Manual de Teoria da Comunicação

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Paulo Serra

ordem na matéria, interroga-se o autor: “como cobrir estes territórios imensos e articulá-los entre si? Como entender-se acerca de uma base ou um corpus mínimo de referências teóricas, de conceitos ou, como se diz, de paradigmas?”2 Noutra, destinada a analisar as metodologias da pesquisa em media e comunicação, o autor refere que “Anderson (1996) identificou, recentemente, 249 definições ou teorias da comunicação”.3 Numa terceira, os organizadores de umas jornadas e de um volume recentes sobre as teorias da comunicação referem-se ao risco de que “a reunião de análises provenientes de tão diferentes perspectivas acabe por não ser mais do que uma eclética manta de retalhos que apenas servirá, quando muito, para fazer um balanço mais ou menos exaustivo ou monumental, das abordagens teóricas em voga”.4 Não admira, portanto, que quase a terminar o seu volumoso clássico apenas sobre a teoria da comunicação de massas, McQuail afirme: É impossível aqui apresentar uma avaliação adequada do que se entende por teoria em relação à comunicação de massas, mas há que admitir que o grosso do trabalho descrito de forma sumária neste livro é ainda muito fragmentário e também de qualidade variável.5 Mas nada disto, diga-se, passa da constatação pura e simples. Importa, pois, indagar as razões da pluralidade e problematicidade que caracterizam o domínio da “teoria da comunicação” – o que faremos, 2 Daniel Bougnoux, Introduction aux Sciences de la Communication, Paris, La Découverte, 2001, p. 3. 3 Klaus Bruhn Jensen, “Context, cultures and computers. The cultural contexts of mediate communication”, in Klaus Bruhn Jensen (ed.), A Handbook of Media and Communication Research. Qualitative and quantitative methodologies, Londres, Routledge, 2003, p. 172 (Jensen refere-se a J. Anderson, Communication Theory: Epistemological Foundations, Nova Iorque, The Guilford Press, 1996). 4 José Manuel Santos, João Carlos Correia (orgs.), Teorias da Comunicação, Covilhã, UBI, 2004, p. 7. 5 Denis McQuail, Teoria da Comunicação de Massas, Lisboa, Gulbenkian, 2003, p. 484.

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