Revista ProJuris - Ed. #3

Page 1

#03/2017

PROJURIS NA PRร TICA: ENTREVISTA COM O GRUPO AMOEDO.

Pรกg.24

A TEORIA DOS JOGOS NO DIREITO. Pรกg.32


A edição anterior da Revista ProJuris tratou de assuntos como: LinkedIn: A rede social perfeita para sua carreira; Gestão de publicações: por que fazer?; O que a Netflix pode ensinar a seu negócio e Big Data Jurídico.


Para acessar o conteúdo desta edição, acesse:

www.projuris.com.br/ultimaedicao


EXPEDIENTE PRODUÇÃO

REDAÇÃO Giovanni Arceno André Lux Tiago Fachini

PROJETO GRÁFICO Rafael Busmayer

IMPRESSÃO Tipotil

TIRAGEM 1.000 exemplares

OPINIÕES E SUGESTÕES relacionamento@projuris.com.br

PROJURIS SOFTWARE JURÍDICO Rua Irmã Pia, 422, CJ 1006 São Paulo/SP (11) 3768-0388 (16) 3236-2042 (47) 3086-1905

Estamos vivendo um novo momento e é hora de olhar para a frente. O Brasil precisa crescer e ser mais produtivo. E o que isso tem a ver conosco? Tudo. Temos que fazer a nossa parte. Precisamos liderar projetos que melhorem a produtividade das pessoas; movê-las, tornando-as agentes de mudança. Precisamos inovar. Não apenas criar produtos e serviços disruptivos, mas focar na melhoria contínua, olhar para um processo e pensar como podemos fazer melhor e mais rápido. Precisamos ter humildade e entender que há sempre algo para melhorar e um exemplo para seguir. Em outras palavras, uma empresa é formada por pessoas, processos e ferramentas. Precisamos ter as pessoas certas, motivadas e preparadas, os processos mais adequados e as tecnologias que otimizem o desempenho e aumentem a competitividade. Nesta edição, preparamos conteúdos sobre liderança, inovação e produtividade. Espero que este material lhe traga muitos insights. Boa leitura! Um abraço, Sérgio Cochela

Diretor Executivo da ProJuris


Oriente-se pelos ícones no cabeçalho das páginas, eles especificam para que público a matéria é destinada e seu tempo de leitura. ONE Conteúdo relevante para estudantes e advogados autônomos OFFICE Conteúdo relevante para escritórios de advocacia ENTERPRISE Conteúdo relevante para departamentos jurídicos e profissionais do direito corporativo TEMPO DE LEITURA

AS LIÇÕES DE PEP GUARDIOLA

P.06 ProJuris ONE agora atualiza processos em segredo de justiça.

P.21 Consultar Advogados.

P.23

O que você faz para melhorar como profissional?

P.12

P.14

P.09 As perguntas de entrevista para realmente conhecer um candidato.

P.10

A GESTÃO DE CONTRATOS COM (E SEM) UM SOFTWARE JURÍDICO

P.22

O ESPAÇO DELAS

P.40

P.44

3 Dicas para um compliance eficiente.

Marketing de conteúdo.

P.42

P.24 PROJURIS NA PRÁTICA:

P.46

Novo CPC em 5 pontos essenciais.

P.28

Palavras Cruzadas.

P.30

TI: O que verificar na hora de escolher um software jurídico.

P.37 A crise segundo um especialista em direito econômico.

P.38

O DIREITO NA ERA DO WHATSAPP

P.45

Planilhas funcionam?

P.17

P.27

P.32 Fazer negócio em mídias sociais é legal?

Como falar de política na empresa?

Assinatura Digital em 1min.

A TEORIA DOS JOGOS NO DIREITO

Como decorar seu escritório.

Os 12 melhores filmes jurídicos dos últimos 25 anos, segundo o IMDB.

P.48

Vale a pena comprar?

P.50


CARREIRA JURÍDICA

6 MINUTOS

AS LIÇÕES DE LIDERANÇA DE

PEP GUARDIOLA


O

catalão Josep Guardiola, o Pep, é tido por muitos especialistas como o melhor treinador de futebol da atualidade e um dos melhores da história. Seu embate de ideias e conceitos com outro técnico europeu, o português José Mourinho, fez o futebol evoluir taticamente e o transformou em um esporte muito mais complexo. Antes de um técnico de futebol, Guardiola é um líder. Seus comandados sempre destacam o privilégio que é trabalhar com o catalão. Em 2012, quando ainda estava no Barcelona, Lionel Messi chegou a dizer que Guardiola era mais importante que ele dentro do time. “Desde que ele chegou ao Barça, ele mudou tudo no clube”, afirmou o craque argentino. Em sete anos de carreira - quatro à frente do Barcelona e outros três no Bayern, de Munique - foram impressionantes 21 títulos dos 33 disputados, incluindo duas Liga dos Campeões da Europa, o torneio de clubes mais importante do futebol mundial. Mas o mais importante não são os números, e sim a implementação de uma nova concepção ao esporte mais popular do mundo, o que só poderia ser alcançado por um treinador extremamente capaz de liderar fora das 4 linhas. Agora, Pep Guardiola encara um novo desafio. Dessa vez, seus conceitos estão sendo aplicados no futebol inglês do Manchester City. Muitos destes conceitos, totalmente aplicáveis na carreira de qualquer líder.

"Aos que têm dúvidas, porque eles estão certos." A frase que abre o livro escrito pelo jornalista espanhol Martí Perarnau sobre a passagem de Pep pelo Bayern já diz muito sobre o treinador. Guardiola é um homem que duvida de tudo. E a origem dessas dúvidas não é a insegurança nem o medo do desconhecido, mas sim a busca pela perfeição. Ele sabe que alcançá-la é impossível, mas a persegue do mesmo modo. Por trabalhar num esporte antigo e já muito explorado por estudiosos, Guardiola - assim como qualquer outro profissional do futebol, tem que lidar com conceitos já estabelecidos e aceitos como os mais efetivos. E é exatamente desses conceitos que ele duvida: os que ninguém mais ousa questionar. O centroavante precisa mesmo ser alto e forte? São necessários mesmo dois volantes para proteger a defesa? Será que é mesmo perigoso demais postar a zaga a mais de 40 metros do gol que se está defendendo? Esse é um exercício muito delicado, porque temos dificuldade de questionar as mínimas ações que já fazem parte do nosso trabalho desde que nos lembramos, mas é quando fazemos isso que podemos alcançar uma palavra cada vez mais desejada no mercado: inovação. Guardiola é obcecado pelas dúvidas e acredita que só pode encontrar a melhor solução depois de examinar todas as opções. Noventa e nove por cento dos treinadores não teriam mexido

em nada ao assumir o Bayern quando Pep o assumiu, porque o time havia acabado de ganhar os três títulos mais importantes possíveis dentro de uma temporada. Mas ele quis ir além do senso comum, além do óbvio, e começou a implementar uma nova identidade ao grupo. Uma identidade que refletia as suas dúvidas.

“Aprendi que quando você está certo deve lutar contra o mundo todo."

Ideia, idioma e pessoas A ideia é a essência de um time e de seu líder. A síntese e a vocação. Ela pode ser comparada à missão de uma empresa, precisa ser clara e cem por cento instigada e aceita na cabeça de cada integrante da equipe. No caso dos times de Guardiola a ideia é ter a bola, a posse dela durante a partida. Sendo assim, é preciso fazer com que todos não só se sintam à vontade com a bola, mas que amem tê-la em seus pés. Só a partir daí é preciso definir o que será feito com ela. O idioma fará isso. Ele é o método que permitirá expressar a ideia no campo de jogo. É o conjunto de sistemas, atividades e princípios que, através do treinamento, devem ser empregados na implementação da ideia. Uma vez que tivermos a bola, o que faremos com ela? Tocar de lado? Fazer lançamentos? Chutar a gol de longa distância? E por mais elaborados que sejam, ideia e idioma não poderão ser interpretados corretamente se as pessoas não estiverem dispostas a cooperar. Não se trata apenas de ter uma equipe capaz de pôr a ideia em prática - o que é imprescindível. É também necessário que exista entre ela a predisposição para aprender os segredos do idioma, trabalhá-los e corrigi-los, sem hesitação. Ideia, idioma e pessoas formam conjuntamente o modelo de jogo e são fundamentais para o sucesso ou fracasso de um líder. Como líder, Guardiola acredita que é ele quem tem que se adaptar aos liderados, não o contrário. Tanto que em sua apresentação no Bayern, o catalão surpreendeu os jornalistas ao responder todas as perguntas em alemão, idioma que, antes de decidir treinar a equipe de Munique, nunca tinha falado. O esforço do técnico em aprender o alemão, automaticamente, faz com que os jogadores sintam que também precisam se esforçar para se adaptarem à linguagem da bola proposta por Pep. O projeto é de todos e todos devem se esforçar, tendo o líder como exemplo maior. Ao sair do Bayern, Guardiola deixou uma mensagem que vai além das vitórias: “O que engrandece um técnico é o que os jogadores dirão dele no final. Se eu conseguir convencer esses atletas a jogar dessa maneira e se puder ajudá-los a crescer e melhorar ainda mais, estarei muito contente e satisfeito. Tentaremos atuar bem e não apenas ganhar títulos”.

-7-


“Eu perdoarei os jogadores se eles não puderem fazer algo direito, mas não perdoarei se eles não tentarem para valer." A desconstrução como método criativo “Para criar, precisamos de liberdade, pressão e risco”. A frase é do famoso chef catalão Ferran Adrià, amigo pessoal de Guardiola. Foi ele quem apresentou o método criativo que o treinador aplica na construção de suas estratégias de jogo. O método consiste em pegar um produto pronto e desmontá-lo, a fim de criar outro produto com as mesmas peças, com uma dinâmica parecida, mas que obtenha um rendimento diferente. O método é utilizado na moda, por exemplo, para desenvolver diferentes looks com as mesmas peças de roupa, de forma que cada peça cumpra funções variadas em cada nova construção. Ferran Adrià, o chef de cozinha, o aplica para elaborar novos pratos utilizando os mesmos ingredientes. Se Guardiola é um revolucionário do futebol, isso se dá à sua capacidade de desconstruir. Ele estuda muito, aprende com os sábios, extrai a essência das ideias semeadas nos campos de futebol do mundo inteiro e, com elas, constrói um sistema de jogo próprio, descobrindo novas funções para seus atletas dentro de campo e até novas funções para as próprias funções dentro da estratégia de jogo. É uma inserção de ideias. A desconstrução dentro da desconstrução. O objetivo deve ser sempre eliminar as deficiências de um movimento e reconstruí-lo a partir de outros princípios, mas mantendo seu fundamento. Mesmo assim. Guardiola nunca se considerou um gênio criativo, um inventor. Vê-se mais como um ladrão de ideias: “As ideias são de todo mundo, eu roubei o máximo possível”, diz.

“As ideias são de todo mundo, eu roubei o máximo possível."

-8-


O QUE VOCÊ FAZ PARA MELHORAR COMO PROFISSIONAL? Na última publicação da Revista ProJuris, lançamos um desafio para nossos clientes e parceiros. Enviamos a pergunta O que você faz para melhorar como profissional? e nos comprometemos em publicar, nesta edição, as respostas mais criativas e impactantes. Infelizmente tivemos que selecionar apenas três, mas você pode conferir mais em www.projuris.com.br/respostas.

Evidente que nos dias atuais o mercado de trabalho está saturado. Diante disso, um bom advogado não é aquele que apenas se atualiza acerca das novidades no âmbito do direito. Um bom advogado é aquele que busca crescer multidisciplinarmente, estudando questões como, por exemplo, gestão de pessoas. Hoje em dia não basta fazer o básico. Deve-se ir além! Gabriel Brandão Ribeiro, da Gabriel Brandão Ribeiro Advocacia

Primeiro, nunca paro de me atualizar; segundo, nunca perco o bom humor, mesmo quando estou em situações limites; terceiro, procuro sempre manter minha humanidade para entender o cliente e entender a mim mesma, e ter sensibilidade diante das situações narradas pelos clientes. Acredito que essas qualidades nos mantenham no mercado de trabalho. Carla C. Vimercati, da Denjud Refeições Coletivas

Busco sempre questionar. Questionar se determinada decisão é a mais justa, se a tese já desenvolvida é o melhor caminho, se o meu pensamento é o correto, se não há nada de novo acontecendo que possa mudar o entendimento atual. Através desses questionamentos, sou obrigado a revisar constantemente meus conceitos e nesse processo vou consolidando e aprimorando o conhecimento que já tenho, e ainda adquirindo novas habilidades. Gustavo Matos, da Construtora Tenda S/A

E você? Quer participar do desafio da próxima edição? Então responda: Qual é o principal valor na sua relação com o cliente? Envie um e-mail para relacionamento@projuris.com.br. Sua resposta pode sair na 4ª publicação da Revista ProJuris.

