
7 minute read
Não nos cansemos de fazer o bem
NÃO NOS CANSEMOS DE FAZER O BEM
Somos OASE Sinodal no Sínodo Vale do Taquari com o propósito de fortalecer a comunhão, o testemunho e o serviço. Não nos cansemos de fazer o bem (Gálatas 6.9). “Servir” é a palavra básica para se definir o trabalho das mulheres na OASE e na igreja. O Salmo 100 diz: Cantem a Deus, o Senhor [...] Adorem o Senhor com alegria [...] Pois o Senhor é bom; o seu amor dura para sempre, e a sua fidelidade não tem fim (v. 1-2, 5). Esse salmo é significativo para a OASE. Deus busca comunhão conosco, pois somos o seu rebanho! Deus dá testemunho de sua bondade e fidelidade de geração em geração! Deus mostra serviço ao seu povo por meio do seu amor e da sua misericórdia. Por tudo isso devemos adorar ao Senhor e servir a ele com alegria em todos os dias da nossa vida.
Arquivo OASE
O trabalho diaconal
Uma pequena estória: Quatro irmãs brincavam ao lado de um açude quando, de repente, a mais nova caiu na água. As três irmãs mais velhas conseguiram salvá-la. Ao chegarem em casa, a mãe perguntou à filha mais velha: O que você fez para salvar sua irmã? Ela respondeu: Deitei-me no gramado, bem perto do barranco, e consegui segurar as mãos dela, para não se afogar. A mãe perguntou à segunda: O que você fez? Ela respondeu: Eu segurei minha irmã para não escorregar e quem sabe também cair na água. E você o que fez?, perguntou à terceira. E essa disse: Eu gritei. Vieram mais pessoas e assim conseguimos tirar a irmã da água. Pensando nos diferentes aspectos, a irmã mais velha representa os trabalhos que são desenvolvidos em contato direto com as pessoas que precisam de ajuda. A segunda irmã representa os trabalhos de apoio, tão importantes para que os primeiros possam ser realizados. A terceira é a voz que aponta para os males
e conclama para o trabalho conjunto (Ruthild Brakemeier). Essa classificação na estória pode ajudar a refletir mais profundamente sobre exemplos concretos. Martim Lutero diz: “Em fé e amor consiste toda a essência de uma vida cristã. A fé recebe, o amor dá de si; a fé leva a pessoa para Deus, o amor leva Deus às pessoas”. A exemplo das mulheres da Bíblia, que ensinam lições sobre servir, como Débora, profetisa e serva de Deus; Miriam, cuidadora dos desemparados; Raabe, mulher que ajudou o povo de Deus; Tabita, uma discípula notável pelas boas obras; Lídia, uma líder na comunidade de Filipos; Rute, Rebeca e tantas outras, a diaconia existe nas diferentes formas de ser OASE, mantendo firme a essência da comunhão, do testemunho e do serviço. A OASE auxilia na esfera espiritual, social, financeira, educacional, civil, recreativa e esportiva. No jornal OASE em Foco, podemos acompanhar muitas ações diaconais bonitas e estimulantes dos nossos grupos de OASE no Brasil. As prendadas e bondosas mãos das mulheres ajudam a construir uma bonita história de fé e envolvimento.
Motivo que levou a OASE Sinodal do Sínodo Vale do Taquari a auxiliar o povo indígena que vive na região
“Quem está diante do Cristo! Está do lado do irmão” (Wilhelm Brandt).
Ele afirma que os discípulos de Jesus estão inseridos em dois relacionamentos inseparáveis: estão voltados para o Senhor, que veio para servir (Mateus 10.45), em decorrência são chamados a posicionar-se também em serviço ao lado dos seus semelhantes. A motivação para a ação diaconal é a situação precária que as famílias indígenas enfrentam em função da falta de recursos públicos para sua manutenção e da impossibilidade de vender seu artesanato em função da Covid-19.
