P&L-Portugues-Outubro de 2011

Page 14

Destaque

Panorama da América Latina

Região de contrastes Panorama da América Latina A América Latina continua a atrair a atenção dos investidores e corretores para as economias nacionais da região, as quais oferecem grande diversidade de desempenho. A Profit & Loss pediu a opinião de seis estrategistas de mercado sobre a América Latina, incluindo as moedas de melhor e pior desempenhos.

Bank of America Merrill Lynch Alberto Ades Chefe de estratégia de renda fixa para mercados emergentes globais e chefe adjunto de economia global Principais problemas a serem enfrentados pela região da América Latina no próximo ano: os próximos doze meses, a dinâmica cambial na América Latina continuará a ser uma função dos principais temas globais que têm dominado os mercados financeiros nos últimos doze meses. O foco principal permanecerá na forma como a crise soberana evoluirá na Europa, a extensão e a duração da atual desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos e, em menor grau, a evolução da inflação nos mercados emergentes. Os desenvolvimentos locais terão um papel secundário nesse cenário. Para as economias latino-americanas, esse pano de fundo negativo as encontra com espaço e munição significativos para implementar políticas anticíclicas (fiscais e monetárias). No entanto, em um cenário de agravamento significativo do ambiente externo, com um declínio nos preços das commodities de exportação da região, talvez tenhamos riscos de queda para nossas atuais previsões de crescimento.

N

12 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com

Uma vez que a maioria dos países da região começou a sinalizar ou implementar uma flexibilização da política monetária em resposta a choques globais, as moedas começaram a enfraquecer, em alguns casos, de forma significativa. Entre meados de julho e setembro, as moedas que mais sofreram foram o real brasileiro (15%) e o peso mexicano (13%), enquanto do outro lado do espectro temos o peso chileno (8%), o peso colombiano (6%), o sol peruano (1%) e o peso argentino (1%). Moedas de melhor desempenho na América Latina: No cenário onde se dissipam os choques globais abaixo mencionados, a classificação de desempenho seria oposta: o peso mexicano e o real brasileiro seriam as moedas mais prócíclicas da região, com desempenho superior evidente. Moedas de pior desempenho na América Latina: Esperamos que o real brasileiro, o peso mexicano e o peso chileno sofram mais num cenário em que o contexto global continua a se deteriorar, com a continuidade da desaceleração da atividade econômica na Europa e nos Estados Unidos, além do impacto associado em termos de negócios para a região. Nesses países, é provável que a política monetária seja usada de forma mais agressiva como uma ferramenta anticíclica. A depreciação dessas moedas se intensificará naturalmente no caso de um agravamento das crises soberanas europeias. Moedas como o peso colombiano, o sol peruano e o peso argentino ficarão mais contidas nesses cenários em meio à provável intervenção do banco central. I


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.