-9-


CARREIRA JURÍDICA

4 MINUTOS

AS PERGUNTAS DE ENTREVISTA PARA REALMENTE CONHECER UM CANDIDATO O candidato memorizou cada ponto a ser salientado em seu currículo e tem seu portfólio completo na ponta da língua. Ensaiou inúmeras vezes o texto em que explica quais são seus pontos fortes e fracos e elaborou uma resposta poética para quando lhe perguntarem onde ele se vê daqui a 5 anos. Mas será que ele está preparado para responder qual foi a última coisa que pesquisou no Google? Ou que lei ele mudaria e por que se pudesse ser o presidente do país por um dia? Ou quem ganharia uma luta entre o Homem-Aranha e o Batman? Esses são alguns exemplos das perguntas mais inesperadas e difíceis de serem respondidas em entrevistas de emprego, segundo o site americano de carreiras Glassdoor. O objetivo de perguntas como estas é quebrar a lógica contínua da entrevista para avaliar como o candidato se porta diante de uma situação de total surpresa. Além disso, com as inda-

gações certas, também é possível descobrir o que o entrevistado realmente pensa sobre assuntos importantes para a empresa e para a vaga, que geralmente são abordados com perguntas previsíveis que permitem respostas padrões e até ensaiadas. Baseada em centenas de perguntas compartilhadas por candidatos nos últimos anos, a lista a seguir sugere algumas das questões mais difíceis e inesperadas que podem ser feitas a candidatos a qualquer posição. Elas estão presentes em processos de recrutamento de empresas como a Google, o Facebook, a Rolls-Royce e a ProJuris. As perguntas servem para conhecer melhor a personalidade do candidato, testar sua criatividade, capacidade de improviso, analisar se ele é alinhado aos valores da organização e verificar se ele realmente possui o perfil adequado para a vaga oferecida.

Ensine-me a fazer alguma coisa, qualquer coisa. Use apenas palavras, como se você estivesse ao telefone. Esse pedido é feito nas entrevistas da HubSpot, empresa americana especialista em marketing. Ótima para cargos que envolvam relacionamento direto com o cliente, a tarefa proposta testa a capacidade didática do entrevistado.

Como saberemos que você não irá desistir quando as coisas estiverem difíceis? Pergunta da Paycom, outra gigante americana do ramo de softwares. Perfeita para entrevistas de cargos de liderança dentro da organização.

Como você define sucesso?

Esta é nossa lista de valores. Escolha um e explique porque ele não é necessário.

Pergunta presente no processo de seleção da empresa brasileira de compressores, a Embraco. Com ela, busca-se analisar se os valores do candidato se alinham com os valores e missão da empresa.

Desafio elaborado pela Thought Works, uma consultoria global em tecnologia de informação. Lá o processo de seleção dura 43 dias, em média. Com essa tarefa, busca-se analisar o senso crítico do candidato e como ele argumenta suas ideias. - 10 -


O que você está achando da entrevista? Pergunta do Boston Consulting Group, empresa de consultoria empresarial. Ela testa a capacidade do entrevistado de criticar alguém que está em uma posição acima da sua, uma qualidade rara e extremamente buscada pelas organizações.

Descreva a cor amarela a alguém que sempre foi cego. Teste feito nas entrevistas da Spirit Airlines, companhia aérea norte-americana que possui o amarelo como cor de identidade da sua marca. Por ser extremamente difícil descrever uma cor sem utilizar adjetivos que dependem da visão para que se compreenda o significado, essa tarefa testa a capacidade de empatia do entrevistado.

Conte-me algo em que você é diferente de todas as outras pessoas do mundo. Pergunta feita no processo seletivo aqui da ProJuris. Com ela, buscamos analisar o que o candidato mais aprecia em si mesmo, no que ele acredita que se destaca em meio a todas as outras pessoas. A partir da resposta, analisamos sua compatibilidade com a vaga disputada.

O quão sortudo você é e por quê? Pergunta criada pela Airbnb, um serviço online comunitário para as pessoas anunciarem, descobrirem e reservarem acomodações. Pode ser uma pegadinha para verificar se o candidato se baseia no acaso ou no esforço próprio, ou ainda uma pergunta para analisar o grau de otimismo e a percepção de mundo do entrevistado.

Você preferiria ser um peixe grande num aquário pequeno ou um peixe pequeno num aquário grande? Pergunta incluída no processo de seleção da gigante Apple. Traz uma reflexão tradicional filosófica: o candidato prefere estar rodeado de pessoas que irão fazê-lo crescer ou prefere que o comando da situação esteja em suas mãos? Não há resposta certa ou errada, mas baseando-se na justificativa apresentada pelo candidato, será possível saber qual vaga ou área ele está mais ou menos apto a ocupar.

Que livro você está lendo agora? Uma pesquisa realizada pelo Ibope no início de 2016 revelou que a quantidade de brasileiros que não possui o hábito regular da leitura representa 44% da população do país. Esse pode ser, portanto, um diferencial interessante. A pergunta veio do processo de seleção da Avaya, empresa estadunidense de telecomunicações.

Você pode ganhar $$ com a ProJuris (e nem cliente precisa ser!) Saiba mais em www.projuris.com.br/indique-e-ganhe


CARREIRA JURÍDICA

3 MINUTOS

O ESPAÇO

DELAS Na foto Dra. Ana Carolina Tavares Torres Foto de Cristine Pedroso

- 12 -


Segundo o IBGE (2010), homens possuem superioridade salarial de 29,04% em relação às mulheres. Se formos levar em consideração o grau de instrução, a diferença entre a população com primeiro grau é de 16,63% a mais para homens e, para profissionais com ensino superior completo, é de 38,13%. Ou seja, quanto maior o grau de estudo, maior a desigualdade entre os salários. Em contrapartida, uma pesquisa da Catalyst descobriu que empresas com mais diversidade na diretoria superam aquelas com menor diversidade em três medidas financeiras: rentabilidade de capital (53% mais alta), rendimento de vendas (42% mais alto) e retorno sobre capital investido (66% mais alto). Motivadas por este cenário e pela leitura de ‘Faça acontecer – Mulheres, trabalho e vontade de liderar’, da COO do Facebook Sheryl Sandberg, quatro advogadas (Ana Amélia Ramos Abreu, Ana Paula Yurgel, Raquel Stein e Ana Carolina Tavares Torres) resolveram se reunir para discutir a situação das mulheres no mercado de trabalho. Uma delas, a Dra. Ana Carolina Tavares Torres, atualmente gerente executiva jurídica do Grupo RBS em Porto Alegre, falou conosco sobre o projeto Women in Law Mentoring Brazil.

"O machismo está nos pequenos detalhes, e por isso é tão difícil de combater" De despretensiosos encontros para discussão surgiu a ideia de criar um programa de mentoring exclusivo para profissionais jurídicas mulheres. Isto é, uma espécie de apadrinhamento de profissionais mais experientes no mercado para quem está dando seus primeiros passos. Inicialmente, um grupo formado por 8 mentoras, uma especialista em mentoria e 8 mentoradas deu início, em maio de 2015, ao Women in Law Mentoring Brazil.

Os três pilares do mentoring: Autoconhecimento, autoestima e auto responsabilidade As inscrições para o projeto são abertas em períodos específicos, informados pela internet. Atualmente, o Women in Law Mentoring Brazil não se restringe ao Rio Grande do Sul e possui profissionais de outros estados. Para ser mentorada, é necessário ter até 5 anos de formação em Direito e características de liderança. Para ingressar como mentora, é preciso condição de liderança reconhecida pelos seus pares de mercado, além de experiência de vida e muita responsabilidade. O projeto ainda oferece consultorias e palestras em empresas e associações, esclarecendo e expondo as vantagens do empoderamento feminino dentro do espaço corporativo, treinamento sobre apresentações, comportamento nas redes sociais, etc. Este é, inclusive, um dos principais objetivos do grupo para este ano (ou para este ciclo, como costumam chamar dentro do projeto), além de constituir uma pessoa jurídica e criar seu site, já que hoje contam apenas com página no Facebook e Linkedin. “No ano de 2016, tivemos 18 mentoradas no programa. Nossa ideia para 2017 é continuar aumentando o número de participantes ou dobrá-lo”, conta Ana Carolina.

CONHEÇA O PROJETO EM facebook.com/womeninlawmentoring

Nos encontros, que acontecem em média uma vez por mês, mentoras trocam experiências e trazem conselhos de carreira e comportamento às mentoradas. As dicas vão desde questões cotidianas do dia a dia jurídico, como melhoria de produtividade, identificação de tendências da área, redação e gerenciamento de redes sociais, até aspectos emocionais, como autoconfiança. “As mulheres hoje chegam até um patamar e depois disso elas não conseguem mais subir. Se nessa corrida de 100 estamos chegando até 50, nossa ideia é que essas meninas comecem essa corrida mais à frente do que nós começamos e a partir daí elas possam ir mais à frente também”, conta Dra. Ana Carolina Tavares Torres. “Metade da força de trabalho é feminina, mas até o nível de gerência”, conclui.

- 13 -


CARREIRA JURÍDICA

3 MINUTOS

OS 12 MELHORES FILMES JURÍDICOS DOS ÚLTIMOS 25 ANOS, SEGUNDO IMDB Na internet, é possível encontrar dezenas de listas de sugestões de filmes jurídicos. Para criarmos a nossa, no entanto, resolvemos determinar dois critérios. O primeiro, que as escolhas seriam feitas a partir do ranking do IMDb (Internet Movie Database), site da Amazon.com e uma das maiores referências em avaliações de filmes do mundo. O segundo critério é que fossem selecionados filmes de 1991 para cá, ou seja, dos últimos 25 anos, por serem filmes mais fáceis de encontrar e com enredos mais contemporâneos. Além disso incluímos as sinopses, também retiradas do IMDb, e as notas concedidas.

HURRICANE: O FURACÃO THE HURRICANE (1999)

TERRA FRIA NORTH COUNTRY (2005)

Um relato ficcional do primeiro grande caso bem sucedido de assédio sexual nos Estados Unidos (Jenson vs Eveleth Mines), onde uma mulher, que sofreu uma série de abusos enquanto trabalhava como mineira, apresentou e ganhou ação judicial em 1984.

A história de Rubin "Hurricane" Carter, um boxeador preso por um assassinato, e as pessoas que ajudaram na sua luta para provar sua inocência.

NOTA: 7,3

NOTA: 7,3

CONDUTA DE RISCO MICHAEL CLAYTON (2007)

O PODER DA LEI THE LINCOLN LAWYER (2011)

Quando um corretor de imóveis rico é acusado de agredir uma prostituta, Mick Haller é convidado para defendê-lo. O homem afirma que a mulher está tentando arrancar dinheiro dele.

Um escritório de advocacia traz seu "quebra-galhos" para remediar a situação depois de um advogado ter um colapso enquanto representava uma empresa química que ele sabe que é culpada em uma ação de bilhões de dólares.

NOTA: 7,3

NOTA: 7,3 - 14 -


TEMPO DE MATAR A TIME TO KILL (1996)

O ADVOGADO DO DIABO DEVIL'S ADVOCATE (1997)

Um jovem advogado defende um homem negro acusado de assassinar dois homens que estupraram sua filha de 10 anos, provocando um renascimento da K.K.K.

Um ótimo advogado da Flórida começa a trabalhar em Nova York por um escritório de advocacia de renome - a maior oportunidade de sua carreira.

NOTA: 7,4

NOTA: 7,5

MEU PRIMO VINNY MY COUSIN VINNY (1992)

QUESTÃO DE HONRA A FEW GOOD MEN (1992)

Dois nova-iorquinos são acusados de assassinato no Alabama e um de seus primos - um advogado inexperiente, falastrão e não acostumado com as regras do sul - vem para defendê-los.

Kaffee, um advogado neo militar, defende fuzileiros navais acusados de assassinato; eles afirmam que estavam agindo sob ordens.

NOTA: 7,5

NOTA: 7,6

ERIN BROCKOVICK: UMA MULHER DE TALENTO ERIN BROCKOVICK (2000)

AS DUAS FACES DE UM CRIME PRIMAL FEAR (1996) Um coroinha é acusado de assassinar um padre e a verdade é enterrada em várias camadas de profundidade.

Uma mãe solteira desempregada torna-se uma assistente legal e praticamente sozinha derruba uma empresa de energia da Califórnia acusada de poluir o abastecimento de água de uma cidade.

