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Cada escolha tem seu preço
Vídeo com a música da campanha “Comida Boa na Mesa” – CAPA: <https://www.youtube.com/watch?v=hqE-NM07jDs&fbclid=IwAR3f Y9PYKqVr9OFSsQHB9-JRWAjH6cQFOaWj8HImhsiYQ8sJcViXjo_ iinc&app=desktop>.
Oração: Deus querido, tu és nossa rocha e nossa fortaleza; guia-nos e orienta-nos como prometeste. Em tuas mãos entregamos nossas vidas. Tu nos salvarás, porque tu és Deus fiel. Nossa confiança está em ti; tu és nosso Deus. Tu estás sempre cuidando da gente. Olha com bondade para nós, tuas servas; salva-nos por causa do teu amor. Amém. (Baseado no Salmo 31)
Pª Elisabet Lieven Santa Maria de Jetibá/ES
CADA ESCOLHA TEM SEU PREÇO
Arquivo pessoal
Em Brasília, conheci um doutor em Economia – neto de pastor luterano – que era participante da Igreja Universal. Confesso que, inicialmente, fiquei incomodado com o fato, perguntando-me a razão pela qual abandonara sua igreja de origem. Porém, depois me veio um sentimento de gratidão. Afinal, vivemos num país livre, onde as pessoas podem escolher sua fé. É óbvio, cada escolha tem seu preço. Entendo também que não basta criticar as decisões espirituais dos outros. Antes, é preciso ter clareza dos nossos próprios prin- P. Euclésio Schieck e esposa cípios. Por exemplo, nas igrejas tradicionais, muitas pessoas questionam quando alguém se deixa rebatizar pelos pentecostais. Todavia, a maioria não sabe a razão pela qual as crianças são batizadas. Isso de questionar por questionar pouco adianta. Infelizmente, quem não sabe
defender seus princípios torna-se uma presa fácil dos mais articulados. Mas esse é outro assunto.
Voltando ao ponto inicial, perguntei ao amigo da Universal: “Por que desistiu dos luteranos?”. Ele me deu uma resposta bem simples: “De fato, fui para fazer uma pesquisa sobre Economia na Universal e me encantei. Depois, eu me acostumei com o jeito deles viverem a fé”. Na resposta, duas palavras se destacam: encantar-se e acostumar-se. Porventura, quem nunca se encantou? A paixão tira as pessoas do sério. Todos fazem loucuras no fogo do novo amor. Mas isso passa. É o que se espera. Com o tempo, no relacionamento, passamos a enxergar o outro com mais clareza, sem encantamento. Com os pés no chão, o amor faz com que a relação permaneça firme e crescente. Se é apenas o fogo do momento, logo partimos para outra relação, a qual pode começar com uma nova paixão. Isso acontece entre as pessoas. Igualmente de pessoas com “cultos”.
Retorno de novo ao meu amigo que disse: Encantei-me! Por fim, me acostumei com o jeito. Ele caiu na tradição. Toda família tem tradição. Toda denominação tem seus costumes. Forçar o cônjuge a mudar seu comportamento pode dar certo até um ponto. Depois, é briga e separação. Já vi gente querendo mudar a igreja a partir do seu jeito de ser. Não funciona. Por outro lado, percebi outros procurando entender a razão dela ser assim, aprendendo a “conviver”. Assim, um luterano de origem pode abandonar aquilo que não conhece direito (ou não concorda por não ser do “seu” jeito). Mas, por outro lado, volta e meia me deparo com pessoas de outras origens eclesiásticas que entendem e adotam o jeito luterano. Na verdade, principalmente entre os evangélicos, há muita moda e pouca raiz. Vivemos num mundo onde algumas pessoas gostam de andar só na onda. Todavia, como ministro luterano, prefiro apostar na raiz. Até reparo nas modas, todavia elas jamais devem determinar minha conduta ministerial. Confesso que ando cada vez mais arredio aos encantamentos. Como diz o apóstolo: Não é de admirar, pois até Satanás pode se disfarçar e ficar parecendo um anjo de luz (2 Coríntios 11.14). Prefiro valorizar o que há de bom entre os luteranos. Não nego que também cometo erros. Não nego que, como denominação, somos imperfeitos. Nunca mais vi o amigo da Universal. Contudo, percebo à minha volta o dilema de muitas pessoas. O que escolher: tradição ou encantamento? Raiz ou paixão? Cada escolha tem seu preço.
P. Euclésio Schieck Garuva/SC