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Para Bolsonaro, turismo ajuda o meio ambiente Arroz, feijão e carne são os mais desperdiçados

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No Brasil, muitos alimentos vão parar no lixo. Estima-se que, no mundo, o volume anual de comida jogado fora seja de 1,3 bilhão de tonelada

Pedro Rafael Vilela*

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Agência Brasil

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) encerro sábado (10), em Brasília, a Semana Nacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos 2018. A programação do último dia contou com uma estrutura montada na Central de Abastecimento (Ceasa) da capital federal, e incluiu oferta gratuita de oficinas de combate ao desperdício, com dicas sobre como tirar o melhor aproveitamento de alimentos, evitando o descarte daquilo que ainda pode ser consumido. Ao longo dos últimos dias, exposições e outras oficinas, como a de hortas urbanas, também movimentaram o local.

Governo Federal promove atividades para conscientizar sobre o desperdício de alimentos no Brasil

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) encerra a Semana Nacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos 2018.

Na casa das famílias brasileiras, arroz, carne vermelha, feijão e frango são os alimentos mais jogados fora, segundo a Secretária de Articulação Institucional e Cidadania do MMA, Rejane Pieratti. Ela explica que planejamento é fundamental para se evitar o desperdício.

“Começo planejando o que eu preciso comprar. A maioria das pessoas vai ao supermercado e compra coisa que não vai usar e vai perder dentro da geladeira”, afirmou, em entrevista à Rádio Nacional de Brasília.

Os dados mais recentes da Organização das Nações Uni- das (ONU)sobre o desperdício no país datam de 2013. Naquele ano, o Brasil desperdiçou mais de 26 milhões de toneladas de alimentos. Estima-se que, em todo o mundo, o volume anual de alimentos jogados fora seja de 1,3 bilhão de tonelada.

Chefs de cozinha Além das oficinas, um dos destaques, sábado, no Ceasa-DF foi a participação dos chefs de cozinha Fernando Souza e Fábio Marques, do projeto Desafio da Xêpa – Do Lixo ao Luxo.

A dupla, que forma o Double Chefs, preparou pratos com alimentos que seriam descartados na própria Ceasa. Segundo eles, o projeto nasceu das visita que ambos faziam à Ceasa para comprar alimentos.

“Sempre que vamos ao local, vemos que muitos alimentos acabam indo para o lixo. Surgiu, então, a ideia da iniciativa para promover a conscientização que todos nós precisamos ter. Não é pos- sível jogar tanto alimento fora, pois, muitas pessoas passam fome. Resolvemos unir a nossa profissão e o combate ao desperdício”, explica Fábio.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) também participou do evento com a elaboração de dois pratos à base de abóbora. Orientações sobre planejamento de compras, reaproveitamento de toda a sacola da feira e de todas as partes do alimento, conservação e durabilidade, entre outras informações, estão disponíveis no hotsite [https://www.brasil.gov.br/ semdesperdicio] da Semana Nacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos 2018, informou o MMA.

Coleta de alimentos

No sábado, também marcou o Dia Nacional da Coleta de Alimentos, ação organizada por instituições e pessoas voluntárias e que ocorre em 14 estados e 56 cidades do país. O evento, na 13ª edi-

Deslizamento de terra deixa 14 mortos e 11 feridos em Niterói

Entre os mortos há cinco mulheres, dois homens, duas crianças e bebê de 10 meses

Vinicius Neder/Agência Estado

Subiu para 14 o número de mortos em um deslizamento de terra e pedras na madrugada de sábado (10), em Niterói (RJ). Outras 11 pessoas ficaram feridas. De quarta-feira até sexta-feira, fortes chuvas atingiram o Estado do

Rio, incluindo a região metropolitana, mas não houve registro de acidentes graves em outras localidades além de Niterói.

Entre os mortos há cinco mulheres, dois homens, duas crianças e um bebê de dez meses de idade. Pelo menos nove casas foram atingidas pelo deslizamento no Morro da Boa Esperança, na chamada região oceânica de Niterói, mais afastada do Centro da cidade. Moradores relataram que o acidente ocorreu por volta das 4 horas da manhã. O Corpo de Bombeiros do Rio foi acionado às 5h08, segundo a assessoria de imprensa do órgão. “Choveu muito nos últimos dois dias. Niterói estava em estágio de atenção e alerta de acordo com a área e as comunidades estavam avisadas dessa situação, com recomendação para buscarem locais seguros”, disse à TV GloboNews o secretário de Estado de Defesa Civil e ção, já arrecadou mais de 1,3 mil tonelada de alimentos, envolvendo o trabalho de 58 mil pessoas. Na edição deste ano, voluntários se concentraram ao longo dia na entrada de centenas de supermercados parceiros, convidando os clientes a doarem alimentos não perecíveis. No fim do dia, os itens foram recolhidos, com apoio do programa Mesa Brasil do Sesc, uma rede nacional de bancos de alimentos que atua contra a fome e o desperdício de alimentos. No Distrito Federal, voluntários atuam em 10 supermercados. Tudo o que for recolhido será destinado a mais de 200 instituições de caridade da cidade. “No ano passado, a gente recebeu quase 7 toneladas de doações, em Brasília. No Brasil inteiro, foram 184 toneladas”, disse a servidora pública Marília de Faria Ferreira, uma das voluntárias que atuam no projeto. (*Com informações de Ana Luísa Praser - Repórter da Rádio Nacional de Brasília) comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Roberto Robadey Costa Júnior.