NOTA: 7,7

NOTA: 7,7

FILADÉLFIA PHILADELPHIA (1993)

O INFORMANTE THE INSIDER (1999)

Quando um homem com AIDS é demitido por seu escritório de advocacia por causa de sua condição, ele contrata um advogado homofóbico para defendê-lo.

Um químico pesquisador vem sofrendo ataques pessoais e profissionais quando decide aparecer no programa "60 minutos" e expor uma empresa de tabaco.

NOTA: 7,7

NOTA: 7,9 - 15 -


Nos negĂłcios, honestidade ĂŠ um valor crucial, estrutural. Pamela Mayer, autora do livro 'Liespotting', questiona:

VocĂŞ sabe como identificar uma pessoa verdadeira?

Assista a palestra em www.projuris.com.br/identificarverdades


CARREIRA JURÍDICA

8 MINUTOS

BOAS PRÁTICAS

COMO FALAR DE POLÍTICA NA EMPRESA Para começar a discorrer sobre este tabu, nada melhor do que um pouco de contextualização etimológica. O termo política tem origem no grego politiká, uma derivação de polis, que designa aquilo que é público. Interpretando um pouco, política não quer dizer sistema de governo, nem Estado, nem presidente, nem partidos políticos, mas o modo como acontece a organização pública, como são orquestradas as atividades que atingem diretamente a sociedade. Citar a Grécia logo no começo do conteúdo é importante, pois ela é um símbolo histórico da discussão política. Nos primeiros estados gregos, principalmente na cidade de Atenas, valorizava-se muito as ágoras, espaços edificados, onde as pessoas se reuniam para discutir assuntos ligados à vida da cidade. Além disso, o país foi a primeira região no mundo a discutir a democracia, com dezenas de ensaios filosóficos e científicos a respeito, sendo A Política, de Aristóteles, o mais famoso destes textos. De lá para cá, continuamos a discutir política, é um dos principais assuntos do brasileiro, faz parte do seu dia a dia. Descobrimos, inclusive, que essa discussão é positiva e aperfeiçoa a democracia. Ao contrário do ditado de

que ‘política não se discute’, aprendemos e continuamos a aprender a importância de estarmos inseridos nela. Certas ou não, as recentes manifestações de junho de 2013 e a do dia 13 de março de 2016, o maior ato político da história do Brasil, nos revelam que há, no mínimo, um desejo de participação. Geralmente o debate político em uma organização é desmotivado. A justificativa é novamente o ditado: “política não se discute, aqui não é lugar para falar sobre isso”. O intuito deste texto não é defender que o local de trabalho se transforme em uma casa política ou em um palanque, mas por tratar-se muitas vezes de um assunto inevitável e recorrente no dia a dia, o objetivo aqui é recomendar práticas para que ele possa fluir dentro da empresa de maneira apropriada. Principalmente quando tratamos de advogados, conhecedores e defensores da lei. Diante do imbróglio que estamos vivendo, onde a interpretação constitucional se tornou peça chave para se formular uma opinião respaldada, é natural que advogados queiram discutir o tema. E pode ser profissionalmente positivo, quando contribui com o exercício da argumentação.

- 17 -


O MOMENTO CERTO DE FALAR

A FALÁCIA DO ESPANTALHO (E OUTRAS)

No cafezinho ou na mesa ao lado, é normal comentar sobre assuntos do dia a dia, entre eles algum tema referente a política. Até aí tudo bem. Mas procure não transformar qualquer interação sua com os outros colegas em uma discussão política. Recomenda-se que este tema seja evitado justamente porque ele é muito sensível. Não são todas as ocasiões, dentro do ambiente corporativo, em que discutir política é algo positivo. Pense: ‘será que aqui é o lugar certo para expor minha opinião? Tem alguém que pensa diferente de mim que pode se sentir ofendido se eu falar isto com estas palavras?’

O direito, a psicologia, a filosofia, as ciências políticas e outras disciplinas têm as falácias lógicas como objeto de estudo, ou seja, um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Uma das mais conhecidas é a falácia do espantalho, que consiste em exagerar, modificar ou simplesmente inventar um argumento de outra pessoa, tornando assim mais suscetível a um contraponto. Isto acontece no mesmo limiar da fofoca, muito nocivo ao ambiente de trabalho, pois é uma espécie de manipulação do outro e forma de influenciar a opinião alheia negativamente. É muito importante evitar este tipo de comportamento, pois uma simples conversa pode se transformar em uma verdadeira guerra, e levar alguém a cometer outra falácia lógica: o ad hominem, que tem muito a ver com o primeiro tópico abordado neste texto (o alvo são as ideias, não as pessoas). No ad hominem, a argumentação é deixada de lado e o que é atacado é o caráter ou os traços pessoais.

Não transforme sua presença profissional em um comício. Cuidado ao usar seu posicionamento político no momento de se aproximar das pessoas. Escolha conversar sobre isso com aquelas que você sabe que tem liberdade ou em algum momento em que percebe que o assunto está fluindo construtivamente. Se isso não for feito com um mínimo de cuidado e empatia, você estará comprometendo relações. Antes de mais nada, lembre-se: ninguém necessariamente precisa saber da sua opinião sobre as coisas.

Ainda há outras falácias, como o tu quoque, onde alguém responde críticas com críticas como um mecanismo de defesa. Na tradução do latim, tu quoque é ‘você também’. Ad populum é outra falácia muito conhecida, onde apela-se para a popularidade de um fato para legitimá-lo. Se muitas pessoas acreditam/concordam com aquilo, então teoricamente seria uma verdade. Será?

O ALVO SÃO AS IDEIAS, NÃO AS PESSOAS A discussão política é uma discussão de ideias. A consequência mais comum de falar de política de maneira inapropriada no trabalho é a negação do outro pela sua opinião que, na cabeça de alguns, está acima da pessoa como um todo, da sua história e sentimentos. A empatia não pode sair de cena quando a política entra. Ela [a discussão política] precisa ser conduzida de maneira racional e emocionalmente inteligente.

IRONIA É UM PROBLEMA David Foster Wallace, um dos maiores escritores contemporâneos americanos e autor do calhamaço Graça Infinita e do ensaio Isto é Agua dizia: a ironia nos tiraniza. Isso faz muito sentido quando duas pessoas na empresa resolvem expor suas opiniões sobre um assunto. A ironia é uma péssima ferramenta para conversas sensíveis como a conversa política. Neste contexto, ela pode ser encarada como deboche ou menosprezo à outra opinião.

Saiba que a outra pessoa, aquela que discorda politicamente de você, também está indignada com alguma coisa, também tem suas críticas e também é afetada sistematicamente pela política. Exatamente como você. E por isso ela merece o seu respeito. Em outras palavras, por esta perspectiva, ela está do seu lado.

Diante de uma audiência, por exemplo, ser irônico não é algo bem encarado pelo júri. Por um único motivo: discute-se, em um processo, algo sério, portanto deve ser seriamente explanado. “Fulano, meu ponto é esse”, “Ah, seu ponto é esse? Quem diria, hein!”. Qualquer modulação do tom pode ser uma afronta, pois do outro lado pode haver alguém sinceramente interessado. E quando a ironia passa ao outro, não existe mais diálogo, apenas improdutividade e aborrecimento. Então cairemos, mais uma vez, em ad hominem.

É normal que existam algumas ideias aderidas por um maior número de pessoas, mesmo dentro da organização. Isto, no entanto, não é motivo para menosprezar quem pensa diferente. Esta é uma atitude muito negativa e cruel. Pelo contrário, há aí uma oportunidade de engrandecer os dois pontos de vista, com uma troca honesta de ideias.

- 18 -


CONSTRUIR AO INVÉS DE DESTRUIR

LEIA MAIS

Se fôssemos sintetizar todas as sugestões deste texto, ao invés de abordarmos uma a uma, seria: seja honesto. Apenas sendo justo com os seus argumentos e limites e com os argumentos e limites do outro, um debate se torna produtivo e, mais que isso, construtivo. Voltaire, um grande ensaísta político, disse “Para que discutir com os homens que não se rendem às verdades mais evidentes?”. Falar de política deveria ser sinônimo de construir um conhecimento mútuo sobre um assunto, através de fatos e raciocínios plausíveis. Você tem se posicionado dessa forma quando discute política com seus colegas de trabalho?

Parece fácil, mas se este ponto estivesse resolvido, não precisaríamos falar sobre todos os outros acima. Uma má discussão política, ou seja, aquela que é improdutiva, agressiva e movida a ataques pessoais, se configura na maioria das vezes a partir de falta de argumentos de colisão. Existem inúmeros veículos de comunicação e blogs de inúmeras esferas políticas onde é possível consultar diferentes pontos de vista.

Além disso, que tal entrar em uma conversa política com o objetivo de encontrar uma solução para o que está sendo discutido? Um argumento positivo, que defenda seu ponto de vista e que, claro, não agrida negativamente o ponto de vista do outro. Afinal, ninguém precisa ganhar.

NINGUÉM PRECISA GANHAR Discutir política não é uma competição. É, antes de tudo, uma troca. Se você não tem mais nada a acrescentar diante de um assunto, não tenha medo ou vergonha de esperar pacientemente o outro explanar a opinião dele até o fim e depois disso se retirar e agradecer a conversa. Na sua empresa, quantas vezes você lembra de ter participado de discussões prolongadas, onde nada mais existia de substancial e apenas o ego permanecia? Falar por último não significa ter as melhores ideias, assim como usar senso comum e ironia não são as melhores formas de terminar uma discussão política. Afinal, se a irônia é o que resta no fim de uma conversa proposta a ser produtiva, não houve empatia. Elevar a voz e tentar monopolizar a conversa, não dando espaço para o outro falar, também são negativos, além de não te levar a lugar nenhum e não fazer você ser visto como mais inteligente ou articulado. E por mais que as evidências mostrem que você está com a razão diante de um assunto, não cobre do outro que admita isso, incomoda e parece pedante. Respeitar o espaço do outro, acima de tudo.

No livro O filtro invisível: O que a internet está escondendo de você, Eli Parise nos mostra que as redes sociais selecionam o conteúdo que acham mais relevante para nós a partir dos conteúdos com os quais já nos relacionamos. Ou seja, há uma chance muito pequena das redes sociais nos servirem outros pontos de vista contrários aos quais já estamos acostumados. Por isso é sempre importante consultar, investigar e, como a internet sempre propôs, navegar. Recorre-se à integridade do outro ao invés das suas ideias porque falta leitura, criam-se cercos diante de algumas pessoas pela falta de autocrítica. A maior e melhor discussão política nasce aí, a partir da desconstrução de si mesmo e das próprias ideias.


TENTAMOS COLOCAR TODOS OS CLIENTES DO PROJURIS ONE NESSA PÁGINA.

MAS NÃO CONSEGUIMOS, AFINAL SÃO MAIS DE 10 MIL. QUER SER UM TAMBÉM? Acesse www.projurisone.com.br e se inscreva gratuitamente. Para assinar, utilize o código promocional REVISTAPJ e garanta 25% de desconto por 6 meses.


CAIXA DE FERRAMENTAS

2 MINUTOS

AGORA ATUALIZA PROCESSOS EM SEGREDO DE JUSTIÇA Na última edição da Revista ProJuris, apresentamos aos nossos leitores o ProJuris PUSH, um serviço capaz de buscar os processos e todos seus andamentos diretamente do site do tribunal, sem a necessidade de preencher nenhum captcha - aquelas caixas com números, textos e até imagens que podem tomar horas do seu dia. Este serviço por si só já é uma inovação no mercado, por ser o único que quebra qualquer tipo de captcha, ou seja, ele é capaz de buscar qualquer processo em qualquer tribunal do Brasil e mantê-lo atualizado com os novos andamentos. Mas até então, ainda existia uma única exceção: os processos em segredos de justiça, que por precisarem de senha para serem acessados, eram inalcançáveis para os produtos da ProJuris. Eram. Em regra geral, todos os atos processuais são públicos, porém há casos em que a lei determina a tramitação de processos em segredo de justiça. Nesses casos, o acesso aos dados e documentos processuais ficam limitados às partes envolvidas e aos seus advogados. Dessa forma, a imprensa ou qualquer outro cidadão não tem acesso a nenhuma informação do processo. Essa limitação impedia a automação do monitoramento destas ações, por isso desenvolvemos a opção de consulta e monitoramento de processos em segredo de justiça, totalmente inédita no mercado de softwares jurídicos e já disponível para clientes do ProJuris ONE. O sigilo das informações continua sendo respeitado, já que elas poderão ser acessadas somente pelos responsáveis pelo processo. A opção não possui nenhum custo adicional, a única diferença é a necessidade de, no momento de realizar a busca do processo, informar os dados de acesso do advogado ao site do tribunal que a ação está correndo. No primeiro momento esta opção foi desenvolvida apenas para os tribunais de justiça de São Paulo e Santa Catarina (TJSP e TJSC), mas ela será disponibilizada também para os demais estados, de forma gradativa, levando em consideração a necessidade de nossos clientes. Quer esta funcionalidade disponível em seu estado também? Preencha o formulário de solicitação em projurisone.com.br/ segredo-de-justica e iremos priorizar o desenvolvimento em estados com maior volume de demanda.


