava de ter “criados” ou “servos”, mas unicamente para ter “amigos”. Criou-nos para vivermos nessa roda de amizade que é a Trindade Santíssima, Pai e Filho e Espírito Santo. A vocação mais alta da pessoa humana, o vértice, para o Concílio Vaticano II, é a amizade com Deus. Uma pessoa realiza-se na proporção da sua intimidade com Deus. A esta luz se compreende que a oração da Irmã Wilson fosse como a de Santa Teresa de Ávila, um “trato de amizade com alguém que nos ama”. Um encontro gozoso, terno, espontâneo. Um “estar em tão boa companhia” e “olhar”, dar-se conta da sua presença amorosa. Conversa, diálogo – com palavras ou sem elas, porque o amor tem misteriosas linguagens. Abílio Pina Ribeiro

O GENUFLEXÓRIO DOS JOELHOS SANTOS Nos trilhos que percorremos ao longo da nossa vida, e nos lugares que oramos para escutar o íntimo do nosso íntimo, por vezes ficamos deslumbrados e inebriados pela paz e pelo silêncio que deles brotam, para a nossa vida. Esses locais que encontramos até talvez o conhecemos ou talvez deles já ouvimos falar, da sua história e das pessoas que lá fizeram e deixaram a marca da sua história. O certo é que eu encontrei, e até já lá tinha estado, mas nunca visto com os meus olhos e com o íntimo do meu íntimo aquela capela, situada no sítio da Pereira, no Santo da Serra, num pequeno monte elevado mas escondido, rodeada por uma floresta imensa, mas tão zelada e cuidada, com o tom de flores harmoniosas das acácias que a rodeiam neste tempo primaveril e dos canteiros floridos, cheio de cores inebriantes. É uma simples capela, o que lá está, tão simples sem dourados e traçados de arte antiga, mas de uma riqueza estonteante, de uma história imensa daqueles que por ali passaram e deram a sua vida a causa do Evangelho, olhando sempre ao próximo como projeto de vida. E se lá ainda permanece o cheiro, a história, não podemos esquecer a vida eloquente da Venerável Mary Jane Wilson, conhecida e aclamada por aqueles que a conhecem, como Boa Mãe, pois foi devido a ela, que esta capela, hoje é memória da presença de Deus. Se por um lado olhamos para um edifício simples e ao

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Capela da Pereira - Santo da Serra

mesmo tempo majestoso, somos convidados a entrar e a ver os recantos mais belos que ele tem. Ao pararmos nas suas divisões, quase que ainda sentimos o cheiro das palavras da Boa Mãe e os pés delicados com que caminhava para ver o Jesus adorado e maria Senhora das Vitórias, a quem confiou a sua proteção. Mas a divisão que mais encanta é aquele andar superior, onde ainda encontramos o catre quase intacto, com as marcas de uma senhora zelosa que cuidava da simplicidade e a fineza com que tudo se pode ter sem nada ter nem desejar, mais além do que possamos carregar. E se o espaço onde adormecia é um encanto de simplicidade, mais ainda é aquela pequena janela. Sim, aquela pequena janela aberta lá no alto, da capela, por cima do altar do sacrifício e em frente a Jesus sacramentado. E se olharmos para o alto encontramos no texto da capela, o floreado de rosas envolvendo os corações de jesus e de maria, símbolo da maior expressão da entrega e da consagração da Venerável Irmã Wilson . Mas aquele genuflexório é simplesmente um lugar de paragem obrigatória, pois leva-nos a perceber que ainda lé está o odor da santidade daqueles joelhos tantas vezes prostrados em adoração, daqueles joelhos cravados pedindo pela humanidade, daquelas mãos elevadas exaltando a bênção de Deus e a súplica para que pudesse ajudar todos e todos Foram aqueles joelhos santos da Venerável Irmã Wilson, que muitas hors ali passaram naquele genuflexório pedindo inspiração para as suas obras, idealizadas segundo a palavra de Deus. E hoje nós recordamos este espaço como algo quase sagrado, onde sentimos que toda a obra da boa Mãe foi possível apesar das lutas, das guerras, das dificuldades e dos cansaços, devido ao encontro diário, com os seus joelhos santos junto ao bom e sagrado Coração de Jesus e junto a Maria a Senhora das Vitórias. E tantas vezes a Boa Mãe, no silêncio profundo neste vale escarpado e florido invocou na sua dor, súplicas de misericórdia ao seu Jesus escondido. Pe. Paulo Sérgio


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ORAÇÃO À IRMÃ WILSON

GRAÇAS

Ó Deus, Pai Santo, nós vos damos graças pela caridade com que enriquecestes a Vossa fiel serva Irmã Wilson. Se for do Vosso agrado glorificá-la, concedei-nos, por sua intercessão, a graça que vos pedimos … Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus connosco, na unidade do Espírito Santo. Amen. Pai Nosso… Avé Maria… Glória ao Pai.

Mais uma vez venho dar testemunho da bondade da Irmã Wilson, tantas graças recebidas e até um casal que estava à beira de separação eu pedi à | Irma Wilson para intervir e graças a Deus e intervenção da Irmã Wilson tudo está bem. M. G

Obrigada minha Boa Mãe por tudo o que tem concedido. Mais uma graça alcançada por isso deixo uma pequena oferta de 50€ para a causa da canonização da Irmã Wilson. A.

Venho dar o meu testemunho e ao mesmo agradecer a Deus através da Irmã Wilson as graças que me concedeu. Envio 20€ muito obrigada. A.

Pensei escrever para comunicar algumas das muitas graças que tenho recebido da Irmã Wilson. Casei e passaram-se três anos e não tinha filhos, foi ao médico e aconselhou-me um tratamento juntamento com meu marido, o que recusou logo a primeira. Uma Irmã Vitoriana deu-me umas pagelas com a oração a Irmã Mary Wilson, comecei a rezar com muita Fé, tinha pagelas na cozinha, no quarto, no local de costura. Sei que engravidei sem intervenção médica e a menina nasceu dia três de outubro precisamente no dia de aniversário da Irmã Wilson, obrigada “Boa Mãe”. A. A. / junho 2018

AGRADECIMENTOS CARO LEITOR E AMIGO BENFEITOR

O Secretariado da Irmã Wilson agradece a todos a vossa generosidade, leitura e oferta para a causa de Beatificação e Canonização da Venerável Irmã Wilson. Lá do Céu a Irmã Wilson, junto de Deus, interceda por todos nós.

Partilhe! Divulgue! Colabore! DONATIVOS: Ágrica do Sul: 11,20€ Itália: 300€ Inglaterra: 40€ Continente: 385€ Madeira: 640€

Cheque em nome de: CONG IR FRANC N S VIT. SECR ITMÃ WILSON Nº IBAN PARA TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA: PT 500018 0008 0155 0481 02047 Secretariado da Irmã Wilson Rua do Carmo, 61 | 9050-019 Funchal | Portugal Telf.: 291 225 492 | Telem.: 962 646 942 Email: secirmawilson@gmail.com Sites: www.cifnsv. com | www. ipcm.info

BOLETIM TRIMESTRAL “A Boa Mãe” Edição e Propriedade: Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias Diretor: Irmã Superiora Geral Sede: Secretariado da Irmã Wilson | Rua do Carmo, 61 | 9050-019 Funchal Telefone: 291 225 492 Depósito legal: 424657/17 Execução Gráfica: Dupladp & Associados S.A. Tiragem: 7.000 exemplares


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