PRÉDICA: MATEUS 5.1-12 ISAÍAS 9.1-4 1 CORÍNTIOS 1.18-31
4º DOMINGO APÓS EPIFANIA
02 FEV 2020
Roberto Natal Baptista
A práxis de uma vida com sentido
1 Introdução Estamos no período da Epifania. Expressamos nessa época um sentimento inesperado de compreensão de um mistério. Epifania nos revela, especialmente, o Cristo. Passamos há pouco pelo final de 2019 e agora começamos 2020. Pode ser que ainda estejamos contaminados pelas muitas “previsões” que se fazem a cada virada de ano. Na Epifania, pessoas cristãs não “adivinham” nem “preveem”. Tratamos de um mistério revelado nos evangelhos, nas boas notícias para um novo ano. O texto de pregação previsto para essa época é Mateus 5.1-12. Trata-se do famoso texto das bem-aventuranças proferido por Jesus no também conhecido sermão do monte (Mt 5 – 7). Textos como esse são textos “ocupados”. Quero dizer: textos que já foram exaustivamente trabalhados nesses tantos séculos de cristianismo. Quando nos aproximamos de textos assim, costumamos “baixar a guarda”, numa atitude do “já conheço” ou “já sei tudo sobre isso”. É sempre, portanto, um enorme desafio se aproximar de “textos ocupados”. Por outro lado, não podemos deixar de mostrar nossa satisfação pela oportunidade de ler e refletir sobre tão belo sermão de Jesus. Muitas vezes o Proclamar Libertação utilizou porções das bem-aventuranças como 5.1-10 e outras vezes (como é o caso aqui) 5.1-12. Sem levar em conta as questões de composição do texto a partir das fontes primárias, é interessante trabalhar os versos de 1-12 como uma só perícope. Afinal, a ruptura de conteúdo e de forma aparece logo e a partir do v. 13. Recomendo que olhemos para auxílios homiléticos já publicados sobre esse texto. Eles estão disponíveis no Portal Luteranos e podem ser facilmente acessados. – Ivoni Richter Reimer faz uma boa exegese do texto no volume XVIII (1993). Ela se preocupa não tanto com a prédica, mas sim em nos fornecer subsídios exegéticos para que possamos pontuar bem o texto na tensão entre a felicidade e a pobreza. – No PL IV, de 1979, Knut Robert Wellmann comentou o texto para o Dia da Reforma daquele ano. Ele aborda novamente as questões da pobreza e da felicidade. É interessante ler sua reflexão e encarar o desafio de contextualizar o texto para agora, em 2020. – A contribuição de Walfrido da Silva e Ildemar Kanitz para o PL 32 (ano de 2008), pode nos ajudar na direção da meditação. Eles nos dão algumas pistas, inclusive sugerindo imagens que podem ser incorporadas à prédica.
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