CAIXA DE FERRAMENTAS

2 MINUTOS

A GESTÃO DE CONTRATOS COM (E SEM) UM

SOFTWARE JURÍDICO

Na última edição da Revista ProJuris, Flávia Tâmega, gerente do departamento jurídico da Arteris, disse que a empresa conseguiu reduzir metade do tempo da sua gestão de contratos com o ProJuris ENTERPRISE. A gestão destes documentos é uma das principais responsabilidades do jurídico, pois um atraso ou descuido podem comprometer toda a empresa. Por isso, aderir a uma tecnologia que controle os contratos é uma maneira de reduzir custos e tempo e garantir a segurança dessa gestão. Melhor ainda quando esta ferramenta está integrada com todas as outras atividades do departamento e com os outros setores também. Confira no comparativo.

SEM UM

SOFTWARE JURÍDICO

COM UM

SOFTWARE JURÍDICO

Os solicitantes de cada área encaminham e-mails ou ofícios ao departamento jurídico com pedido de análise de minutas ou a criação de contratos. Nem sempre eles vêm estruturados e o jurídico precisa esclarecer seu escopo e informações;

Através do módulo Requisições do ProJuris ENTERPRISE, os solicitantes conseguem encaminhar avaliação de minutas e contratos a partir de formulários pré-determinados de acordo com o tipo de contrato ou com a área;

Depois de aprovado, os contratos precisam ser impressos e seguirem o workflow de assinaturas, muitas vezes tendo que ser enviados pelo correio, correndo o risco de serem extraviados;

Assim que aprovados, os contratos entram em um workflow de assinaturas criado pelo sistema, onde os responsáveis poderão assinar digitalmente o documento e encaminhálo à etapa seguinte de modo automatizado;

Com sorte, o departamento jurídico recolherá todas as assinaturas em dia e então armazenará o documento em pastas ou irá digitalizá-lo e arquivá-lo dentro do servidor da empresa, junto com os outros contratos;

O departamento jurídico pode acompanhar o fluxo, visualizando onde o contrato se encontra no workflow. Assim que o contrato ficar pronto, ele poderá ser incluído no módulo Contratos;

A gestão destes contratos então é feita pelo Excel e precisa ser verificada diariamente, já que o programa não emite nenhum tipo de aviso ou sinal espontâneo acerca de vencimentos ou de pagamentos atrelados;

Com um sistema completamente parametrizável, fica fácil para o jurídico acompanhar renovações, vencimentos e exigíveis. Ou seja, se existe algum pagamento ou obrigação da contratante ou da contratada atrelada a alguma etapa do contrato;

Localizar um contrato com facilidade dependerá de um sistema eficiente e padrão de armazenamento no servidor, já que as pastas não dispõem de critérios de busca nem de organização prioritárias.

Como todas as informações já estão dentro do sistema, fica fácil realizar renovações ou incluir aditivos, tornando o processo de armazenamento muito mais simples. Além disso, é possível gerar relatórios parametrizáveis com a visão holística dos contratos.


CAIXA DE FERRAMENTAS

3 MINUTOS

Uma das maiores dificuldades de novos escritórios de advocacia está em prospectar clientes sem ferir o Código de Ética da OAB. Por isso, é muito comum que advogados em início de carreira se disponibilizem a atender todo tipo de causa que chega ao seu escritório: Consumidor, Família, Cível, Criminal, Previdenciário, Trabalhista. A dificuldade em construir uma car-

teira de clientes qualificada impede que o advogado estabeleça no mercado sua área de especialização. Segundo os dados da OAB Federal, o Brasil está muito próximo de ter 1 milhão de advogados e, atualmente, mais de 80% dos escritórios possuem até três advogados. Isso mostra como o mercado está inchado de pequenas bancas e consequentemente de opções

Adriano trabalhava em uma empresa há 5 anos quando perdeu o emprego. Durante esses 5 anos, ele fez algumas viagens pela empresa e, sempre que precisava, trabalhava até mais tarde, mesmo não recebendo pelas horas extras. Agora, algumas horas após ser demitido, ele se sente lesado, quer reaver seus direitos na justiça e sabe que precisa de um advogado para isso. Adriano lembra que uma vez o recomendaram um escritório de advocacia, mas esqueceu o nome do escritório e perdeu o cartão de contato. Para ganhar tempo, ele pesquisa no Google: “consultar advogado online” e chega ao site ConsultarAdvogados.adv.br, onde explica seu caso e fornece suas informações de contato. Agora, ele só precisa aguardar que um advogado de sua cidade cadastrado no Consultar Advogados entre em contato.

para quem busca a solução de seus problemas na esfera judicial. Por isso, agir reativamente na construção da carteira de clientes e confiar no velho marketing boca-a-boca já não é mais uma estratégia viável. Por isso, queremos recomendar uma ferramenta que literalmente trará clientes até você: o site ConsultarAdvogados.adv.br.

Raphaela é recém-formada em Direito e aprovada no teste da OAB. Junto com duas amigas da faculdade está abrindo seu próprio escritório e buscando clientes para aumentar o faturamento da sociedade. Para unir o útil ao agradável, elas decidiram adquirir o ProJuris ONE, o software que utilizarão para gerir seus processos e que trará um benefício extra: elas passarão a receber, sem custo adicional algum, casos reais de pessoas próximas a elas que desejam contratar um advogado. Hoje, Raphaela precisou ficar no escritório após seu horário normal de trabalho e recebeu uma notificação na caixa de e-mails com o assunto “Oportunidade Jurídica ProJuris”. O conteúdo do e-mail traz o caso descrito por Adriano e suas informações de contato.

O site ConsultarAdvogados.adv.br é um serviço gratuito que proporciona a aproximação entre pessoas com dúvidas reais e advogados atuantes na mesma região, ou seja, ele apresenta o Adriano à Raphaela. Para receber as dúvidas cadastradas no site, é necessário apenas ser usuário do ProJuris ONE.

Agora, Raphaela e Adriano estão a apenas a um telefonema de se conhecerem e criarem uma relação ganha-ganha. Cabe à Raphaela decidir se a situação apresentada por Adriano interessa ao seu escritório e, se sim, entrar em contato para que ambos descubram juntos se o caso merece ir a juízo ou não.

- 23 -


NA PRÁTICA:

Há mais de 40 anos no mercado, a Amoedo é uma das líderes no varejo de materiais para construção, reforma e decoração no Rio de Janeiro. Uma empresa com capital 100% nacional, premiada por diversos fabricantes e reconhecida nacionalmente pela mídia especializada e também por figurar na lista das dez maiores do segmento no país. O Dr. Alessandro Maciel, do departamento jurídico do Grupo Amoedo, conversou conosco sobre a importância de um software jurídico no dia a dia do departamento e o porquê da empresa ter escolhido o ProJuris ENTERPRISE.

Por que você considera importante a utilização de um software jurídico? Antes de tudo, considero importante destacar que o departamento jurídico não está adstrito ao controle das carteiras de processos, atos ou contratos. O departamento jurídico moderno deve funcionar como um departamento de viabilização dos negócios, que se preocupa com as operações, segurança e preservação de direitos e interesses da empresa, inclusive, em relação aos resultados financeiros. Para tanto, reunir informações consideradas estratégicas em um único lugar é fundamental. Ao longo da minha vida profissional, trabalhei com todos os tipos de controles e gerenciamentos, desde

o físico (impensável nos dias de hoje) às ferramentas caseiras elaboradas dentro do próprio departamento jurídico com múltiplas planilhas de fórmulas e macros, que, inicialmente, pareciam boas soluções, mas que se mostraram frágeis e inseguras, dado o alto risco de erro humano. Dessa forma, dada toda essa complexidade que hoje veste o departamento jurídico, a utilização de um software jurídico que seja estável, confiável, integrado aos mais diversos outros sistemas, que cumpre o que promete e com excelente custo benefício, permite que o departamento trabalhe naquilo que realmente importa, qual seja o cumprimento dos objetivos da empresa. - 24 -


Qual foi o fator de decisão principal para adquirir um software jurídico?

Quantas pessoas usam o ProJuris hoje na empresa?

Quando fui convidado para gerenciar o departamento jurídico, minha missão foi a de estruturar um departamento que se implantava. Antes, os contratos, por exemplo, eram gerenciados de forma autônoma. Entendi que isso gerava uma fragilidade, pois demandas que porventura se originavam dos contratos, ficavam prejudicadas, posto que as informações relevantes se perdiam. Se eu puder resumir a decisão principal para adquirir o software jurídico em uma única palavra, seria organização.

Nesse ponto, é importante destacar que o software foi essencial para redução dos gastos jurídicos. Em tempos de instabilidade econômica no qual o país se encontra, ajustar as contas foi necessário. Com a implantação do software, foi possível a internalizarão de algumas carteiras, refletindo significativa redução de gastos com escritórios externos, por exemplo. Atualmente nossa equipe é enxuta, contamos com seis profissionais internos e duas assessorias externas com acesso ao sistema.

O software trouxe melhorias na comunicação do departamento jurídico com as outras áreas da empresa? E com os escritórios terceirizados?

Qual o diferencial visto no ProJuris ENTERPRISE para escolhê-lo? Quando tomamos a decisão de adquirir um software, montamos uma matriz de trabalho, onde listamos cada necessidade sistêmica com a indicação do que seria essencial e ideal. A partir daí, buscamos em diversos fornecedores um software que se encaixasse na nossa matriz. A escolha pelo ProJuris ENTERPRISE foi o fato de ser o que mais adequava à nossa, pois o sistema possui grande mobilidade de ajuste, sem a necessidade de customização ou de ser acoplado em outro software, por exemplo. A geração de relatórios, na forma em que eu necessito, em minutos e de qualquer lugar, sem a necessidade da equipe de sistemas é fantástica! Esses fatores realmente nos conquistaram.

Sim, sem dúvida. Com os escritórios parceiros, principalmente, pois o acesso externo nos permite um acompanhamento diário quase on-line dos processos, tornando a tomada de qualquer decisão estratégica mais veloz e segura.

No geral, quais são os resultados e indicadores que vocês mais acompanham dentro do software? Principalmente as estatísticas, tais como evolução do estoque de processos, processos por natureza, advogado e empresa, principais causas, assim como as indicações de custos e controle das contingências e provisões.

E qual seu ganho com o módulo de processos?

O que você diria para quem ainda não se preocupa com um software jurídico?

Poderia ficar aqui listando inúmeros benefícios, tais como: produtividade, controle, mobilidade, facilidade de acesso, integração etc., mas o que me deixa mais tranquilo na gestão do departamento jurídico é a segurança das informações. A garantia de emitir um relatório de contingências e provisões à auditoria externa em minutos, que reflete com fidelidade os valores efetivamente discutidos em cada causa, acompanhados por um prognóstico quanto à possibilidade de perda no desfecho das questões, sem que haja impacto desnecessário no resultado da empresa, é a segurança que reflete o meu maior ganho.

Sinceramente, não consigo vislumbrar um departamento jurídico sem uma gestão eficiente das informações, e isso só realmente é possível com um software confiável. Como disse no início, o departamento jurídico deve, sobretudo, apresentar soluções para viabilizar os negócios da empresa, o que dificilmente será alcançado sem uma ferramenta que lhe permita analisar todas as informações em um único lugar, de qualquer lugar, de forma rápida, organizada e segura.

Em outra matéria da revista (pág. 46), discutimos se a utilização de planilhas do Excel é uma forma eficiente de tratar a informação. Vocês usavam elas antes de adquirir o software? Se sim, continuam utilizando da mesma forma? Antes do sistema, trabalhávamos com múltiplas planilhas com fórmulas e macros. Inicialmente, parecia uma boa solução, mas o sucessivo erro de cálculos, a dificuldade na geração dos relatórios gerenciais, inexistência de múltiplos acessos, além do alto risco de erro humano, me deixava muito inseguro. Com a implantação do software, deixamos as planilhas de lado. - 25 -


"A simplicidade é o último grau da sofisticação." Leonardo Da Vinci

- 26 -


CAIXA DE FERRAMENTAS

1 MINUTO

ASSINATURA EM 1 DIGITAL MINUTO O QUE É ASSINATURA DIGITAL?

