FRATURAS DO ANEL PÉLVICO
uma força lesiva rola sobre a mesma. Caracteriza-se por uma lesão CL -II no lado do impacto e no contralateral há ruptura dos ligamentos SI anteriores sacrotuberais e sacroespinhais (livro aberto). O lado secundário é o mais instável (figura 9).
Lesão por cisalhamento vertical Ocorre quando a pelve é estressada vertical ou longitudinalmente. O mecanismo é a queda de certa altura em pé ou força que incide de cima para baixo no indivíduo. Ocorre deslocamento anterior ascendente da hemipelve. O exame em out let mostra melhor esta lesão (figura 12).
Figura 9 - fratura tipo CL- III.
Lesões por compressão anterior – CAP
Figura 12 - fratura tipo CV.
Resultam de forças anteriores aplicadas diretamente à pelve ou indiretamente através das extremidades inferiores. São as chamadas lesões tipo “livro aberto”. CAP-I: São causadas por energia baixa a moderada que simplesmente distendem os ligamentos do anel e caracterizadas por um alargamento da sínfise púbica menor que 2,5cm. Algumas vezes o exame físico pode não mostrar movimento ou instabilidade perceptível. CAP-II (figura 10): Caracterizam-se por ruptura dos ligamentos sacroilíacos anteriores com ligamentos posteriores desta articulação íntegros, proporcionando instabilidade lateral sem instabilidade vertical, radiograficamente a sínfise apresenta afastamento maior do que 2,5 cm e são melhores observadas na incidência em in let (figura 10).
Lesão combinada (CM) Ocorre a combinação de um ou mais mecanismos. A combinação mais comum é CV e CL. É um dos mais difíceis padrões de estabilizar e tratar.
Figura 13 – fratura tipo CM.
8. TRATAMENTO
Figura 10 - fratura tipo CAP II.
Por definição, as lesões do tipo CAP-II mantêm uma estabilidade posterior parcial. Tratamento - redução e estabilização anterior. Usamos uma placa de quatro orifícios, quando há ruptura da sínfise púbica. Quanto às fraturas anteriores, utilizamos fixação externa (quando há fratura bilateral cominuída ou lesão dos tecidos moles) ou RAFI. CAP-III: Ao ser, continuamente, aplicada uma força AP, ocorre disjunção completa dos ligamentos sacroilíacos anteriores e posteriores, desconectando totalmente a hemipelve do esqueleto axial e hemipelve oposta. São as lesões com maior morbidade e causam instabilidade lateral e vertical posteriores(figura 11).
O protocolo preconizado por Tile inclui o tratamento provisório e definitivo. A abordagem provisória inicia-se na abordagem pré -hospitalar, através de técnicas de imobilização provisória dos casos suspeitos. As duas técnicas mais usadas são compressão em torniquete com lençóis ou faixas que são colocadas no nível dos trocânteres e realizam a compressão da bacia. Outra opção são as calças pneumáticas que ajudam a estabilizar a pelve e conter eventuais hemorragias. Na abordagem hospitalar, a primeira avaliação é quanto à estabilidade hemodinâmica do paciente e se a fratura observada na pelve é a causa do choque hipovolêmico. O quadro abaixo resume a abordagem inicial das fraturas do anel pélvico em um paciente politraumatizado:
Estabilidade hemodinâmica/ pélvica
FRATURA ESTÁVEL
FRATURA INSTÁVEL
PACIENTE ESTÁVEL
Tratamento conservador da fratura
Tratamento eletivo após avaliação completa do paciente e da fratura (TC)
Procurar outro foco de sangramento (torácica, abdominal, lesão vascular)
Estabilização imediata da fratura para controle do sangramento. Estabilização definitiva em segundo tempo
PACIENTE INSTÁVEL
Figura 11 - fratura tipo CAP - III
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Tabela 2 – resumo da abordagem do paciente politraumatizado com fratura do anel pélvico.
ORTOPCURSO - 2016