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ESPIRITUALIDADE

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DICA CULTURAL

DICA CULTURAL

soas mais idosas e sábias participam desse processo nas escolas. Elas acompanham estudantes em caminhadas pelas aldeias, seguindo por trilhas, morros e matos. Durante as caminhadas, falam sobre os mitos e contam histórias.

Em meio ao processo de reconstrução do ambiente, da vida e da cultura, o povo investe na convivência. As festas, as danças e os cantos são momentos importantes para unir as aldeias e intensificar a comunhão na comunidade.

Recentemente, três educadoras e um educador Tupinikim participaram do curso de Pós-Graduação Especialização Lato Sensu “Educação, Diversidade e Cultura” em São Leopoldo (RS). O curso é uma realização do Conselho de Missão entre Índios (COMIN) e Faculdades EST. N

CLEDES MARKUS é teóloga e coordenadora do Projeto de Formação do COMIN em São Leopoldo (RS)

subsídios para a semana dos povos indíGenas 2011

O COMIN, em parceria com o Departamento de Educação Cristã da IECLB, oferece para estudo e reflexão nas comunidades e escolas, o Caderno “Povo Tupinikim – Memória e resistência – fortalecendo a identidade” e o cartaz da “Semana dos Povos Indígenas 2011”. Informações e pedidos: cominsecretaria@est.edu.br

Fone: (51) 3590.1440

Caixa postal 14 93001-970 São Leopoldo (RS)

Visite o site: www.comin.org.br

Preparação para a Páscoa

A quaresma é UM TEMPo DE jEjUM E PENITêNCIA INSPIRADo NoS 40 DIAS qUE jESUS PASSoU No DESERTo PREPARANDo-SE PARA SUA MISSão. A IgREjA PREPARA-SE PARA A PáSCoA NESSE TEMPo.

por Friedrich Gierus

Ocostume de jejuar e penitenciar-se, buscando o silêncio para refletir e meditar sobre o sofrimento de Jesus, remonta ao século IV. Baseado no fato de que Jesus se preparou para sua missão ficando 40 dias no deserto em jejum (Mateus 4.111), surgiu no seio da igreja o costume de preparar-se durante 40 dias para a festa da Páscoa em jejum e penitência. Daí vem o termo Quaresma (do latim: quarenta).

Essa prática espiritual foi exercida de forma especial pelos candidatos ao batismo realizado por ocasião da festa da Páscoa, a festa da nova vida em Jesus Cristo, que venceu a morte pela ressurreição, dando motivo para a esperança da vida eterna. Portanto, é um período de preparação para a Páscoa.

Esse período inicia com a Quartafeira de Cinzas. Cinzas são o símbolo da penitência, da tristeza, da limitação da vida humana pela morte e de sua futilidade. A prática de dar início ao tempo da Paixão com a liturgia de penitência, na qual o sacerdote coloca um pouco de cinzas sobre a cabeça dos fiéis para lembrar que o ser humano é mortal, ainda hoje está sendo celebrada pela Igreja Católica Romana.

A Reforma Luterana do século XV distanciou-se da prática da penitência prescrita pela Igreja Católica.

peter van brÜgel d. Ä.

pintou esta obra no ano de 1559, nomeando-a de “Luta entre o Carnaval e a quaresma”. Em diversas cenas pitorescas, a obra expressa o exagero com alimentos, como o consumo de carne e de bebida, em oposição ao período de abstinência e jejum que se segue depois do Carnaval. o centro da “luta” é um homem obeso, sentado sobre um barril com um espeto de carne, lutando com um homem magro, com peixes sobre um remo, sentado num carrinho com pães e frutas.

Pois, naquela época, a penitência por pecados cometidos e a respectiva absolvição podiam ser “negociadas”. Quer dizer, era possível comprar com dinheiro a indulgência, não somente pelos pecados cometidos, mas também pelos que ainda seriam cometidos no futuro.

Em função dessa distorção do perdão de Deus e da comercialização de sua graça, a Igreja da Reforma deu um outro acento à época da Quaresma. Por esse motivo, prevalece nas igrejas da Reforma o termo Tempo de Paixão.

Em suas 95 Teses, que deram início ao movimento da Reforma em 1517, Lutero trata do tema das indulgências negociadas, dizendo logo na primeira tese o seguinte: “Quando nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo diz: Arrependei-vos (Mateus 4.17), ele queria que a vida inteira dos crentes fosse arrependimento”. Com isso ele queria dizer que a busca à graça que Jesus conquistou para mim através de seu sofrimento e sua morte na cruz.

Portanto, se a igreja convida seus membros, todos os anos, para refletir sobre o sofrimento de Jesus e sua morte na cruz durante o Tempo de Paixão/ Quaresma (40 dias antes da Páscoa), ela quer promover a reflexão sobre seu relacionamento com Deus. Pois na paixão de Cristo Deus abriu a porta para sua salvação – salvação da morte, do pecado e do mal. O que Deus fez em Jesus Cristo, seu Filho, é sua libertação, é sua capacitação para viver de acordo com sua vontade, motivado pela esperança da vida eterna.

Nesse sentido, você pode fazer um plano de ação para a época da Quaresma, que poderá desdobrar-se em algumas ações: Procure reservar todos os dias uma meia hora para retirarse e, em silêncio, refletir sobre um texto bíblico. Frequente os cultos na Semana da Paixão, que normalmente estão sendo oferecidos na Quinta ou na Sexta-feira Santas.

Se nossa fé e a correspondente prática no dia a dia são uma resposta à graça recebida de Deus, analise a sua vida à luz da mensagem da Bíblia. Até que ponto você se encontra numa dependência? Por que não ver menos TV? Por que não deixar de fumar ou beber? Por que não deixar de tomar refrigerante ou jejuar um dia por semana?

Você vai descobrir muita coisa interessante sobre os verdadeiros valores em sua vida. E, quem sabe, abram-se as portas para uma nova vida (Páscoa), orientada pela palavra de Deus, na comunhão dos irmãos e irmãs de sua igreja. Quaresma: quarenta dias de aprofundamento, de autodisciplina e de alegria pela nova vida que Deus nos oferece na mensagem da Páscoa. N

pelo perdão de Deus não pode nem deve ser simplesmente um ato litúrgico em obediência a determinadas regras, impostas pela igreja, que dá automaticamente o direito ao perdão dos pecados.

O que importa não é o simples cumprimento de determinadas leis religiosas, mas sim a fé na graça de Deus, a entrega total de corpo e alma nas mãos de Deus, com a certeza de que Deus nos perdoa e dá nova vida por amor a seu Filho Jesus Cristo, que morreu por nós e ressuscitou. Isso Lutero descobriu nas palavras do apóstolo Paulo, na Carta aos Romanos 1.17: “O justo viverá por fé”.

O acento não está no que eu faço, mas sim no que Deus fez e está fazendo através de seu evangelho. E as minhas atitudes, o meu comportamento ético, portanto, não são uma condição para obter a graça de Deus, mas sim uma consequência, uma resposta a seu amor, uma resposta

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