Como o nome já indica, é uma ferramenta que permite que você reproduza a sua assinatura em documentos de modo digital, sem qualquer necessidade de impressão de papel.

ELA É SEGURA?

Totalmente. Esses mecanismos utilizam criptografia e vinculam o certificado digital no documento eletrônico assinado, uma espécie de registro de autenticidade. Além disso, a assinatura digital é um instrumento aceito pela justiça, pelas empresas e pelo Governo, tendo total respaldo legal.

COMO FUNCIONA?

O autógrafo convencional é substituído por um certificado digital e uma chave privada exclusiva do seu proprietário. O certificado digital serve para comprovar que a chave pertence à pessoa. Além da identificação e das informações da chave, ele [o certificado] é assinado por uma Autoridade Certificadora, uma espécie de ‘terceiro’, uma pessoa em quem signatário e destinatário do arquivo, ou documento, confiam. Em suma, para conseguir uma assinatura digital é preciso se dirigir até uma destas entidades e requisitar uma chave privada. As ACs (Autoridades Certificadoras) são autorizadas pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação.

POR QUE ELA É IMPORTANTE NO RAMO JURÍDICO?

Porque o departamento jurídico é responsável por uma grande quantidade de documentos de diversos setores da empresa. Com a assinatura digital, o departamento economiza, em primeiro lugar, um grande volume de papel, correio etc., redução de custos estimada em 70%. Assim que toda a documentação é digitalizada, é possível criar um fluxo eletrônico de tramitação usando o workflow da organização (análise dos documentos seriada), contando com o tempo de cada profissional e elencando ordens de prioridade, por exemplo. A recomendação é que departamentos jurídicos contratem esta solução junto a um sistema mais completo de gestão de departamento jurídico, como o ProJuris ENTERPRISE, por exemplo.


CAIXA DE FERRAMENTAS

4 MINUTOS

Desde 18 de março de 2016 está em vigor o Novo Código de Processo Civil (NCPC, CPC/2015 ou Lei Nº 13.105/15). A decisão foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e sancionada pela Presidência da República. Posteriormente, ainda antes da finalização da vacatio legis, houve uma alteração por conta da edição da Lei Nº 13.256. A comissão responsável pelo documento foi presidida pelo, na época, Ministro da Justiça Luiz Fux e outros onze juristas, sendo eles: Teresa Arruda Alvim Wambier, Adroaldo Furtado Fabrício, Benedito Cerezzo Pereira Filho, Bruno Dantas, Elpídio Donizetti Nunes, Humberto Theodoro Júnior, Jansen Fialho de Almeida, José Miguel Garcia Medina, José Roberto dos Santos Bedaque, Marcus Vinicius Furtado Coelho e Paulo Cesar Pinheiro Carneiro. Posteriormente, já durante sua tramitação nas casas legislativas, Fredie Didier Jr. e uma leva considerável de processualistas contribuíram para a redação final do texto legal. O NCPC procura enfrentar a intempestividade do Poder Judiciário e agilizar o fluxo processual, buscando ser efetivo ao mesmo tempo em que diminui a complexidade do sistema anterior, com maior agilidade nos procedimentos. Conversamos com o Dr. Marco Félix Jobim, um dos organizadores da obra Desvendando o Novo CPC (Livraria do Advogado, 2015), que reúne textos e inúmeros articulistas especializados para discorrer sobre as principais mudanças. Sugerimos que o Dr. compilasse as cinco mudanças principais de todo o NCPC e aqui estão elas:

- 28 -


A PREVISÃO DE NORMAS FUNDAMENTAIS

Há um capítulo destinado a discorrer sobre as Normas Fundamentais do Processo, que abarca os artigos 1º a 12º da legislação processual vigente. Já no seu primeiro artigo o CPC/2015 ratifica o valor da Constituição de 88, informado que será a lei processual interpretada e aplicada segundo os valores constitucionais. Nas Normas Fundamentais há uma gama considerável de regras, princípios, valores e postulados de aplicação da lei. Dentre as inovações, podemos falar do artigo 6º, que trabalha a cooperação judicial, o artigo que se refere ao prazo adequado para a solução da lide, assim como sua fase de satisfação. Outra informação pertinente é que as Normas Fundamentais não se esgotam nos primeiros 12 artigos, estando, algumas, espraiadas pelo restante da legislação processual.

TUTELA DA EVIDÊNCIA

Este tema é tratado de forma específica no artigo 311, quando refere a tutela da evidência e a sua concessão quando: “I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.”. Assim, fica aberta a possibilidade de concessão de tutela provisória pela via da evidência, independentemente de urgência, esta modalidade abarcada pelas antecipações de tutela e cautelares nos artigos anteriores ao 311.

OS NEGÓCIOS PROCESSUAIS ATÍPICOS

O artigo 190 prevê um permissivo genérico para a celebração de negócios ou convenções jurídicas atípicas sobre matérias procedimentais, no decorrer do processo ou mesmo antes. As convenções processuais típicas já estavam presentes no código de 1973, como por exemplo, a convenção das partes para a suspensão do processo ou a eleição de foro, porém, o NCPC inovou ao ampliar a autonomia das partes para realização de negócios atípicos, com a finalidade de aperfeiçoar a prestação jurisdicional.

FUNDAMENTAÇÃO ANALÍTICA

Uma das grandes garantias das partes no processo e da sociedade em geral tem a ver com os temas da motivação das decisões judiciais e de sua publicidade. Pois bem, o CPC/2015 teve uma atenção redobrada no que concerne ao tema da motivação das decisões, já previsto como cláusula constitucional no artigo 93, IX, da CF. Agora, minuciosamente, ou até mesmo se utilizando de nomenclatura mais adequada, analiticamente, prevê em seu artigo 489, §1, inciso I, II, III, IV, V e VI, uma forma diferenciada de motivação, dizendo quando não se considerará motivada determinada decisão judicial. A técnica parece ótima, ao demonstrar ao julgador o que não pode mais ser considerado como motivação para decidir. Nota ao §2º do artigo 489 que dispõe sobre o tema da justificação judicial no caso de colisão entre normas e no §3º a aplicação da boa-fé objetiva.

SOBREPOSIÇÃO DO JULGAMENTO DO MÉRITO SOBRE A FORMA

Era comum a forma se sobrepor ao Direito no CPC/73. Numa de suas reformas na parte dos recursos em espécie, em especial no agravo de instrumento, fez referência o Código revogado que não juntada uma peça obrigatória ao recurso, este não teria condições de ser admitido. Em 2015, infelizmente tardiamente, mas felizmente positivado, o julgador, atendo ao artigo 4º do CPC/2015 que nos conduz ao princípio da primazia de julgamento de mérito, deverá dar vista a parte que não realizou o ato contrário com exatidão para que o complemente. Tal previsão está em algumas passagens do CPC/2015, demonstrando que o mérito é quem se sobrepõe a forma e não o contrário.


PALAVRAS CRUZADAS 2

1

3

4 5

6

7 8 10

9

11

13

12

14 15 16

18

17 19

20

21

- 30 -


Novas regras, exclusões, nomes dos principais envolvidos no novo Código de processo civil brasileiro, você está por dentro de todas as novidades do CPC? Horizontais: 1. Tipo de honorário que os advogados públicos agora também terão direito;

14. Palácio do (?), local onde ocorreu a cerimônia de sanção do projeto;

3. Tipo de Agravo extinto no novo CPC;

16. Expressão latina que significa “amigo da corte" e que teve a atuação regulamentada em causas controversas e relevantes;

4. Novo prazo de dias para recursos, com exceção dos embargos de declaração; 7. Mês de 2016 em que as práticas definidas pelo novo CPC tornaram-se obrigatórias; 9. A quantia depositada em caderneta de poupança é impenhorável até o limite de quantos salários-mínimos? 10. Ordem que os juízes são recomendados a seguir para julgar os processos a partir do momento que os autos ficarem prontos; 11. Tipo de tramitação previsto para ações de família no novo CPC;

17. Blairo (?), o então Senador que elaborou o relatório do novo CPC aprovado pelo Senado em 2015; 19. Recurso feito com a intenção de adiar a decisão judicial e que agora prevê o pagamento de multa quando comprovado; 20. Regime inicial da pena de reclusão por dívida de pensão alimentícia determinada pelo novo CPC; 21. Paulo (?), Deputado Federal por São Paulo e RelatorGeral do projeto na Câmara dos Deputados;

Verticais: 2. Natureza de crédito que os honorários advocatícios já possuíam por consenso e que agora passa a ser prevista de forma expressa em lei;

12. A ausência do dispositivo da admissibilidade de recursos faz com que agora todo recurso seja encaminhado diretamente a esse tribunal;

5. Tipo de Processo extinto pelo novo CPC em razão da unificação de seu regime e figura com a tutela antecipada;

13. Tipo de embargo abolido no novo CPC;

6. Audiência inicial no procedimento comum, que agora é obrigatória e somente pode ser dispensada por acordo de ambas as partes;

15. Luiz (?), presidente da comissão que elaborou o novo CPC; 18. Os dias que serão considerados na contagem de prazos;

8. Sigla utilizada para o novo CPC;

Confira todas as respotas em www.projuris.com.br/respostas -- 31 31 --


GESTÃO E NEGÓCIOS

6 MINUTOS

- 32 -


- 33 -


O

jurista Piero Calamandrei definia o processo como um jogo: com regras, jogadores, estratégias, táticas, recompensas e até um juiz. É dele a frase “o advogado deve sugerir por forma tão discreta os argumentos que lhe dão razão, que deixe ao juiz a convicção de que foi ele próprio quem os descobriu”. O pensamento do italiano reforça a ideia de que durante o andamento de um processo, os envolvidos são obrigados a elaborar um plano de jogo e mover suas peças estrategicamente para alcançar o objetivo traçado. Afinal, como o próprio Calamandrei afirmava, apenas “decorar as regras do xadrez não torna ninguém enxadrista”. Este plano de jogo pode ser feito às cegas, ou seja, sem levar em consideração a tática e os movimentos da parte contrária, mas a forma mais eficiente de se estabelecer uma estratégia de defesa ou de acusação é prevendo as prováveis ações do oponente e de cada envolvido na esfera processual. E a matemática pode auxiliar nessa tarefa. Existe uma teoria que busca explicar como pessoas envolvidas num mesmo contexto tomam decisões a partir de um conjunto de estímulos, a chamada Teoria dos Jogos. Criada pelo matemático John von Neumann e pelo economista Oskar Morgenstern em 1944, essa teoria é utilizada, dentre outras áreas, para orientar agentes do mercado financeiro, informar decisões de lances em leilões ou nortear estratégias de marketing. No campo penal, é ela que auxilia o poder público a decidir se deve oferecer benefícios para criminosos em troca da obtenção de informações úteis para alguma investigação. É a popularmente conhecida delação premiada, que é baseada no Dilema do Prisioneiro, um dos problemas propostos pela Teoria dos Jogos. O Dilema do Prisioneiro pode ser entendido analisando-se um caso de delação premiada pela visão dos réus. Imagine que dois políticos são presos por participarem de um mesmo esquema de corrupção. A polícia já tem provas para mantê-los detidos por dois anos, mas pode aumentar as penas caso consiga que os detidos revelem todas as informações que possuem. Os dois políticos não possuem acesso um ao outro de nenhuma forma e são informados, individualmente, que podem ter suas penas reduzidas se revelarem detalhes sobre o esquema e o comparsa. As escolhas possíveis de cada um, segundo a Teoria dos Jogos, são as seguintes:

probabilidade neste jogo é que ambos confessem, ou seja, ambos cooperam entre si e ambos ganhem, ainda que parcialmente. Se isso acontecer, o objetivo da polícia, que propôs o jogo, é alcançado e ela encerra a investigação revelando todos seus pormenores.

- Não fornecer nenhuma informação e cumprir a pena de 2 anos à qual já se encontra condenado, caso o comparsa fique calado também;

A TEORIA DOS JOGOS NO DIREITO PENAL

- Confessar todo o crime, entregar o comparsa e, como recompensa, cumprir apenas 1 ano; - Não fornecer nenhuma informação e ter que cumprir 5 anos de pena, caso o comparsa faça a delação (3 pelos crimes e 2 por obstrução de justiça). Perceba como a situação é construída para que haja a incerteza na cabeça do réu. Se ele confessar, cumprirá apenas 1 ano, se não confessar, pode ser condenado a 2 ou a 5 anos. Não há uma escolha certa para nenhum dos jogadores - já que um não sabe qual será a decisão do outro, mas a opção menos arriscada é a confissão. Assim, a maior

Dentro da Teoria dos Jogos, essa situação de cooperação mútua é chamada de Equilíbrio de Nash. Este conceito foi proposto pelo matemático americano John Nash, que fez contribuições valiosas para a Teoria dos Jogos e teve sua vida retratada no filme “Uma Mente Brilhante”.