Sete equipes de cinco quartéis do Corpo de Bombeiros, num total de 80 homens, atuam no resgate. Moradores do local se juntaram às equipes para ajudar, voluntariamente, no trabalho de resgate. Conforme o comandante Robadey, o trabalho de remoção dos escombros e resgate das vítimas ou busca por mortos poderia levar até 48 horas. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, seis vítimas foram para o Hospital Estadual Azevedo Lima. Duas das vítimas são crianças - uma está em estado grave.

‘O turismo associado ao meio ambiente é uma ótima fórmula para a preservação’

Bárbara Nascimento e Fernanda Nunes/Agência Estado

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) voltou a defender o “turismo associado ao meio ambiente”, como forma de preservação. Pelo Twitter, ele sinalizou que a preservação, da forma como é feita hoje, trava o desenvolvimento econômico.

“O turismo associado ao meio ambiente é uma ótima fórmula comprovada para a preservação. A alegação do intocável age em prol de pequenos grupos, suga a mente de inocentes, enche o bolso de poucos e =envolvida, travando o verdadeiro desenvolvimento!”, escreveu, neste sábado, na rede social.

Na sexta-feira, em transmissão ao vivo no Facebook, ele havia demonstrado interesse em permitir que empresas de alguns países explorem os recursos naturais da Amazônia. Na transmissão via Facebook questionou “por que não fazer acordo” para explorar a região, “sem viés ideológico”.

Nos 40 minutos da fala, durante a qual por diversas vezes criticou a gestão do meio ambiente no Brasil, Bolsonaro afirmou que os Institutos Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) cometem “caprichos”.

Xiita

Ele disse ainda que pretende avançar com o turismo em áreas protegidas ambientalmente para garantir que não sejam abandonadas. “Se tivesse hotéis em áreas protegidas, o meio ambiente estaria preservado. O turismo preservaria o meio ambiente e não essa forma xiita do Ibama”, afirmou. Segundo Bolsonaro, o nome do ministro do Turismo será divulgado nesta semana e, em seguida, os da Educação e Relações Exteriores. Embora mostre interesse em explorar a Amazônia, Bolsonaro não informou quais setores e países teriam acesso à região em seu governo. Com a China, especificamente, disse não ter problema e que prova disso é que recebeu o embaixador do país asiático. Durante a campanha, Bolsonaro criticou a presença chinesa no mercado brasileiro, sobretudo, no setor elétrico, ao afirmar que o país não comprava no Brasil, mas o Brasil. Mais uma vez, o presidente eleito apenas citou o mercado de nióbio, que, segundo o presidente eleito, “não será privatizado” Disse ainda que “parece que 40% das multas (ambientais) aos produtores” vão para organizações não governamentais. “Não vai ter ativismo”, acrescentou.

Operação flagra corte de Mata Atlântica em Parque Estadual

Os ambientais detectaram indícios da degradação durante sobrevoo à região

José Maria Tomazela

Da Agência Estado

Uma operação da Polícia Ambiental flagrou o desmatamento de uma área de 50 mil metros quadrados de mata atlântica no interior do Parque Estadual Lagamar, unidade de conservação de proteção integral, em Cananéia, litoral sul do Estado de São Paulo. A derrubada aconteceu numa área em que os limites do parque se sobrepõem a uma fazenda de produção de bananas. O dono foi multado em R$ 132 mil, mas a multa ainda pode ser aumentada.

Na sexta-feira (9), técnicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente calculavam o total de árvores nativas derrubadas ou comprometidas pela ação predatória. Os ambientais detectaram indícios da degradação durante sobrevoo à região, na última quarta-feira (7). Em incursão por terra, a equipe encontrou centenas de árvores derrubadas. Ao menos 20 árvores de maior porte, ainda em pé, tinham sido submetidas a uma técnica conhecida como “roletagem”, em que a casca é retirada para impedir a passagem da seiva, levando o espécime florestal ao secamento.

Conforme a Ambiental, a técnica é empregada para dissimular o desmatamento e impedir que a clareira seja identificada pelo monitoramento via satélite.

No local, foi apreendia uma motosserra de uso não autorizado. O dono da área, que não teve o nome divulgado, já havia feito o plantio de bananeiras sob a copa das árvores. Ele foi autuado e vai responder em liberdade por crime ambiental, mas ainda pode recorrer da imposição da multa. Conforme a Polícia Ambiental, o mesmo bananicultor já havia sido multado anteriormente em R$ 31 mil pelo corte de mais de 100 árvores da espécie jacatirão em sua fazenda.

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