PRÉDICA: ISAÍAS 63.7-9 MATEUS 2.13-23 HEBREUS 2.10-18
2º DOMINGO APÓS NATAL
05 JAN 2020
Gerson Correia de Lacerda
Deus nos carrega no colo
1 Introdução Não é a primeira vez que o texto da prédica do 2º Domingo após Natal é objeto de estudo de Proclamar Libertação. Já foi analisado nos volumes 24 e 32, em trabalhos escritos por Albérico Baeske e Osmar Luiz Witt, respectivamente. Neste último, também as demais leituras são as mesmas (Mt 2.13-23 e Hb 2.1018), ao passo que, no anterior, há uma diferente (Gl 4.4-7 e Mt 2.13-15,19-23). Qual a relação entre os três textos indicados para a prédica e as demais leituras deste 2º Domingo após Natal? Podemos estabelecer que o que dá unidade entre os três textos é proclamar que Deus cuida do seu povo e o protege o tempo todo, ao longo da história. O texto de Isaías volta-se para o passado e recorda que Deus salvou o seu povo por causa do seu amor e da sua compaixão e que todos os dias, ano após ano, Ele os pegava e carregava no colo (Is 63.9). Por outro lado, o texto do Evangelho de Mateus, que conta algo ocorrido logo após o nascimento de Jesus e que o torna intensamente apropriado para o primeiro domingo após as celebrações natalinas, narra a fuga da família do recém-nascido Jesus para o Egito, a fim de evitar sua morte prematura por Herodes, bem como sua volta para a terra de Israel. Dessa maneira, o início da vida terrena de Jesus resume a história do povo hebreu no Antigo Testamento, que foi viver no Egito para escapar da fome que assolava a Palestina no final da vida de Jacó e que foi trazido de volta por Deus mesmo, que o libertou sob a liderança de Moisés, cumprindo assim a profecia que dizia: Eu chamei o meu filho, que estava na terra do Egito (Mt 2.15). Finalmente, o texto da Epístola aos Hebreus apresenta Jesus como salvador. Não é ele um salvador qualquer. Não é ele um super-homem. Ao contrário, Jesus é o Filho de Deus, o próprio Deus que assumiu a natureza humana (Hb 2.14), que sofreu, morreu e foi ressuscitado dentre os mortos, a fim de nos tornar seus filhos. Dessa forma, Jesus purifica as pessoas dos seus pecados, e todos, tanto ele como os que são purificados têm o mesmo Pai. É por isso que Jesus não se envergonha de nos chamar de irmãos (Hb 2.11). Conclusivamente, podemos, pois, afirmar que Deus nos carrega no seu colo, ao longo de todas as manifestações do seu amor, especialmente nas celebrações natalinas. “O seu Filho vem ao mundo, torna-se nosso irmão, para que todos
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