A Teoria dos Jogos baseia-se na tomada de decisão através da análise prévia das prováveis ações ou reações dos outros jogadores. No campo penal, ela também pode ser utilizada para planejar uma defesa ou uma acusação. Na hora de fundamentar a peça processual, é importante ter conhecimento de qual é a formação jurídica do juiz que irá conduzir o caso. Ele é causalista ou finalista? É adepto da imputação objetiva? Quais foram suas decisões passadas em casos semelhantes ao de agora? E a parte contrária, qual é a provável estratégia que está sendo elaborada para o caso? Com conhecimentos como estes, o advogado de defesa poderá analisar as prováveis próximas ações de cada ator envolvido na órbita processual e, analisando os ganhos e perdas, orientar seu cliente, por exemplo, a aceitar ou não um acordo civil, uma transação penal ou uma delação premiada.

- 34 -


Cena retirada do filme “Uma Mente Brilhante”, 2001.

É a análise de todos os estímulos e benefícios existentes no caso que possibilita a compreensão completa dele. É esta análise que norteia o advogado e seu cliente nas decisões judiciais desde o primeiro passo: entrar com a ação ou buscar um acordo? Aceitar o acordo ou fazer uma contraproposta? O que pedir e o que argumentar na ação? As respostas virão todas através da análise dos custos e benefícios, sem necessariamente utilizar da matemática para isso.

A TEORIA DOS JOGOS NA ADVOCACIA DE FAMÍLIA

Imagine que Luís e Mariana, casados há 7 anos e pais de uma criança de 4, estão se divorciando. Incialmente, Luís quer a guarda compartilhada do filho e Mariana a guarda unilateral para si. Luís, ao saber que Mariana quer afastálo do filho, resolve também solicitar a guarda exclusiva. Agora, Mariana, que já sabia que inicialmente Luís queria fazer um acordo, diz que aceita flexibilizar no valor da pensão e nos dias de visitas. Mas Luís não quer mais o acordo pois considera a atitude inicial de Mariana egoísta e desnecessária. Mariana, ao saber que Luís não quer mais o acordo, se sente ofendida e resolve que agora também não aceita mais negociar. Mediar a situação agora é muito mais difícil.

e principalmente para a criança. A Teoria dos Jogos pode auxiliar na conciliação de Luís e Mariana, entendendo a lógica de suas decisões e respondendo se é possível haver colaboração entre eles, em quais circunstâncias o mais racional é não colaborar e quais propostas devem ser apresentadas para garantir a colaboração recíproca. Em casos como este, de mediação ou de arbitragem, a Teoria dos Jogos precisa ser aplicada antes mesmo que o litígio se desenvolva. É necessário incentivar o comportamento cooperativo, fazer com que ambas as partes sintam que, mesmo cedendo em alguns termos, não estão perdendo na negociação. Mais uma vez, ambos cooperam entre si e ambos ganham, ainda que parcialmente. O objetivo dos advogados no papel de mediadores deve ser o de garantir que seu cliente se preocupe mais com seus ganhos do que com as perdas do outro. Em outras palavras, os participantes devem traçar suas estratégias buscando sempre um ganho parcial, evitando os riscos que podem levá-los à vitória ou derrota total. Acima de tudo, a Teoria dos Jogos objetiva a resolução de conflitos, seja qual for seu campo de utilização.

Esta é uma narrativa comum na advocacia de família. Perceba como, desde o começo do caso, a tomada de decisão de um é influenciada pela atitude do outro. A má condução do caso faz com que os interesses de ambos, que já não eram comuns, apenas se distanciem, ao invés de fazerem o caminho contrário rumo a um acordo benéfico para ambos - 35 -

Título: Uma Mente Brilhante (2001) Diretor: Ron Howard Duração: 135 minutos


Convidamos o Dr. Matheus Boscardin, gerente jurídico do Grupo Calcenter, para comentar a importância de um software jurídico e o porquê da escolha pelo ProJuris ENTERPRISE. O Grupo Calcenter é um dos quatro maiores grupos varejistas do Brasil. Possui cerca de 2000 colaboradores e mais de 40 anos de mercado na produção de calçados. Confira o depoimento:

"A utilização de um software jurídico é de extrema importância para o controle de todas as demandas de um departamento jurídico. É equivalente aos ERPs que as empresas possuem. Toda informação jurídica transita pelo software. Ele propicia organização, compliance e segurança nas atividades do dia a dia.

"

"Escolhemos

o ProJuris ENTERPRISE

por sua fácil interação com o usuário final. Utilizamos muito os módulos de contratos e contencioso e, em ambos, obtivemos ganhos expressivos relacionados ao controle de prazos. Aliás, todo o controle do Departamento Jurídico é realizado via ProJuris: prazos processuais, geração de indicadores (contratual, contencioso), controle das certidões do grupo, controle de todas as marcas etc.

"

40 pessoas utilizam o sistema "e30issoatrouxe melhorias na comunicação do departamento jurídico com as outras áreas da empresa e com os escritórios terceirizados. Quase 100% desta comunicação é realizada via ProJuris. Pra quem ainda não se preocupa com um software jurídico, eu digo que procure já um para auxiliar no dia a dia. Ganha-se tempo e eficiência na geração da informação e nos controles internos.

"

- 36 -


GESTÃO E NEGÓCIOS

3 MINUTOS

TI:

O QUE VERIFICAR NA HORA DE ESCOLHER UM SOFTWARE JURÍDICO

Em muitas empresas, a área de TI cumpre a importante função de ajudar os departamentos a encontrar soluções tecnológicas adequadas às suas necessidades, tendo em vista as especificidades de cada .

do deve ser o que apresentar o menor custo. Esse pensamento é perigoso e pode acabar exigindo posteriormente a troca do sistema, gerando custos bem mais altos para a empresa. Mas quais devem ser os pontos de atenção na hora de escolher o sistema ideal para o departamento jurídico da sua empresa? Abaixo, vamos explorar as características técnicas que um bom software jurídico deve proporcionar para ser a melhor opção também para a TI, que será a área da empresa responsável por acompanhar a implementação e manutenção do sistema.

A indicação dos sistemas pode partir inicialmente da própria TI, mas o mais comum é que as outras áreas façam a primeira triagem e a TI aponte qual sistema cumpre com os pré-requisitos de segurança e infraestrutura definidos pela organização. Tratando-se de softwares jurídicos, é ingênuo avaliar que todos são iguais e, portanto, o escolhi-

Automatização de backup

Integração com outras aplicações

O sistema deve ter um Web Service desenvolvido que faça a integração com qualquer outra aplicação que sua empresa use, para garantir que a comunicação entre as áreas seja otimizada. Caso sua empresa use o AD (Active Direct), certifique-se também que o software jurídico possui integração com ele.

Caso sua empresa opte pelo armazenamento dos dados na nuvem, exija que backups sejam realizados diariamente, de forma automática e permaneçam salvos por no mínimo 60 dias.

Segurança dos dados

O sistema a ser escolhido deve ser totalmente web e possuir protocolo de transferência de hipertexto seguro (HTTPS), para que todos os dados sejam transmitidos por uma conexão criptografada e, assim, impeça a invasão de terceiros.

Suporte eficiente

Assim, não será necessária uma equipe interna para manutenção e atualização do software para novas versões. Nos contatos iniciais da venda, exija garantias de que o suporte disponibilizado ao software é de qualidade. O suporte do ProJuris ENTERPRISE, por exemplo, possui atualmente uma taxa de aprovação de 94,2% em seus chamados concluídos.

Alto desempenho

É essencial que o sistema seja desenvolvido com tecnologias atuais e de alto nível e que seja adaptado para suportar os formatos de banco de dados mais modernos. Do contrário, sua utilização já possui um prazo de validade.

Armazenamento em nuvem

Escalabilidade

Embora algumas organizações optem por manter as informações todas “em casa”, o mais recomendado é que o banco de dados seja salvo na nuvem, assim, a responsabilidade por esses dados é da empresa que está fornecendo o sistema jurídico. Além disso, não será necessária a aquisição de um servidor para armazenamento do banco de dados de arquivos e backups do sistema. Certifique-se apenas de que o datacenter e a arquitetura de rede criados atendam as maiores exigências de segurança.

É uma característica desejável em todo o sistema. Sem ela, o software não está preparado para atender a uma demanda maior de atividades, podendo sair do ar quando um número maior de usuários estiver conectado, por exemplo.

Escalabilidade

Certifique-se de que o sistema é multinavegador, ou seja, pode ser utilizado em qualquer navegador que sua empresa optar.

- 37 -


GESTÃO E NEGÓCIOS

5 MINUTOS

A CRISE SEGUNDO UM ESPECIALISTA EM DIREITO ECONÔMICO

Convidamos o Dr. Luciano Benetti Timm, do escritório Carvalho, Machado e Timm Advogados para conversar sobre o atual momento político-econômico do Brasil, as oportunidades e os sinais de alerta que este cenário traz para a prática do Direito. Ele possui bacharel em Direito pela PUC-RS, mestrado em Direito Privado pela UFRGS, LLM em Direito Econômico Internacional pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, doutorado em Direito dos Negócios e da Integração Regional pela UFRGS e pós-doutorado no De-

partamento de Direito, Economia e Negócios na Universidade da Califórnia em Berkeley. É o vice-presidente do Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBar) e atua como advogado empresarial desde 1994, tendo sua prática profissional centrada tanto no sul do Brasil como em São Paulo. Sua prática tem enfoque nos impactos comerciais e negociais de cada uma das operações em que realiza, tendo trazido elementos da sua experiência acadêmica no Direito e Economia à advocacia.

Dr. Luciano, existe essa discussão de se o Brasil está passando mesmo por uma crise econômica ou não. Você acha que “crise econômica” é o termo certo para designar o que o Brasil passa hoje? É muito pior do que isso. Dizer que não há uma crise no Brasil é falta de contato com a realidade. É evidente que há e isso é mensurável pelo Produto Interno Bruto, que não é o método perfeito, mas é o que hoje se usa para mensuração das riquezas de um país, e a riqueza do Brasil diminuiu 15% nos dois últimos anos. Isso significa a pior crise de toda a história da República, então não é uma questão política, é uma questão científica mesmo. Nós percebemos no escritório, pelos clientes, o tipo de trabalho que aparece é muito mais associado ao reflexo dessa crise econômica.

Num período de recessão como o atual, é normal que as empresas foquem em redução de custos. No campo da advocacia, esse também deve ser o foco ou o cenário econômico traz oportunidades que não podem ser ignoradas? O setor de serviços é o último a ser afetado pela crise. E o serviço de advocacia realmente tem essa vantagem, ele é um dos últimos a sentir, demora mais para sofrer. Se a crise permanecer, aí acaba tendo um impacto também na área da advocacia, como aconteceu na Argentina, que ficou 10 anos em crise e acabou impactando substancialmente o mercado jurídico. Mas a crise gera um maior volume de demandas judiciais de cobrança de crédito e de recuperação de empresas, além da arbitragem, que não deixa de ser solução de disputa. - 38 -


De forma prática, como os escritórios podem aproveitar essas oportunidades? Esse é um momento de interdisciplinaridade. Aqueles advogados que faziam fusões e aquisições de empresas podem pensar em como trabalhar com isso dentro das recuperações judiciais, porque as empresas ficam em dificuldade e têm que vender os ativos. Escritórios que não têm área trabalhista podem pensar em ter, porque a crise gera muitas demissões. Escritórios que não tenham o contencioso podem pensar em como trabalhar com recuperação de ativos. Talvez também seja o momento de estudar, de se preparar. Não adianta só olhar para trás e para o momento. É preciso olhar para o cenário e fazer apostas. Em última análise, eu aconselharia também o estudo de outras áreas que não o Direito: administração, contabilidade, que é o que dá a capacidade de desenhar cenários.

A inadimplência é outro assunto importante e que traz preocupações na conjuntura atual. Para quem nunca se preocupou com ela, por onde começar? Realmente, os escritórios tendem a sofrer um pouco com a inadimplência. Ela vai aumentar e já tem aumentado. Os escritórios precisam desenhar uma política de até onde eles vão apostar no cliente e quando eles vão desistir e se proteger.

