Para sempre sua sylvia day (1)

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O pai de Corinne se levantou. “Nós somos a família dela.” A dra. Steinberg abriu um sorriso educado. “Eu entendo. Mas é com o marido dela que eu preciso falar. Só posso adiantar que Corinne vai ficar bem depois de alguns dias de repouso.” Ela e Giroux saíram da sala. Não conseguíamos ouvir o que estavam dizendo, mas era possível vê-los através da divisória de vidro. Giroux era bem mais alto que a médica, mas o que ela dizia parecia estar acabando com ele. A tensão na sala de espera chegou a um nível quase insuportável. Gideon se pôs de pé ao lado da mãe, com a atenção voltada para a cena de suspense que se desenrolava diante de nós. A dra. Steinberg deu um passo à ente e pôs uma das mãos sobre o braço de Jean-François, ainda enquanto falava. Depois de um instante, ela se calou e se afastou. Ele permaneceu imóvel, olhando para o chão, com os ombros caídos como se carregasse um grande peso sobre eles. Fiz menção de ir até ele, mas Gideon foi mais rápido. Assim que ele pôs os pés para fora da sala de espera, Giroux o atacou. O impacto dos corpos dos dois se chocando foi violento. A sala inteira tremeu quando Gideon foi arremessado contra a grossa divisória de vidro. Alguém deu um grito de susto, e chamou pelos seguranças. Gideon conseguiu afastar Giroux e deter um de seus golpes. Logo depois, teve que se agachar para não ser atingido no rosto. Jean-François estava berrando alguma coisa, com o rosto contorcido de raiva e de dor. O pai de Corinne saiu às pressas da sala, e no mesmo momento os seguranças apareceram com suas armas de choque. Gideon empurrou Jean-François mais uma vez, fazendo questão de apenas se defender, sem atacá-lo. Seu rosto parecia impassível, e seus olhos estavam quase tão sem vida quanto os de Giroux. Giroux continuava gritando com Gideon. Com a porta aberta pelo pai de Corinne, ouvi uma parte do que ele estava dizendo. Não era preciso que ninguém traduzisse para mim a palavra enfant. Fiquei paralisada, e não conseguia ouvir mais nada além do zumbido nos meus ouvidos. Todos saíram correndo da sala quando Gideon e Giroux foram contidos e levados até um elevador de serviço pelos seguranças. Atordoada, pisquei os olhos quando vi Angus diante de mim na porta, certa de que estava imaginando sua presença ali. “Sra. Cross”, ele disse baixinho, se aproximando de mim com o quepe nas mãos. Não conseguia nem imaginar como devia ser minha expressão naquele momento. Ainda estava sob o efeito do choque da palavra bebê, e todas as implicações que ela trazia. Afinal de contas, Corinne estava em Nova York fazia semanas... mas o marido dela não. “Vim até aqui para levar você pra casa.” Eu franzi a testa. “E Gideon?” “Ele me mandou uma mensagem pedindo para vir buscar você.” Meu estado de perplexidade evoluiu para uma dor aguda. “Mas ele precisa de


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