(R)existir: práticas pedagógicas em Artes Visuais, Dança e Teatro

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AVÔ para Guga - Um minotauro é a natureza falando no corpo da gente. Quando uma pessoa descobre o seu Minotauro e aprende a conviver com ele, se ela quiser poderá tornar real qualquer sonho que seja. Sonho ou pesadelo, também, é só saber como fazer as coisas (BOTELHO, 1994, p. 45).

Diante da necessidade de trabalhar com a obra Menino Minotauro, das paixões pessoais pelo texto que eu já trazia, da pluralidade da turma e da minha inexperiência como professora de Teatro, deparei-me com inúmeras dificuldades. A começar pelo planejamento. Busquei, depois do fracasso que foi pensá-lo como “cópia” do trabalho da professora de teatro, pensar nos meus objetivos: O que eu quero trabalhar? O que espero que eles, os alunos, conquistem no processo? Defini desta forma, algumas metas. Dentre elas, supus que o nosso trabalho precisaria partir de um acordo. A turma

era

razoavelmente

grande,

havia

muitos

alunos

que

apresentavam sinais de dispersão, e precisávamos, antes de tudo, trabalhar juntos. O acordo tratava-se de uma troca de confiança uns com os outros, entre eles, e entre mim e eles. Talvez, minha intenção não tenha sido infeliz, mas a metodologia foi. A proposição desse momento deu-se a partir de uma tentativa de promover um exercício cantado com troca de olhares, beijos e abraços. Não que atividades como essa sejam desprezíveis, mas, por falta de atenção ao funcionamento da turma, vi-me mergulhada num discurso moralista e solitário de união. Aquela turma, especificamente, entendia o sentido de união na própria prática artística e pedagógica, sem uso do


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