Existem ações que todos deveriam fazer e não fazem? Tem muitos escritórios que estão começando e por precisarem de clientes, aceitam trabalhar sem receber, não é uma boa estratégia. Os escritórios têm que pensar quais clientes valem a pena serem mantidos e até que ponto investir neles: até onde você pode entrar no risco do negócio? Até onde o cliente realmente tem solução? A bonança que o Brasil vivia fazia com que empresas ineficientes sobrevivessem, e com a crise podemos ver quem está efetivamente preparado, está havendo uma certa seleção natural e algumas empresas realmente não se recuperarão. Então o advogado tem que estar atento ao tamanho do impacto financeiro que irá sofrer.

Seu escritório tem alguma política para evitar custos supérfluos? Sim, nós temos um plano de crescimento para 2020 que envolve metas financeiras e de custos, então nós temos um compromisso de redução de 10% de custos. Nós aprendemos sempre com o cliente, a Ambev por exemplo, que é uma cliente nossa, diz que “custo é igual unha, tem que cortar sempre”. Fazer conta é muito importante, quando eu recomendo que um escritório abra uma nova área, isso deve ser feito com planejamento financeiro, porque o resultado pode demorar a vir.

Algum livro que você acha essencial que o advogado empreendedor leia? Para quem quiser se aprofundar em Direito e Economia, eu organizei uma coletânea da Atlas que se chama Direito e Economia No Brasil. E recomendaria também o curso Gestão Estratégica De Equipes Jurídicas que eu coordeno na Instituição CEU-IICS, para escritórios e departamentos jurídicos de empresas.

- 39 -


COMO DECORAR SEU

ESCRITÓRIO

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Queensland revelou que decorar o escritório com plantas pode aumentar em até 15% a produtividade dos funcionários.

Profissionais da área de decoração estão notando uma tendência em casas e escritório utilizarem listras nas paredes, no chão e em móveis para compor um ambiente mais descontraído sem fugir da seriedade.

Segundo o Instituo Pantone, a cor GREENERY é a cor de 2017. Seu tom revitalizante simboliza um novo começo.


A entrada de luz natural pode trazer um sentimento de tranquilidade.

Optar por uma decoração mais minimalista é dar peso a cada objeto escolhido. Um exercício simples que você pode fazer nesse momento é pensar nos quadros do seu escritório. Quantos deles são necessários para criar um ambiente equilibrado?

Um ambiente com toneladas de peças decorativas pode ser visto como algo hostil, um espaço sufocante.

Um escritório que privilegie vidros na sua arquitetura, usando-o para as divisórias das salas dos advogados, por exemplo, provoca no cliente a sensação de transparência.

- 41 -


GESTÃO E NEGÓCIOS

6 MINUTOS

3

DICAS PARA UM COMPLIANCE EFICIENTE

Com origem no inglês, “to comply”, compliance significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido. A partir daí já fica fácil compreender. O compliance é necessário em uma empresa para mantê-la em conformidade com as normas dos órgãos reguladores externos e determinações internas, impedindo ou mitigando possíveis multas e danos à empresa (e sua reputação). Ou seja, uma empresa está em compliance quando atende a todas estas exigências legais e organizacionais. Em 1º de agosto de 2013, foi institucionalizada a Lei n. 12.846, ou como é popularmente conhecida: a Lei anticorrupção. A medida foi um marco e trouxe o compliance para o protagonismo, já que oferece vantagens para pessoas jurídicas que tenham implementado políticas internas de auditorias. Em suma, a legislação beneficia empresas que possuem compromisso com a transparência. A princípio, a maioria das empresas direcionou as atividades de compliance aos departamentos jurídicos, considerando que estes possuíam a expertise necessária para interpretar os instrumentos legais. Mas ao se depararem com a verdadeira complexidade do trabalho, passaram a integrar outras áreas, outros profissionais e a criar comitês específicos para exercer esta atividade. Em um cenário de Lava Jato e outras operações da Polícia Federal, o compliance evoluiu e está mais necessário que nunca.

1

TREINE SUA EQUIPE

É importante educar os funcionários a respeito das leis, regulamentos e políticas da empresa, mostrando como estas se aplicam diretamente às suas responsabilidades do dia a dia. Em uma palavra: alinhamento. Isso porque o compliance não são apenas leis estáticas, burocracias, mas sim condutas organizacionais éticas, de acordo com os parâmetros públicos e privado. Para isso, é preciso pensar em um programa de treinamento de conformidade. De um plano que contemple um passo a passo das lições que devem ser aprendidas pelos profissionais da empresa. Algo que os responsáveis possam avaliar que o conhecimento do compliance foi transmitido cem por cento. O conteúdo deste treinamento deve deixar claro ao profissional que suas funções vão muito além de elaborar e publicar normativas e procedimentos, e sim que elas fa-

zem parte de um organismo maior, que depende de cada membro para funcionar, além de objetivamente defender os quatro pilares do compliance: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Para fiscalizar estas atividades, é aconselhável que um comitê de ética seja formado na entidade, composto por profissionais de áreas distintas e que sejam renovados de tempo em tempo, com o objetivo de fortalecer a criticidade e ampliar os pontos de vista na supervisão da conformidade. A presença de líderes da empresa no processo de treinamento é um diferencial. Um endosso “de cima” do programa de conformidade, dos valores que ele representa demonstra a valorização do alinhamento da empresa. É imprescindível que os diretores das áreas tenham o domínio completo do cumprimento das regras, já que são o exemplo de sua equipe.

- 42 -


2

SIMPLIFIQUE PARA QUE SEJA COMPREENSÍVEL

Para que o compliance seja realmente útil, ele deve ser compreendido. E para que ele seja compreendido, vale tomar alguns cuidados. Há muitas empresas que fornecem praticamente um livro à pessoa, dizendo: “leia, estas são nossas regras”. O quanto esta atitude é realmente efetiva? O conhecimento passado dessa forma é pouquíssimo prático, principalmente levando em consideração que costumamos aprender melhor as coisas aplicando-as no dia a dia. O que o manual de conduta da empresa precisa responder? É a partir desta questão que ele pode ser formulado. Outra característica de um código de ética que pode ser prejudicial é a prolixidade ou o pedantismo. O uso de “palavras bonitas” deve ser relativizado quanto à sua eficácia. Profissionais do departamento jurídico possuem um vocabulário mais extenso, devido às características da profissão, mas, agora que não são os únicos a atuarem no compliance, vale pensar: será que todos entenderiam? Um dos maiores desafios das organizações é medir o nível adequado de formação para os diferentes perfis dentro da em-

3

presa. Começar por uma linguagem de fácil entendimento, que explore exemplos e acontecimentos reais nas suas explicações pode ser um bom começo. Além de acessível na linguagem, ele também precisa estar acessível na busca. Disponibilizá-lo no site da empresa ou enviá-lo periodicamente via e-mail para os colaboradores é um bom exemplo de como resolver isso. A comunicação é essencial no processo de alinhamento, não só do compliance, mas de todos os valores da empresa. A intranet e o e-mail são ferramentas poderosas neste sentido. Através dela, pode-se, por exemplo, disponibilizar o hotline, enviar informes, publicar gráficos e imagens-exemplo que ilustrem o manual de conduta. Prevenção a fraudes; segurança da informação; plano de continuidade de negócios; contabilidade internacional, fiscal e gerencial; gestão de riscos e de pessoas; atendimento a auditorias internas e externas. Em cada nova publicação ou envio, um destes itens de compliance pode ser desmistificado. Isto reforça a afirmação da organização sobre sua própria identidade.

SIMPLIFIQUE PARA QUE SEJA COMPREENSÍVEL

Revisitar o plano de conformidade se faz necessário. Esse exercício precisa trazer coisas que anteriormente não eram encontradas, ao invés de mais do mesmo. Neste momento, é importante que anotações de melhoria venham à tona, por isso é imprescindível estimular os colaboradores da empresa a zelarem pela transparência a ponto de militarem por ela dentro da organização, expondo fragilidades para que possam ser introduzidas no compliance. Além de estar atento aos riscos de cada função de trabalho na empresa, as organizações também devem considerar coisas como por exemplo o risco país (qual é a correlação entre os mercados de crescimento e risco de corrupção?), o risco setor (o governo já conduziu investigações no setor? Existem riscos específicos para o segmento?) e, no caso de grandes corporações, a legislação internacional como SEC e FCPA. Depois de introduzir o compliance como um valor, quebrando a ideia de que é apenas um custo, a entidade pode utilizá-lo como diferencial competitivo - principalmente no Brasil, onde a percepção anticorrupção de investidores

está em alerta. Os fundos de investimentos, private equity, venture capital, têm condicionado investimentos às organizações a programas de compliance, assim como outras organizações que condicionam a contratação de terceiros que vão representá-la perante a administração pública, já que a contratante pode ser responsabilizada por atos de terceiros mesmo sem conhecimento da conduta (domínio do fato). De um tempo para cá, a Due Diligence Anticorrupção é o primeiro elemento a ser considerado em uma possível fusão ou aquisição. Em suma, o mercado, assim como a legislação, vêm premiando as empresas com boas práticas de compliance. E isto precisa ser mostrado. Nas redes sociais, no site, na assinatura de e-mail dos colaboradores. O compromisso com a transparência e com a legalidade deve ser uma bandeira hasteada sobre a marca da empresa. Em um universo de consumidores e investidores cada vez mais críticos e atentos a riscos, a confiança se torna a base.

-- 43 43 --


MUNDO DIGITAL

2 MINUTOS

FAZER NEGÓCIO EM MÍDIAS SOCIAIS É LEGAL? O mundo dos negócios já aprendeu, e o mercado advocatício não é exceção, que é importante criar presença nas mídias sociais porque as pessoas estão lá. O Facebook, só para citar um exemplo, possui 1,71 bilhão de usuários ao redor do mundo, segundo a própria rede divulgou em agosto de 2016. Hoje é provável que este número já tenha crescido. O LinkedIn também vem proporcionando espaço ao mesmo tempo social e corporativo, perfeito para a sobriedade da profissão. Alguns grandes escritórios de advocacia, inclusive, já possuem mais de 15 mil seguidores em suas Company Pages. Na última edição da Revista ProJuris, divulgamos um manual do Linkedin Para Advogados, que você pode acessar em www.projuris.com.br/linkedIn. Por isso, ter presença digital nas mídias sociais facilita as relações com clientes e possíveis clientes além de, se tratando exclusivamente do direito, quebrar barreiras culturais. Profissionais e especialistas vêm, inclusive, discutindo sobre esta atuação, a forma que advogados podem negociar através destes canais, e este é um dos debates mais ativos no momento. Respondendo o título: sim e não. Depende da forma como o negócio é feito. O Provimento 94/2000 e o Código de Ética da OAB dissertam sobre marketing jurídico e, consequentemente, sobre a atividade dos advogados em âmbitos como as redes sociais. Os documentos traçam parâmetros bem delineados sobre o que pode e não ser feito se tratando de publicidade e propaganda, com orientação principal que estas atividades devem ser feitas “com discrição e moderação, para finalidade exclusivamente informativa, vedada a divulgação em conjunto com outra finalidade’. Ao mesmo tempo que o Provimento e o Código são amigáveis às redes sociais, eles restringem algumas ações. Anúncios do seu escritório ou do seu trabalho, por exem-

plo, são permitidos apenas em publicações e revistas digitais especializadas. Participação em página de cadastro de profissionais, como o site Consultar Advogados (página 23), também pode ser feito. Entretanto, não é possível divulgar o preço dos serviços ou oferecer alguma garantia de recebimento de valor para o cliente. Não é autorizado que a publicidade seja feita em locais de utilização pública, como em clubes ou uniformes de clubes. Voltando à internet, não é permitido ofertar consultas gratuitas online. Ou seja, nada de falar de valores dentro do Facebook, no Instagram ou no LinkedIn. Esta última regra impacta diretamente no comportamento do advogado nas redes sociais. Mesmo sob influência do Provimento e do Código, é possível ver alguns profissionais negligenciando a ética ao oferecer serviços de modo incisivo e desproporcional às normas, com postagens dizendo “entre em contato conosco e faremos isto” ou “recupere valores do procedimento X”.

ENTÃO COMO FAZER?