Mas essa também foi a maior dificuldade para angariar recursos. Os grupos não estão se reunindo, acatando as orientações da própria IECLB, mas também do poder público. A forma encontrada para fazer a campanha foi virtual. Por meio de mensagens de WhatsApp e telefonemas, as coordenadoras paroquiais e presidentes dos grupos foram mobilizadas. A orientação do apóstolo Paulo aos gálatas é motivação para nós em tempo de distanciamento social. É uma palavra que nos chama à solidariedade e ao cuidado com as classes mais vulneráveis em nossa sociedade. Não nos cansamos com essa campanha, mas nos animamos para as próximas que poderão vir. Essa é a vocação da OASE, que, por meio de seus grupos,
já faz campanhas regularmente e presta Arquivo OASE relevantes serviços a suas comunidades, especialmente na área da visitação. A nossa gratidão. Por isso, quando há comunhão e testemunho nos grupos, o serviço alegre em favor das pessoas acontece naturalmente. E esta é a característica maior da OASE: “servir” com alegria. A dignidade concedida por Deus é igual para todas as pessoas, de todas Recebimento dos alimentos recebidos as etnias e culturas. A IECLB, por meio do Conselho de Missão entre Índios – COMIN, realiza sua missão diaconal em favor das famílias indígenas Kaingang no Vale do Taquari. A oferta sinodal ajudará na qualificação e diversificação do artesanato e do seu espaço de venda, no plantio de árvores frutíferas, roças e hortas familiares, coletivas e escolar. A contribuição ajudará a melhorar as condições de vida dessas famílias.

Breve comentário sobre o povo indígena Kaingang
O termo Kaingang significa “gente do mato”. Atualmente constitui o grupo étnico indígena mais expressivo do ponto de vista demográfico, são 34 mil pessoas que vivem no estado de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul, este com atualmente 17 mil pessoas.
De onde vieram? Por volta de três mil anos atrás, um aumento populacional onde hoje é a região amazônica teria estimulado a migração de grupos que falavam a língua “Jê” e “Tupi Guarani”. Alguns séculos mais tarde, os “Jê” se subdividiram novamente pelas mesmas razões e é desse grupo que surgem os Kaingangs que ocupam a região do Vale do Taquari.
Onde vivem no Vale do Taquari? São 80 famílias que vivem às margens da BR 386. No município de Estrela vivem 33 famílias e 130 residentes; no município de Lajeado vivem 37 famílias e 160 residentes, sendo que 50 são crianças até 14 anos; e no município de Tabaí vivem oito famílias e 32 residentes. Um pouco sobre o ensino: Atualmente algumas comunidades possuem uma Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental, onde ensinam o idioma português e kaingang. O professor é do próprio povo. O objetivo é manter viva a cultura do povo. Eles têm a educação recebida da comunidade, que vem de uma raiz enquanto povo, e a educação escolar traz os complementos.
Arquivo OASE
Um pouco sobre a
língua: Assim como para a língua alemã e italiana, a kaingang também está representada por alguns dialetos. Assim, tanto na fala quanto na escrita, mesmo dentro do próprio estado, ocorrem diferenças na linguagem entre as aldeias. Os dialetos diferenciam-se Registro de uma das oficinas de artesanato realizadas principalmente na fonologia. Como curiosidade, a língua kaingang é uma das mais faladas entre os povos indígenas brasileiros. Seu alfabeto reúne vogais (AÁÃ~EÉ~EI~IOÓU~U) e consoantes (FGHJKMNNHPRSTV). Para o domínio da língua kaingang, muito estudo é necessário. Um pouco sobre as crianças: Dentro de uma aldeia, as crianças não vivem sozinhas. Sempre estão alegres, correndo o seu mundo (que é do tamanho da aldeia), mato a dentro, campo afora; e o riso às antecede e às revela. Um pouco sobre pessoas jovens e adultas: O dia a dia de uma aldeia é dedicado ao cuidado com o lar e com seus pares. Também, atividades essenciais para a manutenção de cada família e da comunidade exigem a ação de jovens e adultos. Entre as principais tarefas está a de providenciar a matéria-prima para a confecção do artesanato. Muitos também se dedicam a atividades profissionais fora da realidade e da cultura do povo Kaingang. Um pouco sobre as hortas e os chás: As hortas muitas vezes são coletivas; e tem a horta comunitária. As saladas tradicionais dos kaingangs são o raditi e o fuá, encontrados no mato. E os chás utilizados podem ser os do mato e os plantados. A relação com as pessoas idosas: A relação que kaingangs têm com as pessoas idosas é baseada no respeito, e esse sentimento é passado para as crianças. Os idosos são importantes. A mãe é o membro mais importante, quer dizer: “é nossa cultura, nossa família”. Chamar “meu velho” ou “minha velha” é uma forma carinhosa de tratamento.

Colaboração: OASE Sinodal – Sínodo Vale do Taquari Gladis K. Dickel Teutônia/RS