- 44 -


MUNDO DIGITAL

2 MINUTOS

A RESPOSTA PODE ESTAR NO

MARKETING DE CONTEÚDO Marketing de conteúdo é uma estratégia para engajar possíveis clientes através de textos e conteúdos relevantes. E as mídias sociais têm papel fundamental, já que funcionam como distribuidor destes materiais. Ao invés de mensagens apelativas, as publicações devem responder diretamente às dúvidas das pessoas. Por exemplo: seu escritório é especializado em direito trabalhista. Uma dúvida comum deste tipo de demanda talvez seja ‘como faço para processar minha antiga empresa?’. Assim, é importante que você entregue ao público um texto que responda a este tipo de pergunta. Nesta estratégia, o ideal é encantar pessoas e não tentar persuadi-las. O marketing de conteúdo fortalece o compromisso ético do advogado com o Código, pois trata de troca de conteúdo relevante, além de ser muito mais eficaz a médio e longo prazo, já que transforma o profissional ou o escritório em autoridade no assunto. Se uma pessoa encontrou dois, três, quatro conteúdos relevantes às dúvidas dela no seu blog, é muito mais provável que ela entre em contato com você, que parece já entender qual é o problema, do que com outro profissional. Além disso, outras duas medidas são importantes para a saúde da estratégia. A primeira é a periodicidade, ou seja, ter um calendário de publicações. Isso demonstra simbolicamente que seu negócio é ativo e competitivo. A segunda é promover o alcance do seu conteúdo, o que o Código de Conduta não proíbe, através de ferramentas como o Facebook Ads e o LinkedIn Ads, que vão expandir a amostragem de seus textos a um público determinado, em localidades, com faixa etária e com gostos específicos que são previamente determinados por você. Uma pesquisa sobre hábitos de consumidor, publicada pelo site BrightLocal, revela que 60% das pessoas buscam por serviços e produtos na internet pelo menos uma vez por mês. Marketing de conteúdo é uma prática abrangente, que também pode ajudar o seu negócio a ser encontrado mais facilmente no Google, caso você utilize as palavras-chaves corretas no momento de produzir o conteúdo, e sobretudo traz pistas interessantes de que tipo de linguagem e objetivos buscar nas redes sociais.

- 45 -


MUNDO DIGITAL

3 MINUTOS

PLANILHAS FUNCIONAM? Há duas semanas, lançamos nossa primeira pesquisa de satisfação para usuários do ProJuris ONE. Com ela, teremos alguns indicadores para descobrir o que exatamente melhorar no nosso sistema. São seis perguntas rápidas que podem ter um retorno muito grande na sua experiência de usabilidade. Sempre esteve no DNA da ProJuris e, principalmente do ProJuris ONE, crescer de forma colaborativa. Por isso, sua participação é muito importante. Na pergunta número cinco, queríamos saber se nossos usuários utilizam alguma outra forma de controle de processos, andamentos e publicações. A resposta não surpreendeu, mesmo assim é curiosa: 40% deles utilizam planilhas de Excel. Algo que começou a ser usado há muito tempo, desde o princípio da digitalização dos escritórios e locais de trabalho. Em escritórios de advocacia, por exemplo, as planilhas são muito comuns. Elas são responsáveis por organizar nomes, telefones, e-mails e endereços de clientes, além de fazer o controle financeiro e de honorários dos profissionais. Alguns modelos de planilhas são disponibilizados para download gratuito, mas quem conhece a ferramenta sabe que para dominá-la completamente é preciso ter conhecimento de fórmulas. Apesar de complexa e muito antiga, 40% dos usuários entrevistados as utilizam, e o número deve ser muito mais representativo se formos pensar de maneira global. Por que modernizamos tanto alguns métodos de trabalho, mas continuamos conservadores em outros? Foi aí que surgiu a questão principal:

PODEMEOS IR ALÉM DAS PLANILHAS? Resumindo: sim, podemos. Foram muito convenientes as respostas sobre a utilização do Excel para controlar informações de clientes aparecerem em um teste do ProJuris

ONE, porque o sistema serve perfeitamente para advogados com este intuito. Online e gratuito, o software jurídico possui uma dinâmica inteligente de arquivar informações, abrindo uma pasta única para cada novo cliente cadastrado. Dentro dela, é possível fazer um dossiê completo dos seus processos: partes, endereço, compromissos e documentos atrelados, honorários e custas referentes ao serviço prestado. As informações dentro do sistema são facilmente editáveis e as pastas ainda oferecem uma linha do tempo da situação atual (e cronológica) de cada processo. A melhor forma de ir além das planilhas é oferecer um contexto mais completo de trabalho para o advogado. No ProJuris ONE, você pode contar com o serviço de Recortes, responsável por buscar as citações dos seus processos nos Diários Oficiais, e com o ProJuris PUSH, que localiza todos os andamentos dos seus processos em tempo real. Além de buscá-los, o sistema os insere automaticamente, recortes e andamentos, dentro das respectivas pastas dos processos. A escolha de um software jurídico para centralizar os dados do escritório pode aumentar a qualidade na comunicação entre advogados e clientes, pois é permitido enviar documentos por e-mail de dentro do sistema, além de ter a possibilidade de criar uma conta personalizada para seu cliente. Assim eles poderão visualizar todas as informações dos processos que estão envolvidos sem, claro, editar informações. É um luxo que planilha nenhuma pode conceder. Em outras palavras, o sistema vai na contramão de uma planilha do Excel, que funciona apenas à base do trabalho manual, e poupa você de ter que ficar copiando e colando os dados, o que se multiplicarmos por vários processos, faria você ganhar muito tempo. A regra é clara: mudar é bom apenas quando é para melhor.

- 46 -


12 milhões de funcionários

trabalham em home office no Brasil

36% das empresas nacionais já adotaram esta opção

15% de aumento na produtividade de cada funcionário, em média

17% de economia às empresas 1 bilhão de pessoas estão

envolvidas no sistema home office, ou seja, 32,5% da população mundial economicamente ativa

E os advogados, podem aproveitar esta oportunidade? projuris.com.br/home-office-para-advogados

- 47 -


MUNDO DIGITAL

3 MINUTOS

O DIREITO NA ERA DO

Mark Zuckerberg e a equipe do Facebook têm, entre tantos fatores de sucesso, a habilidade de realizar bons investimentos. Prova disso são as compras de aplicativos para integrar e aperfeiçoar o funcionamento da rede social, alguns não tão conhecidos pelos usuários, como o Hot Potato e o Beluga, até aquisições gigantescas que ganham destaque na mídia mundial, como o Instagram e o queridinho WhatsApp, app de mensagens instantâneas, arrematado por 16 bilhões de dólares em fevereiro de 2014. Se o WhatsApp já estava em ascensão, a compra pelo Facebook, cinco anos após sua criação, catapultou de vez o aplicativo, que alcançou 1 bilhão de usuários no início do ano passado. Sua credibilidade transcendeu o uso recreativo e as conversas entre amigos e família e entrou em outras esferas. Na corporativa, com marcas utilizando o app para promover produtos e criar campanhas publicitárias, e até na judiciária, onde juízes e advogados aproveitam o aplicativo para agilizar procedimentos legais. Advogados vêm relatando em fóruns na internet o uso do WhatsApp como ferramenta de comunicação interna entre os colaboradores do escritório. Isso porque assim a informação é repassada de forma rápida, eficiente e com a garantia de que todos estão cientes. Os profissionais também viram a oportunidade de transformar o aplicativo em um canal de contato direto com o público, realizando desde atendimentos à solicitação de documentos e atualizações a respeito de processos. Era fácil de imaginar que o aplicativo, uma tecnologia ágil, influenciaria a relação entre prestador de serviço e cliente, mas o que gradualmente vem acontecendo é a adesão do WhatsApp pelos tribunais, mesmo que a contragosto de alguns profissionais da área, que consideram que a atitude não garante a segurança legal. Abaixo, você pode conferir uma cronologia feita com alguns momentos deste relacionamento entre o aplicativo e o judiciário aqui no Brasil.


19 DE NOVEMBRO DE 2014

O juiz João Valério, de Presidente Médici (RO), cidade a aproximadamente 400 quilômetros da capital Porto Velho, resolveu intimar as partes para o cumprimento de uma ação de execução via WhatsApp, com o objetivo de encontrar com celeridade a autora do processo. O caso repercutiu e a novidade, na época, ganhou destaque no G1.

15 DE ABRIL DE 2015

A 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo permitiu que advogados, procuradores, partes e testemunhas e o público utilizem o WhatsApp para receber e enviar mensagens, fotografias, documentos, áudios e qualquer outro material relacionados a processos, além de ser possível agendar visitas para cultas dos autos e audiências com o juiz. A medida foi institucionalizada através da portaria 12/2015, pelo juiz Ali Mazloum, titular da vara.

23 DE ABRIL DE 2015

A portaria conjunta nº 01/2015, instituiu o WhatsApp como uma ferramenta para intimações, no Juizado Especial Cível e Criminal da comarca de Piracanjuba, em Goiás. O documento foi assinado pelo juiz Gabriel Consigliero Lessa e pelo presidente da Subseção da OAB local, Carlos Alves Cruvinel de Lima.

23 DE OUTUBRO DE 2015

O juiz Ivan Tessaro, da Vara de Trabalho de Lucas do Rio Verde (MT), determinou uma citação pelo celular, via WhatsApp. Após tentar comunicar por postal e mandado por oficial de justiça, que não foram avisados que o reclamado havia mudado de endereço, o que dificultou o aviso sobre a tramitação do processo. O magistrado então solicitou que o aviso fosse feito via aplicativo.

18 DE JUNHO DE 2016

Em Campinas, São Paulo, a juíza Ana Claudia Torres Vianna, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15), recebeu uma menção honrosa no prêmio Conciliar é Legal, do CNJ, por utilizar o aplicativo de mensagens instantâneas para realizar audiências. Entre janeiro e março ela já havia realizado mais de 100, segundo o Jornal Gazeta do Povo. Junto à equipe, chega a administrar entre 10 e 15 audiências ao mesmo tempo.


MUNDO DIGITAL

2 MINUTOS

VALE A PENA COMPRAR?

A tecnologia está de mãos dadas com o futuro do trabalho. Atualmente, no entanto, a linha entre o que é tecnologicamente necessário e supérfluo está ficando cada vez mais difusa, e dentro de tantas ofertas e propagandas fica difícil o profissional eleger o que vale de fato seu investimento. Por isso, comprometidos com o dia a dia dos advogados, decidimos avaliar alguns produtos.

PRÓS Entre os quatro modelos do Kindle, o mais simples sai por R$ 299,00. Com ele é possível baixar e comprar eBooks por R$ 9,99. Numa perspectiva de compra de 20 livros, economiza-se aproximadamente R$ 200,00.

CONTRAS KINDLE

Muito mais fácil de carregar do que livros impressos. Todos os modelos possuem acesso à internet. O Kindle Paperwhite permite, inclusive, acesso 3G gratuito.

Mesmo que a bateria dure muito, ela precisa ser recarregada. E isso precisa ser feito com cabo USB, já que o Kindle não possui carregador.

PRÓS

CONTRAS Aqui o preço é uma desvantagem. Claro, em relação à concorrência e não no custo-benefício. O iPhone 6, por exemplo, está por volta de R$2.600,00.

Oferece uma excelente experiência de uso diferenciada, com uma interface intuitiva e design inovador.

Por ser um sistema fechado (o sistema operacional iOs é exclusivo da Apple, desenvolvido para o iPhone), o aparelho garante uma segurança maior.

O investimento inicial para adquirir o Kindle é um pouco alto, mas ele compensa com a compra de muitos livros. Os eBooks comprados vêm com uma licença com seu nome e não podem ser repassados para ninguém. Ou seja, não é possível emprestar seus livros.

A Maioria dos Kindles garante semanas de bateria carregada, e o modelo Oasis até meses.

Possui um grande arsenal de aplicativos, alguns exclusivos.

O dispositivo funciona apenas como leitor e agregador de textos. Não é possível navegar na internet ou ler e-mails.

IPHONE

É preciso ter cuidado para que todos os aplicativos e funcionalidades do aparelho não acabem distraindo ao invés de auxiliar no foco e agilidade dos processos. A bateria dura pouquíssimo. Em um teste realizado pela Olhar Digital, a duração da bateria do iPhone ficou em último lugar, com média de 5 horas e meia de duração.

O atendimento e suporte oferecidos são de ótima qualidade, com profissionais altamente especializados no aparelho e suas especificidades.

Só é possível encontrar Apple Stores, especializadas da Apple, em grandes cidades e capitais. - 50 -


GESTÃO DE IMÓVEIS

Com o novo módulo de Gestão de Imóveis, sua empresa pode efetuar a gestão dos ativos imobiliários. Além do cadastro dos imóveis e suas informações, é possível realizar um completo controle financeiro deles, vincular documentações e emitir relatórios com os dados. Saiba mais em:

www.projuris.com.br/gestaodeimoveis

www.projuris.com.br


GESTÃO DE ESCRITÓRIOS A terceirização dos serviços jurídicos diminui a responsabilidade dos profissionais internos, desde que ela seja facilmente gerenciável. Por isso, a ProJuris criou o módulo de Gestão de Escritórios terceirizados, onde os usuários poderão registrar os dados dos escritórios contratados, as cobranças e adiantamentos, valores de custas, honorários e a forma de contrato estabelecida.

www.projuris.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.